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Growing old is mandatory, growing up is optional

O bom da maturidade e tranquilidade dos 32 anos é que uma pessoa deixa de fingir agrado. Entra naquele modo de maior confiança em que já não disfarça quando algo desagrada e não finge que algo agrada.

E é bem verdade... Desvaloriza-se muito mais o físico. Em nós e nos outros. Falando por mim, nunca estive tão mal e nunca me senti tão bem. Provavelmente porque sei o meu valor em tudo o resto e acho uma tristeza alguém não saber apreciar isso.

Também já não estou disponível para fretes. Nem para perder tempo. Continuo um espírito leve, a achar que ainda tenho 18 anos, mas já carrego o peso da experiência e das mágoas.

Esta minha versão trintona é muito mais do meu agrado. Quem gosta, gosta. Quem não gosta, que ponha na beira do prato. 

Comentários

  1. Acho que o amor próprio é essencial em todos os aspectos da nossa vida, mas quando passamos da valorização pessoal para a sobrevalorização, para o achar que somos a última bolacha do pacote, isso está longe ser positivo e terá, certamente, o efeito contrário.

    Esta questão do 'quem gosta, gosta. quem não gosta, por na beira do prato' é o primeiro passo para entrar numa relação (seja ela de que tipo for) com ideias pré-concebidas e a achar que não tem que se fazer o esforço de adaptação. E essa ideia leva, inevitavelmente, a um desgaste rápido daquilo que podia ser óptimo. Não falo, como é óbvio, de princípios básicos. Falo de pequenas manias que todos temos, que fazem muitas vezes parte de nós e que atrapalham relações porque achamos que 'não temos que fazer o frete'.

    Entrar numa relação com o único motivo de ser feliz é algo extremamente egoísta. O pináculo do amor/amizade, para mim, é ser feliz por saber ter a capacidade de fazer o outro feliz. Se ambos estiverem imbuídos desse espírito, é logo meio caminho andado para correr bem.

    Não sei o que te levou a este ponto, que tipo de 'recalcamentos' estás a trabalhar para ultrapassar, no entanto, esta apologia do eu tem sido uma constante nos últimos posts e, do ponto de vista de quem não sabe mais nada do que aqui partilhas, pergunto: não te estará a atrapalhar mais do que ajudar no teu crescimento enquanto pessoa?

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    1. Esse seu comentário, vai desculpar-me, mas não faz qualquer sentido, no meu entender.

      Recalcamentos? Egoísmo? Onde é que leu isso?

      O último ano tem sido uma viagem de valorização pessoal. Não porque me ache a última bolacha do pacote (cruzes, não sei mesmo de onde tirou essa ideia), mas porque sei o que valho. Sei que sou boa pessoa, que trato bem os outros. Tenho inúmeros defeitos, mas, no geral, tenho orgulho no que sou. E este "Quem gosta, gosta; quem não gosta, põe na beira do prato" tem a ver com a necessidade que já não sinto de me adaptar para agradar O Outro... Seja o Outro um amigo, um colega, um romance.
      Falava disso há uns dias com uma pessoa... Lembro-me de, com um ex-namorado, mudar a minha maneira de vestir para o agradar. Lembro-me de, com amigas, ir comer a sítios que não gostava para as agradar. Hoje em dia já não o faria. Não por egoísmo, mas porque EU não tenho de me submeter para agradar os outros.

      Claro que tenho de falar muito de mim nos últimos meses. Estive dez anos numa relação. Divorciei-me há alguns meses. Claro que tem sido uma viagem muito solitária, mas também uma aprendizagem sobre mim mesma.

      Se é para ler os meus textos com essa maldade, sinceramente, e sem ofensa... Não venha cá ao blogue. Quem me conhece sabe que sou tudo menos uma pessoa egoísta e com a mania que é a última bolacha do pacote.

      O meu problema foi exactamente ter-me colocado em segundo, terceiro ou quarto lugar durante demasiados anos. E investir em mim é POSITIVO. Valorizar-me é POSITIVO. Gosta de mim é POSITIVO. Não interprete isto como uma arrogância da minha parte... Acho só feio alguém tentar deitar abaixo um trabalho de valorização pessoal, que é algo POSITIVO.

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    2. Uma pessoa pode ser do tipo “não faço fretes” e tenho imensa auto-estima e amor-próprio, sem cair na sobrevalorização (isto a propósito do primeiro comentário da primeira anónima).
      Entendo o que a anon. quis dizer, mas ter amor-próprio não significa que achámos que somos a última bolacha.
      Quem já teve algumas desilusões, muitas vezes, chega a um ponto em que realmente não se deixa pisar e passa a valorizar-se e a colocar-se em primeiro lugar.
      Saber ceder sim, mas há limites.
      Estando ou não numa relação.
      Amor-próprio com ou sem companheiro, ou seja, sempre.

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  2. Também estou nos 30, um pouco mais velha do que tu, pouco mais… e digo o mesmo.
    Mas na verdade nem precisei de chegar aos 30 porque eu sempre fui um pouco assim, não faço fretes, aceito a minha versão e tento melhorar os pontos que acho que preciso, mas quem não gostar, deite na beirinha do prato.
    Depende muito das pessoas e da personalidade.
    Eu prefiro os trintas do que os vintes, em muitos aspectos.

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    1. Sou a anónima 19:56h.
      Já agora S*, acho maravilhoso que te cuides e que sejas uma mulher que se ama acima de tudo.
      Vejo que nos últimos tempos tens focado muito nessa questão, mas se me permites, se isto se relaciona com os últimos acontecimentos, com a última relação fugaz…
      continua assim com esse pensamento de “bem me quero” mas sem dar demasiada ênfase à situação ou pessoa porque está visto que mereces melhor.
      Tu e eu que passei por algo muito idêntico e já referi isto algures noutro post.

      Pensa: Se a pessoa voltasse, sabendo agora o que sabes, será que ainda querias essa pessoa na tua vida e para ter uma relação?
      Será que a admiração é a mesma?
      Será que não foi melhor assim do que mais tarde?
      Depois do tempo de curar as mágoas, as pessoas só te continuam a magoar se tu deixares, essa pessoa em específico.
      Às vezes caímos no erro de recordar constantemente o que a pessoa fez de errado connosco, e parece que está sempre presente, mas se pensares mesmo a fundo, a verdade é que tu já nem querias essa pessoa contigo.
      Muitas situações terminam para que algo melhor possa entrar, portanto, por vezes é mesmo um livramento porque não era a pessoa certa para ti.
      Há males que vêm por bem… e nesta situação, se pensares novamente, isto até trouxe algo bom… trouxe-te ainda mais certezas de quem és e lá está, mais amor-próprio.
      Não te desgastes a dar demasiada importância a quem não quis ser importante na tua vida ou quem não fez por isso.
      Cura essa ferida e quando estiveres mesmo bem, no tempo certo, a pessoa X chega, acredita. 😘

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    2. Verdade. Não, não o queria de volta nem pintado de ouro. Não aceito ser segunda opção de ninguém na vida.

      O que me magoou mais foi que eu sempre desconfiei da verdade, o confrontei imensas vezes sobre não ter esse capítulo bem fechado... E, no final, ouvi mentiras e desculpas de mau pagador. Descobri a verdade sozinha, dois meses depois.

      Essa desonestidade é imperdoável. Tenho muitos defeitos, mas quando me entrego, sou extremamente Leal e incapaz de mentir. Não merecia isto... Mas tem razão, foi livramento. Adoro essa expressão!! Mais vale agora do que depois.

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    3. O segundo parágrafo do teu comentário acima podia ser meu. A nossa história é mesmo muito semelhante.
      Queres ver que é o mesmo fulano?! 😂
      Comigo foi pior, foram muitos meses de convívio, muita conversa, praticamente um ano!
      Também sempre desconfiei, confrontei a pessoa, houve inúmeras hipóteses para isso… e no fim, descobri muita, muita coisa sozinha!
      Lidei também com mentira e desonestidade.
      Tal como tu, eu não aceito JAMAIS ser a segunda opção ou o plano B de ninguém.
      Eu sou inteira demais para aceitar metades.

      Mas nunca desejei mal a este tipo, mas digo-te, eu vi o karma actuar bem à minha frente.
      Se tinha dúvidas de muita coisa…
      Este gajo levou com uma traição de seguida, pois é, foi traído pela “mais-que-tudo” que sempre negou, que sempre ocultou.
      Eu não precisei de vingança, fiquei triste sim, mas nunca baixei a cabeça… no final estes dois ficaram na merda… tanto fizeram, tanto mentiram… levaram com o próprio veneno.
      Ele foi traído e ela ficou sem a segurança material!
      Interesses, na verdade… esta é parte da história deles também, mas não interessa nada.

      Livrei-me mesmo de boa… muito obrigada ao universo porque eu realmente não quero alguém assim.
      Tenho os meus defeitos, não sou perfeita mas sei que sou boa pessoa e não sou falsa.
      Certas merdas eu não faço a ninguém, portanto, também não tolero coisas destas.

      No fim disto ele arrependeu-se e viu onde se tinha metido! Grande lição… mas para mim já era, tarde demais! Temos pena!

      O melhor que podes fazer é seguir com a tua vida e se estás de consciência tranquila, não há nada que pague isso.
      Eu nunca lhe mostrei que estive triste, mas também nunca me mostrei feliz, porque eu não faço questão de demonstrar nada mais a esta pessoa.
      Nunca lhe mandei indirectas de revolta ou pelo contrário, nunca mostrei que estava mesmo bem, do tipo “olha o que perdeste” lol.
      Simplesmente deixei de me manifestar e ignorei de vez, tal como eu fui ignorada.

      Imperdoável? Não sei.
      Eu perdoei por mim porque não fiz nada para merecer este fardo.
      Mas perdoar não significa voltar, não significa voltar a conviver com a pessoa, nem sequer disse à pessoa que perdoei.
      Também me perdoei a mim mesma por ter dado a amizade a desonestos.
      Perdoei, foi um processo… mas o assunto está arrumado.
      Aprendi alguma coisa… e gosto ainda mais de mim.
      Orgulhosa por saber que eu não sou igual ao que me fizeram.

      Por isso, querida S*, o melhor mesmo é não dar tanta importância a egocêntricos.
      Nem com indirectas nem com explicações.
      Quem gosta de te ter como segundo plano, acaba por ter curiosidade sobre a tua vida, saber se continuas aborrecida, saber se já tens alguém novo, etc.
      O melhor troco para este tipo de homens é não dar troco. Zero.
      Ou então dizes o que tens a dizer Uma Vez (apenas) e depois disto segues em frente e firme.
      Ninguém tem o domínio das tuas emoções, se não permitires.
      Isto leva tempo mas com o tempo conseguimos.

      Desculpa pela monografia, mas dei-te também o meu exemplo porque, realmente, são histórias similares e às vezes sabe bem desabafar com quem passou pelo mesmo.
      Qualquer coisa, estás à vontade, compreendo o que sentes ou sentiste. 👍🏻
      Um abraço

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    4. Anónima, se há coisa que eu infelizmente sou, é orgulhosa. Claro que não lhe disse mais nada. Claro que ele não sabe que eu sei, até porque não fiz qualquer comentário público sobre o assunto (o blogue creio que ele nem conhece, penso que nunca lho mostrei... nem estou bem certa). Mas se souber que eu sei, problema dele. Quem foi mentiroso e desonesto foi ele. Eu fui o que sempre fui - de bom trato, honesta, verdadeira, mas orgulhosa. Não, nunca o teria confrontado com a verdade. Já tínhamos terminado há dois meses quando descobri a verdade... Não fazia sentido voltar atrás. Optei por bloquear em todas as redes sociais, para não haver o mínimo de contacto.

      E acredito no karma, sim. Desejo-lhe tudo de bom... Mas sei que não lhe correrá tudo bem, porque fez uma péssima opção para si mesmo. Não estou a falar de mim... Isso é 'irrelevante'. O erro foi voltar para quem o tratava abaixo de cão... Os primeiros meses poderão ser lindos, mas depois voltará a ser maltratado. E aí... Bom, não terei pena. Vai colher o que semeou.

      Mas que seja muito feliz. Fiquei magoada, mas não lhe guardo rancor. Ou tento não guardar. Estou bem comigo mesma e orgulhosa em quem sou.

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    5. Acho tão estranho… por aqui a situação é tal e qual como dizes, ou seja, a pessoa com quem ele estava também o tratava ora muito bem ora abaixo de cão (haja lucidez) mas por motivos vários acabavam sempre por voltar para a dinâmica tóxica… interesses!
      Mas são escolhas e não consigo ter pena de quem se mete em problemas mesmo tendo noção da realidade. Isso não é da minha conta, digo o mesmo.

      Também bloqueei em todas as redes sociais e neste momento não lhe desejo bem nem mal.
      Sou incapaz de desejar mal seja a quem for, no entanto, não tenho que lhe desejar bem!
      Desejo que ele aprenda as lições necessárias e que cresça antes de magoar mais pessoas, isso sim.
      Vindo de adultos feitos, isto é atitude de puto, não há sequer paciência.

      No teu caso eu tê-lo-ia confrontado, porque este tipo de pessoas às vezes merecem mesmo ganhar vergonha na cara. Seria também uma forma de ele saber com quem estava a lidar porque quem mente e trai assim, por norma, acham-se espertos e julgam que os outros são burros e nunca vão descobrir as façanhas ocultas.

      Muito melhor agora sem problemas e sem desonestidades. Não quero e não preciso. 🙏🏻

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  3. Mas é que é mesmo assim "quem não gostar que ponha na beirinha do prato" e não tem nada a ver com achar que sou a última bolacha do pacote.
    Se não nos autovalorizarmos e gostarmos de nós, vamos certamente permitir que abusem de nós.
    Tem de haver igualdade, respeito, amor e carinho numa relação. Quando permitimos que o outro nos molde - seja forma de ser, modo de vestir ou arranjar, até mesmo em vontades ou gostos sexuais, sem que isso seja consensual para nós próprios, estamos a ir contra a nossa natureza e se quem está connosco não se importa com isso, não nos está a amar, está a procurar amar-nos.


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    1. Exactamente. É essa a lógica - nós em primeiro lugar. Não por sermos egoístas, mas porque temos de nos valorizar para que os outros nos valorizem.

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