Uma das maiores lições que aprendi nos últimos meses foi descobrir que algumas pessoas não sabem deixar‐se amar. Por receio de se entregarem. Por não quererem que a sua felicidade dependa de alguém. Por não estarem na disposição de abdicar das suas rotinas, da sua vida, para - com naturalidade - se ajustarem às rotinas e vidas da outra pessoa.
Tenho de admitir que acho triste. Tremendamente triste. Não há nada melhor que o amor. Que amar e ser amado. Que dar e receber. E estamos a falar de amor romântico, mas também de amor de amigos ou familiares. Algumas pessoas não se entregam. Não se predispõem. Por receio de se magoar? Por egoísmo? Não compreendo os motivos.
A vida é para amar. Amar filhos. Família. Companheiros. Amigos. Se não nos entregamos, se não abrimos o coração, qual o propósito?
Sigo religiosamente a clara.não no Instagram. Que mulher verdadeiramente fabulosa. Feminista. Ilustradora. Directa. Arrojada.
Deixo-vos com um texto que publicou há umas semanas. É tão isto. Amar é dar ao outro o poder de nos magoar... Mas também é dar o poder de nos preencher. E disso, meus amigos, eu não desisto. Venham as dores que vierem. Venham as desilusões que vierem - os choros, os sufocos, as mágoas. Não abdico do Amor.
"Ainda sinto que amar
é dar poder sem medo.
_
Amar é querer partilhar felicidade.
É seres mais feliz com outra pessoa.
É sentires-te quem tu exatamente és ou uma versão melhor de ti mesma.
É só estares plenamente bem quando ela está bem.
É quereres que ela esteja bem, para ela estar bem, e não só porque sabes que se ela estiver bem tu bem estarás.
Amar é seres altruísta sem te esqueceres do teu bem-estar.
Amar é sentir um quentinho com o sorriso dela.
Amar é pores-te vulnerável e o conseguires fazer de bom grado.
Com tanto trauma de amores desencontrados, o amor pode parecer que é um jogo de poder.
Porque, de verdade, amares alguém é dares a essa pessoa o poder de te magoar.
Por isso, ainda sinto que amar é dar poder sem medo, antes de tudo.
Adorava ter razões para romantizar imenso o amor, assim à primeira vista, mas antes disso tenho realidades, tenho vontades, tenho memórias e verdades.
Não há nada que traga mais felicidade que o amor. Não há nada que traga mais desespero que o amor.
Que a vontade de amar seja sempre superior ao medo.
Que ames sempre quem merece o teu amor.
E que seja recíproco já agora. É muito doloroso amar alguém que não te ama de volta. E isso não deixa de ser amor, mas é do que dói. Desse não precisamos.
Amar é difícil, caramba.
Atenção:
O amor não existe só em relações amorosas. A amizade é amor. A família é amor. E migues do peito são família também 💙"
Cada caso é um caso.
ResponderEliminarNunca sabemos o passado dos outros para dizer que é triste ser assim.
Simplesmente às vezes não é momento de deixar entrar alguém.
Toda a gente tem passado. Respeito totalmente os traumas de cada um. Não estou a falar de cor, até me refiro muito a uma situação com a qual lidei há uns meses. Mas acho que, se tivermos consciência desses medos e receios, temos de fazer tudo para os combater... Ou arriscamos perder quem realmente nos quer pelo caminho.
EliminarHá quem tenha consciência desses medos, quem tenha perfeita noção que mesmo querendo, não avança!
EliminarPelo contrário, há casos de medos tão profundos e enraizados que a pessoa é capaz de gostar de alguém mas demonstra o oposto, da pior forma, afasta-se e afasta-te completamente...
Sai a pessoa magoada e consegue magoar o outro lado.
Parece estranho mas há casos destes, bem reais.
Conheci um de perto.
A pessoa em questão, por vezes, consegue ser o seu pior inimigo.
Felizmente, após tantos anos de vida, já adulto, essa pessoa, homem, ganhou coragem e procurou ajuda e terapias alternativas, além de se comprometer com ele próprio,
Chegou ao ponto de se magoar tanto e deixar de querer magoar outros, não teve outra alternativa no dia em que percebeu os padrões repetitivos e a dinâmica dos seus relacionamentos (pouco saudáveis) ou não-relacionamentos, pois muitas vezes ele afastou pessoas.
Isto não acontece só com mulheres. Neste caso, como disse, falo de um homem adulto com quem eu lidei e de quem gostei muito e tive uma conexão forte.
Nada resistiu mas espero que ele tenha aprendido com os erros.
Sei que ele não é mais o mesmo,
Os medos foram ultrapassados, mas isto não é tão fácil como parece aos nossos olhos.
Aprendi muito com esta pessoa, até mesmo com os erros...
O importante é ser feliz à nossa maneira.
Eu neste momento estou solteira e estou tão bem que nem procuro nada.
Talvez o amor (casal) me encontre, um dia.
Para já, tranquila da vida a aproveitar tudo de bom que os meus dias me oferecem.
Sinto-me em paz e resolvida.
Sem pressa, sem pressão.
Sei que no dia em que alguém entrar na minha vida terá que vir por bem e para somar, de verdade.
Caso contrário, estou fora, não entro mais em relações dúbias de nenhum tipo.
Sei perfeitamente quem sou, o que quero e o que permito, portanto, não pretendo trocar dias de qualidade com a minha liberdade por dias com alguém que depois nem vem para acrescentar.
Há pessoas assim que não deixam entrar ninguém na vida delas, por medos e outros factores, acabam por perder oportunidades.
ResponderEliminarPor sua vez, há também aqueles pouco selectivos que deixam entrar demasiadas pessoas porque acham que se assim não for vão perder essas tais oportunidades.
Muitas destas vivem de desilusões e nem percebem o porquê!
O amor está em todo o lado, se assim quisermos, tanto para quem tem alguém como para quem decidiu não ter ou não querer.
São vidas e distintas vivências, não há que julgar e sim entender.
Em muitos casos são opções e noutros é algo mais complexo que exige um processo interno ou até terapêutico.
Nem tudo é assim tão linear como descreves, mas entendo a perspectiva.
O ideal é sentir-se pleno em todos os momentos, sem codependencia, ou seja, como já referido - estar bem sozinho ou acompanhado.
O primeiro ponto é mesmo amar a nós mesmos a 100%... e depois sim o resto, com tino para não viver de carrossel!
Eu amo-me. Cada vez mais. Daí me ter divorciado.
EliminarQuero voltar a apaixonar-me, mas eu sou a minha prioridade. Quem vier, que me acrescente. Quem não me acrescentar, também não quero ao meu lado.
Pois que cada caso é um caso.
ResponderEliminarEu separada há quase 2 anos, sinto falta, mas não sei se estou preparada para voltar a ter uma relação.
Se é egoísmo? Não sei, mas para mudar a minha vida, as minhas rotinas, teria de ser alguém com quem eu me sentisse verdadeiramente bem e segura (claro que bem sei que isso é sempre relativo, mas teria de sentir que era alguém que valeria verdadeiramente a pena), caso contrário prefiro ficar sem companheiro romântico.
Sofri demasiado por alguém que se revelou um flop no seu todo, mas se no início era isso que me impedia de pensar em voltar a amar, agora o que me impede é ter uma maior exigência, saber o que quero e, muito bem, o que não quero. Isso e não ter conhecido homem nenhum nos últimos tempos :)
Estou leve, serena, tranquila e feliz - felicidade morna é certo, sem paixão, beijos na boca e sexo - mas feliz. Se alguém vier para a minha vida é para complementar, nunca para me destabilizar.
Se é triste e egoísta? Pode ser, mas não mereço menos do que alguém que ame e me ame e respeite em pleno.
Concordo com a sua visão em pleno. A S* de 32 anos tem muito maior consciência do que quer e não quer, do que procura e rejeita, do que aceita e não tolera. Talvez quando fosse mais nova me guiasse mais pela vontade, pelo efémero. Agora não quero nada disso. Não quer dizer que procure casar-me - duvido que o volte a fazer. Mas quero algo sólido, que inclua muito respeito e muita cumplicidade.
EliminarÉ o que eu procuro. Outros poderão procurar aventuras, diversão, noitadas... E é tudo válido. Eu já tive essa fase nos meus vinte anos. Não a quero mais. Agora quero estabilidade, respeito, amizade... E amor, pois claro. Seja agora ou daqui a dois anos. Não vou forçar nada. Nem apressar. Quem quiser, que espere. Quem não quiser, que vá para outra freguesia.
Há pessoas com bagagens pesadíssimas que nem conseguimos imaginar. Eu tenho um histórico de relações longas, mas difíceis, que deixaram marcas profundas em mim e que me mudaram. Também acho triste, sabes? Acho mesmo triste sentir que provavelmente vou ficar sozinha, porque não me consigo entregar, porque não me consigo interessar o suficiente para amar alguém ou para que me amem.
ResponderEliminarÉ difícil e triste de ver, mas é ainda mais difícil vivê-lo.
Acredite que lamento profundamente. Sei bem que existem bagagens demasiado pesadas. Provavelmente nem consigo imaginar o efeito que provocam. Mas acho triste pagar o justo pelo pecador... E ainda mais triste alguém não permitir ser amado por causa de uma bagagem pesada.
EliminarOlá S* também eu me divorciei quase á dois anos e nunca me senti "fechada" para o amor. No entanto acredito que muito se deve ao facto de o meu casamento ter acabado bem, simplesmente fomo-nos afastando e o amor acabou, mas nunca o respeito.
ResponderEliminarTeve 10 anos de casamento maravilhoso e espero um dia voltara casar-me (sou mesmo rapariga de casamento :) ) .
Mas a verdade é que conheço várias historias tão tristes, que percebo porque é que algumas pessoas se fecham ao amor, há pessoas que realmente são desgraça na vida de outras. Não acho que seja egoísmo, acho é que as pessoas passam por uma magoa tão grande que o coração de fecha/ cria uma proteção (não é exclusivo ao amor romântico ).
Seja como for acho que devemos sempre (que consigamos) dar uma oportunidade ao amor, sempre com os pés na terra, sempre com as prioridades bem definidas (especialmente quando se tem filhos como eu), mas o amor quando verdadeiro completa-nos .
Tudo de bom para ti.
Muito obrigada. Igual sorte lhe desejo.
EliminarÉ preciso ensinar a criança a defender-se sempre que se sente incomodado ou intimidado.
ResponderEliminarSe um pai ou uma mãe se sentem ofendidos com pouca coisa ou coisa nenhuma... vão criar um filho de igual modo, e à mínima brincadeira a criança vai sentir-se melindrada.
Um pai que vai à escola bater num menor está a passar a ideia de que a defesa significa agressão ou violência.
A criança deve saber que tem abertura para se expressar e dizer o que pensa e sente ou contar aos pais o que se passa na escola, mas reagir de modo ofendido ao extremo ou agressão não é o melhor método de ensino, é a minha opinião.
Se os pais se ofendem com insignificâncias vão passar isso aos filhos, claramente.
S* desculpa, comentei aqui por lapso.
EliminarEste comentário era para o post anterior.
Há gente com muito medo sim, principalmente os homens a partir de uma certa idade. Ficam mais complicados, porque não deixar as coisas serem simples como quando tínhamos 20 anos?
ResponderEliminarNão sabes que muitas vezes são opções pessoais, que levam a que decidas que não queres ser amada, seja de que maneira seja é apenas opção, e isso não significa que essa pessoa seja infeliz assim, são apenas opções de vida.
ResponderEliminarReli-me em ti. Sou das que têm medo. E decidi o mês passado procurar uma psicologa pela 1a vez na vida para me ajudar com isso.
ResponderEliminar