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Work in progress

Aprender a lidar com a solidão não é um processo mesmo nada fácil.

Ando a diversificar as minhas formas de entretenimento, mas, convenhamos... A COVID não é muito minha amiga. A chuva rouba-me as caminhadas. Valham-me as amigas que me telefonam para ir apanhar pinhas ao monte e as colegas sempre presentes. 

Comecei a dançar às segundas-feiras à noite - com a vantagem de achar a professora uma simpatia. A amiga Netflix tem-me feito muita companhia. Estou a ver a primeira temporada de Outlander e sei que tenho série para umas semanas. Os livros também prometem ser grandes amigos, mas sinto-me sempre com tanto sono e com tanto cansaço que tenho evitado a palavra escrita.

Estou bem, mas estou a adaptar-me. Com dias melhores e dias menos bons. Obrigada a todos os que, de uma forma ou de outra, demonstraram caminho.

Comentários

  1. Um beijinho grande, S*.

    Eu estou sempre sozinha, a viver muito longe de todas as pessoas que conheço. E eu gosto de solidão, mas também há dias em que é mais difícil de lidar.

    A minha companhia são as séries, os filmes, os livros, puzzles e aprender coisas novas. :) Tentar tirar o maior partido de todo o tempo que é preciso estar longe para não sentir que foram só dias riscados do calendário. É também um tempo maravilhoso para pensarmos sobre quem somos, o que queremos, para nos conhecermos melhor.

    Força, querida. <3

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  2. Não é fácil não.

    É como escreves "dias melhores e dias menos bons", às vezes também podem ser bem maus, mas faz parte do processo.
    Com o tempo melhora :)

    Abraço virtual e vais ficar bem.

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  3. O importante é estares segura da decisão que tomaste. Ninguém espera que se saia ileso de uma relação tão longa. O importante é teres tempo para ti, para o Rafael e para a tua família que gosta tanto de ti. Já te disse noutra sede que és uma corajosa. Ainda vais a tempo de ser feliz, de viajar, de aprender. Vai fazer aquele outro curso que querias, apanha um avião logo que se possa e vai conhecer o mundo. Pega no teu filho e vão passar uns dias num sítio qualquer. Quando tiveres de chorar, chora, quando tiveres de falar com alguém fala, quando quiseres estar sozinha, está. Não há uma regra secreta, é mesmo só o tempo que cura tudo.

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    1. Agradeço. Seu que é assim e que o tempo vai colocar tudo no seu sítio.

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  4. Estas alterações na vida nunca são fáceis.
    É um reaprender, mas como dizes estás comprometida em ser feliz.
    Beijinhos

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  5. Força S*! Estar sozinha também é gratificante. Permite-nos tomar consciência duma série de coisas. Aproveita cada momento... com coisas que te dão prazer, como disseste. Presumo que o teu filho esteja contigo, portanto dedica-te a ele e a cumplicidade será enorme! Não desanimes... "antes só, que mal acompanhada". Amanha será um novo dia...

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    1. Guarda partilhada. Quando estou sem ele é bem mais difícil. Beijinhos

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  6. Beijinho grande, Sónia!

    Espero que te consigas adaptar rapidamente.

    Realmente as séries e os livros ajudam. Outra coisa, gostas de fazer puzzles? Ando a fazer um de 1000 peças a primeira vez e passo horas entretida com aquilo.

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    1. É uma ideia. Nunca fiz!! :)

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    2. Fazer puzzles é uma terapia!! Também tenho feito vários (mais do que me orgulho) puzzles de 1000 peças e normalmente é a melhor parte do meu dia. :)

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    3. puzzles é optimo, viciante e relaxante! com a vantagem de poder fazer ao mesmo tempo que se ouve musica ou se vê uma coisa mais leve na televisão. adoro! recomendo :)

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    4. Sempre fiz puzzles toda a minha vida. E posso dizer que é nas alturas piores que sei que os puzzles me ajudam porque tudo à volta pode estar fora do lugar, a vida trocada, os planos baralhados, a cabeça perdida, mas nos puzzles as peças encaixam, todas têm o seu lugar e nada está fora de ordem. E isso traz uma paz de espírito difícil de explicar. :)

      Tété

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    5. Tirando quando perdes uma peça do puzzle xD

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    6. Ahaha, aconteceu-me uma única vez. Mas na altura os puzzles vinham com um pequeno cartão que preenchias caso perdesses alguma peça. Preenchi, mandei e mais tarde recebi a peça perdida. :)

      Tété

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  7. Mas sozinha??? Guarda partilhada???
    Caramba ! Mas!??
    Não estava à espera desta... Nada mesmo...
    Bolas...
    Um abraço apertado. E vai demorar mas... Vai tudo ficar bem❤️

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    1. Guarda partilhada é assim tão estranho nos tempos que correm? O miúdo tem direito a estar com ambos e os dois progenitores tem direito a estar com o filho de ambos.
      A guarda partilhada ainda choca tanta gente, porquê?
      Mãe é mãe e Pai é pai. Todos são insubstituíveis.
      Nem sempre é mau para a criança, como julgam...
      Até há quem prefira.
      Tem tempo para usar do filho e tem tempo para usufruir de outras coisas.

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    2. E pelo que a S* foi mostrando, quem acompanha o blog dela sabe que o pai do Rafael era muito protector e chegado ao filho, portanto, não me choca nada a guarda partilhada.

      Conheço um caso em que o casal quando se separou andaram às “turras” por causa dos filhos... mais tarde lá se entenderam pelo bem de todos e chegaram à conclusão que a guarda partilhada foi o melhor que podiam ter feito.

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    3. Anónimo21 de outubro de 2020 às 22:52

      Creio que a admiração não está na guarda partilhada!! Mas sim na situação em si.... obviamente que a pessoa que comentou, não leu o post em que a S. assumiu que se tinha divorciado logo foi apanhada(o) de surpresa.
      Certo??

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    4. A surpresa não me parece que seja pela guarda partilhada mas sim pelo facto da S* já não estar com o marido. Essa anónima não deve vir aqui ao blog regularmente e talvez não estivesse a par de um dos últimos posts.
      Como o outro diria "as pessoas sabem ler mas não sabem interpretar"

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    5. Talvez a pessoa não tenha lido o post em que a S* mencionou que se tinha divorciado, certo. Mas não sei se leu ou não...
      A guarda partilhada de início pode parecer má ideia, mas como referi, na minha opinião também tem as suas vantagens.

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    6. Optamos pela guarda partilhada, claro. O menino já tem idade para entender (minimamente) a situação e, para a criança, é sempre a melhor opção - o próprio Procurador o referiu. Exceptuando quando são bebés, é o melhor para a criança. Ele está bem, nós estamos bem. :)

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    7. SAC certo.
      Eu não tinha lido o post da S* em que ela disse que se tinha divorciado. Daí a surpresa.
      Mas pronto, assim uma série de pessoas desabafaram sobre as guardas partilhadas e de certeza que ficaram mais leves e calmas para o resto do dia.
      S* um beijinho grande, não pela guarda partilhada, mas pelo momento. Nota-se que és boa pessoa e mereces o melhor

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    8. "para a criança, é sempre a melhor opção "

      Uma curiosidade: como gerem as coisas dele? Andam sempre a mudar de sitio? Não é complicado? Eu conheço um caso de uma miúda que quando se tornou adolescente bateu o pé que queria parar a guarda partilhada e ficar so num lado, pois estava farta de andar sempre a fazer malas de uma casa para a outra, de ter de escolher a roupa e as coisas para levar, e depois queria alguma coisa e estava na outra casa, que sentia que nunca tinha o espaço dela com tudo o que precisava, estava sempre dividida. Nunca aconteceu o vosso filho querer um brinquedo especifico que estava na casa do outro? Sei la, às vezes as crianças são tao apegadas a um brinquedo que podem fazer uma birra descomunal por isto ou por aquilo, e obvio que também não andam sempre a transportar toda a roupa, calçado, livros, brinquedos, etc de uma casa para outra.

      No meu tempo não havia nada disto. As crianças ficavam com as mães e os pais ficavam um fim de semana de 15 em 15 dias, mas eu nem isso tive, o meu pai quando saiu de casa foi ter com a amante, ainda me veio buscar uns domingos para passear mas passados uns meses desligou e nunca mais o vi :-(

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    9. E eu conheço uma adolescente que decidiu que queria guarda partilhada. Não é por isso que acho que todos os adolescentes vão pensar da mesma forma.

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    10. Anónimo das 18:48, lamento pela sua situação. Vai daqui o meu abraço solidário.

      Quanto à nossa estratégia, sempre recusamos que o menino andasse com sacos. Dividimos tudo o que era roupa, calçado, cuecas, mochilas, até roupa de cama, para ele continuar a ver a roupa que conhecia. Quanto a brinquedos, o pai levou alguns peluches, mas onde está também tem muitos brinquedos. Até hoje, o Rafael nunca pediu para levar brinquedo nenhum de uma casa para outra... Parece saber o que pertence a cada lado. Tem corrido mesmo de forma tranquila, felizmente.

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    11. No nosso tempo fez-se muita coisa mal feita e uma dessas coisas era a falta de estarem com o pai.

      Como mae não consigo imaginar viver a ver os meus filhos 1 vez/semana ou só poder estar com eles 2 fins de semana por mês.
      Era uma tortura que prejudicava não só os pais mas principalmente as crianças.

      Lá porque conhece uma rapariga que na adolescência decidiu que não queria, não significa que isso não seja o melhor na grande maioria das situações.

      Obviamente que o ideal era serem as crianças a estar sempre no mesmo local e serem os adultos a mudar de casa mas a grande maioria não tem dinheiro para conseguir fazer isso.
      Pessoalmente conheço um ex-casal que trocava quem vivia na antiga casa de família. Ambos tinham outras casas onde viviam sozinhos e os filhos permaneceram sempre no seu espaço.

      Não precisamos de falar de casos isolados ou utópicos.
      Eu, se me divorciar não só não terei possibilidade de manter a minha casa actual e outra ( com tudo aquilo que isso implica) como sei que terei de ser extremamente flexível para que os meus filhos estejam com o pai, já que os horários e as viagens ao estrangeiro constantes fariam com que fosse impossível fazer algo rígido.

      Só espero que, se isso acontecer, mantenha a noção que é o melhor para os meus filhos e não meta os meus problemas com o meu potencial ex-marido no meio da minha capacidade de raciocínio.

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    12. Anónimo das 18:48. Vivo com uma pessoa que tem 2 filhos. A guarda dos meninos é partilhada, se bem que passam mais tempo connosco do que com a mãe. Mas eles têm as coisas em duplicado. Nós compramos as roupas que usam quando cá estão e suponho que a mãe faça o mesmo. Têm brinquedos aqui e lá. Até têm uma PS em cada casa. O mesmo para os manuais escolares. E julgo que são bastante felizes.

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  8. Estar sozinho é bem diferente de estar só!
    Moro sozinha, estou numa cidade longe da família e muitos amigos e nunca me sinto em solidão.
    Em relação ao teu caso, é um processo de adaptação. É normal que agora sintas a casa estranha mas aos poucos vais lidando melhor com a nova dinâmica.
    Força para ambos.
    Essas decisões nunca são fáceis, mas se foi o melhor a fazer para ambos... ambos serão felizes de outras formas.
    Beijinhos

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  9. S. eu comento pouco o blog, mas costumo seguir sempre... Sobretudo a página do Facebook. Já quis dizer algo antes, mas os dias passam rápido e é difícil encontrar as palavras que traduzam aquilo que queira dizer.
    Antes de mais, admiro imenso a tua coragem pelo passo dado em prol da tua felicidade. Só temos uma vida. Muitos de nós vivem uma vida "morna", deixam-se acomodar pelo conforto do conhecido. Acredito que existam milhares e milhares de pessoas que gostariam de dar o mesmo passo, mas lhe falte apenas coragem e sintam medo do desconhecido.
    Quero desejar-te força nesta nova fase! Espero que ambos se consigam reconstruir e que se encontrem em plenitude no futuro. Que os 3 sejam muito felizes e que consigam manter uma boa relação de amizade, carinho e companheirismo.
    Imagino como devem ser difíceis os dias sem o Rafael, mas aproveita nesses dias para te encontrares enquanto pessoa, fazeres o que necessitas e não consegues quando estás com ele... E assim podes aproveitar todo o tempo que estás com ele ao máximo. Podes passar menos tempo com ele, mas podes passar mais tempo de qualidade sempre que estão juntos!
    Deixo-te umas palavras do meu poeta preferido que acho que fazem todo o sentido:
    " Para ser grande, sê inteiro: nada
    Teu exagera ou exclui.
    Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
    No mínimo que fazes.
    Assim em cada lago a lua toda
    Brilha, porque alta vive."

    Sê feliz, S. ! Beijinhos

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    1. Gisela, muito obrigada por um comentário tão bonito.

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  10. Aproveita para fazer aquelas coisas que sempre quiseste mas não tinhas tempo ou a companhia "não o permitia". Vai viajar, que tanto anseias. Vai lanchar com as amigas, como tanto gostas. A tua família parece tão unida e feliz, de certeza que serão agora um grande pilar também. Atira-te de cabeça às coisas que nunca fizeste por medo. Esta é a altura de mudar. Já estás a sair da tua zona de conforto, aproveita!

    E que este tempo sozinha seja feliz!

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    1. Sim, é verdade, apesar da tristeza da situação, tenho mais tempo para mim... A Covid é que não ajuda.

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  11. Eu passei a maior parte da minha vida sozinha, mesmo. Até na infancia passei imenso tempo sozinha, mas sem televisao. Estar sozinha com televisao também fez parte de alguns anos da minha vida, por isso, deixo-te estas palavras:
    Mesmo que te custe ler, mantém um esquema de leitura, nem que seja de duas páginas por dia, de um livro que te faça pensar. Nao te deixes levar pela sensaçao que olhar para um ecra te dá, porque é um entorpecimento para os sentidos e para a razao. Neste momento estás a passar por um reencontro contigo mesma, com os teus valores, um encontro com quem trouxeste de um relacionamente (onde se negoceia sempre muita coisa, até da nossa personalidade e carácter, quando as pessoas sao incompatíveis). Por um lado há a tentaçao de camuflar a dor, mas por outro há uma enorme oportunidade na dor e na solidao que nao podemos deixar passar.
    Tudo de bom, S.

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    1. A S* tem uma família unida, tem a irmã gémea que adora, tem sobrinhos, tem um filho, tem todas essas pessoas à volta dela.
      Acredito que não seja fácil mas crescemos sempre com as mudanças, transições, renovação.
      Sei que o comentário de cima teve boa intenção, mas a Sónia não está sozinha e desamparada nem sequer sozinha...
      Certamente para o pai do miúdo também houve mudanças, secalhar até mais, não sei imagino eu (casa, etc.).
      S* se foi uma decisão vossa agora resta dar tempo ao tempo.
      Lembra-te que te divorciaste mas há toda uma vida pela frente.
      O mundo não acaba aqui, nem para ti nem para ele.
      Apenas decidiram mudar e quem muda Deus ajuda.

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    2. Anónimo das 11:24, a associaçao de se estar sozinha com o estar-se desamparada é sua e nunca minha. Eu discordo completamente dessa visao. O que há agora é tempo. Todas as pessoas que a Anónima refere continuam as mesmas, tanto em relaçao à S, mas também em relaçao às suas famílias e responsabilidades de sempre. Há um lugar na vida da S que ficou vago e que a família nao preenche, nem tem de preencher.

      Ter tempo sozinho nao significa estar-se desamparado. É uma oportunidade fantástica que muitos deixam passar e nem dao conta. Sem nos conhecermos, por mais caminho pela frente que tenhamos, vamos vaguear por becos que preferiamos ter evitado.

      O meu comentário vai só nesta direcçao e nao traz nem metade do peso que a Anónima lhe pos. Espero que a S tenha percebido. Quem comenta o post está a falar com a S, pessoa que le há anos e sabe que ela vai compreender. Provavelmente, se eu lesse a Anónima num blog há dez anos, teria escrito de outra maneira, para nos compreendermos. O meu comentário é para a S. A maior parte das conversas entre comentadores anónimos deste blog enjoa-me, nao me vou por nesse papel agora.

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    3. Eu tenho uma excelente família. Colegas de trabalho fantásticas. Um grupo de amigos reduzido, mas forte. Não estou sozinha 'nesse sentido'. Mas, claro, é preciso habituar-me a chegar a casa e estar sozinha. Jantar sozinha. Cozinhar só para mim. Tudo isso demora, é doloroso e, admito, um bocadinho traumatizante... Mas tudo passa. <3

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    4. O que eu quis dizer foi que a S* tem várias pessoas à volta dela que irão certamente ajudar nesta fase.
      Eu nunca menosprezei a dor da S* nem do pai do Rafael, aliás, nunca o faria.
      O que quis dizer, repito, é que de facto ela deve ver o lado bom de toda esta situação.
      Caso não saiba cara anónima existem casos em que depois de um divórcio os envolvidos são “obrigados” a mudar para cidades longínquas ou para o estrangeiro...porque a vida mudou... já pensou nessa situação quando há filhos envolvidos?!
      Quando na hora em que precisamos nem sequer temos ninguém ali ao lado para ir “apanhar” pinhas.
      E as saudades com os filhos?!
      Pois é...

      A S* tem, felizmente.
      Tem uma base em quem se apoiar.
      Não é a mesma coisa?! Pois evidente... mas ajuda não?

      Mas realmente tem razão, há comentários que metem nojo, sobretudo, vindo de pessoas irritadiças por tudo!!!!!

      Para a Sónia vai daqui um beijinho.
      Tarda nada e a Primavera regressa. :)

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    5. Vou dar aqui um testemunho oposto.

      Moro num meio pequeno, onde a mulher é suposto casar e ter filhos, portanto desde adolescente o meu sonho sempre foi conseguir encontrar um homem para partilhar o resto da minha vida e ter um casamento feliz...tinha pavor de ficar para solteirona como algumas velhotas da aldeia, ou ter de ficar num casamento morno com alguém que não se ama, ou que o marido até trai com outras, só para não ficar sozinha como algumas senhoras que conheço aqui. Lembro-me de no primeiro ano da faculdade estar a chorar no quarto porque as outras colegas iam arranjando namorado e eu nada. Ora, no terceiro ano da faculdade arranjei namorado, casamos, sou completamente apaixonada por ele, e ele por mim, damo-nos super bem, aos 40 anos continuamos com a chama acesa no casamento, temos a nossa casa, o nosso espaço, um bom emprego cada um e folga financeira.

      E agora se me perguntam se sou super feliz, eu digo que não. Porque me falta o resto. Porque não tenho amigos, não tenho família próxima com quem conviver, não tenho relacionamento com colegas de trabalho fora do emprego. Sou basicamente so eu e o marido, e isso não me chega. Ele sente-se feliz, está bem assim, diz que eu lhe chego e que não precisa de mais ninguém. Mas eu sinto falta de mais alguém. Por isso quando olho para alguém como a S* que neste momento não tendo uma relação romântica, tem uma família alargada , amigos e colegas de trabalho com quem se dá bem, sai, convive, diverte-se, tenho tanta inveja. E às vezes chego a pensar, será que é castigo do destino? Tanto eu sonhei e pedi por um marido perfeito, que agora que o tenho não me chega, e falta-me tudo o resto o qual na minha juventude nunca pensei que faltasse.

      Para clarificar: a minha família próxima é apenas a minha mae, pois como referi noutro comentário acima o meu pai abandonou-nos, não nos damos com a família do lado dele, do lado da minha mae os meus avós já morreram, há um tio solteiro que vive em Lisboa e so vejo no Natal e so tenho uma irmã que também mora longe e so vejo nas ferias grandes e Natal. O marido é filho único, os tios e primos todos emigrantes, e os pais moram longe, também só la vamos nas ferias e alturas festivas. Ou seja, não tenho família alargada com quem estar regularmente nos fins de semana, tal como via a S* na piscina, nos picnics.
      No trabalho falamos bem durante o dia, mas ninguém quer combinar nada para depois, volta cada um para sua casa e não há vontade para convívios extra-laboral.
      E os amigos da secundária e da faculdade foram-se afastando ao longo dos anos, cada um na sua terra, casados, com filhos, cada um na sua vidinha do dia a dia, e pronto, há um jantar anual de colegas da faculdade que nos juntamos, mas fora isso mais nada.
      Sinto falta de no fim de semana ter com quem sair, falta de poder falar de algo, desabafar de temas pessoais, basicamente so falo com o meu marido e a minha mae.
      Na faculdade era so festas e farra, diverti-me tanto, estava numa residência de estudantes com dezenas de pessoas, falava com tanta gente, que saudades desse tempo. E tudo acabou, as pessoas vão-se embora para a sua vida, e já me chegaram a dizer que o meu problema é não ter filhos, porque os adultos é suposto depois criarem amizades com os pais dos colegas dos filhos devido às festinhas e actividades na escola e eu não tendo filhos é por isso que não arranjo novos amigos.

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    6. Anónima das 20:10, obrigada pelo seu testemunho. Acho que a maioria dos casais acaba por passar pelo tal processo de isolamento, como referiu. Aqui passamos pelo mesmo. O ex marido mudou de cidade para vivermos juntos, acabou por se afastar dos amigos que tinha. Eu também nunca fui super sociável, mas como sempre tive excelente ambiente de trabalho e amigos no trabalho, nunca me senti isolada. Mas aconteceu, é um facto.

      Tente arranjar algo só para si. Algo só seu, mas que proporcione momentos com outras pessoas. Eu estou a fazer isso com a dança. Gosto, mexo o corpo e convivo com outras mulheres. Só vantagens.

      Tudo de bom para si.

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    7. Concordo, tente arranjar algo só seu mas onde se sinta inserida num grupo, por exemplo.

      Não devemos achar NUNCA que somos coitadinhas só porque a amiga tem namorado e nós não ou porque a vizinha faz isto e aquilo e nós não.
      Essa atitude só prejudica a pessoa que sente que não é merecedora de abundância (seja no amor, na carreira, na vida).

      Amem-se acima de tudo.
      Todos temos um caminho a seguir e não devemos comparar o nosso percurso com o da amiga, da vizinha ou da colega.
      Auto-estima faz milagres, de verdade.
      Às vezes o dito “azar” somos nós que atraímos com a nossa mente bloqueadora.

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    8. Anonima das 20h10

      Como disseram arranje algo seu. Até porque não confie que tendo filhos seria mais fácil porque nem sempre nos identificamos com os pais dos amigos dos nossos filhos e há apenas conversa de circunstância.
      Eu tenho uma boa família e bons amigos mas estão num país diferente do meu. :)
      Agora inscrevi-me na dança (também às segundas, S*) mas é um grupo pequeno, com diferentes idades, por isso não me parece que ali vá fazer grandes amizades mesmo se o ambiente é óptimo. Mas tenho uma amiga que começou agora a ter aulas de ténis, não conhecia ninguém e uma das alunas já lhe perguntou entretanto se não quer marcar de vez em quando um jogo só as duas. Quem sabe estes encontros não levaram depois a uma amizade. Às vezes também pode dar o primeiro passo é convidar alguém do seu trabalho (embora saiba que nem sempre isso é possível: eu dou-me bem com certas pessoas do meu trabalho mas não penso que haja vontade ou interesse em encontros pós-laborais. Mas às vezes marcamos um almoço juntas, o que já é agradável).
      Por isso, força, arranje um hobby onde esteja com outras pessoas. Mesmo que seja ao fim-de-semana. É tempo para si e quem sabe ajude a conhecer outras pessoas. :)

      Tété

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    9. Ai, tantos erros....Desculpem.
      Tété

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  12. Força S.

    O meu truque para quando os meus filhos não estavam (e eu ainda estava sozinha...., ou mesmo não estando, não importa): ocupar o tempo com coisas que nos façam sentir bem! Ocupar o tempo, a cabeça, o tempo livre passa a correr!

    É sempre uma grande coragem. Parabéns pela decisão, o que importa é estarmos bem.

    Beijinhos grandes!

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  13. Oh, querida! Tenho andado um pouco mais ausente e não consigo visitar o teu blogue tantas vezes como costumava fazer e por isso não sabia da situação. Espero que estejas bem - dentro do possível. Lamento que toda esta situação do covid-19 não te permita arejar a cabeça tanto como seria necessário mas desejo que tudo corra bem e que os dias bons passem a ser cada vez em maior número.

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  14. E fazeres por exemplo, um dia por semana, voluntariado numa associação de animais? ♥️

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    1. Ou tenho o meu filho comigo ou tenho de ir buscar o meu filho e passar tempo com ele. Livres, livres, tenho as noites...

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  15. Hello :) De volta por aqui...
    Bom, confesso que não fazia a mais pálida ideia, mas estou muito orgulhosa de ti! Não tens de ter vergonha de nada, nem te sentir mal, nem porra nenhuma. Tens apenas que ser feliz, lutar por essa felicidade junto desse baby lindo.
    Desejo-te o dobro do que desejo para mim... Seguir-te há tantos anos faz-me desejar-te isso.
    Um beijo e um abraço apertado.

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  16. Já tinha feito um comentário num post anterior, quando se falou pela primeira vez do divórcio da S*... Embora quase nunca comente, volto a faze-lo novamente, pela importância do mesmo e porque é também um assunto que me toca.

    Queria fazer só um aparte, acerca da guarda dos filhos, que têm estado a falar. Estive casado 11 anos, estou divorciado faz quase 5. Tenho guarda partilhada e nunca admitiria algo diferente. Pai e mãe têm direito a passar rigorosamente o mesmo tempo com os filhos. É verdade que a partir de determinada idade, acho que dos 12, as crianças podem dizer com quem querem ficar... É um tema controverso, mas, acho que, até atingirem a maioridade, devem estar em guarda partilhada, salvo se algum dos progenitores, por variadas razões, manifestar que têm de ficar com o outro. O foco aqui, é o bem das crianças e o desenvolvimento delas com cada um dos seus progenitores. Cada criança precisa do pai e da mãe. Ponto. Na minha casa, tenho tudo o que as crianças precisam para a vida delas, seja roupa, tablet ou PC, os brinquedos de cada um, tudo e, a única coisa que vai de uma casa para a outra, é o material escolar (e eventualmente, o de desporto). Nada mais.

    Quanto à S*, os seus hobbies e a maneira como agora tem de "ocupar o seu tempo livre", não se preocupe, pois vai ter muito com que se preocupar e muito para fazer. :) Acredite. E não estou a ironizar. Certamente, sabe o que a faz feliz e, como me parece ser uma pessoa curiosa e com vontade de descobrir coisas novas, inconscientemente vai procurar preencher esse vazio, que por agora pode estar a sentir. Há tempo para tudo, é certo. Não sei que idade tem, mas não volta a ter 18 e nem volta a fazer agora o que fazia nessa altura, tal como muitos que entram nesta situação e com idade para ter juízo, fazem. Há coisas próprias para cada idade, acredite. E, como tal, tem de haver, independentemente da idade, um certo equilibrio entre a nossa casa, familia, trabalho, os amigos e nós! Tudo é importante e tudo faz as nossas vidas serem melhores. Não temos de abdicar de nada e temos tempo para tudo, pode ter a certeza.

    O tempo, cura tudo e encarrega-se de meter nos eixos a vida. Temos é de fazer por isso. Dar valor a si própria, gostar e querer mais e melhor para si, vai faze-la valorizar e só deixar entrear na sua vida, algo que realmente valha a pena. As coisas vão surgir naturalmente, se começar a levar a vida por adiante, com essa perspectiva. Não se trata de ser egoísta, porque nunca o será, por querer mais e melhor, ser realmente feliz. E nunca se é feliz a passar por cima dos outros, nem se é plenamente feliz, se não tivermos pessoas ao nosso lado, com quem partilhar alegrias e tristezas. Tudo isto, vai consegui-lo por si.

    Um conselho que poderei eventualmente dar-lhe, é que consiga, o melhor que puder, manter um bom relacionamento com o pai do seu filho, terem mais ou menos a mesma sintonia, no que concerne a gerir a vida do vosso filho. Eu, infelizmente, não o tenho. Sei reconhecer a falta que isso faz. É muito dificil tudo correr bem e estarem sempre de acordo, mas é muito pior o contrário. E isso é muito fácil de acontecer. Por isso, muita calma. Ande com a sua vida para a frente, faça o melhor que puder e, nunca se esqueça de uma coisa: bem ou mal, tudo aquilo que fizer com o seu filho, ele vai reconhecer.

    Seja feliz e tudo de bom!

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    1. Gostei muito deste comentário. Também porque veio de um homem, o que é raro por aqui.
      Deixou um longo comentário com sábios conselhos.
      Com o tempo tudo entra nos eixos, nem mais, acredita S* a vida sabe o que faz.

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  17. Como fizeram com os animaizinhos, S? Força. *

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    1. Ficaram em casa. Na casa que conhecem. Por isso, ficaram todos comigo. :)

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  18. Olá! Acho que nunca comentei no blog, mas o tema do divórcio diz-me muito. Sou divorciada há vários anos, tenho filhos e por isso sei bem o quão difícil o processo de separação pode ser. Não sei se conhece o grupo de facebook "Divórcio Positivo" da Marta Moncacha (https://www.facebook.com/groups/2209234879374205) , mas recomendo uma olhada. Infelizmente quando me divorciei esse grupo ainda não existia, pois nessa altura ter-me-ia ajudado ter uma "aldeia" comigo.
    Muitas felicidades e força!
    MC

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  19. O casamento terminou mas dessa união nasceu o vosso filho que será seguramente o ser que mais amam, portanto já valeu a pena. Certo? :)
    Então, nunca se arrependam pelo passo que deram quando, conscientemente, perceberam que era o melhor para todos.
    Bem haja aqueles que não se acomodam e lutam pela felicidade.
    É mais uma lição aprendida, mais uma prova pela qual passaram, mais crescimento e evolução.
    Tudo é aprendizado.
    Esse filho por algum motivo veio ao mundo. A vossa união fez sentido.
    Assim é a vida. Todos aqueles com quem nos cruzamos em vida tem algo para nos ensinar e algo para aprender connosco.
    E tudo está como tem que ser!

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  20. Este blog é um bocadinho o meu guilty pleasure, assumo. Não deixo comentários mas acabo por me divertir com as tuas peculiaridades e com a caixa de comentários que é uma verdadeira experiência social! Não me identifico minimamente contigo e com a maioria das partilhas que fazes sobre o teu dia-a-dia mas consigo perceber que és uma pessoa com um bom coração. A verdade é que, por aquilo que ias partilhando e desabafando aqui e ali, parecias acomodada nessa relação e de asas cortadas... Sempre achei que merecias mais do que o que tinhas nessa relação e acho que, a seu tempo, irás perceber que ficas melhor sozinha. Força para criar esse menino juntos, evitem ao máximo trazer os vossos conflitos ao de cima em frente a ele e procurem ajuda caso não esteja a ser fácil. Boa sorte :)

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    1. Diana, não preciso que concordem comigo, desde que me respeitem e tratem bem. Boa semana!

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  21. Dias melhores virão ! Um beijinho e um abraço apertadinho :)

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  22. E quando precisares, fazemos um serão por video e animamos pah! :D

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  23. Sónia, estive uns meses ausente da blogosfera e fui mesmo apanhada de surpresa pela notícia. Só para te deixar um beijinho e que corra tudo bem. E que te consigas adaptar à nova realidade o mais facilmente possível e com serenidade :)

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