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Eternos bebés indefesos

Tenho 31 anos. Para a semana tenho uma consulta no Hospital de São João, no Porto, que deverá servir para o agendamento de uma pequena cirurgia. 

A minha mãe insiste que tem de ir comigo. Eu bem explico que ela nem vai poder entrar, por causa da pandemia, e ela ainda resmunga um "não entro o quê? Eu sou tua mãe!", como se eu fosse uma criança de cinco anos que vai ficar abandonada na consulta. 🙄

Agora que a convenci de que efectivamente não vai poder entrar, diz que tem de ir comigo porque eu ia ficar logo atarantada a conduzir na cidade grande. 🙄

Isto nunca vai mudar, pois não?

(e ainda bem que não muda 💖) 

Comentários

  1. Pronto. Com médicos amigos no São João e com meio mundo a conhecer o seu nome, já se vai saber qual é essa "pequena cirurgia"...e muito, muito mais.

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    1. Só se for muito desocupada. Não é nada de interessante. Suponho que a sua vida ainda seja menos interessante. :D

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    2. Acho que o anónimo se referia aos anónimos maldosos que por aqui andam e não a ela própria, mas posso estar errada.

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    3. Realmente haja curiosidade. Parece que a rapariga vai a alguma festa tamanho o entusiasmo.
      Também tenho amigos que trabalham no S. João e nem tal me passou pela cabeça ir cuscar a vida de alguém só porque dá a cara no blog.

      Em relação à tua mãe, em altura de pandemia convém evitar certos aglomerados como bem sabemos.
      Ou a mãe que te acompanhe para fazer companhia mas seria boa ideia ires sozinha à consulta (enquanto a tua mãe dá uma volta ali perto do hospital por ex.)
      Não há necessidade de levar mais uma pessoa.
      Evitem correr risco, para todos e por todos. Por vocês.

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    4. Há uma coisa denominada sigilo médico... além de ética e moral. E já nem sequer falo da questão da invasão da privacidade.
      Enfim... gentinha triste e desocupada!

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    5. A mãe não poderá entrar. Isso é ponto assente. Em tempo de pandemia, obviamente só entra quem tem mesmo de entrar. Mas ela quer ir e está tudo bem. Dará uma volta ou fará o que lhe apetecer enquanto espera.

      Quanto ao resto, nem comento, tamanho o disparate.

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    6. A divulgação de dados pessoais relacionados com a saúde, não entra só na esfera do sigilo profissional mas é também um acto ilegal.
      Quem o comete devia ser imediatamente despedido, ter a cédula profissional revogada e ser impedido de trabalhar na área da saúde.

      A divulgação deste tipo de informação pode destruir vidas.

      Não interessa se é o médico ou a assistente operacional que tem acesso aos programas informáticos onde os registos são feitos. O sigilo é para todo e qualquer profissional que trabalhe na área da saúde.

      Eu nunca daria informações pessoais de um utente fosse a quem fosse.
      Ainda bem que é possível fazer registos completamente privados onde apenas o técnico que atende sabe o que lá está.
      Claro que é mau porque impede a consulta a outros técnicos e não facilita a interdisciplinaridade. Mas há situações onde o potencial risco de fuga de informação não vale a potencial benesse de alguem ter acesso imediato aos registos. Em caso de necessidade, contacta-se directamente o técnico... Assim evitam-se muitos problemas para os pacientes..

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    7. "Há uma coisa denominada sigilo médico... além de ética e moral." Toda a razão. Pena serem poucos a cumpri-lo. Sei se tudo o que a minha cunhada no ano comum faz e deixa de fazer, tudo o que os doentes têm, por onde passaram, se lhes viu o rabo ou não. E nem sequer pergunto, muito menos quero saber. Às vezes gabarem-se de tudo o que fazem é maior do que o sigilo.

      Boa sorte, S. para a consulta e cirurgia. *

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    8. Isto é um disparate pegado. Infelizmente, todos conhecemos algum profissional da área da saúde que conta o que não deve. Mas isto aqui era uma coisa ainda pior... Era uma pessoa QUE NÃO ME CONHECE DE PORRA DE LADO NENHUM a insinuar que ia perguntar a um amigo médico coisas sobre uma utente. Ora bem, eram os dois uns merdas. Tanto quem perguntava, como quem respondia. Mas é-me igual, porque efectivamente nem o assunto é relevante ou secreto, nem acredito que um profissional fosse responder a uma questão destas de um amigo cusco sobre alguém que não conhece de lado algum. É totalmente disparatado.

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    9. S* não é apenas um mero disparate e não desvalorizes a situação.
      Isso que o anónimo disse é muito grave e deve ter consequências legais!
      Caso saibam de alguma situação do género, por favor, denunciem. Se querem uma motivação maior, além de afastar maus profissionais, dá direito a indemnizações bem elevadas! A divulgação de dados clínicos é um acto gravíssimo.

      Ainda relativamente à outra anónima que tem um familiar que é profissional de saúde e que conta os casos clínicos que lhe passam pelas mãos, desde que o paciente não seja identificado ou que não possa ser identificado, não há problema.
      Dizer que uma Ana foi a um hospital e fez uma cirurgia X é bem diferente de dizer que a Ana da Baixa da Banheira ou do 2.º C foi ao hospital fazer uma cirurgia X.

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    10. Não deixa de ser pouco profissional. Talvez até dependa dos códigos profissionais mas no meu é uma falta de ética falar dessa forma sobre os pacientes.

      Também já ouvi a história clínica toda de um paciente num almoço e felizmente a pessoa foi chamada à atenção.

      O mínimo dos mínimos é nunca sequer nomear nomes. Pode fazer sentido entre colegas partilhar experiências mas não se partilha a vida de outras pessoas.

      Nunca a informação pode ser passada como meio de conversa. O objetivo tem sempre que ser o melhor para o próprio paciente ou para um outro paciente que possa bebeficiar da experiência. E a informação é passada de técnico para técnico ( onde a informação transmitida é apenas relacionadas com a situação concreta, dando o mínimo de informação possível).

      Quando existe autorização pode utilizar-se os dados para fins académicos ou outros ( ex entrevistas) mas é sempre obrigatório o consentimento escrito do paciente e nunca se pode dar dados que permitam identificar efectivamente a pessoa.

      S* isto não é normal. Seria muito grave se alguém se dispusesse a uma coisa destas.
      Quem trabalha nesta área não pode simplesmente falar do seu trabalho. Pode partilhar as histórias do local de trabalho, as intrigas, os dramas, as amizades, etc. Os pacientes ficam de fora.

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    11. Também sou médica do ano comum e tento ao máximo preservar a identidade dos meus doentes, mas falo sobre casos clínicos. Para gente fora do hospital sempre sem nomes (com os colegas que trabalham ao nosso lado, é normal que saibam nomes), que é o mais importante (mas não a única coisa capaz de identificar o doente, é verdade). Mas a troca de experiências ("tive um doente que tinha a queixa X, e fez o exame Y e
      afinal tinha W") é boa para irmos aprendendo e, já agora, para irmos aprendendo a lidar com os fracassos. Não é fácil ver morrer pessoas com quem já formámos alguma ligação e que estavam, mesmo que parcialmente, sob a minha responsabilidade. Se saio da urgência ou internamento com um doente instável, saio constantemente a pensar como ele estará, se eu fiz tudo bem, se podia ter feito alguma coisa melhor. E isso não é fácil... Faz obviamente parte da profissão (e da vida, que todos morreremos um dia e não é de saúde a mais), mas não é fácil para uma "caloira". E trocando ideias com os meus colegas - e desabafando com a minha família, fora da Medicina - ajuda-me a ordenar as ideias sobre o que poderei melhorar no futuro e o que era inevitável que acontecesse.
      Ser médico é uma profissão muito bonita, mas carrega-se muita responsabilidade nos ombros

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    12. Fui a anónima que falou da cunhada do ano comum. Claro que, nao teria dito o que disse, nem ficaria chocada se ela não disse os nomes e preservasse a identidade dos doentes. Isso até eu faço com o meu trabalho, acho que é normal em todos nós pq de uma maneira ou de outra temos sempre algum tipo de sigilo. Mas ela não faz isso, ela diz nomes, localidades, ou até para identificar coisas como "é o filho de X, avô de Y, etc etc". Fala da saúde dos vizinhos e do que eles disseram nas consultas. Em almoços de família, onde toda a gente conhece os vizinhos. Até eu, que não sou de lá. E sempre que fala de alguém que ninguém conhece, dá nomes e localidades... Eu sei que estamos em família, mas fico chocada na mesma, porque acho uma falta de profissionalismo atroz. Acredito que, se ela tivesse um caso de alguém que tivesse enfiado algo que nao deve no rabo, mandava logo mensagem no whatsapp para a família. É triste, mas nao duvido.

      E claro, S, não se compara ao teu caso. São ambos mais, mas neste só temos uma idiota (desculpem, lamento, mas é). No teu caso seriam 2... Que nada têm a ver contigo. Triste, muito triste.

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  2. Na próxima semana vou lá fazer a última TEC e o meu marido não poderá ir. Fará apenas serviço de Ambrósio (meu motorista). No dia 26 de junho pôde ir porque era necessário assinar o consentimento informado sobre a desvitrificação dos pequenotes.
    Se fores a consulta externa o acesso é feito pela entrada habitual. No caso de ires ao edifício principal entras pelo Atrium Hospitalidade, onde tem o mural do Vhils (parte inferior da ferradura, do lado esquerdo), onde há duas filas para finalidades distintas. Às vezes é feita medição da temperatura. Se for como anteontem só controlam as máscaras e perguntam para que serviço vais. À partida não vais aguardar tanto tempo pela consulta como seria habitual.
    Por mais anos que passem, as mães veem-nos sempre como miúdos. Vai correr tudo bem :)

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    1. Dando mais uma dica, se tiver de entrar pelas consultas externas, pode usar o parque da faculdade de Economia, que está aberto nesta altura, por não haver aulas. A caminhada é curta e escusa de pagar estacionamento 😁

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    2. Agradeço as dicas, mas eu vou directamente a uma secção muito específica. Não é desse lado. :D

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  3. Aproveita enquanto podes. Nem sabes as saudades que tenho da minha mãe. Acredita, só lhes damos o verdadeiro valor quando já cá não estão...

    Maria

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  4. Epá que gente do caneco, deixem a rapariga ir tranquila ao hospital e façam a vossa vidinha.
    Anónimos estranhos que aqui aparecem...
    Eu deixo sempre o carro no parque privado perto do hospital, raramente encontro onde estacionar.
    Há lá o shopping Campus que a tua mãe pode ir beber um café enquanto espera.
    Tem ligação directa do S. João.

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  5. Acho que faz parte, coração de Mae é assim mesmo eheh

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