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A felicidade nos pequenos momentos

Uma das coisas que a vida e as suas chatices me ensinaram foi a tentar aproveitar os pequenos momentos de felicidade. Ontem conversava com uma colega, que lamentava já não sentir picos de adrenalina nem aquela maravilhosa sensação de deslumbramento.

É verdade que os melhores momentos que vivo são os momentos em que posso viajar, o que não tem acontecido com a frequência desejada. Eu mudei de emprego, entretanto o marido mudou de emprego e quando entramos num novo trabalho temos sempre aquele entrave que é não ter todos os dias de férias disponíveis... E geralmente temos de escolher férias depois do resto da equipa, o que nem sempre permite dias de lazer na altura que mais jeito nos daria.

Bom, tudo isto para dizer que, por causa de diversas circunstâncias que nos foram limitando nesta capacidade de viajar/fazer e conhecer coisas novas, aprendi a ficar feliz com as pequenas coisas. Consigo mesmo ficar entusiasmada com a simples ideia de ir jantar sozinha com o marido ou fazer um lanche demorado a dois. Ao fim de (quase) uma década de relação, acho que é uma boa conquista.

Dizia eu à minha amiga que esta nossa insatisfação permanente é uma espécie de "doença do século XXI". Queremos sempre mais. Mais viagens, mais carros, mais malas, mais sandálias, mais dinheiro, mais loucuras, mais tudo. Nunca estamos plenos, nunca estamos satisfeitos. 

Depois de me sentir a sofrer desta "doença da insatisfação" durante uns tempos, tentei fazer um 'Reset' e voltar à base. Faço por me entusiasmar com pequenas coisas. Hoje vou jantar (em casa!) sozinha com o marido, o que não acontece há séculos. Antes, vou passar no supermercado e comprar uns croissants deliciosos, para amanhã de manhã podermos ter um pequeno-almoço feliz e demorado a três. 

Parece irrelevante? Mas não é. As coisas têm a importância que nós lhe damos. Estas são pequenas alegrias, coisas que podem parecer insignificantes, mas que nos podem e devem encher o coração.

Comentários

  1. Já à algum tempo que os momentos mais felizes são frutos de pequeníssimas coisas.
    Não passa por viajar, por comprar isto ou aquilo, mas sim por momentos em que me sinto melhor, por pequenas conquistas minhas, coisas que aos olhos dos outros são normais no ser humano.
    Sempre fui uma pessoa independente, até à pouco tempo por questões de saúde, voltar a caminhar sozinha significou imenso, poder tomar banho sozinha até deu para chorar... todas estas pequenas conquistas para mim são momentos de felicidade...grandes momentos.

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  2. Eu nem preciso de croissants, chega-me respirar ar puro, ir para a natureza, para a praia ou mesmo em casa e agradecer por tudo de bom que tenho na vida.
    Agradecer mais e pedir menos.
    Agradecer pela minha saúde e dos meus familiares, pelas pernas para andar, pela comida na mesa, por ter net para escrever este comentário, por ter água em casa, Luz, um carro, uma casa, sei lá.
    Agradecer por tudo e ficar feliz por todas as bênçãos. Ficar alegre com pequenas coisas, do visível ao invisível, do material ao oposto. Tudo conta!

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    1. Anónimo 15h15m: tantas vezes resumo esse sentimento, está tudinho no seu comentário. Nem acrescento nada!

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  3. Também não viajo com a frequência que adoraria (e quando começar a trabalhar como tu, ainda menos vai ser), por isso aprendi a fazer o mesmo e descobri que a vida tem vários pequenos momentos de felicidade. O truque é vermos tudo com o mesmo deslumbramento que tínhamos quando éramos crianças :).
    Beijinhos
    Blog: Life of Cherry

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  4. É mesmo isso, aproveitar as pequenas coisas da vida!

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  5. Tens razão, às vezees são as pequenas coisas que nos deixam felizes .

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  6. Acordei, estou viva, mais um dia com saúde. Que bom que é saber agradecer. Muda a vida para melhor.
    Depois de uma meditação de 10minutos, duche, sapatilhas nos pés e agora vou ali à padaria buscar pão fresco e uns bolinhos já a pensar no lanche.
    Comecei o dia bem disposta e espero continuar assim, ou seja, ficar feliz até com pequenas coisas do dia-a-dia.

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  7. Concordo em parte com o que dizes mas eu nao consigo por viagens no mesmo saco que bens materiais como roupas, carros, telemoveis etc. Para mim viajar 'e uma experiencia, uma aprendizagem, uma memoria. Carros ha muitos, telemoveis vai sempre haver um novo no proximo ano, mas viajar 'e completamente diferente. Nada se compara a descoberta de uma nova cultura. Ou ao entusiasmo de tentar aprender a lingua nativa do pais que visitas. Ou o extase de experiementar uma gastronomia nova.
    Eu tenho a sorte , e sim sou imensamente agredecida por ter esse privilegio, de poder viajar varias vezes por ano e sei que seria imensamente mais infeliz se nao o pudesse fazer. Prefiro nao ter carro, nao comprar roupa todos os meses ou mudar de telemovel todos os anos para poder ir conhecer paises novos todos os anos porque isso me faz tao mais feliz do que a alegria momentanea de ter mais um casaco no armario.

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    1. Concordo. Todos esses bens materiais que referiu, dispenso. Só há 2 anos tive um smartphone e foi porque os meus pais me ofereceram, toda a gente gozava de eu ainda andar com um daqueles antigos tipo concha. Eu e o meu marido só temos um carro para os dois e já tem 10 anos. Ando sempre a ver promoções e compro tudo o que posso com desconto, revendo o que já não uso, compro em segunda mão, etc. No entanto, todos os anos faço 4 viagens e já estive em 45 países. Essa é a minha prioridade e aquilo que mais gosto de fazer quando tenho tempo livre (e nunca me arrependi de um cêntimo que gastei aí).

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    2. qual a diferença entre o consumismo em bens materiais e em viagens? é o mesmo efeito de que a S* menciona no post: temos de estar sempre a fazer algo, a gastar algo para nos sentirmos realizados. ela gasta tudo em sandalias e bens materiais de consumo e voce tem de fazer 4 viagens anuais para se sentir feliz. ela gosta de ter, ter e ter coisas. voce gosta de olhar para a sua lista e ver que ja visitou 45 paises e deve andar ansiosa para ver ainda mais.

      atenção, eu pessoalmente gosto mais de fazer viagens do que comprar coisas. facilmente gasto 2000€ numa viagem e nao sou capaz de dar mais de 25€ por um par de sapatos e só compro mesmo quando o que tenho se estraga. mas eu tenho noção que o meu consumismo é igual ao dos outros, so tem um target diferente.

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    3. Acho que a diferença é que as viagens acrescentam-nos e enriquecem-nos, ao contrário, por exemplo, da roupa.

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    4. Não acho mesmo que seja a mesma coisa. Gastar em roupa e objetos que do ponto de vista de necessidade não se justifica a compra e são uma vaidade, não é o mesmo que fazer uma viagem que implica gastar necessariamente em voos, alojamento, comida, etc mas que não é uma vaidade (para alguns pode ser, o exibir que esteve em A ou B, no meu caso não é, apenas disse que estive em 45 países para exemplificar como isso é uma prioridade na minha vida), é algo que vai ser consumido no momento mas que fica para sempre connosco como experiência e enriquecimento pessoal.

      Se não pudesse viajar não ia ficar infeliz, há muitas outras coisas no dia a dia que me dão felicidade. Mas quando tenho férias é o que faço sempre e faz-me muito mais feliz que qualquer bem material.

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    5. Anonimo das 13:41 ha uma diferenca gigante entre ter 30 pares de sapatos e ter mais cultura, mais conhecimento. Se nao consegue perceber isso, acho que tambem nao vou ser eu a conseguir explicar.

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    6. Anónimo1 de março de 2020 às 17:31

      significa entao que nao percebeu o post da S*, mas ao contrario de si eu vou tentar (novamente) explicar. obvio que a viagem da cultura e conhecimentos que os sapatos nao dao. isso não é de todo o que está aqui em causa. O que está em causa é a felicidade. para algumas pessoas a cultura traz felicidade. o que a S* questiona é: nao consegue ser feliz sem isso? nao consegue ser feliz num pequeno momento em que vê um documentario novo, ou le um livro novo na biblioteca sem ser preciso uma mega-viagem para lhe dar essa felicidade?

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    7. Sou imensamente feliz a viajar. Mas estaria bem tramada se a minha real felicidade apenas acontecesse com viagens. Por circunstâncias muito variadas, como estou farta de revelar, tenho viajado muito pouco. Este ano voltaremos a fazer uma viagem - com as limitações que se prendem com um menino de dois anos e um marido que tem fobia extrema e se recusa a entrar num avião. Mas vamos viajar, à nossa maneira. Seja lá fora ou cá dentro. O que importa é sair, conhecer, experimentar, inovar, alargar horizontes.

      Mas tenho essa possibilidade uma vez por ano. Duas, na loucura. Não poderia deixar que a minha felicidade se baseasse apenas em viagens. Aprendi a ser feliz com pequenos prazeres. Não custam dinheiro, mas enchem a alma.

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    8. Anónimo1 de março de 2020 às 19:53

      Muito obrigado por ser tao prestavel e ter esclarecido algo que eu percebi perfeitamente desde o inicio. Acho que aqui temos 'e pontos de vista diferentes.
      Respondendo a sua pergunta, ver um documentario sobre a Argentina nao me traz a mesma felicidade do que me perder nas ruas de Buenos Aires. Nem ler um livro de historia da arte tem o mesmo impacto que correr os museus em Florenca.
      Claro que podemos e devemos sempre apreciar as pequenas coisas do dia a dia mas para mim viajar 'e incomparavel aos exemplos que deu em cima e eu seria imensamente mais infeliz se nao consegui viajar regularmente.

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    9. Se não pudesse viajar não ia ficar infeliz.
      eu seria imensamente mais infeliz se nao consegui viajar regularmente
      Em que ficamos? (a não ser que sejam anónimos diferentes).
      Adoro viajar, adoro deitar numa cama feita de lavado, adoro pão quente com manteiga e pequenos almoços demorados em família, um bom livro, um copo de vinho. Tudo isso me faz feliz, as pequenas coisas e as grandes coisas.
      Não sou infeliz sem elas, mas sou mais feliz por causa delas.
      Maria

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    10. Porque razão o teu marido não tenta ajuda para ultrapassar essa fobia?

      Quando temos uma fobia ou um medo irracional que nos impede de fazer determinadas coisas ou ir a determinados lugares, então devemos procurar ajuda profissional.

      No vosso caso, dado que são uma família e gostam de fazer actividades em família, o facto dele se recusar a viajar de avião é um entrave para todos.

      Ainda para mais quando certas viagens para fora de Portugal são mais baratas do que uma semana no Algarve... (isto é só um exemplo)

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    11. Maria, somos anonimos diferentes.

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    12. Não falo por experiência própria, mas já ouvi dizer maravilhas da formação da TAP para quem tem medo de voar.

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  8. Concordo plenamente S*, mas confesso que sou um pouco "sofredora dessa doença" :/

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  9. Bolas, há sempre alguém neste género de posts q faz a questão de esfregar na cara dos outros q tem dinheiro par fazer 500 viagens ao ano, comprar 30 guarda roupas por ano, quando, digo eu, o intento deste post é sugerir q não é preciso gastar (mto) dinheiro p ser feliz, " the best things are free", mas pronto se as pessoas são felizes só por se gabarem q têm dinheiro, ok... sim, pq a "classe proletária" não tem dinheiro p essas coisas, por muito q poupe.

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    1. Nao precisa de muito dinheiro para viajar. Se o anonimo sente um complexo de inferioridade, o problema ja é seu.

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    2. Se for uma prioridade, consegue. Por exemplo, para ir a Madrid poderá pagar 60€ voo, ida e volta. Não é um absurdo. Mesmo que poupe 10€ por mês, em meio ano consegue pagar o bilhete. O resto do ano poupe mais 10 ou 15€ e consegue pagar estadia de uma noite e ainda comer por lá. Com cerca de 150€ poderá passar um fim de semana diferente e dizer que viajou. Não é assim tão absurdo, mesmo para a classe proletária, como lhe chama.

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    3. Concordo plenamente com o anónimo de cima: para viajar não é necessário muito dinheiro. Há viagens muito baratas em lowcost (comprando com antecedência, claro), há hostels baratos e há também sítios onde se paga pouco para comer...e há sempre supermercados para comprar saladas já feitas, sandes, fruta, iogurtes, etc. Com pequenas poupanças mensais, consegue-se no final do ano ter algum dinheiro para viajar. Tenho 2 filhos e fazemos viagens baratas todos os anos. Como alguém disse, fica por vezes mais barato ir ao estrangeiro do que uma semana de férias no Algarve!

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    4. "mas pronto se as pessoas são felizes só por se gabarem q têm dinheiro"

      olhe a mim tambem me faz confusao as pessoas que fazem questao de se gabar que gastam em tudo o que lhes apetece, num consumismo desenfreado e que a vida sao 2 dias, e que se deve gastar, gastar, gastar em pequenas coisas e que não compreendem quem poupa para algo maior

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  10. Por esse ponto de vista, posso ir a pé a qualquer lado e ficar a dormir debaixo de uma ponte q não gasto nada, mas prefiro estar em casa que tenho conforto e não vou feita pedinte só para dizer q conheço meio mundo. E não, não tenho complexos de inferioridade, há é pessoas q têm a mania q são mais q os outros. Sou muito feliz c o pouco q tenho.

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    1. Fazer uma viagem de forma low-cost não implica ir feita pedinte. Eu já fui e voltei de autocarro para Madrid e foi mil vezes melhor que não ter ido.

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    2. conforto é diferente de luxo. eu escolho casas e residenciais que têm o mesmo nivel de conforto que eu tenho em casa. Se eu em casa troco de toalha 1x por semana, porque tenho de estar num hotel que da toalhas novas todos os dias? se eu em casa tomo um pequeno almoço com um pao e uma chavena de leite porque tenho de ir para um hotel de 4* com mega buffet de pequeno almoço? é disso que aqui se fala. entao a vida que tem em casa é ser pedinte? nao percebi de todo o seu comentario.ha uma grande difeença entre quem vai para fora para hoteis caros e regime de tudo incluido (estão no seu direito obvio mas gastam mais) e quem como eu que prefiro ir para algo que seja semelhante a minha casa e por isso gasto muito menos. Sabe que as pousadas da juventude em Portugal custam cerca de 40€ por quarto e qualquer pessoa pode la ficar? em 2015 fiz toda a costa de Algarve de carro com a familia, ficamos nas pousadas e nao eramos os unicos adultos la....

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    3. Mas quem falou em ir só para "dizer que conhece meio mundo"? Falou-se no exemplo das viagens como algo que faz feliz certas pessoas (eu incluída) e em que se aposta como prioridade, ao contrário de outros gastos que muita gente tem como normais. Não é porque nos achemos mais que os outros.

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    4. Dizer que se tem a sorte e o privilegio de poder viajar varias vezes por ano é ter a mania que somos mais que outros? Enfim...
      Eu viajo porque abdico de outras coisas como comprar roupa todos os meses ou ter carro proprio porque para MIM isso faz sentido e me faz mais feliz. Nao consigo mesmo perceber o seu comentario.

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