Hoje, dois meses e um dia depois da partida da nossa gatinha mais jovem (que já tinha 5 anos), o Rafael começou a perguntar pela Princesa.
A caminho da creche, começa a falar da nossa casa e eu digo que os animais estão em casa e que ficam todo o dia à nossa espera. Então, ele diz "Pirata, Evita, Princesa, Bella, Blackie..."... Depois pára e recomeça: "A Princesa? Mamã, a Princesa?".
Nestes dois meses ele referia sempre as quatro gatas, sem questionar.
Tentei dizer que a Princesa tinha ficado doentinha e que tinha ido dormir para sempre... Não quis esmiuçar a questão, mas ele percebeu e começou logo a choramingar e a gritar "não". Voltei a explicar e lá encarou com um "agora só temos três gatinhas".
Como explicar melhor a um menino de 2 anos e quatro meses?
Não escondas a morte. É algo natural e irreversível, nada adocicado nem dramático (ao pé dele). Não se sabe quando ele terá de lidar com a morte de alguém próximo e é bom que já esteja (mais ou menos) preparado, sem entrar em pormenores sórdidos.
ResponderEliminarA chave da vida é: a verdade apazigua.
Diz-lhe mesmo que a gatinha morreu porque estava muito doente, já não volta mas teve uma bela vida e foram muito felizes juntos. Relembra episódios e brincadeiras que tinham. E pronto, chega. Sempre que ele quiser falar nela (acabará por esquecer), recordem-na com carinho mas sem serem vocês a puxar o assunto.
Já explicaste (teria explicado de outro modo mas cada um explica como consegue quando é apanhado desprevenido).
ResponderEliminarO melhor, nessa idade, creio ser não esmiuçar o assunto. Resposta curta, clara e sempre dentro do mesmo registo se nela insistirem. Procurar não falar o que ainda não têm capacidade para assimilar.
Isa
Olá S.
ResponderEliminarDe facto é muito difícil explicar as perdas a uma criança tão pequena.
Porém tem cuidado a usar a expressão "dormir para sempre". Ele poderá ficar a pensar que se dormir também poderá acontecer-lhe o mesmo. Pode ficar com medo de dormir ou de ver os pais dormir com receio de que seja para sempre.
O melhor é ser verdadeiro e adaptar ao desenvolvimento da criança.
Podes dizer-lhe que é ela estava muito doente e partiu para um sítio desconhecido (podes dizer que se transformou numa estrela que de vez em quando aparece no céu para olhar por nós - se isto fizer sentido para ele).
Força para vocês! Acima de tudo é pensar que essa gatinha não poderia ter tido melhor família. De certeza que partiu feliz.
Bjs
Sem querer soar banal, na história da Branca de neve também sinto que filhos se intrigam com o 'ficar a dormir muito tempo num caixão de cristal na floresta' e se assustam no filme da Disney com a bruxa a cair de um penhasco e morrer... A imagem da velhinha que parecia inocente mas era uma bruxa disfarçada...
EliminarOs psicólogos dizem que as histórias infantis ajudam precisamente a lidar, no mundo da fantasia, com estes temas 'existenciais' do ser humano.
Por aqui explicámos que a avó, que ela não conheceu mas da qual falamos regularmente visto que morreu já ela era nascida, estava muito velhinha e foi para uma estrela do céu. E pronto. A única coisa foi que passou o Verão todo a perguntar à minha outra avó quando é que ela ia para uma estrelinha do céu visto que já é muito velhinha. :P Não é que acredite mesmo que as pessoas são estrelas no céu mas acho que é uma maneira boa de explicar. Acho que para as crianças faz mais sentido do que as pessoas (ou gatos) irem para um sitio desconhecido ou desaparecerem para sempre.
ResponderEliminarTété
Eu acho que depende do que fizer sentido para os pais, a resposta que vos deixar mais confortáveis será a mais adequada. Por cá nunca perdemos ninguém (felizmente), mas a dada altura o Matias ficava muito angustiado quando via o Rei Leão e perguntava sempre se o pai do Simba tinha fugido. Um dia disse-lhe simplesmente ‘não, o pai do Simba morreu’. E pronto, para ele isto fez sentido. Morrer é aquilo. No Verão vimos um caranguejo morto na praia e ele perguntou logo ‘morreu?’. Eu acho que ele percebeu que para nós este é um tema tranquilo e nós também não estivemos ali no sugar coating porque não acreditamos na vida depois da morte, por isso seria estranho para mim falar da questão das estrelinhas no céu e tal. Se algum dia ele perguntar para onde vão as pessoas vou dizer a verdade: não sei, gostava muito de saber mas não sei. Eu acho que não vão para lado nenhum, há quem ache que vão para o céu, ninguém sabe. Mas cá em casa somos super adeptos da honestidade, e tirando o Pai Natal não andamos cá com frufrus e histórias 🤷🏻♀️
ResponderEliminarTambém acho que depende um pouco da personalidade da criança e da idade. Eu por exemplo não me vejo a dizer à Mini-Tété quando ela tiver 8 anos que as pessoas depois de morrerem se tornam estrelas no céu. Não me faz muito sentido. Mas aos 3 anos e em plena fase de "porquês" (dizer "não, o pai do Simba morreu" nunca levaria a "e pronto, morrer é aquilo". Viriam 54248462 perguntas a seguir :DDD) e medos, a ausência de resposta certa e o "paradeiro desconhecido" só ia criar mais confusão. :) Acho que diferentes idades e diferentes personalidades exigem diferentes níveis de honestidade. :)
EliminarOooh... Pequenino ❤️
ResponderEliminarEssa explicacao na minha opiniao foi incorrecta, porque pode associar que doenca e dormir sao coisas ruins, pode ate desenvolver um trauma nestas idades e nao querer ir dormir porque pode nao acordar mais. Nestas idades comecam a sentir medo de algumas coisas, como do escuro, etc. Importante dismistificar as coisas para que nao se tornem problemas serios.
ResponderEliminarDeve dizer-se sempre a verdade , de acordo com a compreensao de cada crianca. Nestas idades nao ha necessidade de entrar em detalhes, mais tarde se ele tiver curiosidade fara mais perguntas.
Acho que fizeste bem, não escondendo e falando numa linguagem perceptível a uma criança dessa idade
ResponderEliminarBeijinho
Não se explica. A morte é difícil de entender até para um adulto, quanto mais para uma criança de 2 anos...
ResponderEliminarPenso que o melhor é não dramatizar muito a questão e deixar que o tempo preencha essa gaveta da memória. O que não é difícil, numa criança dessa idade, sempre com tantas coisas novas para aprender.
P.S. A minha Nina já partiu há dois anos e três meses e eu ainda lhe ouço os passinhos e quando meto a chave na fechadura, ainda espero que me apareça um narizinho na fresta da porta... e ninguém me consegue explicar porque é que temos de ver partir quem nos deu tantas alegrias. E eu já tenho quase 18 anos ;)
é sempre complicado abordar estes temas com crianças tão pequenas, mas com o tempo irá habituar-se a só ter 3 gatas :/ lamento a vossa perda, custa sempre perder um animal de estimação...
ResponderEliminarbeijinhos :) https://ratsonthemoon.blogspot.com/
...difícil...
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