No dia em que te conheci, senti que íamos ser diferentes, especiais, únicos. Lembro-me da primeira vez que te vi, diferente daquilo que esperava, bem mais alto, mais risonho, mais simpático. Gostei logo de ti, senti-me à vontade, dei por mim a partilhar muito de mim. Conversei a noite toda. Eu falei, tu ficaste a ouvir e a rir-te das minhas histórias. Apeteceu-me contar-te tudo. Abrir o livro, pôr as cartas em cima da mesa, dar-me a conhecer. E depois de jantar? Quererias ir embora? Não, não foste. Optámos por ir tomar café, sentar numa esplanada, apesar do raio do frio. Tu, com a tua tshirt cinzenta, o casaco preto. Eu, vaidosa, com a blusinha fina, a passar um frio desgraçado. Não quis ficar de frente para ti, ficamos juntos, na mesa quadrada. Lembro-me perfeitamente de que, a certa altura, me apeteceu entrelaçar o meu braço no teu. Não o fiz, claro. Mas sei que me inclinei mais para ti, até os nossos braços se tocarem. Não sei quem deu o primeiro passo para que fosses embora, nessa ...