Fiquei mesmo chateada com a reportagem da Sic, desta noite. Não sei qual era a cunha da rapariga, de quem é que ela é amiga ou o raio. Mas a reportagem foi feia, de mau gosto e, de certa forma, ofensiva. Ora bem, a reportagem rodava em torno de um livro escrito pela Marta, uma rapariga de 16 anos. No livro, a rapariga falava de como teve de aprender a lidar com a paralisia cerebral da irmã mais nova. Até aqui, tudo bem. Mas não gostei (mesmo) do tom da reportagem. Como se a Marta fosse uma heroína. Como se a Marta tivesse feito algo de especial. A Marta limitou-se a lidar com a deficiência da irmã. Que mais poderia fazer? Deitá-la fora?! Todas as pessoas decentes amam a sua família, com ou sem deficiência. Todas as pessoas decentes cuidam dos "seus", doentes ou não. A Marta disse que ela e os pais "abdicaram de muita coisa" para cuidar da irmã. Não era suposto tê-lo feito? A Marta não é heroína. A Marta limitou-se a ser uma irmã como deve ser. Heroína, no máximo, é