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Mensagens

A mostrar mensagens de março, 2020

(Mimalha)

Hoje a avó Maria veio trazer um bolo de chocolate ainda morno para o neto. Ligou a avisar, chegou à nossa rua, buzinou do carro e lá fui eu, mantendo a devida distância, recolher a caixinha com o bolo.  Viu o neto na varanda, ele fez umas macacadas, deitou a língua de fora, disse que era um super-herói, sorriu e fez sorrir. Foi um contentamento poder ver a minha mãe e receber um mimo, mesmo com a tristeza de a ver triste e de saber que ainda temos tanto caminho por percorrer.

Vaidades em tempos de quarentena

Só para desanuviar um bocado... E mesmo sabendo que, infelizmente, nos próximos tempos, não haverá disponibilidade física nem financeira para roupas novas... Apaixonei-me por estes vestidos da H&M! Desconfio que ia ficar uma matrafona enfiada nestes vestidos. Mas são mesmo o estilo primaveril que mais gosto! (para trabalhar) (amo, amo) (tenho dois padrões deste vestido, colecção Inverno, e adoro)

Se para nós a quarentena é difícil...

Para uma crianca que estava habituada a ir ao parque dia sim, dia não, que ia três vezes por semana à piscina, que passava todos os tempos livres ao ar livre e que ao fim-de-semana brincava durante horas com os primos... para ele, decididamente é bem pior. Nos primeiros dias, não notei muita diferença. Ia dizendo que queria ir brincar com os primos ou com os amiguinhos da escola, mas não falava muito da vontade de sair... Mas agora, depois de mais de duas semanas, está realmente muito mais impaciente, birrento e difícil.  Para adolescentes ou para crianças mais velhas talvez não seja tão complicado, porque entendem as coisas, têm as novas tecnologias e contactam virtualmente com amigos... Mas, com meninos pequenos, Deus nos ajude. Não vai ser mesmo nada fácil.

Siga na luta!

Ontem perdemos o aniversário do cunhado. Daqui a pouco mais de duas semanas vamos perder a Páscoa. E o aniversário do meu irmão, logo a seguir. Se a coisa se prolongar até final de Maio, arrisco perder o aniversário da minha mãe e a festa prevista para os três anos do meu pequeno. Ontem custou-me muito, porque uma coisa é não estar presente no dia-a-dia, outra coisa é não estar presente nas datas especiais. O que nos vale é saber que, quando tudo isto acalmar, vamos marcar uma festarola enorme, com a canalha histérica por voltar a estar junta, sentados à mesa, com doces e bolos (o meu bolo de cenoura delicioso já prometido ao cunhado!), para celebrar tudo o que devíamos ter celebrado. Foca na meta e no que faz bem!

'Book Lover' em crescimento

Se há coisa em que o meu filhote sai à sua mãe, é nos hábitos de leitura. Sou uma leitora frenética, se pego num livro, 'despacho-o' em dois ou três dias. Não gosto de arrastar a leitura quando o livro é mesmo bom. Se demorar mais que uma semana a concluir um livro, é mau sinal. Assim, naturalmente que os livros foram das primeiras coisas que compramos para o Rafael. Primeiro foram livros tácteis, para ele explorar texturas, barulhos, imagens. Depois aprendeu as primeiras palavras com pequenos livros. Hoje em dia, tem um livro das cores, onde reconhece e diz perfeitamente cerca de 100 palavras. É um orgulho. Todos os dias pede para ouvir as historinhas. Como estamos por casa, ouve histórias antes da sesta e volta a ouvir antes de ir dormir, à noite. É um gosto que lhe foi incutido desde muito bebé e que ele naturalmente adquiriu. O marido tem particular paciência para ler 1001 histórias seguidas, mas eu creio ter mais talento para "interpretação" das obras.

Pequenos chantagistas

Hoje fui ao supermercado. Nunca compro gulodices para nós ou para o menino (ele come chocolate ou outros doces ao fim-de-semana, nos tios ou na avó, pelo que nunca compro para termos em casa). Mas hoje, com esta tristeza de situação, comprei uma saquinha de ovinhos de chocolate para o pequeno comer um por dia, até à Páscoa. Mal cheguei a casa, mostrei-lhe, cantei o "Coelhinho, coelhinho, que trazes para mim? Um ovo, dois ovos, três ovos, assim!" e comeu um. Depois do almoço, pedinchou outro. Agora ao final do dia, chantageou emocionalmente até conquistar o terceiro. Agora está aqui a choramingar "Eu prometo, eu prometo. É só mais um e os outros acabou. Eu prometo, eu prometo". Valha-me a santa. Há que ser forte. Uma pessoa dá a mão e ele quer logo o braço.

Ahhhhhh!

Isto do isolamento voluntário é difícil a todos os níveis, mas desconfio que a nível romântico possa ser ainda mais problemático. O marido ficou ontem em casa pela primeira vez (mas está a trabalhar) e já nos pegamos uma data de vezes. Eu ando irritada e ele anda nervoso por ter de trabalhar nesta fase. Stress, incerteza quanto ao futuro financeiro, preocupação connosco e com a família, cansaço, teletrabalho (meu), o facto de não podermos sair nem estar com quem mais gostamos, o miúdo impaciente, o cão de funil a bater em todo o lado e sem me deixar dormir... Enfim!  Perdoem-me o provérbio (de um pouco mau gosto, admito)... Mas se não morremos da doença, morremos da cura!

Ainda há quem diga que os animais não têm sentimentos...

O meu cão está claramente amuado por ter de andar de funil. Pelo menos ao longo deste fim-de-semana, nos períodos de tempo em que o conseguimos vigiar menos (refeições, durante a noite...), vai ter de andar de acessório. Parece uma antena parabólica. O desgraçado foi operado, ao fim de uns dias tirou o penso e logo arrancou os pontos, abrindo a cicatriz. Teve de voltar à veterinária e foi agrafado. Não satisfeito com a primeira asneira, comeu o penso aos pedaços e comeu um agrafo. Agora cá está. Amuado, de funil, para deixar cicatrizar como deve ser.

Desafios

Por agora, um dos maiores desafios consiste em não comer em dois dias a comida adquirida para duas semanas. Durante o dia-a-dia normal estamos tão habituados aos ritmos frenéticos, às 1001 tarefas, que (falo por mim) acabamos por aproveitar apenas as noites para os petiscos calóricos. Mas agora temos o pequeno-almoço que pode ser demorado, o lanchinho a meio da manhã, o almoço, o lanche da tarde, o jantar, a ceia durante o cinema nocturno... Já para não falar do tempo que temos para fazer bolos, panquecas... E não, não apetece cozer legumes! Até o cão anda mais guloso, porque nos vê a comer e também quer.  Quando voltarmos a sair de casa, o difícil vai ser passar nas portas.

O meu Cão

Evitei falar disso durante estas semanas, porque era um assunto que me deixava apreensiva. Finalmente chegaram as boas notícias. O meu cão tem um tumor. Rectifico: tinha um tumor. Com seis anos e meio, feliz da vida e imensamente mimado, apareceu-lhe de forma repentina uma pequena bola cor-de-rosa no sítio onde deveria ter um mamilo. Pensei que se podia ter arranhado, mas dois dias depois lá estávamos na veterinária. O diagnóstico foi praticamente imediato: histiocitoma. Primeiro tentamos um pomada à base de cortisona, porque poderia ser uma inflamação. Duas semanas volvidas, tudo na mesma, pelo que se partiu logo para a remoção do tecido. Lá foi operado, retirou-se o suspeito tumor e enviou-se para análise. Uma semana de espera, até que agora recebo a bendita chamada da veterinária. Histiocitoma benigno, com indícios de remoção total.  É só um cão? Não. É o meu amor de perdição.  Faz amanhã duas semanas que tive de adormecer a minha gata preta, a Blackie. E

Super Mom

Isto de ter de gerir ser boa Mãe e boa profissional ao mesmo tempo assume-se, a cada dia que passa, como uma tarefa ainda mais complicada. Tento dar o meu melhor nas duas missões, mas acabo sempre por negligenciar uma para assegurar a outra. É triste, mas ambas precisam de mim.  Por outro lado, esta situação acabou por me trazer momentos bonitos com a vizinhança. A vizinha de cima ofereceu-me o terraço dela (no topo do prédio) para poder brincar com o Rafael. É um terraço enorme, dá para jogar à bola, bicicleta, até soltar o cão. Fiquei algo emocionada, confesso. Hoje, os vizinhos do lado vieram oferecer-lhe três bonecos que tinham do filho, de quando era pequeno. O miúdo ficou logo todo contente. Que esta tristeza nos torne mais unidos. Que seja essa a única mais-valia de tudo isto. PS: Obrigada a todos pelos conselhos e pelo 'abre-olhos'. Hoje despedimo-nos da família, por uns tempinhos. Que corra tudo bem em vossas casas!

Preocupada

Ontem partilhei esta imagem, porque estar em casa leva muito ao rabo no sofá, à secretária... E a comida consola. Ontem fiz scones para o lanche. Mas depois dei comigo a pensar que "é melhor poupar isto, porque nunca se sabe". Fiquei logo de lágrimas nos olhos. Nem consigo imaginar tal coisa, mas uma pessoa nunca sabe as proporções que a pandemia pode ganhar no nosso país. Se ficarmos todos de quarentena, naturalmente que compras não serão tão fáceis e o reabastecimento alimentar também não deverá ser tão ágil... Até porque implica trabalhadores que também têm família e se querem proteger. Entro hoje num mês de isolamento social, com o meu pequeno. Estou triste e preocupada, mas tenho um filho para entreter e animar. Há que ser forte.

"Um por todos, todos por um"

A partir de segunda-feira fico "de férias" em casa com o meu pequeno. Não lhe ia explicar o que é a pandemia e o coronavírus, porque ele tem dois anos e nove meses e não ia certamente entender. Fiquemos pela explicação "estamos de férias" - o professor da piscina também já estava "de férias" há uns dias  . Claro que ele quis logo saber por que motivo o papá não terá também férias... E não deu para explicar que as situações não são todas iguais. "Um por todos, todos por um", como Os Mosqueteiros de Dumas.  Boa sorte a todos. Vai correr bem.

COVID e as escolas

Andava eu (egoisticamente) a achar que o COVID-19 ia ser um daqueles casos de muita parra e pouca uva... Mas quando se começa a falar de encerrar todas as escolas, esta Mãe que vos escreve até se benze. 15 dias em casa com o pequeno? Numa fase em que ele é tão enérgico e se aborrece com facilidade?  Pelo sim, pelo não, deixa hoje de ir à natação. É assustadora a possibilidade de mandarem os miúdos todos para casa... Não só pelo facto de significar que a saúde deles pode estar em risco, como pelo facto de pôr todos os pais em alvoroço. Não consigo imaginar o caos que iria provocar. Os avós têm geralmente uma saúde mais frágil, fruto da própria idade mais avançada, por isso também não me parecem ser uma solução muito viável. Pelo menos, no nosso caso, não o é. Não sei como vai ser, mas começo a ficar seriamente preocupada. Já nem falo do impacto económico nos negócios.

Memórias da Infertilidade

Hoje lembrei-me desta imagem. Esta fotografia foi tirada numa das (muitas) viagens que fizemos ao Porto, durante os nossos tratamentos de fertilidade. Era uma luta muito nossa, mas nunca solitária. Ia à clínica com o (agora) marido, com a minha mãe ou com a minha tia.  Não conversava muito sobre o assunto, porque detestava ouvir o típico "quando menos esperares, acontece" . Não acontece nada, meus amigos. Há casos em que isto não vai lá com pensamentos positivos ou fins-de-semana românticos sem pressões. É das frases mais recorrentes e mais incómodas de se ouvir, porque apetece entrar logo numa conversa intimista sobre os motivos pelos quais "não acontece", mas ao mesmo tempo não queres desvendar mais nada e só queres parar com os sorrisinhos solidários e as palmadinhas nas costas. As horas de espera eram intermináveis. Às vezes tínhamos viagens de uma hora para lá, outra hora para cá, duas horas na sala de espera, para cinco minutos de ecografia.

Não quero o meu filhote debaixo das minhas asas

Uma das grandes "discussões" cá de casa é o facto de o pai ser o verdadeiro "pai galinha", enquanto eu sou a mãe que abre as asas e empurra o filhote para a vida. Acredito, mesmo, que a independência é uma das maiores forças que podemos dar a uma criança.  Eu tenho uma relação muito particular com a minha família. Somos poucos, mas muito bons. Não somos daqueles familiares que estão juntos todos os dias, mas somos daqueles que realmente gostam de estar juntos. Almoçamos sempre juntos ao Sábado e ao Domingo, fazemos piqueniques, inventamos lanches, arranjamos sempre alguma desculpa para estarmos juntos. Mas... Cada um é como cada qual. Cada um tem a sua vida. A minha mãe é um daqueles bichos raros que passava a semana inteira sem ligar às filhas quando estas estavam na faculdade. Via que estávamos ligadas no saudoso Messenger, por isso estávamos vivas. Não havia cá telefonemas durante a semana, a não ser que existisse alguma pergunta para fazer ou dúvida por

Venham a mim essas férias!

Ahhhh, chega aquela altura do ano em que se marcam os dias de férias e se fazem planos. Por aqui, para já, temos definidas duas semanas, uma no início e outra no fim do Verão. A ideia, para Junho, será voltarmos a Madrid.  Tenho um pequeno que fará 3 anos em finais de Maio e, sinceramente, acho que me apetece mais repetir um destino do que investir numa nova cidade. Motivos? Ora bem, porque em Madrid, há sete anos atrás, já fizemos as típicas visitas turísticas ao Museu do Prado, Museu Rainha Sofia, estádios, etc. Com um miúdo tão pequeno, dificilmente me enfiaria em museus (que adoro visitar, mas sem um menino com tendência a birras...) e em espaços que exigem e merecem mais concentração. Por isso, fico com receio de escolher um destino novo e não o poder aproveitar em pleno. Acho que prefiro deixar Barcelona para depois, até porque a viagem seria muito mais complicada (carro, remember? ). Quero mesmo é passear, andar na rua, aproveitar as praças e os jardins de Madrid.