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A mostrar mensagens de abril, 2020

(até vejo os euros a somar)

Quando chegar a conta da luz até me vou benzer... Eu usava o forno uma vez por semana, se tanto... Agora é todos os dias... Para pão, pãezinhos de leite, arroz de carnes, gratinados, rolo de carne, batatas fritas no forno, batatas assadas, douradinhos, pizzas caseiras...  Já sei que é suposto tentar usar o forno de forma inteligente... Ainda na semana passada, quando fiz um rolo de carne picada aproveitei e fiz também um bolo mármore, para utilizar o forno para as duas coisas ao mesmo tempo... Mas nem sempre é fácil a gestão e acabo por utilizar mais do que gostaria.  Madre mía,  nossa senhora da EDP me proteja!

Ver o lado positivo da quarentena #11

Quando isto terminar, vou ter de mandar erguer uma estátua em honra do santo do meu homem. É capaz de estar uma hora seguida a responder aos "Porquê?" do nosso filho. Ainda não tem 3 anos e já está nessa fase. São 17h55, estou agora a desligar o portátil para me despedir do trabalho por hoje e a ouvi-lo a responder às 1001 perguntas que o nosso filho coloca enquanto vêem, no nosso quarto, um DVD antigo do Robin dos Bosques. Por que é que é o mau? Por que é que tem uma coroa? O que dizeu (AKA 'disse') a menina? Por que é que vai ganhar ao mau? Por que é que está a falar de boca cheia... Porque está a comer, responde o pai .  Por que é que está na praia o caçador? Porquê?

Ver o lado positivo da quarentena #10

Nunca cuidei tanto da casa como agora. Eu ainda fiz umas piadas sobre não ir dar-me a travadinha e lavar as janelas... Mas EU JÁ LAVEI AS JANELAS. Sim, já me deu para esse nível de loucura. Lavei todas com a minha esfregona/mopa, por isso, para minha defesa, foi muito rápido. Andar a esfregar à mão não é para mim, até porque tenho quatro grandes janelas de chão. Também já me deu a maluqueira de, com a mesma mopa, lavar os azulejos do quarto-de-banho maior do tecto até ao chão. Estou mesmo no limiar da insanidade. Já alterei a disposição das coisas da cozinha meia dúzia de vezes. Sempre para melhor, penso eu de que... Ao fim-de-semana limpa-se o pó. Aspirar, o Roomba aspira todos os dias. O marido diz que vai dar um chuto ao aparelho ou atirá-lo pela varanda, de tanto que ele anda aqui por casa... Mas não se oferece para o substituir, por isso tem mesmo de gramar com o meu aspirador de estimação. Hoje tratei de mudar a roupa do meu armário, de Outono/Inverno, para Pri

Ver o lado positivo da quarentena #9

O senhor meu marido quase rouba os Legos do pequeno e entretém-se a fazer construções. Todos os dias inventa uma diferente.  Agora até pede para ser ele cozinhar, porque diz que se entretém e acha uma experiência engraçada. Eu não sou muito fã, porque varia entre bifes de frango ou hambúrgueres - um menu repetitivo, portanto. Isso e vinho. Nunca foi homem de beber, opta por cervejas sociais. Vinho só mesmo na casa da minha família, porque o meu tio é apreciador. Agora dá-lhe para ter desejos de vinho. Não sei se ria ou se chore. Pode ser mau sinal - estamos a levá-lo à loucura.

O lado negativo da quarentena...

Estar a tentar trabalhar e ter um pequenote colado a mim a dize r "quero sentar-me aqui ao teu lado". Explico que tenho de trabalhar, escrever uns textos... e ele responde logo... "Está bem, mamã, eu fico só aqui sentado à tua beira". Senta-se e fica calado uns segundos, até perguntar... "Mãe, por que é que tens de trabalhar?". E eu lá explico que temos de ganhar dinheiro para comprar comida, roupa, brinquedos...  Ai Jesus. Aguenta, coração. Se não tivesse o marido em casa, já me tinha dado uma coisinha má. Sei que é assim com todos os pais em teletrabalho com crianças pequenas em casa. Estou certa que parte o coração a todos. Uma pessoa não se consegue concentrar nem metade. O sentimento de culpa também é inevitável.

Ver o lado positivo da coisa #8

O senhor meu marido (que é a pessoa mais chata do mundo para ver séries) não gosta de ver nada com mais do que um ou dois episódios... Mas de quarentena até fica mais flexível e lá aceita entrar no mundo Netflix comigo. Com o miúdo a ocupar-nos todo o dia, é um consolo chegar ao final do dia (lá pelas 23h30...............) e ver um ou dois episódios de uma boa série. No fim-de-semana vimos "Unorthodox", que é aquela minissérie que me dá mesmo mesmo pena por ter sido tão curta. Agora andamos a ver "Kalifat", que é enervante por ser tão real. Impressionante como conseguem cativar os jovens com tanta facilidade... A ver se ele não desiste a meio, como de costume. Até da "Casa de Papel" desistiu. Que ultraje!

Mad World

Já não basta ter de estar em quarentena e sem sair com a criança há um mês e meio (quase...)... Quando saio, é para ir ao centro de saúde e para marcar um exame no hospital. E amanhã volto ao hospital, para o referido exame. Mas, digo-vos uma coisa... Parecia um cenário de guerra... Entrava uma pessoa de cada vez, uma auxiliar calçava ao utente umas 'meias protectoras', mais a máscara, desinfectando a pessoa dos pés à cabeça... É meio assustador ter de ir ao hospital nesta altura do campeonato, mas pelo menos no hospital onde serei examinada já vi que levam a segurança mesmo muito a sério.  Claro que uma colega troçou logo de mim e disse que me iam fazer como na CUF, que cobra aos clientes o equipamento de protecção individual. 

Ver o lado positivo da coisa #7

Esta quarentena adquiri o hábito domingueiro (era à segunda-feira, mas reajustei para Domingo) de aspirar a casa toda, limpar o pó e pôr a lavar os tapetes da sala e dos quartos-de-banho (quando está sol). Não me deu a travadinha de limpar a casa a fundo, como a muita gente... Mas tenho mais disposição de me dedicar uma hora à limpeza da casa. Na vida "normal", ao Sábado e ao Domingo de manhã vamos sempre ao jardim, à praia, ao parque ou à esplanada, nunca ficamos em casa. Almoçamos sempre em família e, quando a temperatura está agradável, à noite voltamos a passear. Em alguns fins-de-semana, tiramos um pequeno passeio a três mais longo ou para fazer alguma coisa diferente. Muito sinceramente, não abdico minimamente dos meus momentos de lazer para limpar a casa. Se tiver de estar duas ou três semanas sem limpar o pó, estou, sem remorsos. O pêlo é outra coisa - todos os dias o aspirador cumpra a sua função e anda na casa toda.  Agora, fechada em casa, acaba por ser um

Vida de máscara

Uma pessoa tenta evitar, tem esperança... Mas hoje é o dia em que ando a ver máscaras de tecido on-line para comprar. Máscaras cirúrgicas é tarefa impossível, não se encontra em lado nenhum. Por acaso, tínhamos aqui em casa meia dúzia de máscaras simples. Ontem foi o dia em que tive de ir ao supermercado e usei máscara pela primeira vez. Que confusão danada ter de usar aquilo. Há duas semanas, quando fora ao supermercado, usara luvas, mas agora insistem é nas máscaras (uma pessoa não entende nada... não usa... usa... não usa... usa). Mas, como querem começar a 'reabrir o país' e adivinho que voltarei ao trabalho no início de Maio ou em meados do mês... Bom, tenho de me prevenir. De facto, as máscaras de tecido, apesar de não protegerem tão bem, sempre fazem alguma coisa. Tenho a sorte de trabalhar num gabinete com apenas meia dúzia de pessoas e todos relativamente afastados uns dos outros. Não me faz muita confusão ter de voltar, porque acredito que consigo ter os cuidados

Ver o lado positivo da coisa #6

Apesar das insónias (que chegaram e se instalaram na semana passada...), do cansaço extremo (que não sinto quando trabalho no local de trabalho, Jesus Cristo!) e da logística que envolve ser mãe, trabalhadora, cozinheira, doméstica, dona de animais... CONSEGUI MANTER O MEU PESO, CARAGO! O balanço do primeiro mês é positivo, porque tenho comido muito mais ( bye bye, jejum intermitente!), tenho feito bolos e pães, investido nos chocolates e nas amêndoas da Páscoa... Mas, milagre dos milagres, não oscilei mais do que meio quilo.  Se isto não é motivo de satisfação, não sei o que seja. Só por causa das coisas, marchou mais um Pão de Deus com queijo ao pequeno-almoço.

Ver o lado positivo da coisa #5 (ou esclarecimento do #4)

Ontem foi dia de fazer pão na Bimby pela primeira vez. Muito fã! Em uma hora prepara-se a massa e leva-se ao forno. Ficou mesmo bom, o pequeno adorou, óptimo para o lanche de ontem e o pequeno-almoço de hoje. Hoje foi tarde de outra estreia: Pão de Deus. A massa ficou óptima, mas a cobertura de côco tem de ser melhorada, porque não ficou muito consistente. Se disser que o meu filho comeu um praticamente inteiro dá para ver quão fofinhos ficaram, certo? Não sou grande cozinheira de comida-comida, mas no que toca a padaria e pastelaria acho que tenho forte potencial!

É por estas e por outras que a minha Família é especial

Eu tenho dois irmãos. Uma irmã gémea e um irmão mais velho. Com o irmão mais velho a relação, por uma questão de feitios, é mais distante. Com a minha irmã, é unha com carne. Mesmo com maridos, filhos, trabalhos, vidas a meterem-se pelo meio. Sabendo ela que hoje íamos ter uma Páscoa a três, lá se dedicou a mimar-nos. A minha irmã é daquelas pessoas que pode não comprar para si, mas que passa a vida a comprar para os outros. Gosta genuinamente de oferecer. E hoje ofereceu-nos um almoço que me encheu o coração para as próximas semanas. Ligamos a vídeo-chamada no portátil, estivemos todos à conversa (a conversa possível, com quatro crianças - três de um lado e um do outro - a fazerem barulho). Foram entregues cá em casa francesinhas (deliciosas!) e hambúrguer de queijo para o pequeno. E mais caixas de doces, com Torta de Viana e charutos de ovos. Eu fiz o pão-de-ló - que não ficou húmido. O miúdo parecia que não comia há uma semana - benza-nos Deus! - ao ver as batatas frita

A Páscoa que tem de ser

Quatro semanas de quarentena. Estou a lidar muito bem com isto, digo-vos já. Nunca fui a mais paciente das mães e continuo a não ser. Também nunca fui a mais paciente das esposas e também não melhorei. Mas tenho conseguido gerir os dias com relativa calma. Chego ao final de cada dia e penso "ufa, mais uma etapa concluída com sucesso" . Já faltou mais - embora não se vislumbre luz ao fundo do túnel.  O facto de ter o cão para passear ajuda bastante, que apanhar ar nas fuças revigora qualquer um. As amêndoas e os chocolates também são bom auxílio. Custam-me as datas especiais. Perdi o aniversário do cunhado. Para a semana será o aniversário do meu irmão. Amanhã, a Páscoa, que é sinónimo de família e de momentos bem passados.  Mas amanhã teremos almoço em família, com ajuda das novas tecnologias. A minha irmã - que é a pessoa mais preocupada que eu conheço - tratou de nos arranjar um almoço de Páscoa surpresa, que será entregue cá em casa. Ligaremos o portá

Ver o lado positivo da coisa #4

Apesar do teletrabalho que não conhece feriados ou dias santos (é a vida, faz parte!), esta quarentena tem-me permitido ter tempo para aventuras culinárias. Estou farta e mais que farta de cozinhar e o marido até já se aventurou a fazer as refeições meia dúzia de vezes... Mas há sempre tempo e vontade para fazer um docinho! Já sei que vamos engordar durante a quarentena e, muito honestamente, não estou minimamente preocupada. Faz parte. O nosso ritmo está mais lento, passo horas na cadeira, a trabalhar, horas no sofá ou sentada no chão com o miúdo. Também é a vida e também faz parte. E como não estou preocupada, tenho feito um bolo por semana. É um bom entretenimento, todos apreciamos e assim contrabalanço o facto de não comprar bolachas ou chocolates. A semana da Páscoa não conta, porque me fizeram chegar chocolates e coelhinhos com fartura. Já fiz um bolo de maçã, já fiz bolo de chocolate com ganache de chocolate para cobertura. Já comprei ingredientes para o bolo d

Ver o lado positivo da coisa #3

Nunca brincamos tanto juntos. No dia-a-dia habitual, com o trabalho e as 1001 tarefas de casa, entregava quase sempre a "pasta da brincadeira" ao senhor meu marido, que é o mais paciente e dedicado do mundo no que toca a repetir até ao infinito aquilo que faz o pequeno sorrir. Agora, apesar de toda a tristeza, temos tido tempo para jogar às pistas de carros, para pintar, para fazer recortes (novidade, nunca tínhamos feito!), para brincar à banca de ferramentas e tudo mais. Sem dúvida que, enquanto família, vamos sair disto mais unidos - apesar das birras, das mini-zangas com o marido e dos stresses de quem está há quatro semanas com a vida do avesso. O pior vai ser voltar à escola... Nem quero imaginar a choradeira.

Ver o lado positivo da coisa #2

E o Monte Evereste de roupa que não passo a ferro? Eu nunca fui 'maluquinha' como a minha tia e a minha mãe, que até os panos da cozinha passam a ferro. Pelo amor da santa, tenho amor à vida, embora respeite perfeitamente as pancas dos outros. Nem toalhas, nem panos, muito menos cuecas ou meias (sim, sei que há quem passe cuecas a ferro). As calças estão amarrotadas? Estão óptimas para ficar no sofá. A camisola está enrodilhada? Perfeita para brincar com a criança. As toalhas não estão tão fofas? Não tem problema, também é só para secar o corpo, não pretendo andar enrolada nelas todo o dia. Ahhh, a liberdade!

Ver o lado positivo da coisa #1

Ninguém vai ter saudades da quarentena, quando a desgraçada se for. Ninguém vai ter saudades do isolamento social. Mas... Mas... Mas eu vou ter saudades dos acordares lentos (apesar de ter de colocar o despertador para 'entrar ao serviço'), de ficar a dar miminhos no sofá ao acordar, de poder preparar a caneca de café com bolachas maria com toda a tranquilidade do mundo. É. Deste ritmo mais preguiçoso acredito que vá ter algumas saudades.  

Família

Em tempos de quarentena, temos falado muito da família, promovido vídeo-chamadas quase diárias e incentivado o pequeno a lembrar-se de todos aqueles que lhe querem bem. Ontem estivemos a ver álbuns de fotografias (em papel, que eu gosto de ser tradicional nestas coisas) e ele sorria com carinho ao ver os familiares. Ele tem menos de 3 anos, por isso fico algo apreensiva perante este afastamento, que vai durar (julgo eu) uns dois ou três meses, em situação ideal. Provavelmente, vamos assinalar o seu terceiro aniversário sozinhos... a três. Sendo eu uma mulher muito "de família", quero que o meu menino seja igual. E é. Não há maior alegria do que quando lhe digo que vamos visitar os primos. Fica logo histérico. E quem diz primos, diz avós paternos, avó Maria, tios... Até do avô Ricardo que, por circunstâncias da vida, vê meia dúzia de vezes por ano, ele fala com imenso carinho.  Valham-nos os milhares de fotografias que eu tiro. E os álbuns impressos. E as novas te

"Para deixar a Páscoa orgulhosa"

Deus sabe que o meu talento para manualidades é nulo. Não tenho qualquer jeito. Também não tenho gosto ou motivação. Mas, pelos filhos, fazemos tudo, não é? Esta manhã passamos uma hora a fazer artes manuais. Ele a recortar uma folha até ao infinito (não percebi qual era o objectivo, mas tudo bem!). Eu a preparar um aro de cartolina, a recortar ovinhos e fitas, rematando e colando com cola-quente.  Lá fizemos duas "coroas de Páscoa". Ele disse-me que "a Páscoa vai ficar muito feliz e orgulhosa", pelo que certamente estão maravilhosas. Acrescentou logo que "assim, na festinha da Páscoa, vamos ter muitos ovinhos e chocolates". Essa parte ainda vou ter de garantir.