"A minha mĂŁe Ă© a minha filha. Preciso de lhe dizer que chega de bolo de chocolate, chega de cafĂ© ou de andar Ă pressa. Vai engordar, vai ficar elĂ©ctrica, vai começar a doer-lhe a perna esquerda. Cuido dos seus mimos. Gosto de lhe oferecer uma carteira nova e presto muita atenção aos lenços bonitos que ela deita ao pescoço e lhe dĂŁo um ar floral, vivo, uma espĂ©cie de elemento lĂquido que lhe refresca a idade. Escolho apenas cores claras, vivas. Zango-me com as moças das lojas que discursam acerca do adequado para a idade. Recuso essas convençÔes que enlutam os mais velhos. A minha mĂŁe, que Ă© a minha filha, fica bem de branco, vermelho, gosto de a ver de amarelo-torrado, um azul de cĂ©u ou verde. Algumas lojas conhecem-me. Mostram-me as novidades. Encontro pessoas que sentem uma alegria bonita em me ajudar. AniversĂĄrios ou Natal, a Primavera ou sĂł um fim-de-semana fora, servem para que me lembre de trazer um presente. Pais e filhos sĂŁo perfeitos para presentes. Eu daria todos os