O meu filho tem a mania de se fechar em copas quando adultos desconhecidos ou pouco conhecidos metem conversa com ele na rua. Com outras crianças é muito sociável, mete conversa na praia ou no parque, mas com adultos a conversa muda de figura. Sempre que alguém resolve fazer a conversinha habitual "Então meu menino, que idade tens?", ele opta por se colocar meio escondido atrás de mim e eu dou por mim a ser mãe leoa e a assegurar "ele apenas precisa do seu tempo para se ambientar". Assim é. Quando não se metem com ele, ele procura mais facilmente as pessoas.
Incomoda-me um pouco, na verdade... Porque também sou assim e tenho algumas recordações de ouvir comentários do género "então, o gato mordeu-te a língua?" ou "vou ficar triste se não falares comigo".
Claro que as crianças devem ser educadas para serem, exactamente, educadas. Educação passa também por cumprimentar - não por beijinhos e afins. Mas se algumas precisam de mais tempo para se sentirem confortáveis, então que esse tempo seja respeitado. Poucas coisas me irritam tanto como o "mas o primo faz X ou o amigo faz Y". Não comparemos. Se os adultos são todos diferentes como podem esperar que as crianças sejam todas iguais?
Uma vez li que até é de esperar que as crianças façam isso em vez de darem conversa e confiança a qualquer pessoa pois na verdade estão a aprender em quem confiar ou não. Eu procuro que a Mini-Tété diga bom dia e é tudo. Entendo perfeitamente que não tenha vontade de responder a perguntas de quem não conhece até porque se alguém me for apresentado e se essa pessoa começar logo com perguntas de « que idade tem? Qual o seu emprego? O trabalho corre bem? », eu vou sentir-me muito desconfortável e com pouca vontade de responder e a querer o meu espaço pessoal de volta. Ensinamo-los a não falar com estranhos, a não andar a espalhar informação pessoal aos 4 ventos mas depois queremos que respondam a perguntas pessoais de alguém que nunca viram ou não têm confiança.
ResponderEliminarÉ isso mesmo, ensinamos os nossos filhos a nunca falarem nem irem com desconhecidos a lado nenhum e a desconfiar e a protegerem-se de certas situações de perigo com conhecidos e familiares e depois há pessoas que acham que as crianças são "brinquedos do povo". O meu filho só tem que dizer bom-dia ou olá, o resto é ele quem decide quem lhe é próximo ou não...
EliminarGostei dessa lógica. :) Por acaso nunca tivemos essa conversa com o Rafael, nunca lhe dissemos para não falar com estranhos, porque ainda anda no jardim-de-infância e as rotinas dele são muito controladas. Mas pode ter aprendido na escola ou com os desenhos animados... Ou pode apenas ser feitio dele. A verdade é que faço por respeitar. Com a família, claro, reclamo se não quer cumprimentar alguém, porque é apenas birra dele e não me parece sensato dizer "pronto, filhinho, se não queres dar um beijo a quem mais gosta de ti, então não dês". Fora isso, não tem de se sentir confortável com estranhos. Gosto que seja confiante, mas isso não significa que tenha confiança nos demais. Respeito. :)
EliminarEstá mais que provado que a maior % de abusos sexuais em crianças ocorre dentro da família e pessoas muito chegadas...nós como pais temos que estar atentos a todos os sinais e "não confiar em ninguém só porque é família"...é muito triste mas os números mostram isso...
EliminarVai-me desculpar, mas cada um sabe de si. A minha família próxima é o meu pilar, confio a 100%.
EliminarNão me estou a referia à tua família nem a nenhuma em particular, mas no geral e no que mostram os dados estatisticos ....e todos nós pensamos o mesmo em relação aos nossos...
EliminarSe me permitires intrometer-me:
EliminarFalas de estranhos e de dar tempo e espaço à criança de desenvolver confiança. Ao referir as estatísticas (que são comprovadas), o anónimo refere-se, acho, a obrigar crianças a cumprimentar e acatar contacto com ESTRANHOS só porque são família. Estranhos são estranhos. Não se aplica a uma criança a fazer uma birra para cumprimentar a avó que lhe dá a sopa todos os dias :)
É muito perigoso incutir numa criança que agradar aos adultos todos que exigem afectos dela é mais prioritário do que sentir-se segura.
Ah, e olá, estás de volta! É bom sinal :D
Mira
Olá. Anónimo. Quando me refiro à 'minha família', refiro-me às NOVE OU DEZ pessoas em que confio - pais, tios, irmãos, sobrinhos. Não me refiro à família mais alargada. Sobre estes, os 'meus', não existem dúvidas. :)
EliminarMira, serve a mesma resposta que ao anónimo. A família 'estranha' não entra no meu título de 'família-família'. Obviamente que a criança não é obrigada a sentir carinho por gente que vê uma ou duas vezes no ano. Agora aos avós, tios e primos? Claro que tem de cumprimentar, ser educado e carinho. A minha família chegada é o meu pilar, já se sabe. Gosto de transmitir essa mesma segurança e esse mesmo amor ao meu pequeno. :)
Antes de serem nossos filhos são Seres Humanos únicos e com a própria personalidade.
ResponderEliminarA minha sobrinha mais velha também é assim, tal e qual como descreves-te o teu filho.
E confesso, eu em criança era igual também…
E está tudo bem.
O amor maior é aceitar as pessoas tal como elas são.
Eu detesto comparações porque não fazem sentido.
É a pior coisa que podemos fazer a uma criança.
Sem dúvida. Obrigada pela partilha.
EliminarA mim basta-me que a criança seja educada e me cumprimente (não precisa de dar beijinhos, basta um olá, um sorriso, um reconhecimento de que estamos ali). Depois se lhe apetecer falar, fala, se não quiser, tranquilo na mesma. Na verdade não combinei com a criança, mas com os pais. Se não lhe apetecer, não convivemos. Alguns até dá jeito 😂😂
ResponderEliminarahahahahah Gostei!
EliminarAcho que cada criança é uma criança. Há que dar tempo ao tempo :)
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