Hoje diz que é Dia do Beijo. Aproveito o mote para confessar que não sou a pessoa mais fácil para afectos. Penso sempre demasiado. Pondero demasiado. Coloco-me demasiado no lugar da outra pessoa e penso sempre se vou ser chata, se vou incomodar, se vou invadir um espaço que não querem ver invadido.
Não sou de gestos meigos. Tenho o meu núcleo muito (demasiado?) restrito de pessoas e seres a quem me entrego sem pensar duas vezes: Filho, sobrinhos, animais. Curioso... Crianças e animais, aqueles que não nos julgam, correcto?
Fora eles, não sou de toques. Não sou de abraços. Nem de beijos. Sou-o, mas num contexto mais íntimo. Não o sou, fora desse contexto, nem com a família. Não me lembro de abraçar a minha irmã, que é a minha pessoa favorita. A minha tia e a minha mãe também não levam de mim grandes abraços - só quando mos dão e, mesmo assim, não respondo com grande conforto.
Gostava realmente de ser uma daquelas pessoas demonstrativas, que abraçam a família, que beijam os amigos, que tocam, que sentem e se fazem sentir. Não sou assim. Não é de mim. Fico realmente triste por não o ser. O mundo é um lugar muito mais bonito quando os afectos viajam livremente.
Não sei se percebi. Se ficas realmente triste por não ser assim, tens forma de mudar. Começa a abraçar, por exemplo a tua irmã.
ResponderEliminarA personalidade não é fácil de contrariar...
EliminarIsto das demonstrações de afecto não é só assim como a primeira anónima diz.
EliminarEu entendo porque sou igual ao que a S* escreveu.
Não quer dizer que não seja meiga, mas também não sou de demonstrações físicas a toda a hora e muito menos em público.
Também tenho o meu grupo muito restrito.
Na minha família sempre houve amor, mas não somos de dar abraços e dizer “amo-te” constantemente.
Por isso, seria até (muito) estranho, de repente começar a dar abraços e beijos a toda a hora, assim, repentinamente.
Também não fico triste com isso porque há muitas formas de demonstrar afecto.
Aos mais pequenos da família já tenho mais facilidade de dar mimo de todas as formas, até mesmo para que eles aprendam que não é mau dar abraços e dizer “adoro-te” ou “amo-te” à família.
Mas lido bem com isso... até porque também há pessoas que dão beijos e abraços a toda a hora mas depois, em alguns casos, é só automático e nem sequer há sentimento ou união.
Eu concordo que não é fácil de contrariar e não tens de o fazer, se te sentires bem da forma como és (como a segunda anónima). Mas se isso é algo que te deixa 'realmente triste', penso que vale o esforço de tentar contrariar.
EliminarEu também considero que não sou muito de afectos físicos. Costumo até dizer que tenho uma bolha "actimel" , que fico nervosa quando alguém tenta entrar dentro dessa bolha e que há uma distância social (ainda antes do Covid) que muita gente se esquece de respeitar. :) Mas com os "meus" sou diferente. Abraço os meus avós vezes sem conta, os meus pais também, o Jack igualmente e a Mini-Tété nem se fala. :) Com o resto da família, também há abraços mas não tantos.
ResponderEliminarMas beijo menos. Não ando a dar beijos na cara aos meus pais ou avós como dou abraços. Beijo muito a Mini-Tété na cara. E beijo muito o Jack. :)
Também sou assim.
ResponderEliminarQuando me abraçam nem sei bem o que fazer. Provavelmente já fui mal interpretada, mas é apenas timidez/falta de jeito.
Não sei se será da educação, mas sou igual à minha mãe. Apesar de não o demonstrar com abraços sei que gosta de mim.
No entanto farto-me de abraçar e dar beijos aos meus filhos até eles implorarem para parar.
Para mim é a única parte boa do covid: não ter de dar beijos e abraços! Mas não quer dizer que não goste da pessoa.
Não me interpretem mal, mas fico sem jeito.
Desde que me lembro que sou assim: reservada. Apesar de ter melhorado com os anos.
Gostava de ser diferente, mas não sou.
Entendo-te perfeitamente, crianças e animais têm tudo de mim, adultos não...fico sempre a querer fugir quando alguém me abraça e com isto do covid ainda sou pior... ainda veio intensificar mais a minha necessidade de espaço....detesto que me agarrem...
ResponderEliminarQuerida S* compreendo tão bem o que dizes. E não, não é de todo fácil. Eu queria mudar mas não consigo mudar por mais que tente. Lamento mesmo muito ser assim e custa muito que as pessoas nem sempre entendam. Beijinho
ResponderEliminarCom o meu filho são beijinhos e abraços todos os dias.
ResponderEliminarCumprimentar pessoas fora do meu núcleo com beijinhos no rosto desagrada-me. Acho desnecessário e é uma convenção social que não aprecio de todo.
Mas abraços das "minhas pessoas"... Adoro abraços. O abraço sentido de boas vindas, de saudade ou de apoio num momento de dor. Sentir-me envolvida nos braços de quem gosto é, para mim, tão reconfortante e caloroso.
Tenho mesmo imensa saudade de abraçar livremente os meus amigos.
Identifico-me imenso com este anónimo. Adoro abraços, já beijos na face acho um pouco constrangedor.
EliminarAcho que é trauma de infância de quando visitava os meus avós e as velhas todas da aldeia queriam 'beijocar-me', berrghh! Lembro-me perfeitamente de me enroscar logo nas pernas da minha mãe e dela se desculpar com um "é envergonhada". E assim me ia livrando de tal martírio. :)
Posso dizer que foi a única coisa boa que a Covid-19 trouxe: deixarmos de cumprimentar desconhecidos com tanta intimidade. :)
Isto de não se gostar de cumprimentar pessoas com beijos deve ser uma coisa mais comum do que pensamos: por algum motivo a maior parte das pessoas beija o ar e não a cara, fazendo somente aquele movimento de vai-vem e o smack-smack.
EliminarEu acho que deviamos criar aqui um movimento para dizer a todos: pronto, podemos parar com isto, façamos como os nórdicos: apertos de mão, para pessoas comuns, e abraços para os conhecidos. Não tarda podemos tirar as máscaras e depois voltam os beijos àquela pessoa que acabámos de conhecer e que se inclina logo para nos oscular.
Eu sou a anónima das 14:21 e alinho completamente no movimento. :)
EliminarE eu já há muito tempo que mal encostava bochecha com bochecha, mas mesmo assim acho demasiada proximidade para se ter com desconhecidos ou pessoas que não são do meu círculo pessoal. Pensava que era só eu a 'nojinhas' ou a 'estranha'...
Anónimo das 18:47, apoiado!
EliminarConcordo que é desnecessário (com exceção talvez de amigos e familiares próximos), mas em contexto de trabalho então acho pouco profissional e até desadequado. No meu caso, sendo mulher e muitas vezes entre homens, já me aconteceu inúmeras vezes estender a mão e ser puxada para dois beijinhos, ou o clássico 'ah como é senhora dou lhe dois beijinhos'. Estas situações deixam me sempre um pouco constrangida, pois é impossível adivinhar se a pessoa a quem acabo de ser apresentada vai aceitar o meu aperto de mão, ou vai 'pedir' beijinhos. E piora quando no mesmo meio há pessoas que dão sempre beijinhos, e outras, como eu, que preferem claramente apertar a mão (ou até uma 'vénia', já estava mais que bom ahah).
Já escrevi de mais, mas tinha de deixar aqui o meu desabafo :)
Afinal parece que ninguém gosta muito de certos cumprimentos... 🫂 💋
ResponderEliminarEu sou toda beijoqueira :) Na minha família nuclear é comum beijarmo-nos sempre ao chegar e ao sair, fora os beijinhos só porque sim. Então aos mais pequenos, beijos é que não faltam :) O meu marido não era nada de beijos e na familia dele nunca se dá beijos nem abraços. Foi assim que ele aprendeu. Ao longo de todos estes anos juntos, já mudou. Continua a não dar beijos a toda a gente, mas agora já gosta dos meus e já não se incomoda que o esteja sempre a beijocar :) Aliás, agora é ele que anda sempre atrás de mim.
ResponderEliminarContudo, também prefiro guardar os beijos só para as pessoas de quem gosto. Não me sinto obrigada a beijar em contexto social, não me sinto mal com isso, mas preferia não o fazer a estranhos ou pessoas menos próximas. O covid veio ajudar nisso!
Confesso que já estou mortinha por beijar e, principalmente, abraçar os meus amigos que já não vejo há meses!
Oh que giro, é? Não fazia ideia!!
ResponderEliminarAna C, www.adreamersland.com
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Primeiro estranha-se, depois entranha-se. Não sou nada de afectos e até fico desconfortavel quando mos demonstram. Mas também entendi (após muita auto-reflexão e conversas sinceras comigo) que isto tinha uma causa, uma motivação: um bloqueio. E comecei a afronta-lo, a trabalhar nele (já tivemos esta conversa há uns tempos... :)
ResponderEliminarE agora posso-te dizer que estou melhor. Já dou abraços (poucas mas já dou) e o ano passado consegui pela 1a vez chorar em público, demonstrar vulnerabilidade.
Se te deixa triste ser assim... bora lá! Podemos mudar sim! Não tem de ser nem será certamente num mês, nem em 8, quiças... mas será melhor do que antes certamente!