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Mãe de um filho só!

Sempre achei que seria muito bonito ter dois ou três filhos. Como irmã de dois irmãos, sei que a melhor prenda que podemos dar a um filho é um irmão. Nunca sequer concebi a ideia de ter só um filho, por achar solitário. No entanto, isso passou-me quando me tornei Mãe.

Adoro ser Mãe, mas apercebi-me que a exigência física e emocional é algo que não se consegue evitar. Mesmo sendo uma mãe mega relaxada, todos os dias tenho de pensar em sopas, comidas, roupas e afins. Tenho de estar sempre a pensar no que já fiz, no que estou a fazer e no que ficou por fazer. Pequenas tretas, como ter de comprar o pão Bimbo torradas que o pequeno adora ou ter de preparar o saco da piscina para o dia seguinte. Depois do trabalho, o pai costuma tratar do miúdo, dá-lhe banho, brinca e afins... E eu entro em modo piloto automático a tratar das tarefas do dia. Se há quem tenha muito mais trabalho e tenha mais filhos? Óbvio. São opções. Eu sinto-me cansada.

Se fosse só por mim, seria um espectáculo acabar um dia de trabalho e comer uma grande torrada com manteiga e compota. Oh, que delícia! Uma caneca de café com leite, uma torrada e um iogurte e estava mais que jantada. Agora, é todo um chorrilho de tarefas desde que chego a casa (depois de ir buscar o miúdo à creche) até acabarmos de jantar. 

Repetir a experiência? Não, obrigada. Talvez seja egoísta, mas fechei a loja no que toca a filhos. O meu pequeno já me dá trabalho que chegue - e enche-me o coração.

Comentários

  1. É de facto muito trabalho e com dois é tudo a dobrar, mas o amor é a reciprocidade também. Acho que é uma questão de opção, nisso não há regras, cada uma sabe de si :)

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  2. Penso que também contribui muito o teu estilo de vida antes de seres mãe. Eu não sou mãe, vivo sozinha, mas nunca tive o hábito de jantar apenas uma torrada. Ontem, por exemplo, cheguei do ginásio às 21h. Preparei o jantar (que foi só meter um filete de peixe no forno e preparar a salada), ao mesmo tempo que tinha frango a cozer para o almoço de hoje (que tirei do congelador antes de ir para o ginásio). Depois de jantar, ainda lavei a louça e depois lá fui descansar. Quando saí do trabalho, tive de passar no supermercado porque não tinha iogurtes. Estas tarefas já fazem parte da minha rotina. Um filho claro que vai mudar tudo mas, no teu caso, a mudança foi bem maior.

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    1. Nao sei se a S* se referia a um habito ou a uma situação excepcional, sao coisas diferentes. Eu tambem tenho o habito de fazer sempre um jantar certinho, mas por vezes acontece nao me apetecer, sei la, umas 2 vezes por mes, mas sei que com filhos nao se pode fazer isso. Por ex este domingo fui aos saldos com o marido, eram 21h e ainda estava no retail park e queria aproveitar que tinha feito a viagem ate la e estar até às 22h (hora de fecho das lojas); entrei numa pastelaria, pedi um bolo para cada um e um sumo e comemos a correr para despachar. So cheguei a casa às 23h e aí é que fomos comer um prato de sopa que ja tinha feito. Obviamente com um filho nao podia fazer isto. Tal como no dia 1 de Janeiro ao jantar (tinhamos ido almoçar fora portanto nao tinha nada preparado em casa) e nao me apeteceu cozinhar e "jantamos" 2 taças de mousse de chocolate com bolachas, bolo rei, coscoroes e broa com queijo.

      Eu nao tenho filhos e uma das razoes é que nao me vejo a abdicar da minha liberdade de fazer o que me apetece, nos horarios que me apetece, mesmo que sejam casos excepcionais.

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    2. Pois podia ser uma situação excepcional e eu ter interpretado mal.

      Eu no ano novo também não jantei porque não tinha fome para isso. eheh

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    3. Por isso é que eu ainda não tive filhos. Tenho 34 anos e se algum dia me aventurar, duvido que passe de um só filho!

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    4. Não é egoismo nem outra coisa qualquer. É uma decisão TUA sobre o TEU bem estar e a TUA vida. Por mais que crucifiquem as pessoas que pensam para além da 2maternidade fofinha" a verdade é que ninguém viverá a tua vida por ti, senão tu mesma. Portanto pensa sempre no TEU bem estar. Tu estando bem, a tua casa também estará.

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    5. Eu que sou mãe vi o exemplo como situação excepcional. No fundo é o que diz uma das anónimas, ter filhos tira-nos a liberdade, não há muito a fazer. Já não dá para decidir uma hora antes « vamos ao cinema hoje? » ou decidir simplesmente não fazer jantar e cada um se amanha com o que encontrar no frigorífico. Ou estar a ver uma série até às 4h da manhã porque no dia seguinte se pode acordar ao meio-dia. Claro que há sempre maneira de ir tendo tudo isto (ter filhos não é uma prisão) com recurso a avós, babysitters, responsabilidades alternadas entre os pais...mas claro que é diferente de não os ter. Mas ao nível das tarefas domésticas e falta de liberdade não sei se um segundo filho atrapalha assim tanto (afinal, já se tem de fazer o jantar, etc...). Eu acho é que há diferença na carteira e na logística do dia-a-dia.

      Tété

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    6. Claro que o exemplo era uma excepção. Mas era um pequeno prazer que tinha... Comprar baguete fresca, pasta de atum e está o jantar feito. Acordar tarde e almoçar quando apetecer. Fazer planos em cima do joelho. Com um filho, deixa de ser possível e claro que sinto alguma falta dessa liberdade. Apenas isso. :)

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    7. Primeiro quero só dizer que acho perfeitamente legítimo não querer ter filhos nenhuns ou ter só 1 ou até 20.

      Mas tendo 2 não vejo essa privação que falam. Quando são mais novos? Sim. Mas não é preciso esperar pelos 18 anos deles para se ter liberdade...

      Não podemos dar torradas para jantar uma vez por mês? Ou até uma pizza? Perguntem ali ao meu miúdo de 10 anos se esse não é precisamente o jantar preferido dele... ( Claro que não é rotina mas também não é rotina de ninguém aqui, não é?)

      Obviamente há coisas que mudam: por exemplo não consigo ir com o meu marido para o ginásio até às 21h ( alguém tem que ficar com o rapaz e ou vai um ou vai o outro) ou fazer uma saída a 2 até às tantas porque apeteceu a meio da semana mas a partir dos +- 5 anos os miúdos já tem autonomia para estarem acordados um bocado enquanto os pais dormem mais um bocadinho. .. aliás a maioria nessa idade já sabe preparar um pequeno almoço básico. Os pais não têm que acordar obrigatoriamente aquando os filhos... O meu acorda as 6h30 todos os dias. Garanto que não acordo a essa hora.

      Honestamente eu com o meu filho mais velho já tinha recuperado 90% de tudo o que fazia previamente ( os 10% como "férias de um dia para p outro" ou o saie para regressar na madrugada seguinte porque sim é que não tinha recuperado e nem era por ele não querer mas porque o bem-estar dele também é importante para nós e o descanso dele tb). Agora de férias? Quantas noites não saiu connosco, inclusivamente para concertos com protecção adequada para os ouvidos.
      Agora que tive o segundo, com muitos anos de diferença é que voltamos à " estaca zero" e mesmo assim já recuperamos quase tudo novamente. Simplesmente tenho um miúdo que precisa de dormir a sesta e é difícil em certas circunstâncias.

      Acho que no fundo depende de quem já somos: se o nosso ideal for sair todos os dias para a noite, discotecas e assim então vamos abdicar do nosso estilo de vida, sim, se formos mais de viajar, conhecer o mundo, passeios e coisas desse tipo é bastante fácil fazê-lo com filhos, mesmo ainda sendo toddlers.
      Agora nos primeiros 2 anos de vida fica tudo de pernas para o ar mesmo e vivemos basicamente em função das criaturas e é legítimo que as pessoas não queiram passar ou regressar a essa etapa. ( Excepto raras exceções de miúdos que parecem milagrosos).

      Mas por aquilo que a S* foi falando aqui muito honestamente acho que tinha uma visão distorcida da maternidade e expectativas muito desajustadas ( como w ideia de ir com um recém nascido para a praia)... Acredito que o choque qd não se está preparado é muito maior. A maternidade não é cor-de-rosa mas também não é o fim do mundo ou o cenário aterrador que tantas vezes se lê.

      Eu fui mãe pela primeira vez muito cedo, muito mais do que aquilo que antecipava e não me privou de nada. Nem sequer de outra licenciatura e mestrado, de mudar de área, sair, divertir-me e viajar, namorar com o meu marido ... Aliás, pelo contrário, sendo mãe tinha uma motivação muito maior por tudo.

      Claro que não é para todos e não querer alterar absolutamente nada na nossa vida também é um direito.

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    8. Anónimo7 de janeiro de 2020 às 21:57

      "O meu acorda as 6h30 todos os dias. Garanto que não acordo a essa hora."

      é este tipo de coisas que me preocupa hoje em dia quando vejo casais com filhos. eu em miuda levantava-me ao fim de semana, ia ver os desenhos animados e nem me passava pela cabeça ir acordar os meus pais. mas os meus colegas dizem que sao obrigados a levantar-se e a ficar a ver tv com eles, que os miudos os vao acordar à cama e exigem a sua presença la. eu fico parva com isto, parece que as pessoas têm ditadores e nao filhos.

      "Agora de férias? Quantas noites não saiu connosco, inclusivamente para concertos com protecção adequada para os ouvidos."
      ja se falou neste blog disso, a proposito de uma festa que a S* queria ir ver à noite e nao podia por causa do filho, e lembro-me de haver comentarios muito assertivos que se tinha de seguir a rotina dos miudos e que nem pensar irem a lado nenhum depois da hora de dormir mesmo que fosse de ferias

      nao tenho filhos, nao sei se quero ter mas todas estas coisas me assustam muito. parece-me que hoje em dias ter filhos é muito mais dificil do que foi na minha geração porque se exige muito mais dos pais, se espera que abdiquem de tudo em prol dos filhos e lhes dêm tudo. e eu nao sei se tenho altruismo para o fazer.... :-(

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    9. O meu acorda e vai à vida dele, e tem três anos. Agora, também é preciso saber lidar com isso. Ele anda a brincar, a subir aos armários, a comer chocolates se os encontrar, a fazer mil disparates, a espalhar os brinquedos todos... Não temos televisão por opção, por isso ele anda mesmo é a fazer coisas normais de miúdos - ou seja, asneiras. Eu lido bem com isso, mas reconheço que há muita gente que não lida. É verdade que o meu filho pode cair ao subir a um armário e magoar-se a sério, mas nós vamos insistindo na prevenção e na responsabilização e pronto, há que confiar também. Eu também subia a bancos e a armários quando era miúda e estou aqui inteira, e a primeira vez que parti um osso já era adulta :P

      Já com a hora de dormir somos muito nazis. Em três anos e meio o meu filho deitou-se à meia-noite UMA vez, no dia da minha festa de aniversário no ano passado, e foi porque os meus amigos marcaram um fim-de-semana fora com jantar até às tantas e ninguém pensou que o miúdo precisava de ser orientado (por isso veio connosco). De resto, às 20h ou mais tardar 21h está na cama. Nas férias, igual. Mas isso é o que funciona connosco, o nosso filho fica histérico quando está com sono e a páginas tantas já nem ele próprio se aguenta, por isso não nos importamos rigorosamente nada com estas rotinas. Já durante o dia andamos sempre a laurear a pevide sem problemas para todo o lado.

      Quando o meu filho era bebé uma tia-avó do meu marido que teve cinco filhos veio cá a casa e comentou que não conseguiria ser mãe agora porque parecia tudo muito mais difícil. E nós somos MESMO muito relaxados. Por isso sim, hoje em dia é mais 'intensivo', mas também é porque estamos muito mais atentos ao bem-estar dos miúdos e isso é positivo. No meu tempo (tenho 31 anos) ficava para ali sozinha a ver bonecada da Disney, tinha umas Barbies e está a andar. O meu filho tem uma relação muito mais envolvida connosco, brincamos juntos em família, fartamo-nos de passear e de ver coisas giras... Não lhe damos tudo nem pouco mais ou menos. E ser egoísta é bom, ajuda a manter a sanidade mental nalgumas coisas :) Pelo menos eu noto que não sou uma mãe nada 'altruísta' e isso ajuda-me. Ou seja, passo a explicar: para mim, o meu bem estar tem obrigatoriamente de estar um bocadinho acima do deles, porque se eu não estiver bem não consigo cuidar dos meus filhos, fico irritada e cansada e depois não tenho paciência, energia ou disponibilidade nenhuma.

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    10. Sobre isso de levar os miúdos para a nossa rotina, levar a concertos, deitarem-se mais tarde, fazerem coisas diferentes em férias, etc: da minha experiência (mãe quase há 1 ano) é que tudo isso é possível e já o fizemos, mas quem paga a factura somos nós. Já viajámos com a nossa filha para fora, já fomos a casa dos avós nas férias e passar fins-de-semana a hotéis próximos e é tudo muito giro durante o dia, mas as noites tornam-se péssimas. Se em casa funciona a rotina de deitar às 20h, acorda às 2h para biberão, volta a adormecer e dorme até às 7h, tudo isto sem grandes choros ou stress e repetido dia após dia, em férias fica tudo trocado. Acorda 2147120 vezes durante a noite porque está num berço de viagem totalmente diferente da cama dela e está no mesmo quarto que nós ao invés do quarto dela, chora muito mais, acaba a ter de ir para a nossa cama, nós não dormimos nada, fica tudo trocado. Durante o dia se estivermos a passear, tudo bem, mas se estivermos num sítio fixo, temos de lhe dedicar muito mais atenção, porque não são sítios preparados como a nossa casa, que já tem um perímetro seguro por onde ela possa gatinhar/pôr-se em pé.

      Ou seja, concordo que essas mudanças de rotina e eles fazerem a vida com os pais nas suas actividades é perfeitamente possível, mas não vem sem um esforço e cansaço acrescido para os pais, que podem ter gozado esse momento de passeio/concerto/viagem, mas depois pagam a factura nas noites mal dormidas, atenção redobrada, logística diferente por ser fora de casa, etc.

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    11. Joana, olha que eu sou mega relaxada, mas essa de ficar a dormir com ele acordado é demasiado para mim. :D ahahah

      Por acaso, o Rafael, mesmo sabendo sair da sua cama sozinho, nunca o faz. Acho que saiu 3 ou 4 vezes sozinho da cama. Chama sempre por nós - para abrir persianas, tirar da cama e afins. Não me sentiria confortável em dormir com ele acordado. Claro que, durante o dia, eu estou na cozinha, a pendurar roupa, a fazer seja o que for, e ele está sozinho durante 15 ou 20 minutos, se for preciso... Mas tenho sempre o ouvido alerta. Não gosto da ideia de estar a dormir com ele acordado, a poder ir espreitar as gavetas da cozinha (que têm trancas, mas abrem com jeito), a abrir janelas (não é assim tão difícil) ou a fazer algo que o magoe seriamente. Eu claro que saía da cama sozinha, mas já era mais velha... talvez 5 anos. Lembro-me perfeitamente de fazer essas coisas todas sozinha, mas era mais menina e menos bebé. Ele ainda não tem muito juizinho. :) Mas concordo com essa ideia da responsabilização... Provavelmente só não tão cedo para determinadas coisas.

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    12. Eu concordo perfeitamente com essa ideia de adaptar os miúdos às nossas rotinas, mas depende das idades. Não me parece razoável querer ter uma criança num jantar de 2 ou 3 horas, que se torna um tédio e uma frustração para eles - ou exige muita dedicação aos pais (costumamos optar por esta opção). Também não me parece razoável deixar crianças acordadas até de madrugada porque os pais se estão a divertir - a partir de certa hora, crianças de poucos anos não se estão a divertir, estão histéricas com sono. Eu passeei muito no Verão, o Rafael adorava ir aos carrosséis, ver os bombos e a festa... e deitava pelas 22h30 ou 23h00... mas só se pudesse dormir o que queria no dia a seguir. E, regra geral, se lhe mexo nas rotinas, mexo-lhe no bem estar, pelo que evito mexer nas rotinas dele - embora também ache que as crianças têm de se habituar a ambientes, pessoas e situações diversas.

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    13. A minha com 4 anos ainda nos acorda e não vejo as coisas as mudarem num futuro próximo. Porque temos uma cancela a impedir o acesso às escadas e é preciso a força de um adulto para a abrir e porque acho que sabendo que ela pode acordar e ir descer as escadas sozinha já ia dormir pior. :D Acho que teria um medo de morte que ela caísse e nós não déssemos por isso. Talvez com 5 anos as coisas sejam diferentes. Para já, ainda não sinto essa confiança.
      E depois também há a questão do hábito: nunca, nem no apartamento nem nesta casa, se criou o hábito de ela acordar e ir sozinha até à sala porque no apartamento dormia numa cama de grades e tinha de nos acordar para sair e porque aqui há a questão das escadas. Ou seja, não é uma exigência dela acordar-nos, é o rumo das coisas.
      Fora isso, sim, eu sinto falta de liberdade. Ela já jantou cereais ou torradas em dias de excepção, mas ainda assim tive de ser eu a preparar isso. Não fiquei no sofá. :) E eu e o meu marido éramos muito de “vamos ao cinema? Bora” e agora é necessário planear e ver se há alguém que possa ficar com ela. Almoçávamos muitas vezes tarde e a más horas ao fim‑de‑semana enquanto tratávamos de alguns assuntos, com ela não é possível. E não digo isto com tom de queixa, é apenas um relato da mudança que sinto. Mas ela só tem 4 anos. Daqui a 4 anos o meu discurso não será este com certeza. O meu receio num segundo filho são as noites (eu preciso mesmo de dormir bem para funcionar) e a logística do dia a dia mais as despesas inerentes a uma segunda criança. :) Ah, e ainda menor tempo para o casal, que também sinto falta (e trabalho com ele, imagine-se se não trabalhasse. :P).

      Tété

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    14. Teté, é isso tudo. Eu sei que é só uma fase. Que quando tiver cinco ou seis anos será diferente. Mas, aqui há uns dias, ao ler um relato de viagem da Cocó na Fralda, senti já alguma preocupação pateta antecipada pelas férias que pretendemos ter. Porque o miúdo precisa de fazer a sesta, porque fica chatinho a partir da hora de jantar, porque não aguenta muito tempo a andar a pé... Lá está, a vida mudou. Não é tudo tão simples. Agora que deixou as fraldas, é sempre aquela preocupação de ter roupa extra ou de perguntar 1001 vezes se quer fazer Xixi. Agora no Natal foi impedir que comesse chocolate a toda a santa hora. Agora é tentar contrariar algumas manhas que faz para comer...

      Joana, clap clap clap. Também sinto que tenho de estar bem para cuidar bem dele. Por isso, às vezes, ponho o meu bem estar um bocadinho à frente do dele e deixo mais meia hora na creche para ir arejar ou para ir lanchar. Geralmente aproveito os dias em que os avós o vão buscar para essas coisas, mas já aprendi a não ter remorsos de ser um bocado egoísta. Só me faz bem e permite-me ter mais cabeça e paciência para elem

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    15. Por acaso vivemos num rés-do-chão e não temos escadas, mas tenho a certeza que se tivéssemos o Matias ia arranjar forma de passar a forma, nem que fosse a trepá-la ou a ir buscar um banco para passar, ou a observar-nos a abri-la, sei lá. É um miúdo cheio de recursos o meu filho xD E não foi nada de propositado, não foi algo que incutimos. Um dia acordámos e ele estava na sala todo contente depois de ter comido seis queijinhos Babybel, no dia seguinte aconteceu o mesmo mas com o pão, etc. Não o estimulamos propriamente mas também não proibimos, muito pelo contrário, se ele faz é porque consegue fazer sozinho e há que respeitar isso.

      Teté, as noites são ainda piores do que aquilo que me lembrava :P E a minha até dorme 'bem', não sei mesmo como fazem as pessoas que acordam de duas em duas horas. Não noto diferença em relação a ter menos tempo em casal, mas nós também deitamos os miúdos cedo... O mais tardar às 21h está tudo na cama, por isso as horas seguintes são para nós, já era assim e continua a ser assim :)

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    16. Mas que horas seguintes, Joana? É que nós deitamos a nossa às 20h e vamos dormir às 22h, senão não vamos descansar (porque já sabemos que ela vai acordar uma ou duas vezes de noite e às 7h está a pé).

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    17. Eu sempre achei que a minha filha dormia muito e bem mas também estive em casa com ela durante 3 anos e era tudo mais fácil nesse aspecto, mesmo quando ela decidiu começar as noites dela completas apenas a partir das 7h da manhã. Se agora um segundo filho fizesse isto, comigo a trabalhar, seria de doidos porque eu não poderia simplesmente adaptar-me ao horário dele e toca a dormir também de dia. E isto dá-me imenso medo. :)
      Ela continua a dormir bem mas adormece tarde. Muitas das vezes em que finalmente adormece (porque ainda ficamos com ela até adormecer), eu tomo banho, visto o pijama e cama. O Jack a mesma coisa. Não há cá tempo para séries, conversas, etc. Falta-nos realmente esse tempo. :) Com um segundo filho então, o que seria. 😂

      Tété

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    18. Acho piada a anónima ter achado que eu não me levantar cedo ou sair com eles ser algo tão atípico e eu ser considerada " mãe galinha" por tantas pessoas 😂

      O meu maior receio é ser uma "helicopter mom". Não quero mesmo, até porque se sabe o tipo de consequências que isso por norma trás aos miúdos...

      A minha"paranóia" é com a segurança ( principalmente rodoviária). É cadeiras XPTO que passaram o Plus test e ai de quem sonha andar com os meus filhos sem cadeira. Salta a tresloucada em mim que dá palestras aos avós sobre a importância da segurança e mostra os vídeos do YouTube com os bonecos a serem projectados das cadeiras porque levavam quispos 😶

      Fora isso, a casa está feita de forma a terem o menor risco possível de acidentes graves. Pequenas quedas, cortes e assim fazem parte e nós facilitamos a autonomia também.
      Querem fazer algo? Se for mais arriscado ( como cozinhar) posso estar na área mas não me tento meter ou envolver até ser mesmo necessário ou algo mesmo muito perigoso.

      De resto, vamos fazendo a nossa vida consoante achamos mais adequado.

      Com o segundo filho não achei que duplicasse o trabalho relativamente ao primeiro. Acrescentou algumas tarefas que já não fazia, de resto mantém-se tudo igual.
      Acho que a grande mudança é de 0 para 1 filho, principalmente quando o estilo de vida não é compatível com ter crianças ( principalmente quem tiver o hábito de sair para a noite constantemente vai sentir diferença, sim).

      E por outro lado, há coisas que as pessoas se parecem esquecer, nomeadamente as boas. Eu não vejo os meus filhos apenas como um acréscimo de tarefas... Não consigo explicar o amor que sinto por eles mas vai além disso. Temos a possibilidade de assistir em primeira fila ao desenvolvimento de alguém e tentar ser a melhor influência possível na sua vida. E os miúdos têm uma personalidade espetacular. O meu filho tem um sentido de humor inigualável e uma personalidade que eu simplesmente adoro. O mais novo está a seguir-lhe os passos e com 2 anos faz coisas na brincadeira que parecem impossíveis para a idade. Tem um sorriso matreiro e já deixa todos a rir com coisas como fingir que tem o pé preso algures para depois se rir de nós quando o vamos ajudar 🤷

      Claro que enquanto pais temos a tarefa de temperar estes traços de personalidade para que fiquem no âmbito da brincadeira e saibam os limites para o respeito mas eu não trocava a liberdade de sair para um bar à noite sem horários pela possibilidade de estar a ouvir ou a comentar algo com os meus filhos ( neste momento mais com o mais velho, por motivos óbvios)

      Além disso, mais ninguém adora tanto HP como eu cá em casa e é a desculpa perfeita para ir aos EUA ao WW.

      E há momentos inesquecíveis com eles também. Há declarações de amor espontâneas que nos fazem derreter e outras tão desadequadamente fofinhas que nem sabemos como responder ( ex: vou amar-te e cuidar de ti para sempre, até seres velhinha, teres muitas rugas e morreres 😂 - o miúdo teria uns 4 anos).

      Mas se calhar sou eu que tenho um sentido de humor esquesito 🤷
      A maternidade está longe de ser perfeita mas a minha vida também não era perfeita antes de ter filhos, antes de estar casada, antes de ter trabalho, etc... Eu não sei como são as vidas alheias, a minha não era perfeita e não é perfeita agora mas se me dessem a escolher não regressava atrás, nem sequer pelo corpo "perfeito" que tinha antes. Aliás a única coisa que piorou mesmo foi o meu corpo mas passados 11 anos mesmo se não fosse mãe, dúvido que estivesse tudo igual....

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    19. Eu acho que todos nós conseguimos ver o lado bom da maternidade e que não há ninguém apenas focado na parte chata da maternidade e nas tarefas que esta nos traz. Mas no tópico onde se fala da decisão de não ter mais um filho por causa do desgaste e cansaço que se sente e das tarefas a realizar é normal (ou parece-me que assim seja) que seja desta vertente que se fale mais. :) A minha filha adormece tarde e tirou-nos a liberdade do impulso que antes tínhamos mas não acho que seja necessário acrescentar "mas adoro-a, adoro a personalidade e tudo o que de bom trouxe à minha vida" quando digo isto, porque tudo são factos e às vezes falo de uns (menos bons) e outras vezes de outros (maravilhosos). :)

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    20. Eu referia-me no global e não só aqui. ..

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    21. Eu também amo a minha filha e não voltaria atrás sobre tê-la, a minha vida antes podia não ser "perfeita", mas era muito muito boa. Agora continua a ser muito boa, mas a verdade é que chego ao final do dia bem mais cansada e sinto que me sobra menos tempo livre do que antes e tenho saudades disso.

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  3. S*, não me leves a mal, não quero ser intrometida... Mas digo-te, fazer para dois não é o dobro do trabalho. Ir de 0 para 1 é de facto uma grande mudança, mas ir de 1 para 2 não é assim tão diferente. Eles não são bebés para sempre, daqui a pouco tempo (passa num relâmpago) já vão fazer muita coisa sozinhos. Eu cá puxei a cadeira e sentei-me à espera, porque ainda tens uns anos para mudar de ideias. :)

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    1. Claro. Vejo pelo meu sobrinho. Ajuda imenso com os irmãos e como já tem quase cinco anos nem dá "trabalho" nenhum. Mas, lá está, eu tenho de admitir que já me sinto cansada que chegue. Há dias em que só sento o rabo quase às 22h00 e isso é desgastante.

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    2. A minha sobrinha tem 5 e não para um só segundo, mexe e remexe, faz birras como qualquer criança, etc etc. trabalho dá e não é pouco! :)
      Não te sintas “culpada”, é a tua vida e só tu decides o que é melhor independentemente da opinião do vizinho.
      Eu não me vejo a abdicar da minha liberdade tão cedo e já estou nos trinta e alguns... mas mais para a frente, quem sabe!

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  4. Não tens que te justificar ou recriminar por isso.
    Beijinho

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  5. Por acaso vinha fazer o meu comentário muito semelhante ao que já disseram.. Acho que o custa é passar de nenhum para um, mais do que um para dois. Porque o que se perde a nível de liberdade ou decidir no momento, perde-se com o primeiro filho, com o segundo já é mais fácil 😁

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    1. Não é só a comida!
      Mais filhos = mais birras, mais banhos, mais roupa, mais tudo... menos tempo!

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  6. Tenho uma filha com 3 anos e adorava ter mais um filho, dar-lhe um irmão ou irmã. Não irá acontecer, por vários motivos, tomei essa decisão mas tenho muita pena.
    Há dias falava com uma senhora que teve há poucos meses o sétimo filho. Quando eu exclamei "ai meu Deus, sete filhos" a resposta dela foi "a partir do terceiro já não custa nada". Não sei se as rotinas se vão automatizando, se os mais velhos vão colaborando, se a experiência permite maior capacidade para distinguir o essencial e relativizar o que não tem assim tanta importância.... mas acho que requer coragem 😂
    Estou como a Sónia, só com uma cria e há dias que não sei para onde me virar 😂😂

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    1. Os mais velhos ajudam imenso. O meu sobrinho entretém imenso os mais pequenos e só isso já é uma excelente ajuda. MUAHAHAH.

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  7. Eu compreendo-te! Eu sou filha única e sempre me senti só, por isso não queria ter apenas uma filha! Mas como (penso que já sabes) fiquei viúva quando a minha filha tinha 2 anos, não tive outra alternativa! Podia ter refeito a minha família com outra pessoa, mas isso não aconteceu! Agora que passaram quase 14 anos há pessoas que ainda dizem - ainda és nova, ainda podes ter mais um filho! De maneira nenhuma, é cansativo, é! Temos de ter tudo em condições a tempo e a horas, exije-se mais das mães hoje em dia do que antigamente, além de também trabalharmos fora! Não egoísmo da tua parte! Mas também não digas dessa água não beberei! Durante este ano, podes ficar fresca que nem uma alface cheia de força e pronta para mais outra! loool É naquela, nunca se sabe e podes mudar de opinião!
    Beijinhos

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  8. Ainda no fim de semana falava sobre isso com um casal amigo que está prestes a ter o segundo filho que estavam com dúvidas existenciais se iam gostar tanto deste como do primeiro, como seria a logística agora, se me sentia capaz de ter outro filho...

    Para contextualizar, quando conheci o meu marido, já tinhamos um filho cada um e ainda eram pequenos. Eu engravidei pouquíssimos meses depois de estarmos juntos. De repente, vimo-nos em apuros com 3 crianças que ainda não eram minimamente autónomas (e ainda não são). Mas digo-te o que disse ao meu casal amigo: a liberdade e o descanso perdem-se quando se passa de nenhum para um, ter um ou dois (ou mesmo três!) não duplica nem triplica o trabalho, não mesmo (pelo menos na minha realidade). Quando o meu primeiro filho nasceu, não senti aquela bolha de amor instantânea que todas as mulheres proclamam. A preocupação e a insegurança eram demasiado esmagadoras para me deixar curtir aquele bebé em pleno. Do segundo, já senti exactamente o que se diz por aí e foi lindo e só por isto já valeu tanto a pena!

    Obviamente que, neste momento, sou muito mais relaxada e relativizo certas coisas. O primeiro apenas comeu papas caseiras, para o mais pequenino só fiz uma vez. Jurei que filho meu nunca iria comer McDonalds e, neste momento, de 2 em 2 semanas, o jantar à sexta-feira é... McDonalds. A única coisa pior: as máquinas de roupa a fazer não terminam :D Mas ver a relação dos 3, a preocupação dos mais velhos com o pequenino, vale ouro.

    Por isso, sabendo o que sei hoje, a minha dúvida estaria entre ter filhos ou não ter filhos. Depois de decidir tê-los, um ou dois, vai dar quase ao mesmo.

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  9. Por aqui tanto eu como o meu marido fomos filhos únicos durante muito tempo (dez anos), e ambos sempre quisemos ter famílias grandes (pelo menos com três filhos). Para já temos um com três (faz quatro em Maio) e outra com um mês e meio. Quando o Matias nasceu estávamos preparados para uma cena do além, e foi tudo muito tranquilo. Mesmo. Andava nas nuvens, sentia-me super feliz, e no geral sinto que a adaptação à parentalidade (quer a minha quer a do meu marido) foi mesmo pacífica. A isto ajudou claramente o facto de termos um filho muito independente. Alguém falava acima da questão dos acordares, e na verdade o meu filho acorda, vai brincar para a sala, prepara o seu próprio pequeno-almoço (ensinámo-lo a pôr leite no copo e ele aprendeu sozinho a fazer torradas a ver-nos, mas também tem à mão cereais, iogurtes (que consegue abrir e comer), tortilhas de arroz, queijinhos Babybel, etc) e não nos acorda. Ainda hoje a miúda acordou às 5h para beber o biberão, voltei a deitá-la, ela voltou a acordar às 10h e o Matias estava na sala a brincar, já no seu oitavo puzzle, com o pequeno-almoço tomado :D Óbvio que algumas rotinas nossas sofreram adaptações, mas na verdade já vivíamos uma vida mais para o tranquila (sem grandes saídas até às tantas, por exemplo), por isso simplesmente continuámos a fazer isso. Acho que ser relaxado ajuda muito mesmo. Ou melhor, ser relaxado na maioria das coisas. Nós somos histéricos com o sono, por exemplo, nós próprios gostamos de dormir bem e por isso sempre incutimos isso no miúdo. E não nos custa porque muitas vezes dorme ele a sesta e dormimos nós :D

    Dito isto, com a segunda filhota a adaptação foi bem mais difícil. Com o Matias nós ajustámo-nos às rotinas dele, mas a Gabriela nasceu directa para as nossas rotinas e quem teve de se ajustar foi ela :P Andámos ali um mês a bater mal, mas agora acho que já estamos orientados. Mas no nosso caso não sinto que não haja diferença entre ter um ou dois, no fundo há coisas que são a dobrar (dar banho a uma e ajudar o banho do outro, preparar o jantar de um e o leite da outra, máquinas de lavar e de secar todos os dias em vez de dia sim dia não, etc), outras que se mantêm e outras que são mais fáceis (porque já temos experiência e intuição).

    Em relação aos jantares, o que fazemos cá em casa é o seguinte: fazemos o jantar para todos, o Matias janta às 19h depois do banho (nós ficamos com ele à mesa ou então um fica e o outro vai dar banho à miúda), deitamo-lo às 20h (e à Gabriela também) e depois nós jantamos ou não. Se jantarmos boa, se não nos apetecer e preferirmos ficar no sofá a pastelar, ficamos com almoço e/ou jantar para o dia seguinte. Também fazemos muitas vezes o dobro da quantidade precisamente para ter isto em consideração. É claro que não é o ideal e que seria preferível comermos todos ao mesmo tempo, mas para já é o que funciona melhor para todos. Às vezes acabamos por comer com ele se tivermos fome ou se já estiver tudo mais orientado, mas no geral gostamos da nossa rotina de jantar depois a dois, sem miúdos, nas calmas :)

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  10. Percebo-te perfeitamente! Tenho uma filha de 11 meses e se tivesse de decidir já, a escolha era não ter mais nenhum :) tanto eu como o meu marido somos filhos únicos "bem resolvidos", nunca sonhámos com irmãos e sempre vivemos bem nessa condição. Nunca tivemos planos concretos quanto a ter filhos, queríamos ter um e depois logo se via. Neste momento a decisão seria não ter mais.

    Do ponto de vista emocional, via-me a ter mais um ou dois. Tive uma gravidez óptima, a trabalhar e activa até ao fim, correu tudo bem com o parto, amamos a nossa filha, é uma bebé calminha e "fácil" (comparando com alguns casos mais extremos), foi uma fantástica adição às nossas vidas e sentimo-nos muito felizes.

    No entanto, é muito trabalho. Ambos trabalhamos 8h por dia, deslocamo-nos a pé entre casa-creche-trabalho, nos "tempos-livres" temos de tratar das tarefas dela (banho, mudas de fralda, cozinhar, dar de comer e limpar tudo a seguir, adormecer, tratar das roupas) + as nossas tarefas + tarefas da casa e sobra muito pouco tempo para nós dois enquanto casal. Sinto que aquilo que já conquistámos com ela vai-nos dando mais qualidade de vida (o já dormir melhor, o comer já quase de tudo, o já quase andar), mas ainda faltam muitos desafios e ter outro filho era voltar tudo para trás e há coisas que não tenho vontade nenhuma em repetir.

    Ter um filho é irreversível, é uma responsabilidade constante, é um "não desligar". E nós somos das pessoas práticas e desenrascadas que mencionam acima cujo estilo de vida anterior e expectativas se adaptam muito bem a ter filhos. Gostamos de dormir cedo e acordar cedo, fazemos todas as tarefas da casa + cozinhar (levamos marmita para o trabalho), somos muito de sair e passear, nestes 11 meses dela já viajámos 3 vezes com ela de avião para fora de Portugal, somos muito organizados na gestão das rotinas/tarefas, a miúda dorme bem no carrinho/cadeira auto/marsúpio, é muito atenta e curiosa e gosta de passear/fazer coisas novas... mas isto tudo sai-nos do pêlo. Chegamos ao final do dia exaustos, mesmo que tenhamos noites boas (ela agora só acorda uma vez) parece que nunca descansamos o suficiente, estamos muito mais focados nela do que um no outro (perde-se essa atenção pelo casal), chegamos a casa depois de um dia de trabalho/passeio e há sempre coisas para fazer/atenção para lhe dar (não é atirar os sapatos para um canto e espojar-nos no sofá a ver tv e a conversar, como antes ahah), etc. É duro! É muito bom também porque a temos e a amamos, mas sinceramente não me estou a ver a repetir a dose (pensando nesse retrocesso do que já conseguimos e da logística de outro filho implicar menos espaço/condições em casa/carro - ambos não são grandes - conjugar as tarefas/atenção aos dois, a rotina das deslocações com dois e os gastos que isso implica).

    Ter um filho implica muito cansaço físico e emocional, como referes, muito abdicar da nossa liberdade, adaptação, altruísmo, muito amor também. Sei que conseguiríamos ter outro e gerir essa mudança, mas quereremos? Porquê? Não teremos melhor qualidade de vida os 3, mais atenção mútua, mais disponibilidade, mais tempo em família, mais condições, se não tivermos? Não quero ser um mártir esforçado cuja vida é só trabalho e tarefas interrompidas por pequenos momentos de lazer/felicidade :)

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    1. Realmente ter filhos não é para quem acha que isso o torna um mártir por ter tarefas para cumprir.
      E só com este comentário é possível observar que ser filho único tem mesmo um impacto brutal na personalidade das pessoas.

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    2. Querer ter uma vida que seja mais do que trabalhar, cumprir tarefas, pagar contas e morrer é mentalidade de quem não deve ter filhos e é filho único? Se calhar é ser realista e saber que a vida, mesmo sem filhos, já implica uma série de rotinas e tarefas que não são propriamente divertidas mas que temos de fazer. Quando se tem filhos, isso aumenta exponencialmente. Gosta de ser interrompida a dormir? Ou não dormir de todo? De mudar 6 fraldas por dia durante 3 anos? De limpar comida espalhada pela cadeira e pelo chão 3 vezes ao dia, todos os dias? De fazer máquinas de roupa? De cozinhar todas as semanas? Eu não gosto e ninguém que seja minimamente honesto diz que gosta. E com uma filha tenho o suficiente disso do que estou disposta a tolerar. Até podia nem estar disposta a tolerar nada disso e decidir nem ter filhos! Mas sabendo o trabalho e o tempo que já ocupo com essas tarefas só com uma, sei que não quero mais. Porque prezo muito ainda poder de manhã arranjarmo-nos com calma e estarmos um pouco com ela e no final do dia a mesma coisa, bem como poder dar atenção a mim, ao meu marido e aos meus pais. Se quer ter uma vida cheia de tarefas e encargos, tudo por ter a casa de filhos e não conseguir fazer mais nada da vida senão trabalhar, cuidar deles e da casa, isso para mim faz de si uma mártir e tenho pena de uma vida assim. Mas pronto, deve ser o meu lado de filha única que almeja algum tempo livre e calma para si e para a sua família a falar...

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    3. Anónimo 8 de janeiro de 2020 às 18:51, então toda a gente que se queixa do trabalho de ter filhos é porque são filhos únicos? É que quase todos os meus colegas e amigos que são pais queixam-se de montes de coisas associadas aos filhos e quase todos têm irmãos. Eu antes de ser mãe achava exagero, mas agora já percebo o que pode levar as pessoas ao limite e que de facto é muito trabalhoso.

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    4. Anónimo das 18h51, ter filhos não devia ser era para pessoas como você que tentam fazer outras mães sentirem-se mal só por terem uma perspectiva diferente da sua quanto á maternidade.

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    5. Não entendo certos comentários. Ninguém se arma em mártir por dizer que um filho dá trabalho. É um facto, dá. Tal como referido por vários comentadores, não nos podemos dar ao luxo de chegar a casa, alapar o rabo no sofá e jantar qualquer coisa. Não funciona assim. As crianças precisam e merecem ter atenção dos pais. Ter filhos para os espetar à frente de uma televisão é que é deplorável... Vai daí, dar atenção dá trabalho, é exigente e cansativo. Se compensa? Claro que sim. Mas não deixa de dar trabalho.

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    6. "Não quero ser um mártir esforçado cuja vida é só trabalho e tarefas interrompidas por pequenos momentos de lazer/felicidade :)"

      desculpem la mas quem usou a expressao martir foi logo no comentario inicial das 15:39. o comentario das 18:51 criticou , mas não foi ele que iniciou a conversa do martir.

      no entanto para que conste eu concordo com o comentario inicial das 15:39. sei que da muito trabalho e é por isso que nao tenho filhos de todo, reconheço que sou egoista, quero ser feliz e viver a minha vida para mim e nao me vejo a abdicar de tudo por um filho

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    7. Porque é que ter filhos é ter uma vida só para tarefas e não ter não é?
      Conheço vários exemplos de workaholics sem filhos e tempo livre ou qualidade de vida é inexistente...

      Parece muito redutor acreditar que a paternidade se resume a tarefas...

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    8. "Anónimo11 de janeiro de 2020 às 14:48"

      ninguem disse q nao ter filhos é nao ter trabalho e ter filhos é ter trabalho. o que se disse é que ter filhos é ter ainda mais trabalho do que aquele que ja se tem. eu sou uma bocado workaholic e com pouco tempo livre portanto nao me imagino a ter filhos pois seria ainda pior

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  11. Sou filha única, e odeio. Assim, directo. Odeio.
    Tenho 50 anos, uma família feliz, dois filhos estupendos! Primas que são quase manas. Muitas, bastantes boas amigas, daquelas do coração, algumas fazem parte de mim há quase 40 anos.
    Mas não tenho irmãos, cresci sozinha, foi pesado, e é pesado agora. Sou a única responsável pela minha doce mãe, que Graças a Deus está francamente bem para os seus 80 anos, mas é realmente duro ser o seu único apoio.
    Percebo agora que este comentário é mais um desabafo, mas o que desejo partilhar é que implorei muitas vezes aos meus pais um irmão e eles escolheram não ter mais filhos, e não foi por motivos financeiros, e ainda hoje tenho essa magoa. Sugiro que ouçam o Rafael, e se ele um dia vos pedir um mano considerem essa hipótese.
    Teria alegremente trocado as viagens ao estrangeiro, as férias de mês e meio no Algarve, os frequentes jantares em bons restaurantes, todas as coisas boas a que tive acesso desde muito nova por pelo menos um irmão com quem crescer.

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    1. Para mim é muito isto. Odiei ser filha única durante dez anos, acho que o meu irmão foi e é uma das melhores coisas que me aconteceu na vida e nunca me ocorreu sequer só ter um filho. O meu primeiro filho sempre ouviu falar de manos no plural (ele próprio já diz que quer mais um mano e esta ainda só tem um mês!), sempre quisemos ter uma família grande, sempre introduzimos a temática com a adequação necessária (para ele não embandeirar em arco esta primeira fase) mas com o entusiasmo que sentimos em relação ao facto de lhe dar um irmão. Mas isto somos nós, lá está, que fomos uns traumatizados por sermos filhos únicos até aos dez anos. Toda a gente tem vivências e experiências diferentes.

      'Não menos de três e não mais de cinco', foi o que combinámos em casal. Para já dois já estão e dão trabalhinho que chegue, mas também ainda sou nova por isso há tempo :)

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    2. Eu sou filha única, nunca pedi irmãos e não quero ter filhos. No entanto, desconfio que parte da minha personalidade, nomeadamente não ser muito dada a pessoas, tenha sido influenciada por ter crescido sem irmãos.

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    3. Mas devem dois adultos prescindir da sua realização pessoal para ceder ao desejo de outrem? Deve a criança ficar feliz e os pais insatisfeitos? A vida é isto? Ceder a nossa felicidade para os outros?

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    4. O meu Rafael tem três primos de idades próximas da dele (o mais velho tem 4 anos e 10 meses; o Rafael tem 2 anos e 7 meses; os mais pequenos têm 1 ano e três meses). Vai daí, e tendo em conta as nossas rotinas familiares, terá sempre muita companhia. Além de que
      passeia imenso, está sempre no parque, a lidar com outras crianças. Não pretendo ser mãe novamente e, por isso. terei de fazer um esforço suplementar para que ele conviva com outros meninos - fora do ambiente escolar. :)

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    5. Anónimo9 de janeiro de 2020 às 09:29: também sou filha única e nunca pedi irmãos. Penso que o que isso influenciou a minha personalidade foi ter sido sempre bastante independente e criativa, saber bem quem sou e o que quero e o estar muito bem comigo mesma sozinha (sempre brinquei muito sozinha e fazia imensas histórias com as bonecas, fazia de dois jogadores nos jogos de tabuleiro, pensava em muitas coisas, lia muito). Mas também tenho amigos com irmãos que são assim! Mas tenho outros amigos que são irmãos mais novos que são um bocado inseguros, sempre com pequenos receios e indecisões, não muito desenrascados e práticos... mas no fim do dia acho que tudo tem a ver com a educação/exemplos/experiências que se tiveram em família e não propriamente com o ter-se irmãos ou não. Ah e tenho uma relação muito muito muito próxima com os meus pais. Sempre fizeram tudo comigo desde pequena, deram-me muita atenção e proporcionaram-me muitas experiências, por isso sempre fui muito próxima deles.

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    6. Os primos por muito amigos e próximos não é a mesma coisa que irmãos. Há uma solidão muito grande na vida dos filhos únicos e é quando passam a ser os responsáveis pelos pais. Ter alguém com quem partilhar essa dor, alguém que tenha realmente crescido nessa casa, nessa dinâmica familiar é muito diferente.

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    7. Estou com a anónimo das 9h29. Adorei ser filha única, nunca quis irmãos. Todavia, nunca quis ter só um filho, vá-se lá perceber...e nem sequer compreendo a dinâmica dos meus - sempre a brigar :)

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    8. Anónimo9 de janeiro de 2020 às 10:41 e se um dos filhos não for tão ligado aos pais e não ajudar? E se viver no estrangeiro? E se não se der bem com o irmão? Há tantas variantes que podem acontecer, que os pais estarem a decidir ter mais que um filho na ideia de ambos partilharem a sua velhice é demasiado distante e arriscado.

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    9. tambem nao percebo, então os pais têm de ser infelizes so para os filhos serem supostamente mais felizes? Se os filhos pedirem 10 irmaos têm de os ter? enfim....

      tenho uma irma 7 anos mais nova, nunca brinquei nem convivi com ela por causa das diferenças de idades, fui sempre super proxima de uma prima que tinha exactamente a mesma idade (20 dias de diferença), moravamos proximas e brincavamos tambem com outras miudas da aldeia da nossa idade. hoje em dia tenho uma relação algo distante com a minha irma, vemo-nos nas festas (aniversarios, Natal, Pascoa), por isso para mim nao fez grande diferença ter irmaos ou nao. No entanto concordo com aparte da velhice, um dia que a minha mae precise de ajuda claro q é melhor sermos 2 do q so 1.

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    10. tenho um colega que sao 10 irmaos. cresceu com uma casa cheia. e hoje em dia os pais estão sozinhos. porque sao dos açores, e TODOS os filhos estao em Portugal Continental ou no estrangeiro. o meu colega vai la todos os anos, mas tem irmaos por estarem ainda mais longe vao so de 2 em 2 anos. eles dao-se bem com os pais mas a verdade é que moram todos longe uns dos outros, nao há convivencia diaria e só se vêm em datas especiais e nunca estao todos juntos. por ex, o meu colega vai la 2 semanas no verao, outro vai no natal, outro na pascoa, para os pais irem estando com alguem, mas depois assim nunca estao os 10 irmaos todos juntos. acho que so fizeram isso mesmo nos casamentos, e depois é uma despesa em viagens do caraças.

      e pronto, os pais queixam-se q "fizeram 10 filhos e passam a velhice sozinhos", pois...

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    11. Anónima 21:39 - Pediu um irmão que os seus pais não lhe deram, e ainda hoje tem essa mágoa.. Tal como todos nós temos diversas mágoas com diversas coisas, faz parte da vida e temos de aceitar/ultrapassar ou aprender a viver com elas sem julgar quem as provocou. No seu comentário consegui de facto sentir essa tristeza, e só posso dizer que lamento que não a tenha ultrapassado. Mas não acho que uma futura hipotética mágoa de um filho adulto seja motivo para fazermos escolhas que não queremos no presente. Ter filhos é um acto de amor e aplaudo quem os tem apenas porque QUER MESMO, e não porque acha que é o que deve/os irmãos pedem/as tias opinam.

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  12. Estes comentadores todos falam como se as crianças não crescessem! Caramba o não dormir, a fraldas, o dar banho, etc terminam, são uma frase que se espera ser uma percentagem mínima na vida das crianças e dos pais dessas crianças. E agora vinha a parte em que eu dizia que tudo melhor... e até digo, melhora...ali entre os 4 e 10 anos tudo melhora. E depois vem o raio da adolescência... e ficamos cheios de saudades das fraldas, dos banhos, das noites interrompidas por choros e biberões... e mais não posso dizer porque ainda não passei da adolescência...mas promete.

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    1. Sim, essas fases passam, mas repare: se for mãe por volta dos 30 e tiver 2 ou 3 filhos, assumindo que essa fase melhora a partir dos 4 anos, vai alocar uns 10 anos da sua vida, numa altura em que é jovem, tem energia, dinheiro e tem tempo livre, a dedicar-se quase exclusivamente a trabalhar + família. Algumas pessoas podem não querer essa responsabilidade e abnegação. Estamos a falar de anos, não são semanas ou meses! E estamos a assumir que a partir dos 4 anos já não há tantas tarefas/responsabilidades... claro que as continua a ver e os "dramas" existem com qualquer idade. Claro que um dia podemos ter 60 anos e pensar "podia ter feito o esforço e ter tido mais 1 ou 2, agora ia gostar", acredito até mesmo que isso vá acontecer. Mas quando se tem uma criança pequena e se está assoberbado com a rotina, cansado e a sentir que precisava de tempo/energia para se desfrutar mais do que (e de quem) já se tem, é difícil pensar em adicionar mais um ou dois à equação.

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    2. Bom, eu não sei pelas outras pessoas, mas vejo pelas minhas colegas de trabalho... têm sempre de ir buscar filhos à escola, de levar à piscina, à catequese, a actividades diversas... Claro que melhora imenso em várias áreas, porque se tornam mais independentes, mas surgem novas exigências. :)

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    3. É isso mesmo! Claramente as pessoas que comentam só têm filhos pequenos. Tenho 3 com 13, 11 e 8 e francamente já não sinto nada do que aqui falam. Claro que há exigências e necessidade de coordenar outras vidas para além da nossa e nada é como antes de ter filhos, mas já alinham em tudo, já ficam sozinhos um bocado se for preciso, já ajudam em casa. E entretém-se uns aos outros, brincam, têm amigos comuns... Sinto muito que a "irmandade" deles é uma coisa autónoma que lhes traz muito.

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    4. Eu acho que a maior parte dos comentadores que falam do trabalho e da exigência que um filho dá é porque ainda têm filhos na fase que dão de facto muito trabalho. :) E por isso têm um discurso mais cansado do que terão provavelmente daqui a 5 anos. :)

      Tété

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    5. Respondendo ao anónimo das 9.41h, eu acho que também está muito relacionado com as nossas experiências familiares. Os meus pais têm 52 e 63 anos, eu tenho 31 e o meu irmão 22. Sempre fizemos muitas coisas juntos (saídas, viagens, etc), mas desde que saímos os dois de casa é todo um forrobodó. No ano passado os meus pais foram à Gronelândia, à Austrália e à Jamaica e este ano vão à Bolívia e ao Peru :P Vê-los a ser assim foi possivelmente a principal razão para eu querer ser mãe o mais rápido possível: acreditar que daqui a trinta anos vou ter menos energia sim, mas mais disponibilidade e mais dinheiro para poder andar a passear. É claro que posso estar errada e ser uma velhota péssima, mas a mim (reforço que é uma coisa pessoal) só me anima a ideia de passar dez anos a pari-los e a criá-los para depois andar a curtir :D

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    6. Anónimo9 de janeiro de 2020 às 10:38, é precisamente como diz: "já não sinto nada do que aqui falam"! Mas esse "já" denota que sentiu, provavelmente quando os seus filhos eram pequenos, por isso sabe como nesta fase a ideia de mais trabalho parece muito difícil de aceitar.

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    7. eu pelo que vejo dos meus colegas acho que depois ainda é pior. chegarem à adolescencia e começarem a ser rebeldes, a querer sair à noite, preocupações com mas companhias, com bebedeiras, com engravidar, sei la. Um dos meus colegas que tem uma filha de 16 anos diz q dorme pior agora ao fim de semana que está sempre acordado e preocupado até às 5h da manha para a ir buscar à discoteca (opção dele, tem medo que ela venha com um bebado a conduzir) do que quando era bebe e dormia no quarto com eles. Depois dos 18 anos vem a universidade, os gastos, a preocupação com o q la andam a fazer.

      Eu tenho 34 anos e a minha irma 29 anos. A minha mae todos os dias telefona à minha irma para a acordar para ela ir trabalhar e vai sempre a falar ao telefone com ela a caminho do trabalho. No meu caso fiz construção de casa nova e a minha mae andou sempre a ajudar com recados, tarefas, ir ao arquitecto ver isto, ir à camara ver aquilo, ir limpar nao sei o quê. Anda sempre exausta de tentar estar-me sempre a ajudar a mim e à minha irma. Se eu nao lhe peço nada e trato eu das coisas e ela depois descobre, reclama, que quer-me ajudar e que é a função dela como mae ajudar-me. Já a minha tia anda exausta porque se levanta todos os dias de manha cedo e sai de casa dela para ir a casa da minha prima levantar a miuda, dar-lhe comer, vestir e levar à creche para a minha prima nao perder mais tempo de manha para ir trabalhar.

      à minha volta o que vejo sao pais sempre preocupados com os filhos, a sacrificarem-se por eles, e é um ciclo, depois dos filhos vêm os netos. A serio que eu so penso que ou eu sou muito egoista ou os outros sao muito altruistas porque eu nao me via a passar por isto.

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    8. Joana, para mim a questão é: a minha vida antes de ter filhos já era esse forrobodó :D eu e o meu marido sempre usámos meticulosamente todos os nossos dias de férias colados a fins-de-semana e feriado e fazíamos 4 ou 5 viagens por ano, já fomos a mais de 40 países juntos e viajar é aquilo que nos dá mais prazer (bem como, durante o resto do ano em que estamos em casa, passear em Lisboa e arredores). Eu não quero parar esse forrobodó durante 10 ou 15 anos na esperança de um dia, já reformada, ter saúde/energia/dinheiro para viajar. Sei lá eu como vou estar nessa altura! Espero que bem, mas posso ter alguma doença pelo meio, ou acontecer-me alguma catástrofe financeira, sei lá. Sei que agora estou bem, sou jovem, tenho possibilidades e um gosto enorme por isso e quero aproveitar. Com uma filha, parece-nos possível continuar nesse forrobodó (ainda que as noites passem a ser outro forrobodó, porque ela fica meia desregulada), durante o primeiro ano dela viajámos 3 vezes com ela para o estrangeiro e agora no 2º ano estamos já a programar 4 viagens. Mas somos 2 para uma, ela ainda não paga bilhete de avião, fica no nosso quarto em berços nos hotéis, etc... e já assim sentimos que chegamos ao final das férias bem mais cansados e que não aproveitamos tanto como antes, quando crescer vai ficar mais caro e com 2 então a logística era ainda mais complicada (embora acho que seria fazível... mas outra vez, com mais cansaço para nós).

      Mas pronto, isto é apenas um exemplo de que estou disposta a abdicar de muita coisa e a mudar o meu estilo de vida por um filho, tanto é que tivemos uma, mas não sei se estaria disposta a abdicar de muito mais para termos 2 ou 3. Quero continuar a fazer as coisas que gostamos em família, dar atenção a todos os membros dela e ter tempo para mim também. Não quero pôr a vida em suspenso durante 15 anos só dedicados à família na esperança de um dia na reforma voltar a fazer o que fazia. E como comentam ali abaixo, haverá sempre responsabilidades e preocupações qualquer que seja a idade deles, bem como depois podem vir netos, etc.

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    9. Anónimo das 12h44. Depende também do tipo de pais. Nem pensar com 29 anos ter a minha mãe de me acordar para ir trabalhar. 😂 Nem vejo porque razão há-de ser a sua tia a fazer tão grande esforço em vez da sua prima se levantar mais cedo e preparar a filha. Os meus pais são super presentes mas não se deixariam cair em tal estado de exaustão pelos filhos. Nem eu me vejo a fazer isso. :)

      Tété

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    10. Tete, a minha irma tens um problemas em que toma comprimidos para dormir e a minha mae tem receio que ela de manha nao ouça o despertador por isso telefona até ela acordar para garantir que ela nao chega atrasada ao trabalho.
      Vamos la a um exemplo: papas caseiras. No meu tempo comiamos Nestum e Cerelac e estamos todos vivos, hoje em dia coitados dos meninos que têm de comer papas feitas em casa mais saudaveis mas que custam aos pais a fazer. Sinto que a cada geração que passa os pais fazem muito mais pelos filhos, a minha avó nao faz pela minha mae metade do que a minha mae faz por mim, e o que eu vejo os meus colegas fazerem pelos filhos é, para mim, quase no limite do absurdo.
      E ir tratar da neta pela manha nao é exclusivo da minha prima, tenho 2 colegas de trabalho na mesma situação.
      Olha, é como os animais: dantes era um cao preso no quintal, dentro dum latao, dava-se os restos de comida e estava tudo bem. Agora têm de estar dentro de casa, e ração XPTO, e idas ao veterinario, e vacinas e passear x vezes por dia e ter brinquedos proprios..... enfim, eu que queria ter um gato e um cao não tenho nada.

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    11. Anónimo das 12:44, isso não é querer ajudar os filhos, é não querer aceitar que eles cresceram são adultos e tem as suas próprias vidas, e parece-me que aceitar todas esse intromissão é também não ter crescido.

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    12. "Anónimo9 de janeiro de 2020 às 15:09"

      percebo o que quer dizer, mas acredite que eu recuso muitas intromissões como refere e às vezes é complicado. vou gerindo a situação o melhor que sei. porque acaba por ser um paradoxo: se peço ajuda vejo que ela apesar de estar feliz por ajudar fica estourada, mas se não peço ajuda e depois ela sabe que fiz as coisas sozinha, fica triste e magoada de eu nao a envolver na minha vida, e porque nao confio nela, e porque ela está lá é para me ajudar, é para isso que servem as maes, bla bla, enfim..

      sabe que às vezes as pessoas pensam que eu sou filha unica e acham que sou mimada por a minha mae ainda me ajudar muito, e eu digo não, tenho uma irma. isso de ser filha unica ou nao nada tem a ver, acho que depende mais dos pais se dao muita autonomia aos filhos, se os ajudam ou nao.

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    13. Eu aos 19 anos já não vivia em casa e nunca na vida os meus pais iriam telefonar-me para acordar!!! Isso não é muita imaturidade, não?

      Eu tenho 29 anos e aos 7 anos já fazia tudo sozinha de manhã, incluindo acordar porque os meus pais saíram de casa muito mais cedo do que eu. Saber que alguém com 29 anos precisa de um telefonema da mamã para acordar é surreal desculpem lá e também não conheço absolutamente ninguém que seja assim. Nem as pessoas mais mimadas ou mais irresponsáveis ao meu redor chegam a esse cúmulo.

      Que os pais queiram ajudar acho normal. Saber os limites e dizer que não também é ser crescido. Gosto de saber que se precisar tenho os meus pais como rede de segurança mas até para comprar casa fiz de tudo para não precisar de fiadores... Se aceitam dinheiro dos pais é porque querem, desculpem lá. E se a mãe basicamente gere a vida das duas filhas adultas alguma coisa está a falhar, não?

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    14. Eu faço overnight oats para mim há anos. Fazer para os meus filhos é basicamente acrescentar quantidade à mistura.

      E demoro exatamente o mesmo tempo a preparar que demoraria a fazer cerelac... A farinha utilizada é que é diferente.

      Lá diz o ditado: quem quer arranja soluções, quem não quer arranja desculpas ( neste caso até diria complicações ou problemas mesmo).
      Isto parece que estão a fazer uma caricatura dramática a personificar a maternidade do inferno.

      Eu tenho filhos ( no plural!!!) e não queria ter um sequer nas condições que vocês falam ou apresentam. MEDO.. .
      Se ser mãe fosse isso acho que já tinha cortado os pulsos...

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    15. Isto de comentar no telemóvel tem muito que se lhe diga porque há comentários que passam e outros perdem-se.

      Anónimo das 14h59
      Se há questões de saúde, então é diferente. Mas ainda assim, o que faria a sua irmã se a sua mãe não estivesse tão presente ou não fosse capaz de o fazer? Se calhar arranjaria outra alternativa. A mesma coisa para a sua prima e para o seus colegas. Eu sou muito a favor de receber a ajuda dos avós mas não quando isso os deixa exaustos. E se estes avós não estivessem disponíveis, como faria a sua prima e os seus colegas?

      E é verdade, sim, que nos dia de hoje se exige mais dos pais (e em muitas situações, ainda bem que assim é) mas depois também depende de cada pai ter o mínimo de bom senso. Eu estive em casa 3 anos com a mina filha e nunca lhe fiz uma papa caseira que fosse, foi tudo de compra. Podia tê-lo feito? Podia, mas ia exigir mais de mim do que eu estava disposta a dar para não me sentir sobrecarregada, exausta e com menos paciência. Preferia usar o tempo que demoraria a procurar receitas e a prepará-las para descansar ou brincar com a minha filha, pois sentia que isso era mais importante. O leite materno é o melhor (sem discussões sobre isso) mas eu não amamentei e zero culpas. Adorei dar biberão, partilhar essa tarefa com o pai, achei super prático e no meu caso permitiu-me ser a mãe que eu queria ser. Conclusão, eu acho que se exige muitos dos pais, sim, mas depois cabe a cada pai escolher quais as exigências que lhe fazem mais sentido seguir ou quais as que melhor encaixam no seu dia-a-dia.

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    16. Tete,

      sim, eu percebo . mas depois há mais uma serie de factores. vamos la a mais um exemplo generico: sabes aquelas maes que para as festas de anos dos filhos ao domingo vao comprar tudo feito e passam o sabado descansadas e as outras que passa o sabado todo a fazer o bolo, as sobremesas e a cozinhar e depois no domingo gostam de se gabar que fizeram tudo sozinhas? às vezes sinto que se passa isso tambem com as maes que conheço. "ai eu vou sempre tratar do meu netinho de manha, eu é que lhes faço tudo, a minha filha nao se safava sem mim". é um misto de se sentirem importantes, que sao imprescendiveis na vida das filhas e de se gabarem na aldeia que fazem muito e sao muito boas avós.

      claro que se nao há mae por perto tem de se arranjar alternativa. se a minha mae nao telefonasse a minha irma usava o despertador tal como eu uso e se algum dia nao acordasse olha, chegava atrasada ao trabalho paciencia. eu se calhar tinha menos dias de ferias a serio porque teria de os gastar durante o ano para tratar de assuntos pessoais que a minha mae vai tratando.

      "acho que se exige muitos dos pais, sim, mas depois cabe a cada pai escolher quais as exigências que lhe fazem mais sentido seguir ou quais as que melhor encaixam no seu dia-a-dia"
      no meu caso, e falando agora no meu caso concreto, o que se passa é mais ao contrario. eu nao exigo da minha mae, ela é q está sempre a meter-se e a oferecer-se para fazer coisas e eu la vou aceitando nalguns casos e noutros recuso o que acaba por a chatear. é mesmo raro acontecer ao contrario (eu pedir alguma tarefa a ela e ela recusar), acho que so acontece quando ja vai fazer coisas para a minha irma. sinceramente o unico caso que me lembro foi ate recente na passagem de ano, em que lhe telefonei a avisar que ia passar por aqui (pq há anos em que vou passar fora com o meu marido) e que entao no dia 1 iamos almoçar com ela, ao que ela me responde que nao lhe apetecia cozinhar no dia 1 e eu que marcasse um restaurante para todos :-) e eu obvio que marquei

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    17. O meu comentário desapareceu novamente. Anónimo das 23h31, acho que houve um mal-entendido, começando por mim que interpretei mal as suas palavras. :) Quando eu me referia a "nos dias de hoje exige-se muito dos pais" não me referia a nós exigirmos mais dos nosso pais (avós das crianças portanto). Referia-me à sociedade exigir mais de nós, pais de crianças. É o carrinho XPTO, o biberão certo para as cólicas, e só se não der mesmo para amamentar, os concertos para bebés, o algodão egípcio para as roupinhas, o detergente certo para a roupa, as papas caseiras, a fruta biológica, o muito mimo mas não demasiado, as noites completas de sono logo a partir dos 2 dias de vida, a escola certa, as amizades certas, nada de açúcar até aos 18 anos, nada de televisão até aos 20 anos, várias línguas e exercícios vários, etc, etc, etc...Neste momento, não há pai nenhum que siga as regras todas porque haverá sempre alguma que ele não sabe e na qual estará a falhar. :) E é aqui que cabe a cada um escolher a que exigências está disposto a sujeitar-se e qual aquelas que não quer ou não consegue.

      Sempre houve e sempre haverá quem realmente dê importância a fazer imensa coisa e quem não ligue nenhuma a isso. Mas não deixa de ser uma escolha ou, pelo menos, resultado da maneira de ser da pessoa. Há quem precise de sentir que apostou cada minuto do seu dia aos filhos, mesmo que isso a deixe exausta, para sentir que foi boa mãe ou boa avó. Há quem sinta que quantas mais horas extra fizer, melhor empregado é. Há quem sinta que só é boa dona de casa se não houver um grão de pó ou um vinco nas camisas do marido. São exigências pessoais, não da sociedade. :)
      Mas atenção, eu acho bem que os avós, tios, etc, ajudem. Vejo a família como um todo e os avós podem ter de facto um papel activo na vida dos netos, ajudando a criar e não serem apenas pessoas que visitamos. Acho que saem todos a ganhar. A não ser de facto quando se anulam para que os filhos e os netos vivam a sua vida. Mas os pais não se deveriam anular nunca, seja em que idade for. :)
      A minha sogra é uma mãe dedicada e uma avó ainda mais babada. Às vezes fica com a neta porque nos dá jeito, outras vezes porque acho importante que passem momentos as duas e criem memórias. Um dia, perguntei se ela podia ficar com a neta e ela disse que sim, mas percebi que havia ali uma hesitação. Expliquei que tinha uma consulta, que me dava jeito, mas que não haveria qualquer problema se levasse a minha filha comigo e insisti bastante nisto até a senhora me dizer que de facto naquele dia não lhe dava jeito nenhum. Falei com ela, expliquei que ela não tem obrigação nenhuma de estar sempre disponível e que não é menos avó por às vezes não poder ficar com a neta. Acho que caiu em saco roto porque é a personalidade da senhora por isso cabe-me a mim estar atenta para não ter a certeza que ela não se anula nem se sente mal em prol da neta. :)

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  13. Acho que nisto dos irmãos, há de tudo: conheço filhos únicos que vivem bem com isso, outros que sempre tiveram a mágoa de não ter irmãos, pessoas com irmãos em que se dão todos super bem e são os melhores amigos, outros que são super diferentes entre si e que têm uma relação distante e superficial, há de tudo. Acho que os pais não podem tomar essa decisão com base num pedido dos filhos, na sua própria experiência ou em conselhos de terceiros. Têm de pensar se face à sua dinâmica familiar isso faz sentido, ou não e pronto.

    Eu estive de licença 9 meses + um mês de férias e durante esse período tudo era beeeem fácil. Tinha tempo para tudo, tanto fazia as tarefas como cuidava da minha filha, como ia passear todos os dias. Não tinha horários, se quisesse sair, ia, se quisesse ficar em casa, ficava, podia ir a sítios/fazer coisas a horas a que normalmente não podia por estar a trabalhar, não tinha nenhuma responsabilidade verdadeiramente stressante (como no trabalho), podia desfrutar da minha filha em pleno e a toda a hora, dormir a sesta quando ela dormia, etc. Durante esse período estava convencidíssima que iríamos ter mais filhos.

    Depois regressei ao trabalho. E passei a ter 7h30 de trabalho + 1h de almoço (no trabalho) + 30min de deslocações, ou seja, 9h do meu dia, todos os dias, alocadas a algo que não é a casa e a família. E aí é que o resto pesa. Considerando que temos de dormir e fazer coisas nossas e dela, sobra muito pouco tempo livre, o dia está rotinado e alocado para uma série de actos que temos de fazer, não fazemos porque nos dão prazer nem dispomos desse tempo para gerir conforme queiramos. E aí é que se torna difícil pensar em juntar mais encargos e responsabilidades a essa rotina, bem como repartir o pouco tempo que temos em atenção a mais alguém.

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    1. É mesmo isso. Às vezes dou por mim a pensar que estive 45 minutos de manhã com o pequeno (enquanto tomo banho, me visto e cuidamos dele) e só depois meia-hora após o jantar. Por isso, estou pouco tempo com ele.

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    2. Exactamente, S! Também penso muito nisso. Como a nossa sociedade está organizada de maneira a que os pais passam o dia na "creche dos adultos" para pagar aos miúdos a creche deles e usufruírem de apenas 1h de manhã e umas 2h no fim do dia (com tarefas pelo meio) de tempo em família. Mas a maioria das pessoas parece estar em piloto automático e nem questionar isso, acha todos esses encargos normais e no meio disso tudo a vida acontece, dás por ti e tens 70 anos e os dias foram todos iguais e preenchidos de nada. E depois toda a gente opina, se estás solteiro é quando casas, se já casaste é quando tens filhos, se tens um é quando tens o segundo, se tens três já és uma corajosa e meia louca, enfim. Cada um tem de saber o que resulta para si, sou mãe mas percebo perfeitamente quem diz que não quer ser, como também admiro quem já é, já sabe como é e quer ter mais do que um. Mas só eu sei o que resulta para mim.

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    3. e isso é com sorte. 7:30 de trabalho é função publica, nos privados sao 8h. depois 30 min de deslocação diaria é o que eu faço mas o marido faz 1:30. malta em lisboa que apanha transito ou vou de transportes publicos da margem sul deve ser 1h ou mais de manha e outro tanto à noite. Onde há tempo para ter filhos? eu chego a casa faço o jantar, comemos, arrumo a cozinha, pelo meio ponho roupa a lavar, arrumo, passo a ferro, vou às compras.... geralmente so aterro no sofa lá pras 22h p ver uma serie. Nem sequer consigo imaginar como é que conseguia adicionar o trabalho de tratar de um filho (ir buscar e levar à creche, vestir, dar comer, dar banho....). A serio que nao percebo mesmo como é que as pessoas conseguem ter filhos e cuidar deles sem ajudas.

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    4. ANonimo das 12h49.
      Não é fácil em muitos dos casos. Vejo por uma amiga que chega tarde a casa, está longe da família, o marido chega ainda mais tarde e ela quer muito um filho mas não está a ver como é que vão organizar a vida para conseguir estar com ele.
      No meu caso, não chego tardíssimo a casa mas não consigo deixar a minha filha a brincar e ir tratar de tarefas domésticas. Sinto que o tempo dela comigo é mais importante que o resto. Mas depois lixo-me porque não tenho empregada doméstica, ela adormece tarde e quando finalmente estou livre (já depois das 22h) quero é preparar-me para a cama. Muitas vezes ainda vou estender roupa ou arrumar a cozinha mas já é realmente um esforço porque a essa hora não me apetece.

      Tété

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    5. Anónimo das 12h49: nós construímos a nossa rotina e vida de modo a viver e trabalhar (e ter a creche da nossa filha) no centro de Lisboa, por isso deslocamo-nos sempre a pé e demoramos 15min por trajecto. Essas tarefas maiores que diz, fazemos ao fim-de-semana: vamos ao supermercado comprar coisas logo para a semana toda, cozinhamos sopa, 2 ou 3 pratos e acompanhamentos e pomos logo em caixinhas para os 5 dias da semana (ambos levamos marmita e não nos importamos de comer aquecido ou repetir o mesmo prato), ao jantar comemos coisas mais leves feitas na hora, tipo sopa + salada/wrap/hamburger vegetariano/massa recheada, cozinhamos também logo a comida da nossa filha (só tem 1 ano, ainda come pouco), fazemos 2 máquinas de roupa, de modo a que durante a semana tenhamos menos tarefas para fazer. Temos empregada 3h por semana, limpa a casa e passa algumas peças a ferro (as outras só dobramos).

      Num dia de trabalho normal acordamos às 7h30, tomamos o pequeno-almoço os 3 ao mesmo tempo, um de nós arranja-se enquanto o outro brinca com a miúda, trocamos e arranja-se o outro, vestimo-la, pomos no carrinho e saímos de casa pelas 8h45. O meu marido leva-a à creche e eu vou para o trabalho. Saio às 17h30, vou buscá-la à creche, chegamos a casa e tomo banho com ela na espreguiçadeira, ela brinca na sala enquanto eu faço algumas coisas na cozinha (tirar uma máquina de loiça, lavar a marmita do dia, preparar algo para jantar nosso e fazer o prato dela), entretanto o meu marido chega a casa, damos banho à miuda, damos-lhe o jantar (enquanto isso um vai comendo e o outro come depois, alternamos), brincamos mais um bocadinho e às 20h ela vai dormir. Aí arrumamos a cozinha/preparamos algo para o dia seguinte e vamos descansar os 2 (ver um pouco de tv, conversar, internet) e pelas 21h30/22h vamos dormir.

      Ou seja, com alguma organização/sacrifício de uma parte do fim-de-semana, conseguimos não estar sobrecarregados durante a semana, no entanto, só estamos 1h30 de manhã e 2h à tarde com a nossa filha (no meio de afazeres) e só temos 1h30/2h de lazer/tempo nosso (já um bocado cansados) e isto sabendo que temos sorte(/esforço nosso) de ter empregada, trabalhos que cumprem os horários e pouco tempo em deslocações.

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    6. pois, nós ao fim de semana o sabado é para as tarefas maiores de exterior, temos casa na aldeia com jardim e quintal que tem sempre qualquer coisa para fazer. o domingo é sempre para sairmos e passearmos. portanto para eu gerir melhor a semana teria de abdicar do tempo de lazer do domingo. tambem tenho noçao que perdemos muito tempo a cozinhar pois o meu marido quer sempre comida fresca feita na hora e pratos elaborados, para ele é impensavel comida aquecida por regra , e felizmente temos ambos cantina no trabalho, por isso é so jantares. mas pronto. teriamos de abdicar de bastante.

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    7. por ex, como é que uma empregada limpa a casa 3h por semana e ainda passa a ferro? qual o tamanho da casa que estamos a falar? é mesmo casa ou será apartamento? tem espaço exterior? a minha vem 4h por semana só para limpar e mesmo assim nao consegue fazer tudo. quando sao coisas extra, tipo lavar as janelas todas por dentro e por fora tem de vir um dia só fazer isso. a minha casa tem 250 m2, terraço na frente e atrás mas que nao sao lavadas de todas as vezes se nao era impossivel mesmo. e eu às vezes em dias de folga estou la com ela e vejo que realmente ela se despacha bem mas nao da mais, só para lavar casas de banho, lareira, limpar o po aos moveis todos, aspirar, limpar e lavar a garagem, limpar armarios de cozinha bancada e tudo. enfim...

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    8. Claro que não é uma moradia! Eu disse que vivia no centro de Lisboa ahah. É um apartamento com 85m2, tem um pátio pequeno mas ela não o limpa. E a limpeza não inclui essas coisas maiores tipo lavar as janelas, isso só pedimos de tempos a tempos e nesse dia não passa a ferro, por exemplo.

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    9. Eu tenho uma moradia, 250 m2 e um terreno com 1300m2, dois filhos (10 e 2 anos) e um cão.

      Neste momento fazemos tudo sozinhos. Método estilo flylady... Nunca tiro um dia só para limpar e/ou fazer tarefas. Uma das exceções é a roupa para a semana que é preparada ao sábado. Preparar a roupa significa escolher com base na previsão do tempo e passar apenas essas peças a ferro ( só passamos a ferro aí, tudo o resto é guardado dobrado).
      Atualmente só preparo a roupa do mais novo e a minha. O meu marido e filho mais velho preparam a deles.
      Neste momento ter ajuda na limpeza é um objetivo para 2020... É um dos mimos que queremos dar-nos. Pagar a um jardineiro é impensável. Demasiado caro. Temos um "trator " para a relva e o resto do jardim é basicamente pomar, que foi feito para ser low-maintenance.
      Mas o jardim foi escolha nossa. Não me imagino a viver novamente num apartamento ou não ter um grande jardim. Os 30min/semana que nos exige não é nada que pretenda abdicar, muito menos pagar 500€/mês para alguém vir cá fazer o mesmo...

      Habitualmente procuramos não deixar tarefas para o fim de semana.
      Gostamos de os aproveitar e, quando possível, fazer uma escapadela.
      Não viver ou ir para uma grande cidade ajuda. Quando ia diariamente para o Porto tinha muito menos tempo. Atualmente atravesso a minha cidade em menos de 20 minutos em hora de ponta.
      Para mim não viver no centro de Lisboa ou Porto é sinónimo de qualidade de vida. Mas tal como ter ou não ter filhos, isto também é uma questão de opinião e de opções.

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    10. Para mim viver no centro de Lisboa é qualidade de vida porque tenho tudo à mão, só temos um carro para a família e nem lhe mexemos durante a semana. Vivemos a 15min a pé dos nossos trabalhos e a 15min da creche da nossa filha. À volta temos supermercado, farmácia, lojas, tudo o que possamos precisar. Mesmo tendo trabalhos sedentários, andamos pelo menos 45min cada um a pé por dia, o que já é bastante bom. Ao fim de semana na verdade só dedicamos a manhã de sábado às tarefas: ir ao supermercado, cozinhar, fazer uma ou duas máquinas de roupa. Acordamos cedo com a miúda e por isso rentabilizamos o tempo. Embora preferisse não ter de o fazer e ter o fim de semana totalmente livre, mas tem de ser assim para nos poupar tempo durante a semana. Antes de termos a nossa filha não tínhamos empregada, mas depois arranjámos uma e dá mesmo muito jeito (ainda que sejam só 3h por semana, mas já nos poupa imenso trabalho).

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    11. Não duvido. Há uns anos para mim o ideal, teoricamente, era viver no centro do Porto.
      Depois de ter vivido em vários apartamentos e em diferentes cidades percebi que essa não é mesmo a minha definição de qualidade de vida. Vivo entre duas cidades pequenas, numa vila onde tenho todas as comodidades ( mini mercado, polícia, CTT, frutaria, talho, etc) que podemos fazer a pé. Chego ao centro das duas cidades em menos de 8 minutos de carro. Já vivi inclusivamente no centro duma dessas cidades, e nem isso era para mim.

      A única coisa que gostaria de poder fazer era não precisar do meu carro. Por outro lado não abdico de ter um terreno, jardim, de sair à rua e respirar ar puro e ouvir mesmo os pássaros a chilrear. E não viver num condomínio é a cereja no topo do bolo ( como eu odiava as reuniões de condomínio, obras inesperadas, encargos que não lembram a ninguém e em todos os apartamentos tem que existir um vizinho a tentar fazer a vida dos outros num inferno, não tem?) . Não viver num apartamento é uma condição sine qua non para mim neste momento... (também não teria forma de comprar 1300m2 de tereno em Lisboa ou no Porto e construir uma casa sequer).

      Mas, lá está, cada um com as suas prioridades. Também há coisas boas que não tenho... Gostava muito de poder ir a pé a um teatro ou a uma exposição... Isso não tenho aqui na vila ( salvo raras exceções) . Há sempre uma balança para tudo e se gostassemos todos do mesmo estávamos tramados....

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    12. Isso do condomínio concordo consigo, dispensava ter vizinhos 😛 mas ainda não descartámos encontrar uma casa de r/c e primeiro andar no centro de Lisboa e renová-la (só na minha rua há duas antigas, a cair de podres). O espaço exterior dispenso porque tenho muitos jardins grandes nas redondezas e posso ir lá passear facilmente (durante a licença todos os dias ia passear com a minha filha a um). Quando ela andar/correr/bicicleta já vimos vários espaços perto de casa com áreas que o permitem, bem como temos vários parques infantis perto, temos a praia a 20min de carro, o rio, etc... Gosto da ideia de podermos ir a sítios giros e diferentes todos os fins de semana e termos programas variados para fazer (quando ela for maior há imensas atividades, mesmo agora já aquelas coisas tipo conceitos e ginástica para bebés). Assim até estamos pouco tempo em casa, na verdade e quanto maior mais trabalho dá a ter tudo limpo e organizado (só gostava que fosse maior se decidirmos ter um 2o filho). Para mim o principal é ter tudo perto, não ter de andar no trânsito (que detesto) e saber que durante a semana faço a minha vida entre o meu bairro e o do meu trabalho e ao fim de semana posso ir a sítios diferentes facilmente e, apesar de já viver aqui há 9 anos, ainda me sinto turista e sempre a explorar coisas novas.

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    13. Anónimo11 de janeiro de 2020 às 17:2
      "Vivemos a 15min a pé dos nossos trabalhos e a 15min da creche da nossa filha"
      portanto tem de andar a pe por todo o lado. de inverno com frio e a chover nao lhe custa sair para a rua e andar com a sua filha? de verao nao lhe custa vir a andar do trabalho, nao fica suada? anda de saltos altos? para mim era impensavel, para mim qualidade de vida é entrar dentro do carro na minha garagem, conduzir 15min para o trabalho sem transito, estacionar em frente e andar 30metros para entrar na empresa.

      "Anónimo11 de janeiro de 2020 às 21:51
      "Gostava muito de poder ir a pé a um teatro ou a uma exposição.."
      a questão é: quantas vezes faria isso por mês? é que eu estou a 30 min de carro duma cidade capital de distrito que tem espetaculos regulares, mas na verdade irei talvez uma vez por mes, ou eventualmente 2. se morasse numa cidade que tivesse oferta será que ia mais regularmente? provavelmente nao, gosto de cultura mas nao iria tantas vezes. o que quero dizer é que às vezes isto vem em conversa que malta que mora em Lisboa que uma das grandes vantagens é a cultura, mas depois vai-se a ver e nao usufruem assim tanto. claro que há pessoas que vêm muita coisa, e eu pessoalmente tenho uma amiga em Lisboa que vai mais do 1 vez por semana a espetaculos, mas diria que a maioria das pessoas nao o faz.

      nónimo12 de janeiro de 2020 às 15:21
      " O espaço exterior dispenso porque tenho muitos jardins grandes nas redondezas e posso ir lá passear facilmente "
      sao realmente ideias diferentes. eu tenho um parque na minha cidade, que raramente vou e há outro na cidade maior a 30 min, que quando la vou passear/almoçar/às compras ao Domingo gosto de la ir. mas isso nao substitui o meu jardim, porque no verao almoçamos na mesa ca fora, ou mesmo no inverno vou la fora tomar o cafe, se chegar ao fim do dia na primavera o meu marido pega numa cerveja e fica na espreguiçadeira a beber uma cerveja a ver o por do sol, e no outono posso vir ca fora e passar 30 min a ler um livro, ou dormir uma sesta. é para aqueles momentos so nossos, que está ali à mao e nao tenho de sair de casa para usufruir e tenho privacidade, de verao se me apetece fico de bikini a apanhar sol na toalha. alias, lembro-me de ser miuda e 15 dias antes da festa na aldeia, eu e a minha irma fazemos sempre x tempo no jardim da minha mae a apanhar sol no decote, braços e nas pernas "para ficarmos mais bonitas nos vestidos novos para a procissao" ahaha

      sao conceitos diferentes, e ainda bem q nao gostamos todos do mesmo. se fossem todos como eu Lisboa e o Porto estavam vazios. vou la umas 2 vezes por ano ver algum espetaculo mais especial (o ultimo foi o Andre Rieu em Novembro) e saio de la sempre a pensar que dava em doida se la morasse a tempo inteiro

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    14. Anónimo12 de janeiro de 2020 às 23:49: não me custa andar a pé de inverno com frio ou chuva. Agora, por exemplo, tem estado frio (uns 5 graus quando saímos de manhã), mas simplesmente agasalhamo-nos, bem como a nossa filha tem um daqueles sacos térmicos no carrinho e vamos bem. Como farão as pessoas na Suécia com 20 graus negativos? Felizmente aqui não faz frio a sério para que isso seja um problema. E têm estado dias óptimos de sol, isso torna o andar a pé super agradável. Com chuva, levo-a no marsúpio (tenho um casaco grande, super quente e impermeável com um "anexo" que cobre o marsúpio e ela fica lá protegida) e uso galochas. Felizmente também em Lisboa chove pouco e raramente é o dia todo, há sempre abertas, só há um dia ou outro em que isso pode ser um incómodo. Não uso saltos, uso roupa formal mas sempre com sapatos rasos e confortáveis (e quando vou de galochas tenho um par no trabalho para trocar). No verão como esses trajectos a pé são de manhã cedo ou ao final da tarde, nunca são nos picos de maior calor, não chego suada ao trabalho. Detesto a ideia de um estilo de vida sedentário em que as pessoas saem das garagens de casa para entrar nas garagens do trabalho (uma pessoa por carro, a poluir e fazer trânsito) , ficam sentadas a uma secretária o dia todo e repetem tudo no fim do dia, sem se mexerem minimamente ou apanharem um pouco de ar da rua. Eu não vou ao ginásio, por isso o andar 45min por dia (mais às vezes 30min durante o almoço, se for tratar de alguma coisa perto) já é um óptimo exercício e vou vendo as pessoas, as ruas, alguma loja que abriu, uma montra que não tinha reparado... sinto que vivo muito mais esses momentos que podiam ser aborrecidos de mera deslocação.

      Teatros e exposições não vou todas as semanas, mas garanto-lhe que todos os fins-de-semana vamos passear a uma zona qualquer da cidade e fazer algo diferente. Acredito que quando ela for mais velha e possa apreciar mais, que todos os fins-de-semana, ou quase todos, façamos alguma actividade (tipo zoo, oceanário, museus, exposição, teatro, cinema, concerto, etc), porque há muitas coisas direccionadas para crianças e nós gostamos desse tipo de actividades e de sair de casa para passear todos os dias.

      Outra vantagem de viver no centro de Lisboa é que fazemos cerca de 4 viagens por ano (em lazer, fora as outras 3 ou 4 que o meu marido faz em trabalho) e estamos a 20min de transportes públicos do aeroporto, por isso usufruímos dessa vantagem também.

      Enfim, para nós faz todo o sentido este estilo de vida porque aqui conseguimos ter óptimos trabalhos que não teríamos noutras cidades na nossa área (com contrato sem termo, um bom horário, um salário acima da média, seguro de saúde, outros benefícios, localizados perto de casa), tudo perto com "walking distance", uma série de actividades/locais para desfrutar, um clima óptimo, bem como boa acessibilidade para passar fds fora por cá (vamos muito ao Alentejo, bem como à zona de Óbidos e é apenas 1h de carro) e pelo estrangeiro. Somos bastante citadinos e gostamos de um estilo de vida sem carros, sempre com coisas diferentes para ver/fazer e com proximidade de tudo o necessário para não perder muito tempo nas tarefas do dia a dia.

      Agora, se viver em Lisboa para mim implicasse trabalhar no centro e viver na margem sul, perder 2h ou mais por dia de carro ou em transportes, sair do trabalho às 20h e ganhar só o suficiente para fazer face às despesas, ia odiar e provavelmente ponderava mudar-me para uma cidade mais pequena.

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    15. "Como farão as pessoas na Suécia com 20 graus negativos?"
      pois, certo, mas eu tambem se pudesse gostava de ter um clima tipo país tropical quentinho o ano todo.

      "Detesto a ideia de um estilo de vida sedentário em que as pessoas saem das garagens de casa para entrar nas garagens do trabalho" tem toda a razão mas então é uma questao de saude. é mais ou menos como os doces: eu posso dizer que para mim qualidade de vida é enfardar uma caixa de chocolates todos os dias e alguem dizer que é muito melhor comer vegetais grelhados. sim, é. mas do ponto de vista estritamente do que gostamos acho que preferimos chocolates do que vegetais, e acho que preferimos o conforto do carro do que andar a pé à chuva. mas sim, obvio que o seu estilo de vida lhe faz muito melhor do que o meu.

      "aqui conseguimos ter óptimos trabalhos que não teríamos noutras cidades na nossa área" eu sinceramente cada vez que tenho esta conversa com malta de Lisboa chego sempre à mesma conclusao. bla bla bla, mas no fundo estão aí por causa do dinheiro, porque conseguem ter empregos que não teriam noutro lado e por isso podem viajar 4 vezes por ano e coisas do genero. eu pessoalmente tentei durante um ano em Lisboa quando acabei o curso mas desisti. tenho perfeita noção que hoje na estaria a ganhar balurdios aí, tenho colegas da area a receber entre 2000 a 4000€ limpos, e eu mal passo dos 1500€, mas cidade grande nao é mesmo para mim, não conseguia ser feliz.

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    16. Gostava muito de poder ir a pé a um teatro ou a uma exposição.."
      a questão é: quantas vezes faria isso por mês?"

      Acho que não me fiz entender... eu não consigo é ir a pé a essas atividades. Mas eu não vivo muito longe do Porto ( +- 30 minutos, sem trânsito) e estou também relativamente perto de outra capital de distrito. Além disso tenho outras duas cidades com ofertas, incluindo teatros, museus e até um centro infantil aberto à comunidade que também faz inúmeras atividades. Mas a pé não ... A última a "walking distance" foi agora no final do ano um teatro de Frozen que fizeram na junta de freguesia.

      Eu gostaria de não precisar de conduzir. Mesmo para ir a pé para o trabalho, na cidade utiliza-se muitas vezes as sapatilhas no percurso e calçam-se os saltos no escritório. Também há saltos confortáveis para fazer 25/20 minutos a pé.

      Mas para mim também é ( muito ) diferente
      estar num jardim público ou no meu jardim.
      Vamos frequentemente aos parques perto de nós, a pé ou de bicicleta ( demoro uns 10 minutos a pé até ao parque da cidade mais próximo) mas não há nada como o meu jardim. E utilizamos o mesmo quase diariamente, excepto nos dias mesmo insuportavelmente frios. Então a fruta do pomar é fantástica para nós ( e as nossas pessoas) e o nosso parque infantil também: lá estão os miúdos a brincar, sem necessidade de supervisão basicamente nenhuma e os miúdos da vizinhança também passam aqui a vida. No verão temos a nossa piscina que utilizamos quase diariamente e é muito diferente o à vontade relativamente às piscinas públicas ( além que nunca iria pagar a entrada na piscina pública diariamente ao final do dia...).
      E a possibilidade de andar de bicicleta em qualquer lado, mesmo com os meus filhos. Depois de conduzir em Lisboa e no Porto honestamente não eram cidades onde estivesse descansada a sair de casa de bicicleta para andar à beira da estrada sozinha sequer, muito menos com uma criança.

      À anónima da cidade ( não sei como distinguir de outra forma 😅) acho que a ideia de que quem não vive na cidade não tem exatamente as mesmas oportunidades de fazer coisas diferentes é errada. Havendo disponibilidade financeira e interesse tem-se acesso às mesmas coisas. Por exemplo, em pouco mais de 30 minutos também estou no aeroporto e não nos impede nada de fazer escapadelas 😉 aliás em poucas horas até chegamos a Madrid de carro para apanhar um avião ( não seria a primeira vez...).
      E há inúmeras atividades que se podem fazer. Nós adoramos fazer turismo para as cidades mas também mais rural. No fundo gostamos de explorar tudo.
      E também não estamos longe de Lisboa, em poucas horas estamos aí. Havendo programas que nos interessem não é o facto de os mesmos serem em Lisboa que nos impedem.
      Já para o Algarve é mais difícil... Será quase o mesmo que a anónima querer ir ao Gerês ( vamos lá dormir em bungalows com alguma frequência).

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    17. Isto tudo basicamente para dizer que o que eu sinto falta é basicamente de um metro que nos unisse à zona metropolitana do Porto ou uma rede de transportes públicos com muito melhor resposta.

      Eu "preciso" de ter um carro para o meu dia-a-dia e gostaria de não ser dependente dessa forma. Há coisas boas que compensam e por isso é que aqui vivo mas na minha utopia era assim...

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    18. Tem razão quando diz que estamos aqui pelo dinheiro, mas principalmente pelo estilo de vida que esse dinheiro nos proporciona. Tendo dinheiro, pude comprar um apartamento no centro e então ir a pé para todo o lado e só termos um carro que já tem 10 anos e que mal usamos. Tendo dinheiro posso usufruir das atividades da cidade, posso viajar dentro e fora de Portugal. Posso ter a minha filha numa creche próxima e proporcionar-lhe o que ela precisa. Mas é dinheiro + tempo, porque comecei a minha carreira aqui num trabalho em que ganhava bem, mas não tinha tempo livre (saía às 21h na melhor das hipóteses). E isso nunca resultaria para mim. Depois disso procurei sempre empregos em que conjugasse o ser bem paga (ainda que não o máximo que pudesse ganhar na minha área) e ter tempo livre para a família. Noutras cidades mais pequenas até podia ter tempo (mas nunca teria mais do que tenho agora, porque já tenho um trabalho com condições óptimas e respeito pelos horários) e o salário era consideravelmente mais baixo, o que nunca me permitira ter o estilo de vida e conforto que ambiciono (ainda que tivesse menos gastos). Nasci numa cidade mais pequena e vivi 15 anos noutra cidade mais pequena também (ainda que para os padrões de Portugal sejam das maiores a seguir a Porto e Lisboa ahah) e já estava farta de lá estar. Sentia-me aborrecida, sentia que já conhecia tudo. Vivi um ano no Porto (e viveria lá novamente sem problemas) e desde há 10 anos em Lisboa e nunca senti isso e adoro essa sensação de novidade, de descoberta, de turismo em casa. Sinto-me bem aqui e com o estilo de vida que conseguimos construir, que só é devido a escolhas pessoais nossas, dinheiro e tempo disponível, coisas que conseguimos ter aqui.

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    19. " o que eu sinto falta é basicamente de um metro que nos unisse à zona metropolitana do Porto ou uma rede de transportes públicos com muito melhor resposta.Eu "preciso" de ter um carro para o meu dia-a-dia e gostaria de não ser dependente dessa forma. "

      So por curiosidade porque eu genuinamente nao compreendo: está a dizer que preferia andar de metro do que de carro? porquê? é uma questão financeira?
      do meu ponto de vista numa cidade grande tipo Lisboa o metro tem a vantagem de não se ter de preocupar com transito e com estacionamento, mas numa cidade pequena, como percebi que era o seu caso, se nao tem transito e se estaciona facilmente porque preferia o metro? tem preocupações ambientais, é isso? é que para mim do ponto de vista da comodidade o carro é sempre a melhor opção, vou onde quero, como quero, nao estou dependente de horarios, estaciono o mais perto possivel de onde quero, é confortavel, limpo (já cheguei a andar em metros que se olhava para os bancos e ate dava medo), tem ar condicionado, nao tenho de levar com os encontroes dos outros...

      "e já estava farta de lá estar. Sentia-me aborrecida, sentia que já conhecia tudo"
      tenho um familiar proximo que foi para o Porto e ele diz exactamente isso, que era impossivel continuar a morar aqui, que se sentia na "parvonia". eu sou ao contrario, tenho medo do desconhecido, de grandes confusoes, apesar de ja ter morado 1 ano em Lisboa não é um sitio onde me sinta confortavel, estou la sempre agarrada à carteira, com medo de perder o meu marido de vista e ficar perdida; metropoles nao sao mesmo para mim. gosto da parvonia :-)
      alias quando se fala de viagens eu sou mesmo super limitada, só Europa e eventualmente um dia ir aos EUA/Canada ou paises mais desenvolvidos tipo Japão. Não me imagino a ir a Africa, a maioria da Asia ou mesmo America do Sul. O meu marido teve de fazer uma viagem à China a trabalho (sozinho!!) e eu so pensava se me acontecesse o mesmo não era capaz de ir.

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    20. Anónimo12 de janeiro de 2020 às 23:49,

      Não quero de todo ofender, mas é estranho para mim ler alguém que acha desconfortável andar 15 minutos a pé. Tenho 28 anos e nunca tive carro, ficar suada no verão ou levar o chapéu de chuva no outono e inverno são coisas super naturais.

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    21. "Anónimo14 de janeiro de 2020 às 21:14"

      eu quando estava na faculdade ia a pé da residencia universitária para as aulas e acho que demorava uns 20min, e fazia isso sem problemas. mas também na altura eu ia almoçar à cantina e agora prefiro ir comer a um bom restaurante. ficar suada no verao é normal, mas se eu puder chegar ao emprego fresca e confortavel tanto melhor. também é normal andar com chapeu de chuva, eu nos primeiros anos de trabalho entre o estacionamento e a entrada da empresa ainda eram uns bons 400metros e em dias de chuva intensa com vento ficava sempre um pouco molhada, era desagradavel, portanto prefiro agora que com a promoção tenho lugar reservado frente à entrada e ando pouco.
      Atenção que eu gosto de andar e passear, mas uma coisa é eu ao Domingo ir almoçar fora com o marido, ir a pé ate ao restaurante calmamente, depois sair de la e ir dar um passeio pela cidade e se calhar demoramos 3 horas até voltar ao carro com algumas paragens pelo meio. Mas nesse dia se fiz isso é porque estava bom tempo, vou sem compromissos e se calhar tive o cuidado de levar calçado mais confortavel e uma carteira pequena de traçar. No meu dia a dia, só quero chegar ao trabalho o mais rapido possivel, sem ter de me preocupar com o estado do tempo, levar saltos altos e a carteira que me apetece. Depois aos fins de semana quando vamos passear até gosto de andar a pé, mas lá está para mim sao situações diferentes.

      É como a questão da garagem: eu odiava quando morava num apartamento sem garagem e quando ia às compras de inverno a chover, tinha de estar a tirar os produtos do carro na rua para a entrada do predio a molhar tudo, ter de andar a carregar packs de leite e garrafoes de agua, e se calhar tinha de ir ao carro umas 4 vezes para conseguir trazer tudo sozinha, e para usar o chapeu tinha so uma mao livre para carregar as compras, logo tinha de ir la o dobro das vezes, e depois ainda tinha de ter a chave para ir fechando e abrindo o carro e a porta do predio, tudo se faz, é claro, pior ainda comparando com pessoas que nao tendo carro trazem as coisas no autocarro ou vão à mercearia a pé, mas pronto hoje em dia para mim é mais confortavel entrar com o carro na garagem e tirar as compras calmamente no conforto da minha casa.

      A ver se me explico de outra forma: cozinhar também é uma coisa super natural e todos fazemos, mas se por um milagre pudessemos ter sempre a comida pronta e disponivel quando precisamos sem termos de fazer rigorosamente nada presumo que a maioria das pessoas escolharia deixar de o fazer na maioria dos dias, sem prejuizo de que em alguns momentos, por ex, ao fim de semana com tempo, até podemos ter gosto em estar 2h a fazer uma receita especial. Para mim o andar a pé obrigatoriamente num percurso diario é mais ou menos isso: é natural, há imensas pessoas que o fazem, mas para mim se tenho alternativa viavel para nao o fazer por obrigação é muito melhor.

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    22. Bem, acho que depende mesmo da personalidade de cada pessoa. Eu também já fui uma pessoa automóvel-dependente e stressadinha. Cada vez que me lembro que deixei de fazer coisas ou ir a sítios porque não tinha onde estacionar...
      Agora dou tudo para deixar o carro na garagem (e não é de todo por questões financeiras). Gosto mesmo de fazer a mini-caminhada até ao trabalho, é mesmo um momento prazeroso. Basta adequar a roupa à estação que não se chega transpirado ou molhado ao trabalho. Também sou apologista do uso de transportes públicos, que na minha cidade e da minha experiência, são muito bons.
      Mas se calhar sou um ser à parte porque também gosto de cozinhar, selecionar os produtos e fazer receitas mesmo ao meu gosto. E quando acompanho a preparação da receita com um copo de vinho é a cereja em cima do bolo! :) Normalmente essa altura é um bom momento familiar.
      Enfim, acho que aprendi a apreciar pequenas coisas da vida, que se calhar para as outras pessoas são fretes mas para mim acabam por ser bons momentos.

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    23. Concordo totalmente com o Anónimo15 de janeiro de 2020 às 16:06! Para mim ir de manhã com o meu marido a pé levar a nossa filha à creche e depois irmos juntos a pé para o trabalho (se estivermos com tempo conseguimos fazer um desvio e ir grande parte do caminho em comum) é um momento super prazeroso. É mais meia hora que passo com os dois, vamos a conversar, ao ar livre, sem preocupações, ao contrário do que se fôssemos sozinhos cada um para seu sítio no seu carro e a termos de ir sempre focados na condução (e sem vermos a miúda no banco de trás). Chego sempre bem disposta ao trabalho! Tenho 32 anos, já vivi em 4 cidades em Portugal e 2 no estrangeiro e nunca usei carro nas deslocações do dia-a-dia (sempre a pé ou transportes públicos), nem concebo deslocar-me de outra maneira e carro só mesmo em último recurso (nem tenho carro meu, o meu marido é que já tinha o dele antes de começarmos a namorar e mantivemo-lo).

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    24. Anónimo15 de janeiro de 2020 às 16:06

      "Cada vez que me lembro que deixei de fazer coisas ou ir a sítios porque não tinha onde estacionar..." eu nao deixo de ir a sitios onde nao possa estacionar desde que tenha alternativa. ou seja, se puder ir a pé vou. estaciono longe e ando o que for preciso. eu gosto muito de ir à zona historica de uma cidade, em que no fim de semana deixo o carro no estacionamento e faço aquilo tudo a pé, sem problema, mas nao gostaria de trabalhar la e fazer aquilo todos os dia.

      "gosto de cozinhar, selecionar os produtos e fazer receitas mesmo ao meu gosto. E quando acompanho a preparação da receita com um copo de vinho " a questão é, faz isso todos os dias? é que esta conversa toda começou pelo desabafo da S* em como ter um filho e toda a rotina de tarefas diarias consegue ser desafiante e deixar-nos exaustos. muito pessoas fazem comida para varios dias e congelam para ser mais eficiente, outras trazem de take away, porque enfim, chegar a casa e fazer todas as tarefas nao da tempo para fazer depois uma receita calmamente. o meu marido adora cozinhar, e tudo aquilo que descreve, ao domingo gosta de abrir uma garrafa de vinho, um bocado para a comida, outro para o copo e é capaz de estar 2h na cozinha a fazer algo especial. mas la está , se de 2ª a 5ªf pudesse chegar a casa e ter a comida feita era bem melhor para a nossa rotina de vida. claro que imagino que alguem solteiro, que tenha empregada para fazer limpezas e tudo, que chegue cedo a casa do trabalho poderá cozinhar com prazer todos os dias, mas para a maioria das pessoas que comentarem aqui não me parece viavel.


      Anónimo16 de janeiro de 2020 às 09:57
      "É mais meia hora que passo com os dois"
      mas se fosse de carro, para a mesma distancia, demorava 5min e os outros 25min podia passar em casa efectivamente com a sua familia certo?


      Esta semana, por motivos profissionais tive de levar uns colegas estrangeiros a jantar fora. Podia ter escolhido um restaurante numa zona porreira com estacionamento e leva-los lá de carro, mas perguntei se gostavam de historia e de andar um bocadinho e eles disseram que sim. Entao fui so de carro com eles ate ao hotel, e depois fomos todos a pé, demoramos cerca de 1h30m e fiz um percurso turistico pela cidade, em que lhes fui explicando os pontos principais e depois acabamos no restaurante. Quando saimos do restaurante voltamos a pe, mas por um caminho mais directo que demorou 25 min até ao hotel. Eles adoraram e também achei muito giro e uma experiencia a repetir, porque geralmente o que se faz na empresa é so ir para um restaurante de carro e pronto, os convidados voltam para o hotel de taxi e cada um de nós volta para a sua casa de carro.
      Isto só para dizer que gostei muito desta troca de ideias, e nao quero que fiquem a pensar que detesto andar a pé, mas sim que até gosto, e percebo o vosso ponto de vista, mas para mim continua a fazer sentido fazer isto em momentos especiais, sem compromissos horarios e com calma e nao como rotina diaria, mas admiro quem o faz, para a saude é muito melhor do que a minha vida sedentaria de 2ª a 6ªF

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    25. Eu costumo fazer um planeamento das refeições da semana. Deus me livre se tivesse de decidir e tratar de tudo no próprio dia/na altura. Por isso é que sim, cozinho ou trato da comida todos os dias e não me custa nada. Posso gastar até 1h no fim de semana a organizar a semana que depois acaba por me poupar imenso tempo durante a semana.
      Mas já agora também tenho curiosidade em saber como ocupa o seu tempo livre durante a semana. Vê muitas séries/documentários? Gosta de dormir mais um bocadinho? Prefere assim actividades mais paradas e caseirinhas? Não é por mal, é só mesmo para perceber. Acho estes pontos de vistas tão diferentes devem-se a pessoas com personalidades bem diferentes.

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    26. Eu tenho uma filha e cozinho praticamente todos os dias. :) Mas é verdade que é muito mais fácil saber de antemão o que vou cozinhar a cada dia, organizando isso semanalmente. E também não escolho pratos que demorem 2h a fazer. :D Às vezes la faço alguns pratos em maior quantidade e já me dão para dois dias mas não sou realmente pessoa de fazer comida logo para vários dias seguidos não. :)
      Tété

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    27. "So por curiosidade porque eu genuinamente nao compreendo: está a dizer que preferia andar de metro do que de carro? porquê? é uma questão financeira?"

      Não é uma questão financeira. São questões ambientais, de hábito e por gostar de ter alternativa e de ter a opção. Gosto de aproveitar o tempo de viagens para fazer coisas como ler, estudar ou adiantar trabalho ( já o fazia na universidade). Atualmente com os audiobooks até consigo fazer com que esse tempo seja proveitoso.

      Por outro lado tenho os meus filhos que estarão sempre mais dependentes de nós para as viagens de e para a escola, para os aniversários dos colegas, saídas à noite, etc.
      A escola que escolhemos fica numa das cidades próximas e as atividades que frequentam também ( o que é uma das mais-valias de viver onde vivemos - consigo ter muita oferta formativa, incluindo escolas públicas com boa qualidade e muita oferta gratuita - ex: mandarim, programação informática, robótica, etc. Tenho familiares em Lisboa e no Porto que pagam muito para terem os filhos numa escola segura e este tipo de atividades custam-lhes centenas de euros mensalmente.)
      MAS os meus estão "longe" de casa. São 5/10 minutos de carro mas é impensável virem a pé... Se houvesse alternativas de transportes públicos na adolescência era muito mais fácil.


      E depois gostaria de não estar dependente de um carro. De ter a opção de ir a pé ou de transportes públicos.
      Por exemplo estes dias o meu carro avariou, precisava de chegar atempadamente ao meu local de trabalho porque tinha consultas marcadas. Tive que pedir boleia a uma colega para levar os meus filhos à escola e chegar a tempo ao trabalho. Nos dias seguintes precisei do carro cedido pela seguradora. Com boas alternativas de transportes públicos isto era desnecessário.

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    28. Percebo isso tão bem. A escola da minha filha é a 5 minutos de carro mas não é caminho que se possa fazer a pé (já tivemos de o fazer uma vez quando o meu carro ficou bloqueado na neve e eu só rezava para não sermos atropeladas) pois não há passeio nem condições para o percorrer a pé. E eu que sempre vivi em cidades onde conseguia ir a pé ou de transportes a todo o lado facilmente, também me custa aqui estar tão dependente do carro. Se o mesmo avariar, não consigo ir trabalhar, levar a minha filha à escola, ir ao médico com ela, ir comprar comida...:)

      Tété

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    29. "Eu costumo fazer um planeamento das refeições da semana. Deus me livre se tivesse de decidir e tratar de tudo no próprio dia/na altura. "

      nao percebi. o que é para si planear as refeições? eu se tiver uma festa de anos para 20 pessoas, obvio que com antecedencia planeio por escrito as comidas que penso colocar, defino o que vou comprar e o que faço em casa, faço a lista de ingredientes necessários e organizo entao a lista de compras, ect. Mas para o dia a dia o que é preciso planear? Se amanha quero fazer salmao grelhado é so hoje à noite abrir o congelador, tirar o salmao e colocar num prato a descongelar. Depois amanha é que vou descascar batatas e cenouras, cozer e grelhar o salmao. O que é que poderia fazer no fim de semana para simplificar este processo? Estou mesmo curiosa porque nao percebi mesmo o que quer dizer. Outra coisa é o que algumas pessoas fazem de por exemplo adiantar a refeição, ou seja, fazem por exemplo uma panela de carne estufada que da para 3 refeições logo no domingo, e depois durante a semana é so fazer o acompanhamento (ex: cozer massa) e aquecer a carne, mas isto para mim é cozinhar com atecedencia, nao é planear, ou era isto o que se refere?

      "Mas já agora também tenho curiosidade em saber como ocupa o seu tempo livre durante a semana."
      nem eu sei.... o que sinto é que tenho tanto trabalho domestico, nao tenho tempo para nada e por isso ja mencionei aqui que genuinamente nao compreendo quem consegue ter filhos porque para mim era impensavel conseguir adicionar as tarefas com eles nas minhas rotinas. durante a semana chego a casa por volta das 19:30, tenho de fazer o jantar (demoro cerca de 45 min), limpar a mesa do pequeno almoço, tirar a louça da maquina de lavar louça e arrumar, por a mesa para o jantar, arrumar a cozinha após o jantar, ir levar o lixo ao contentor e/ou reciclagem, pôr roupa a lavar, estender a roupa a secar, dobrar e arrumar a roupa, passar a ferro, tirar os folhetos do correio e escolher os que sao importantes, ir às compras ao supermercado, arrumar as compras, escolher e organizar a roupa para o dia seguinte. E depois há aquelas tarefas que sendo que anuais ou de 6 em 6 meses, parece que sao tantas, que todas as semanas tenho alguma para ir fazer: pagar seguro do carro, pagar IMI, ver aplicações financeiras que expiram e ver onde colocar de novo o dinheiro, ver as facturas no efactura, fazer o IRS, limpar as prateleiras do frigorifico, limpar todo o exaustor, tirar as coisas dos armarios do WC limpar e voltar a organizar, limpar o tambor e as gavetas da maquina de lavar roupa, fazer as decorações de natal, arrumar as decorações de natal, sei la. Durante a semana acabo por tentar ir fazendo algumas tarefas extra para alem de so fazer o jantar e arrumar a cozinha, mas a verdade é que se chego às 19:30, so para fazer jantar, comer e arrumar a cozinha gasto logo entra 1:30 a 2h, portanto se às 22h tentamos estar no sofa para ver uma serie/filme, entao nao sobra muito tempo para tarefas extra. Mas sim, todos os dias vemos entre 1 a 2h de tv, pois vamos dormir cerca da meia noite. Outra coisa que sei que me rouba bastante tempo é a casa nova e todas as coisas que ainda estamos a comprar, tratar. Por ex, agora andamos a gastar algum tempo a ver na net moveis, decoração,... No fim de semana tento que seja metade do tempo para tarefas domesticas e metade do tempo para lazer.

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    30. (cont)

      Não me considero caseirinha, o meu marido é mais e tento sair sempre que possivel, mas a sensação com que chego sempre ao domingo à noite é que passou-se 48h e nao fiz nada. Por exemplo, este fim de semana, queria no sabado de manha dormir mais, o meu marido acorda-me às 10h a dizer que o gato está magoado (tinha um corte grave na cara, provavelmente de uma luta entre machos) e lá vou eu para o veterinario. Cheguei às 12h, fui ainda arrumar a roupa que tinhamos lavado durante a semana, passar a ferro e em algumas peças estive a passar com o tira borbotos, e isto ocupou-me até às 15h, com almoço pelo meio. Durante a semana eu cozinho e ao fim de semana é o marido, por isso no sabado pude tratar da roupa. Depois fomos arrumar as decorações de natal no sotao e ele teve de subir ao telhado para resolver uns problemas e eu fiquei a segurar a escadas. Isto ocupou até às 17h. Depois fomos tomar banho, arranjar para sair, de carro para a cidade, compras no Leroy Merlin de coisas tecnicas que precisamos em casa, jantar fora e cinema, conduzir de volta para casa e estavamos a dormir às 2h da manha. No Domingo, levantamos às 9h30m, fomos à feira de uma vila aqui perto para comprar arvores para o nosso quintal, acabamos por dar uma volta por la e compramos mais umas coisas, voltamos para casa ao meio dia, ele foi tratar do almoço e eu fui acabar de tratar da roupa. Ele a cozinhar demora imenso tempo porque faz tudo com imenso detalhe e calma, por ex, mesmo que sejam uns simples hamburgures, ele descasca batatas, usa o robot de cozinha para ralar em palitos e assa no forno num tabuleiro com especiarias, depois faz um arroz XPTO de nao sei que, e mais o ovo "estrelado" sem oleo, cozinhado a vapor e terminado no grill do forno, enfim.... Ele das 12h às 15h foi basicamente 1:30 para fazer o almoço (peixe assado no forno), depois almoçamos 45 min e ele arrumou a cozinha sozinho mais uns 15min, e assim se vai o tempo todo. Ora, ás 15h fomos sair porque tinhamos um espetaculo de teatro para ver, começava às 16h, acabou às 18:30, mais lanchinho lá depois so chegamos a casa eram umas 19:30. Ele foi logo tratar do jantar, eu fui arrumar a roupa que tinha passado a ferro, e preparar a minha carteira e roupa para vir trabalhar hoje, jantamos e às 22h estavamos no sofa a ver um filme. Portanto resumo do fim de semana: de lazer fomos jantar fora, cinema, e espetaculo de teatro; de assuntos da casa nova fomos à feira compras arvores e ao leroy merlin e tratou-se do telhado; de tarefas domesticas eu tratei de toda a roupa que estava da semana (dobrar, passar a ferro, arrumar, tirar borbotos), arrumamos decoração de natal e ele andou de volta da cozinha. Não me parece muito para dois dias.

      "São questões ambientais, de hábito e por gostar de ter alternativa e de ter a opção. Gosto de aproveitar o tempo de viagens para fazer coisas como ler, estudar ou adiantar trabalho "
      ambientais respeito mas nao ligo, aproveitar o tempo percebo a ideia, nunca tive esse habito, eu gosto de conduzir e ir a ouvir musica em altos berros, vou cantando e para mim é uma forma de descontrair e começar bem o dia, e tambem para desligar dos assuntos do trabalho ao fim do dia quando volto.
      a parte da alternativa, sim percebo. mas para mim o ideal era entao andar sempre de carro, e depois ter transportes publicos disponiveis para os dias em que nao se tem carro :-) no meu caso tenho familia, por isso arranjamos sempre boleia, troca de carro e tanto eu como o marido temos colegas que trabalham no mesmo sitio por isso em caso de necessidade podemos ir de boleia com alguem. e sim, com miudos adolescentes para a escola percebo, eu nao tenho filhos mas se estivesse talvez fosse a mesma situação. sinceramente nem sei se a minha pequena cidade tem transportes internos, vejo às vezes um pequeno autocarro a circular mas nao sei exactamente como funciona, ou se é so de alguma escola em especifico ou se é algo publico.

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    31. Tete, lembro-me bem dessa aventura da neve. Eu aqui nao estou tao limitada, dentro da cidade como referi nao sei bem o que há, mas em caso de panico eu posso andar a pé, 1,5km para o intermarche a pe custa um bocado mas se for preciso faz-se. para ir para outras localidades há autocarros de hora a hora, e para ir para o trabalho tenho pelo menos 8 colegas que trabalham na mesma empresa que eu e algum deles me podia levar. alias, eles ate fazem car pooling para poupar na gasolina, eu é que gosto de ter a minha independencia e entrar e sair quando quero.

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    32. Eu costumo fazer as duas coisas: preparar e planear. No fim de semana planeio uma ementa semanal e a partir daí faço as compras necessárias para as receitas (raramente vou ao supermercado durante a semana!). Quando chego a casa já deixo as coisas organizadas para as refeições. Normalmente já adianto 1 ou 2 refeições, faço sopa, deixo alguns legumes e verduras já preparados, etc. (vejam as dicas de organização e preparação de refeições da Joana Roque :)) A ideia é descomplicar. Também costumamos usar o forno com bastante frequência, o que nos permite usar esse tempo para realizar outras tarefas domésticas. E normalmente o jantar de sexta-feira é mais 'livre' ou pode ser mesmo fora.
      Quanto às tarefas (desde a limpeza, roupas, comida, compras, etc), eu e o meu marido temos bem estipuladas o que cada um faz e tentamos fazer o máximo possível durante a semana, e acho que é isso que também nos permite aproveitar mais o tempo livre em conjunto. Também não somos de ficar até tarde na cama no fim de semana (mais tardar até às 9h) ou de ver tv/séries (no máximo dos máximos 1 h/dia mas há dias que nem ligamos a tv/PC).
      Mas para a anónima das 10h28, é normal que numa mudança de casa não tenha tanta disponibilidade porque há sempre coisitas a tratar até estar tudo ok.

      Quanto ao uso de transportes públicos não tenho razão de queixa na minha cidade e normalmente aproveito esse momento para ler, organizar a agenda, fazer compras online, ver as notícias, ligar a alguém, validar facturas, sei lá, dá para fazer muita coisa. Nunca é tempo perdido!

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    33. "No fim de semana planeio uma ementa semanal e a partir daí faço as compras necessárias para as receitas "

      Pois, eu so vou às compras de 2 em 2 ou ate 3 semanas, e compramos quase sempre os mesmos produtos, é so repor stock. Ou seja, nao sinto necessidade de fazer ementa e planear os respectivos ingredientes porque tenho sempre tudo o que preciso para as refeições semanais normais. O adiantar refeições é problematico para o marido porque ele faz questao de comer tudo fresco, e tenho noção que isso nos rouba bastante tempo. No maximo eu faço por ex frango estufado na 2ªF à noite e aí comemos com batatas cozidas feitas na hora e na 3ªF aqueço o frango e faço massa cozida para acompanhar.

      "Também costumamos usar o forno com bastante frequência, o que nos permite usar esse tempo para realizar outras tarefas domésticas"
      ahahah tem de conseguir explicar isso ao meu marido. entao ele liga o forno, depois poe 10 min com grill por cima e ventilador, depois mexe a carne, depois muda o grill para baixo, depois mais 10 min e vai ver com o termometro da carne como está...enfim... o tempo todo que o forno está a ser usado está lá ele em frente a mudar os programas, quantos mais programas o forno tivesse mais ele usava. e nos entretantos está a olhar para a tv... por ex, no outro dia fez uma carne slow cooking (acho que esteve 3h no forno) e estava realmente espetacular. mas fora isso ele ainda demorou imenso tempo a preparar os vegetais (cortados de determinada forma, e ligeiramente salteados antes de ir ao forno), a descascar aquelas batatas pequenas especiais de forno (mas como sao pequenas temos de descascar muitas mais) e na vespera a preparar a carne (entre outras coisas fez cortes meticulosos na carne e colocou uma folha de louro em cada um). Os cozinhados dele ficam brutais mas eu nao tenho paciencia.

      "Quanto às tarefas (desde a limpeza, roupas, comida, compras, etc), eu e o meu marido temos bem estipuladas o que cada um faz e tentamos fazer o máximo possível durante a semana, "
      pois, eu sinto exactamente isso, tentamos despachar tanto durante a semana que fico exausta, para depois ver se no fim de semana conseguimos passear um pouco. mas eu cada vez que olho para a casa acho sempre que ha coisas para fazer, por ex, na semana passada tirei as prateleiras do frigorifico e lavei tudo, e hoje de manha olhei para as gavetas do WC e achei que devia fazer o mesmo, principalmente por causa dos cabelos e dos pelos da barba que se vao acumulando um aqui outro acola. Nao me considero neurotica das limpezas, há pessoas que fazem muito mais que eu e outras que fazem muito menos obvio, mas enfim, sinto que há sempre coisas para fazer mesmo que eu tente simplificar.

      "é normal que numa mudança de casa não tenha tanta disponibilidade porque há sempre coisitas a tratar até estar tudo ok."
      eu achava que num ano tinha tudo tratado....é para esquecer, acho que nem em dois consigo ter tudo feito. só o espaço exterior ocupa imenso tempo, mesmo apesar de ter contratado algumas coisas (ex: colocar relva artificial), a maioria fomos nós que fizemos e leva imenso tempo. nao estou a falar da manutenção, é mesmo a implementação inicial das coisas. e dentro de casa há sempre tanta coisa para fazer... os meus sogros sao de longe e quando ca vêm o meu sogro passa o dia inteiro com o meu marido a fazer bricolage e ate eu me sinto mal que parece que eles nao sao visitas, parece que so os convidamos para vir ajudar, mas pronto, se nao fossem eles e a minha familia estavamos tramados. é mesmo dificil ter moradia e terreno grande, nao estou arrependida de ter saido do apartamento, mas que custa ai isso custa.

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    34. Pois, compreendo. Sem sombra de dúvida que uma moradia dá muito mais trabalho e requer mais manutenção que um apartamento. Só me mudaria para uma moradia se tivesse uma empregada doméstica, senão passaria o tempo a tratar da casa.

      Mas tem sorte em ter um marido tão meticuloso na cozinha. O meu desenrrasca-se mas é muito basiquinho. :P

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    35. A Joana Roque é a maior. Aprende-se imenso com as dicas dela. :) Eu não sou nenhuma especialista em gestão de tempo (nem de longe nem de perto) e chegando às 19h30 a casa é mais do que normal que sinta que lhe falta tempo. E de facto uma mudança de casa implica muito trabalhinho (anos e anos de obras e ainda não acabámos tudo, socoooorrro) e muito tempo perdido a tratar de assuntos, a pesquisar, a procurar, a comprar, a arranjar, a ir às lojas ver, a escolher...É normal que sinta que no seu dia-a-dia não haveria tempo para um filho. Mas, como alguém que decidiu ter um filho e reconstruir uma casa ao mesmo tempo (num claro momento de insanidade :D), o truque acho que passa por tornar algumas coisas mais práticas. Por exemplo, nem pensar que por aqui demoro 45min a fazer o jantar, não dá. :) Durante a semana as refeições são o mais simples e rápido possível. Ao fim-de-semana já posso gastar mais algum tempo a fazer algum prato mais elaborado se me apetecer. :) No dia em que corto legumes para a sopa, se tiver tempo aproveito e corto mais legumes que guardo no frigorífico para cozinhar nos dias seguintes (ou seja, a comida é feita no dia mas as coisas já estão semi-preparadas para ganhar tempo). Enquanto faço o jantar, tiro a louça da máquina para ser mais rápido arrumar a cozinha depois. Máquinas de roupa tento fazer ao fim-de-semana que tenho mais tempo para pendurar, e durante a semana lavo mais toalhas e lençóis que são rápidos de pendurar. E depois deixa de haver uma certa urgência nalgumas tarefas: não é que a casa fique badalhoca mas sei que antes de ser mãe limpava as janelas com mais frequência do que o faço agora. Outras tarefas até faço mais frequentemente para não acumular e organizo-me melhor. Além de que, como já foi dito, as crianças passam por fases. Eu via mais séries quando a minha filha tinha 2 meses do que agora que tem 4 anos. :P Uma ou duas horas de televisão por dia nos dias de hoje é um luxo que não tenho. :) Mas hei-de voltar a ter que a miúda não terá 4 anos para sempre. :D Mas eu acho que às vezes não temos outro remédio senão adaptarmo-nos. :) Eu conheço um casal que só conseguia tomar o pequeno-almoço à vez, comendo um enquanto o outro tomava conta do bebé de menos de um ano. Um dia perguntaram-me como é que eu fazia para comer, tomar banho, etc, sozinha com uma bebé da mesma idade. Ri-me e expliquei que ao mesmo tempo que falava com eles no skype, estava a fazer o almoço mesmo ao lado enquanto dava pontapés numa bola que a minha filha ia lançando pelo chão. :P
      De qualquer forma, pense que se no fim-de-semana tirasse todas as tarefas relacionadas com a casa nova, teria muito mais tempo de lazer. Ou seja, é apenas uma fase em que está mais sobrecarregada (é como quando se tem um recém-nascido e se acha que se tem de conseguir a fazer todas as tarefas domésticas de antes logo quando se vem da maternidade. Mais vale assumir que durante uns tempos não dá mas que é apenas uma fase), não vai durar para sempre. :)

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  14. Ter irmãos é só a melhor coisa do mundo! São as únicas pessoas com quem não fazemos cerimónia em NADA, com quem somos mesmo nós a 100%, com tudo o que de bom e mau isso carrega, os únicos com quem podemos gritar e dizer as maiores barbaridades que passado um pouco já passou! Maridos, Pais e Filhos estão quase nesses 100% da não-cerimónia, mas há ali um bocadinho em que nos devemos retrair, para bem das relações! Não há ninguém nesta vida como a minha Mana e só posso agradecer aos meus Pais por ma terem "dado". No entanto, cada um sabe de si e quem não está preparado para mais, não os deve ter por sacrifício! Falo por mim, que infelizmente não tenho filhos, e que tenho alguma pena dos meus sobrinhos, que ainda não têm primos da minha parte. Sei que iam delirar e espero ainda lhes conseguir fazer a vontade :) (mas só porque quero, que seria ter porque sim!!)

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    1. Olhe, acabo por concordar! Mas eu sinto isso em relação à minha irmã gémea - que é um classe à parte no que toca a relacionamento interpessoal. É uma relação que nada abala.

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    2. tem noção de que isso é a sua experiencia e que nem toda a gente tem essa relação brutal com os irmaos como descreve? no caso da S* compreendo perfeitamente por serem gemeas, mas nos casos de irmaos "normais" há tantos que nao se dao bem, ou têm relações distantes. eu às vezes fico mesmo chocada com estas pessoas que escrevem como se o seu caso pessoal (que é verdadeiro e valido com certeza) se tivesse de aplicar obrigatoriamente a todas as pessoas. Posso-lhe dizer que no meu caso tenho esse tipo de relação com a minha mae, mas não com o meu irmao.

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    3. Vi uma vez uma reportagem sobre as relações entre irmãos que dizia que é o único relacionamento que temos que dura a vida toda. Começa desde a infância e só acaba quando um dos dois morre. É certo que há muitos irmãos que tem relações distantes ou más mas só os irmãos sabem o que é crescer naquela casa com aquela família.

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    4. Eu tenho um irmão, mais velho 8 anos, e não sinto nenhuma ligação especial com ele. Crescemos sempre muito distantes um do outro, não só pela diferença de idade, que nos colocava sempre em fases de vida muito diferentes na altura da infância/adolescência/jovem adultos, mas pelo facto dele ser homem e eu mulher. Não tínhamos nada em comum. Ele gosta de futebol, eu odeio. Ele gosta de musica super pesadona, tipo black metal, eu sou mais do rock para dançar, ele gosta de filmes de terror, eu acho-os patéticos. Enfim. Muito diferentes mesmo. Eu tenho 36, ele 44, e hoje em dia encontramo-nos 2/3 vezes por ano, tipo no natal e aniversário dos pais. Desejo que tudo lhe corra muito bem na vida, mas não desejo estar lá ao lado porque realmente somos quase estranhos. Portanto sempre que leio ou ouço alguém dizer que o melhor presente que podem dar a um filho é um irmão, eu acho um bocado exagerado. Há casos.

      AnaC

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    5. AnaC, acho que isso não é assim tão linear, até no meu grupo de amigos as pessoas têm gostos diferentes nalgumas coisas, quase opostos, mas para mim não é isso que une as pessoas, há tantas outras coisas além de músicas e filmes para partilhar!
      A S* até dá muitas vezes o exemplo de gostar de um tipo de música mais latina e assim e marido detestar, e não é por isso que são menos unidos. Há coisas, sentimentos e laços, que nao se explicam, mas unem as pessoas para sempre, e muitas vezes isso pode passar "apenas" pelo valor de que damos à família.
      Eu e a minha irmã somos extremamente diferentes, diria que eu sou mais "low profile", calma, gosto das minhas séries, filmes e livros no conforto do sofá; a minha irmã não aguenta estar em casa muito tempo; eu sou mais ponderada, ela mais intempestuosa; eu mais poupada, ela gastadora; ela produz-se e maquilha-se todos os dias, eu super básica só com hidratação e protecção solar; ela mais ambiciosa a nível laboral, eu satisfeita com o que tenho... Nao podíamos ser mais diferentes (até fisicamente), mas somos profundamente unidas, falamos todos os dias, fazemos programas a duas deixando os maridos em casa, partilhamos o nosso dia-a-dia e falamos de tudo. Como alguém disse noutro comentário, é provavelmente a única pessoa do mundo com que faço zero cerimónia, até à casa de banho podemos ir juntas!
      Nao quero com isto dizer que nao haja excepçoes, mas acho que a diferença de idade ou de gostos não é, necessariamente, um factor determinante para as pessoas se sentirem próximas =)

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    6. de gostos pode nao ser mas a idade sim. quando a minha irma tinha 4 anos e queria brincar c bonecas eu ja tinha 14 e era adolescente. o q iria fazer com ela? quando eu tinha 18 e saia à noite ela tinha 8 anos e obvio q nao ia comigo para a discoteca. a convivencia é sempre diferente

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    7. Anónimo das 21.11

      Tal como acabou de dizer, fazem programas a duas. Ora eu e o meu irmão nunca fizemos programas a dois, porque não temos absolutamente nada em comum. Nunca saímos juntos, fora do contexto familiar - almoços com os pais - simplesmente porque não gostamos de nada que o outro goste. Mesmo os programas caseiros, os dele não me interessam - jogar playstation? ver futebol? - e os meus também não lhe interessam minimamente. Caramba eu sou vegetariana e o meu irmão só come carne com batatas fritas. Acredite, não há ninguém no mundo mais diferente de mim que o meu irmão. Desejo-lhe o melhor, mas eu não faço parte da vida dele nem ele da minha.

      AnaC

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    8. Eu e o meu irmão temos personalidades bem diferentes, em miúdos andávamos sempre zangados e só nos começámos a dar bem mais em adultos quando cada um começou a fazer a sua vida em casa separadas. Nunca fizemos programas só os dois ou houve a cumplicidade que todos têm, mas gostamos muito um do outro, sempre nos defendemos um ao outro e apoiamos muito os projectos de cada um. E eu sei que me faria falta ele não existir.

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  15. Sou filha única, a minha mãe pensou como tu e também é filha única. E a bem dizer, a vida não me tornou mimada e nunca pedi irmãos, também não senti a falta de um irmão até agora à fase adulta que por vezes nos deixa meio perdidos quando toca a resolver problemas familiares. Mas por outro lado há tantas famílias que não são unidas, onde existem problemas entre irmãos, onde ninguém se entende que acabo por achar que isso é unicamente uma decisão pessoal de ter ou não ter filhos. É respeitar e conviver com a decisão de cada um. Tens coragem em publicar o teu ponto de vista. Um beijinho

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    1. é particularmente "engraçado" a questão das heranças: dao-se todos bem ate ao dia que os pais morrem e depois andam a discutir por causa do dinheiro e dos bens. tanto do lado da minha mae como do lado do meu pai houve chatisses por causa disso, o meu pai nao se da com a unica irma e a minha mae nao se da com um dos meus tios, o qual entrou em conflito com ela e com o outro irmao. por isso digo ao meu marido que ele tem sorte em ser filho unico e assim ninguem se chateia.

      e quanto a tratar dos velhinhos, dou-vos um exemplo do caraças: uma pessoa que conheço de 90 anos, teve 3 filhos dos quais 2 ja morreram. o filho que está vivo e emigrante em França e nao quer saber dela, nao ajuda financeiramente em nada. E sao as 2 noras que estão em Portugal (viuvas portanto dos filhos que ja morreram), que lhe dao todos os meses o dinheiro que falta de diferença entre o que ela tem de pensao e o que paga no lar de idosos. ah pois é. e uma delas a dada altura queria deixar de dar porque dizia que so tinha obrigação de sustentar a mae e a nao a sogra, e depois a outra nora nao conseguia pagar tudo sozinha, e la tiveram as pessoas da aldeia de intervir e ir falar com ela, a ver se a convenciam a continuar a pagar em memoria do marido .

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    2. Sabe que isso sao as excepções e nao as normas. Impensável chatear-me um dia com a minha irmã por dinheiro. Tal como quando o meu avô faleceu, era impensável a minha mae e os seus tres irmaos chatearem-se por dinheiro, e o meu avô até tinha um bom pé de meia.

      Não é o dinheiro que faz as pessoas chatearem-se, é a personalidade e os valores que constituem as pessoas, porque se já sao egoístas, invejosas e interesseiras, é muito provável que haja chatices.

      Não conheço pessoalmente a S*, mas pelo que vai relatando e pela proximidade que tem com a sua família, não me parece que para ela também seja concebível chatear-se com irmãos por dinheiro.
      Penso que antigamente as pessoas não tinham uma relação de irmãos tão próxima, a infância era curta, as pessoas iam trabalhar muito cedo, alguns com 12, 13 anos. Hoje em dia criam-se outros laços entre as crianças, mas claro, acho que acima de tudo os valores com que as pessoas são educadas farão muito mais diferença em futuras desavenças familiares.

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    3. pois nao sei. aqui na aldeia é super comum estes casos, e atenção nem estou a ir p as situações que deu mesmo porrada e confusoes mais a serio. O problema de se ter varios filhos é que depois um acaba por ficar a morar mais perto e acaba por ficar mais perto dos pais na velhice, e depois os outros ficam com receio q esse esteja a aproveitar-se para desviar dinheiro e é assim que os problemas começam.

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    4. Na minha família (a família próxima) é impensável haver zangas por causa de dinheiro. Somos demasiado unidos.

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    5. Na minha família nunca houve esse tipo de zangas, mas na família do meu marido há. E pelo que ouço dos meus amigos/colegas, a coisa anda ali nos 50-50. Há muita gente com esses litígios familiares!

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    6. S* a questão é que as pessoas não têm todas a mesma opinião e as zangas aparecem. Vou-te dar um caso concreto e diz-me tu o que farias se estivesses naquela situação.

      Uma senhora de 84 anos, viuva, precisa de ir para um lar pois já não tem condições de saude para estar sozinha. A reforma é baixa e não chega para pagar o lar. Se dividirem por todos os filhos o que falta dá 25€ por mes a cada um. Por outro lado a senhora ainda tem as poupanças de uma vida acumuladas no banco, cerca de 30.000€.
      O que é que faz sentido? Os filhos que também têm a sua vida pessoal e os seus gastos andarem a tirar do seu salarios os 25€ todos os meses? Ou ela ir gastando do que tem no banco que ainda da para uns bons anos? É que agora os filhos dividem-se porque uns querem pagar e acham que a poupança no banco deve la ficar para uma emergencia para ela e se nao for gasto fica de herança para todos; e os outros filhos não querem pagar enquanto a poupança não se esgotar. E entao? Pagam os que querem pagar e os outros nao pagam nada? E aqui honestamente não é a questão de nao serem unidos ou serem egoistas, para mim é mesmo uma questão de opiniao e ambas têm a sua razão. Mas como se decide? E é assim que os problemas começam.

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    7. Também conheço casos desses, em que até porrada houve entre irmãos por causa de dinheiro. É tão triste. Isso garanto que não me vai acontecer que eu não me chateio por dinheiro, e por acaso o meu irmão também não. Já a minha cunhada parece dada a essas coisas, mas eu sou tão pouco ligada a isso que por mim que fique com tudo. Eu tenho bracinhos para trabalhar e sustentar-me a mim mesma.
      E acho mesmo que os meus pais já perceberam isso, e por esse motivo dão sempre prendas monetárias muito chorudas ao meu filho pelo natal e aniversário, acho que já o estão a compensar pelo que preveem que vai acontecer um dia que eles não estejam cá…
      Já o pai do meu filho, que era muito próximo das irmãs e achava que ia poder ficar com a casa dos pais sem ter de lhes pagar nada, visto que a casa até está muito mal tratada e a precisar de obras muito dispendiosas, e elas não querem a casa para nada, ficou perplexo quando uma delas mandou avaliar a casa e lhe apresentou o valor que queria receber… desistiu, diz que prefere não se chatear com as irmãs e manter a relação (agora já não tão próxima) com elas.
      Eu acho mesmo que a maioria das pessoas quando decide ter filhos nem sequer pensa muito neste tipo de coisas. Têm filhos porque querem. Mas depois dão assim umas desculpas "porque irmãos são especiais" "porque é o melhor presente" "porque a ligação é inquebrável". Para mim não cola, eu conheço mesmo mais irmãos que se dão mal que o oposto

      AnaC

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    8. Ana C, nem mais. :) eu acredito que um irmão é sempre um presente, mas reconheço que existem casos assim. E acho apenas triste.

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    9. Anónimo das 16:54, se o exemplo que deu é verídico e estamos a falar de 25 euros mensais... Bom, para ser sincera, parece-me ridículo sequer discutirem tal coisa. Apoiarem a mãe que os criou e amou com 25 euros mensais não é nada. A não ser que realmente não possam. Se me falasse em valores que pesam realmente na balança, ainda poderia entender... Mas não pelo valor de um jantar.

      Acho muito mais sensato guardar os tais 30 mil euros para dificuldades que a própria idade traz - doenças, camas articuladas, colchões especiais, exames, análises e afins.

      Nós somos três irmãos e não estou a ver nenhum de nós a recusar a cuidar de mãe ou tios. Pessoalmente, preferia gastar o dinheiro a contratar alguém que me permitisse ter os familiares em casa comigo. Só quereria lares se a doença dos familiares assim exigisse. Mas isso sou eu. :)

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    10. AnaC, a questão das heranças é muitas vezes a falta de bom senso de algumas pessoas. O exemplo que dá é um desses casos, então o senhor queria ficar com a casa e as irmãs ficariam sem nada? Não faz sentido! Por mais velha (ou mesmo em ruínas) que a casa fosse tem sempre um bom valor patrimonial. Acho que as irmãs foram bastante sensatas em pedir uma avaliação à casa para discutirem valores entre todos.

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    11. ", e elas não querem a casa para nada, ficou perplexo quando uma delas mandou avaliar a casa e lhe apresentou o valor que queria receber…"

      AnaC., nao querer a casa é diferente de prescindir do direito à herança. mesmo que sejam ruinas vale sempre pelo terreno, ate podiam vender a terceiros por 15.000€ que fosse, é sempre dinheiro. nao acho justo ele ficar com uma casa e elas nao ficarem com nada. claro q ele pode achar q o valor nao é correcto e pedir outra avaliação ou o que seja, mas nao querer dar nada e ficar ele com tudo parece-me muito incorrecto. e entao ele acha q tem razao e ficou perplexo hein? é por isto q as pessoas se chateiam

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    12. Anónimo das 07.08

      Eu concordo com isso, e sempre lhe disse que alguma coisa devia pagar às irmãs. A questão aqui é que ele até nem gosta muito da casa, ninguém gosta, fica no cú de judas, na freguesia mais distante do concelho, não tem nada perto a não ser outras casas, campos de cultivos e uma igreja, e a casa foi sendo feita aos bocados. Inicialmente só tinha uma cozinha, um quarto, uma sala e uma casa de banho, todas estas divisões são pequenas. As outras divisões foram sendo acrescentadas sem grande planeamento, e nem sequer há acesso pelo interior da casa. Para entrar nos outros 2 quartos, na outra cozinha e na outra casa de banho, tem de se vir ao exterior, o que é pouco agradável no inverno. A casa é húmida, está mal isolada, há paredes e tectos que ficam negros com o bolor, há uma parede de um quarto que teve de ser desfeita porque houve problemas na canalizações, e assim ficou, toda aberta. Enfim, está mesmo muito mal tratada. Ele queria ficar com a casa mais pelo valor sentimental que outra coisa. Queria fazer obras de melhoramento, o que lhe ia custar os olhos da cara, e deixar a casa em nome dos 3, desde que ele lá pudesse viver. Até a irmã apresentar a avaliação, que eu também achei assim muito avultada…eu já nem sequer estou com o pai do meu filho, por isso sou imparcial nisto porque não teria usufruto da casa, ele só me falou nisto porque eu sempre lhe disse que a casa seria motivo de chatices, e acabou mesmo por ser, e ele puxou o assunto comigo.
      Com toda a sinceridade, nenhum dos 2 está a ser sensato, ele deveria sim pagar alguma coisa às irmãs, mas tendo em conta a casa que é nunca na vida seria o que a irmã mais velha pediu. Agora andam todos meio amuados… coisa maravilhosa isto dos irmãos!

      AnaC

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    13. "Nós somos três irmãos e não estou a ver nenhum de nós a recusar a cuidar de mãe ou tios."
      Não é recusar a cuidar. ela tem dinheiro para pagar isso. a questão deles era que enquanto houvesse esse dinheiro evitavam de andar a pagar. claro que se ela nao tivesse nada entao eles pagariam sem problema

      "Pessoalmente, preferia gastar o dinheiro a contratar alguém que me permitisse ter os familiares em casa comigo. "
      e depois como vivias? deixavas de ter vida e o teu filho tambem? se contratares uma empregada ela so trabalha 8h durante a semana, portanto quando ela sai tens de garantir que tu ou o teu marido estão em casa para cuidar do teu familiar. e no fim de semana não podes sair, nao podes ir para lado nenhum em familia, nem ir às compras, nem ir passear ou lanchar como gostas porque tem sempre de estar alguem com o teu familiar. claro que no limite podes sempre sair e levar o teu familiar, mas andar com alguem numa cadeira de rodas, com difuldades de mobilidade, limita sempre os sitios onde podes ir. Neste caso todos os filhos sao emigrantes e nos paises onde moram não têm condições para isso, há um unico filho em Portugal que ainda tentou ficar com ela em casa mas nao dava mesmo, num dia que ele teve de sair (acho que foi so às compras), ela tentou ir à casa de banho e caiu, não foi nada de grave felizmente mas foi uma chamada de atenção que não dava mesmo para ele assumir a responsabilidade.
      quando eles sao mais ou menos independentes um Centro de Dia e apoio domiciliario é suficiente, na minha aldeia o centro de dia tem serviço de ir a casa dar banho, entregar marmitas com almoço/jantar e fazer limpeza à casa, e há velhotes que preferem estar no sua casa usufruindo destes serviços e outros que preferem ir para o centro de dia. Mas quando se perde a mobilidade e nao se pode ficar sozinho é tramado.

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    14. Bom, eu fui criada de uma forma diferente. Admito que talvez seja um forma 'mais de aldeia'. Dos nossos velhotes cuidamos nós - a não ser que não tenhamos MESMO condições e que fisicamente os velhotes precisem de máquinas de apoio, por exemplo. A minha tia (com a ajuda de todos, claro) cuidou de minha avó e da minha tia-avó. É verdade que in(felizmente) faleceram relativamente rápido, sem passarem pela degradação do corpo... Mas creio que preferiria manter a minha mãe comigo, com a ajuda de uma auxiliar, por muito sacrifício pessoal isso exigisse no que toca a fins-de-semana. Ela já se sacrificou muito mais por mim e pelos meus irmãos.

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    15. Anonimo das 11.42

      Esqueci-me de contar um pormenor: os pais dele ainda são vivos e vivem na casa. A mãe tem andado bastante doente, mas o pai está aí para as curvas. A irmã mandou avaliar a casa do nada, porque ele só ficaria com a casa quando os pais morressem. Foi mais por isto que ele ficou perplexo, porque ela adiantou-se um bom bocado.
      Lá se foi a ilusão de que a ligação entre eles é especial e inquebrável e a casa ficaria na familia enquanto 1 dos 3 irmaos fossem vivos por ser algo especial para eles...

      AnaC

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    16. Se a casa é especial e todos querem que fique na família, porque não renovam em conjunto e ficam com uma casa para até usufruirem no futuro como em festas de família e assim?

      Honestamente parece que o problema aí foi falta de diálogo ( como sinceramente me parece ser na maioria dos casos).

      Pessoalmente vejo as partilhas a serem um problema na minha família materna mas tem muito a ver com a postura gananciosa de alguns. Acho que uma parte nem se vai querer chatear mas outros não vão deixar as injustiças passar livremente. No meu lado paterno as coisas são de forma muito diferente. Nunca pensei que existissem problemas nas partilhas e não existiram.

      No meu lado paterno os irmãos sempre se juntaram para decidir as coisas ( sem filhos e sem esposas ou maridos). Quando a minha avó foi para um lar também não chegaram acordo com a forma de pagamento ( se das poupanças ou cada filho), então decidiram entre eles que a forma justa de fazer as coisas era votando e assim foi. Problema resolvido.
      Entretanto há 3 anos a minha avó faleceu. Retirou-se o dinheiro para o funeral das poupanças e de resto voltaram a juntar-se. Fizeram as partilhas das coisas como a minha avó pediu e o dinheiro foi partilhado equitativamente. Os objetos da minha avó ( maioritariamente prendas dos filhos) forem dados aos respectivos que lhe ofereceram...

      A minha tia, que recebeu um colar em ouro antigo e extremamente pesado ( a única jóia da família que sempre foi passada de mãe para a filha mais velha), não se sentiu confortável com a situação , apesar de saber que era o desejo da minha avó, pediu avaliação do colar e deu a cada irmão o valor correspondente ( e pelo que sei, a maioria devolveu o montante porque era o desejo da mãe deles). Mas o gesto fica...

      Ou seja, no fundo, acho que o problema não é o dinheiro mas o facto de as pessoas se revelarem nesses momentos. E sinceramente acho que muitas coisas são passadas pela educação também... Eu não posso ficar admirada com certas atitudes de algumas tias maternas quando sei muito bem o que a minha avó materna fez ao próprio irmão e também sei o tipo de mãe que ela sempre foi. Pode-se nascer com dinheiro mas o carácter não se compra...

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    17. Não acho que seja mentalidade de aldeia. Eu cresci na cidade e penso como a S*. Acho que tem mais a ver com os tipos de família. Eu cresci a saber (por ver, não que me tenham dito alguma vez) que os pais tomam conta dos filhos e mais tarde os filhos tomam conta dos pais. Sempre foi assim na minha família, mesmo que isso implique sacrifícios. O lar (que já aconteceu num caso) é uma medida extrema.
      Quanto às guerras por dinheiro, acho que também depende das famílias. Na minha dificilmente alguém se zangaria por esse motivo. Como diz o meu pai, até se pagaria para a família estar toda em paz. Mas conheço uma família em que a minha geração está frequentemente zangada por tudo e mais alguma coisa (então por dinheiro, ui), irmãos contra irmãos, pais e filhos que não se falam...Só que eles são assim porque os pais e tios são assim, porque os avós são assim...Todos cresceram num ambiente em que os conflitos são constantes e não sabem ser de outra forma.

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    18. "Esqueci-me de contar um pormenor: os pais dele ainda são vivos e vivem na casa. "

      pois, nao é um pormenor , isso muda toda a analise da situação.
      mandar avaliar uma casa com os pais la e pedir dinheiro por ela é surreal e muito triste. na minha terra o que é normal é "entregar as terras". ou seja, quando os pais chegam a uma certa idade que nao têm possibilidade de manter as vinhas, pinhais, terrenos agricolas, fazem as partilhas, dividem pelos filhos e aí cada um já fica a tratar dos seus. mas a casa onde os pais moram nunca deve ser dividida antes deles morrerem.

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  16. Eu sou da geração em que acordava sozinha, descia as escadas, e ia para o sofá cedíssimo ver os desenhos animados porque era bem cedo que passavam os meus preferidos (nessa altura não havia Panda a toda a hora e afins).
    Com uma mantinha no sofá lá estava eu feliz e contente.
    E muitas vezes os meus pais acordavam já depois de mim.
    Tenho 33 e não tenho vontade de ser Mãe.
    Se um dia me tornar mamã, espero continuar ciente dos perigos dos tempos que correm mas sem me tornar neurótica... como vejo muitas mães por aí!
    Sempre houve putos, é demasiado ronhonhó à volta das crianças hoje em dia, até cansa!
    E sim fui uma criança tão feliz, com uma infância incrível.

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  17. Sou mãe de um e não quero ter mais filhos. O meu filho nunca pediu irmãos, e mesmo que pedisse, temos pena, não é uma escolha que compete uma criança, mas sim aos pais. Tenho vários irmãos e só me dou bem com 1, o resto parecem primos afastados. Portanto comigo não colhe a teoria que ter irmãos é a melhor coisa do mundo, para mim é indiferente. Aquele com quem me dou melhor tem uma diferença de 15 anos, portanto eu cresci quase como filha única. Em relação ao acordar assim que a criança acorda, eu quando era miúda acordava e ia ver desenhos animados e brincava sozinha, nunca me passou pela cabeça acordar os meus pais. O meu filho acorda e faz o mesmo, dá-nos um beijo de bom dia e depois deixa-nos quietos a dormir. Tal como a Joana relatou mais acima, é desenrascado e arranja o seu próprio pequeno almoço. Em relação aos impulsos e jantares etc, mas nunca ninguém deu uma tosta e uma sopa como jantar a uma criança? Num dia que chegaram mais tarde e arranjaram qualquer coisa para despachar? Meus saudosos anos 80/90, em que muitas vezes jantei um papo seco com ovo estrelado pq tínhamos chegado tarde a casa por algum motivo ou não havia pachorra para cozinhar, e eu adorava aquilo. Ainda hoje adoro. O meu filho desde pequeno vai connosco a jantares com amigos nossos, saímos para beber um copo depois da escola/trabalho e ele vem connosco, assim como vai a exposições, teatro etc mesmo durante a semana. Ainda esta semana fomos ver uma exposição por impulso, como já era tarde para ir cozinhar fomos jantar fora. Depois todos felizes para casa pq tivemos um dia brutal e bem aproveitado como gostamos. Rotinas muito certinhas não é para nós.

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    1. pois, mas levar um miudo a jantar fora depende das idades e dos miudos. um com 8 anos é diferente dum miudo de 3 anos. se estiver o tempo todo a chorar, a fazer birra, às voltas a correr, acaba por ser um stresse para os pais q nem usufruem de nada.

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    2. Também depende do miúdo, o meu com 3 anos adormecia e ficava no carrinho. Correr à volta das mesas? Adoro pais que o permitem 🙄

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    3. Há crianças e crianças. O meu filho não ficaria 2 ou 3 horas sentado no restaurante. Tem muita energia e eu também não o gosto de obrigar a ficar tanto tempo na mesa. Vamos brincando, fazendo desenhos, puzzles, brincadeiras... mas, a dada altura, já é demasiado cansativo para criança e pais. :) Não, o meu não adormece à mesa. Mas também não corre à volta das mesas - quando começa com excessos, sou a primeira a querer pirar-me.

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    4. O meu filho também não ficaria 2/3h num restaurante. Honestamente nem eu.

      Mas sabem qual é a parte boa ( e má) dos 3 anos? É que passam... E a um ritmo alucinante.

      Eu percebo quem não queira ter filhos. Eu só tenho receio que haja pessoas que não os tenham por acreditarem que ter filhos é o mesmo que ser condenado a prisão perpétua e a uma quase sentença de morte...

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    5. "u percebo quem não queira ter filhos. Eu só tenho receio que haja pessoas que não os tenham por acreditarem que ter filhos é o mesmo que ser condenado a prisão perpétua e a uma quase sentença de morte..."
      é exactamente o meu medo. tenho pavor de ter filhos pelo trabalho que dao, nao imagino como incorporar na nossa vida pelo que vejo do trabalho que dao os outros. mas às vezes penso sera que é assim tao mau? ou a malta tb exagera e complica de mais e estou a perder algo bom por um receio infundado?

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    6. -"Correr à volta das mesas? Adoro pais que o permitem"

      há uns anos fui no dia de s valentim a um restaurante q tinha menu especial. presume-se que nessa noite, tendo um menu especifico p casais que sejam so efectivamente casais la. afinal tambem estavam casais com filhos pq nao os podiam deixar em casa. ok, têm direito. mas havia dois putos (de mesas diferentes) que estavam so a correr à volta de tudo, a falar super alto, a puxar as toalhas, uma confusao. o que devia ser uma noite calma e romantica foi um disparate. por isso sim, há pais que nao querem saber nem têm respeito pelos outros. escusado será dizer q nunca mais voltei a esse restaurante e a todos os que tenho ido nunca mais encontrei situaçaõ semelhante nessa noite.

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    7. Paizinhos que deixam as crianças fazer o que lhes apetece em restaurantes, cafés e afins deviam ser proibidos de sair de casa, independentemente do dia que é.
      Eu até faço anos no "dia do namorados", e se for jantar fora o meu filho vai comigo, porque é o meu jantar de aniversário, mas ele sabe se comportar, e se não soubesse ficávamos em casa.

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    8. Anónimo das 23h54, não há grande volta a dar: ter filhos dá trabalho. É um facto. Ninguém mantém a 100% a vida que tinha antes depois de terá filhos porque há uma pessoa a contar a mais nos planos e que depende de nós. Mas depois é também preciso avaliar o que é dito: é normal um bebé acordar de 2h em 2h quando nasce (e acho que aqui é fácil perceber como isto cansa :)) mas não o vai fazer até ter 4 anos. :) Nesta caixa de comentários, quem fala do maior trabalho tem filhos com idades inferiores a 5 anos. Verá que quem tem filhos mais velhos já diz que o cansaço não é tanto. Se ouve um pai a queixar-se das noites de sono perdidas não pode assumir que ser pai implica nunca mais dormir. Haverá uma razão para aquele pai não andar a dormir e que acabará por passar (filho bebé? filho doente?). A minha filha dorme a noite toda desde bem pequenina. Estes dias têm andado com 40°C de febre e nós dormimos mal a tentar aliviá-la. Estou cansada? Estou. Mas para a semana já vou dormir melhor com certeza. :) Se tudo fosse mau e não passageiro, porque haveriam as pessoas de ter mais do que um filho? :D E depois depende do tipo de pais que são. Eu sei que não serei a mãe que vai inscrever a filha em 76468547 actividades porque não quero passar os meus finais de dia e fins-de-semana a estafar-me como motorista. Quem o faz, obviamente sentirá que tem mais tarefas do que eu. Mas por exemplo, por decisão minha, a minha filha não viu televisão nos primeiros 2 anos de vida por isso não tinha esse auxiliar quando estava cansada. Tinha de a entreter e tomar conta dela. Foi uma decisão minha mas que a anónima pode não seguir e ter 10 minutos de pausa para si. :) E depois depende também das ajudas externas: a mim não me custa tomar conta da minha filha. Custa-me é fazê-lo sabendo que ainda há uma série de tarefas domésticas para fazer, cozinhar, etc...Se eu tivesse uma empregada doméstica estaria mais aliviada. :) E há quem tenha os avós que dão muitas vezes uma boa ajuda. Os meus vizinhos todos os anos mandam nas férias as crianças uns quantos dias para casa dos avós e assim têm uns dias só para eles, o que sabe bem e ajuda a carregar baterias. Como vê, é importante ver a idade da criança, não esquecer que tudo são fases que passam e perceber que cada pai tem a sua própria visão da maternidade consoante uma série de factores.
      Ainda assim, eu acho que há pessoas que não nasceram para ser pais, não o desejam ser nem adaptar a sua vida a um novo membro e têm todo esse direito.

      Tété

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    9. Tété, olha, tal e qual. Se uma pessoa não tem paciência ou vontade para se adaptar, mais vale não se adaptar e nem pensar em ter filhos. Está sempre tudo certo. :)

      Eu também gosto de passar tempo com o filho, embora não seja daquelas mães que apreciam brincar horas e horas seguidas. Mas como não tenho empregada, como bem referiste, tenho de me desdobrar, enquanto ele pede atenção... isso sim, custa!

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  18. Tenho dois rapazes (6 e quase 3 anos), mas eles andam de tal maneira dependentes de mim que me arrependo de ter tido filhos. Sim, estou saturada!! Adoro-os mas estou no meu limite.
    Sempre disse que queria três, mas...
    É óbvio que é uma fase, mas vai deixar marcas. O cérebro não descansa e, isso tem consequências a longo prazo. Em bebés eram fantásticos! Comiam e dormiam.
    Com 1 filho? Era bem mais fácil. Agora 2 não posso pedir a ninguém que fique com eles para descansar. Pedi uma vez e levei um não redondo, pq ele acordava cedo e podia acordar às tias (+30 anos). Jurei que nunca mais o faria.
    Mas o que irrita mesmo são os meus cunhados que querem educar os MEUS filhos mas nao são capazes de se oferecer para ficar com eles. Oh pah... Já estive nessa posição e é tão fácil.
    Qquer dia levam uma resposta à medida.
    Por isso, pessoas sem filhos ou com ma memória, não opinem, ofereçam ajuda! Levem os miúdos ao parque, fiquem com os miúdos para os pais poderem jantar sem birras, ... Depois sim, opinem.
    Zero, um, dois,... Cinco Filhos. Cada um sabe de si.

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    1. Os tios não têm que ficar com os seus filhos, sejam bons ou maus tios! Entenda que se quis ser Mãe, a responsabilidade máxima é dos pais e não dos tios. Era só o que faltava. Tivesse pensado antes de ter filhos... não um mas dois!!!!!

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    2. Não concordo nada com o anónimo das 14h53. Nenhum tio tem essa obrigação, é um facto... Mas a família serve para se apoiar. Portanto, de vez em quando, não vejo qual seja o problema de ficar com os sobrinhos, netos e afins. Claro que tem de ser conversado e negociado... Mas um tio que negasse ficar com um sobrinho era uma valente porcaria de tio (e de irmão).

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    3. O que eu quis dizer foi que os tios podem apoiar e ficar com os sobrinhos pois será saudável para todos os envolvidos, porém, não são obrigados. Certo?
      Também depende que tipo de vida levam os tios.
      Por vezes a família tenta apoiar e educar às vezes com pequenos comentários que muitas vezes são inofensivos, a intenção é boa mas... não raras são as vezes em que são mal interpretados pelos pais.
      Daí a que tenham que ficar com os sobrinhos, já é outra história.
      Não me venham com tretas, quem decide ter filhos já sabe com o que conta. Ou não?
      Há muitas formas de apoiar mas tal como disse, repito, a responsabilidade máxima é dos pais. Ponto

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    4. Certos pais não toleram nada vindo dos familiares porque “quem manda no meu filho sou eu” mas depois acham que há alguma lei que obrigue os outros a que nos fiquem com os miúdos. Está bem.
      Não devemos pôr neste mundo crianças a pensar que os outros são obrigados a ajudar. Não são!
      Se fica bem, se fica mal, não interessa.
      Eu tenho óptima relação com a minha irmã e fico muitassss vezes com os meus sobrinhos que tanto amo mas, fico porque quero ou porque gosto de ajudar a minha irmã e sei que ela faz o mesmo por mim. E como disse amo os miúdos e adoro passar tempo com eles.
      Ainda assim, sem obrigatoriedade. É assim porque queremos que seja.
      E enquanto tios não somos obrigados a certas coisas. Cada qual com a sua opinião.

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    5. Anónimo, claro que a responsabilidade máxima (e única) é dos pais. Mas é louvável ajudar os outros. Nem que seja para os pais irem namorar! Ninguém exige que os tios fiquem com os sobrinhos... Mas nenhum tio se deveria importar de ficar com o sobrinho e assim apoiar o irmão/irmã. Claro que há 'milhentas' formas de apoiar, mas estas situações também existem. Eu raramente faço programas a dois, mas gosto de saber que posso contar com mãe, sogros, tios, irmã e cunhado...

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    6. "que me arrependo de ter tido filhos". I rest my case. Ter filhos não é só viver fases boas e por-lhes laços na cabeça.

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    7. Se falar com essa agressividade com que aqui comentou com os seus familiares... Se calhar percebe-se a falta de vontade deles em ajudar.

      Eu sou das que tem "má memória" pelos vistos. Já que comentei e tenho um de 10... Mas também tenho um com 2 anos.

      Ao contrário do que aqui também disseram, eu tenho uma prima que cresceu muito próxima de mim, e, sim, é tão próxima como qualquer irmão. Fico com os filhos dela e ela com os meus.
      Mas nunca na vida me passava pela ideia exigir fosse a quem fosse que ficasse com eles.

      Por outro lado, se precisa de descansar e está assoberbada mas não tem ajuda da família... Onde está o pai dos miúdos? É que em 99% dos casos em que ouço queixas de mães, quando se pergunta percebe-se que têm +1 filho do que a quantidade de crianças que meteram ao mundo.

      Se está cansada e farta peça ajuda. Se não a ajudarem peça ajuda profissional. Se pessoa não estiver bem, Obviamente que será difícil ser mãe.

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    8. Conheço um caso em que a mãe um dia desabafou "eu gosto muito dela mas se soubesse o que sei hoje não a teria tido" e eu percebi perfeitamente e nunca pus o amor que ela sentia pela filha em causa. Num país bem longe do seu país de origem e da sua família, apaixonou-se por um homem com quem teve uma filha anos mais tarde e que lhe fez a gravidez num inferno. Separou-se dele mal a bebé nasceu e 2 anos depois via-se sozinha, com uma criança cheia de energia e extremamente exigente (até eu ficava cansada de olhar para ela), que adormecia constantemente depois da mãe à noite porque a mãe já não aguentava a exaustão. Dado a terra onde vivia, tinha grande dificuldade em arranjar trabalho na sua área que era sobretudo em grandes cidades a mais de 1h de transportes (e com rendas proibitivas que inviabilizavam uma mudança para lá), muitas vezes com horários complicados, muito pouco compatíveis com os horários das creches. O pai não queria saber de estar com a filha, não pagava qualquer pensão e ela faltava frequentemente nos trabalhos que arranjava quando não tinha mesmo outra maneira de ter alguém com a filha em horários mais complicado ou nas férias. Sem carta, dificultava tudo ainda mais. Ela amava a filha, isso via-se, mas é verdade que a vida não lhe estava a correr nada bem e ser mãe dificultava muito o conseguir dar a volta. Entretanto fomos perdendo o contacto mas gostava de um dia saber que as coisas melhoraram.

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    9. Isso é uma situação mesmo difícil. Quando se é mãe solteira na prática não é nada fácil.

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    10. Obviamente há e haverá sempre casos mais complicados que outros. Mas a mãe ali de cima dizia que, por um lado os familiares (sobretudo os cunhados) irritam e etc...
      Mas depois se se oferecem ajuda para lhes ficar com os filhos, aí já não irritam?!?!
      Aí já são bons familiares?!
      A partir daí já podem tecer comentários acerca dos SEUS filhos?!
      Pois... nonsense, não faz muito sentido!

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    11. Chiii... Sempre prontos a atirar pedras, mesmo não percebendo o contexto. És a maior S*!
      A questao nem é serem bons nem maus familiares. São tios, não são pais. A questão é quererem interferir em certos assuntos que não lhes diz respeito e noutros nem querer saber.
      Educar os filhos dos outros (só qdo interessa) é que, para mim, não faz sentido. Arranjem os próprios para verem que não é só rosas.

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    12. "Anónimo12 de janeiro de 2020 às 12:06"

      a minha mae ajuda-me no meu jardim, coloca flores, rega, apanha ervas daninhas, carrega terra. para mim é normal e aceitavel que possa fazer comentarios e sugestoes do que acha melhor eu fazer, por ex, se é colocar as flores x ou y. e depois cabe-me a mim aceitar ou nao os conselhos. agora se ela não fizesse nada, se eu lhe pedisse ajuda e ela nao me quisesse ajudar seria so absolutamente ridiculo se depois se lembrasse de vir mandar bitaites sobre o jardim. Portanto para mim sobre o jardim, os filhos, e tanta coisa na vida faz-me sentido que quem ajuda e apoia possa dar alguns conselhos. Não quer com isto dizer que podem comentar o que quiserem, claro que se se torna desagradavel posso mandar calar, e no oposto familiar mais distante que nao ajuda em nada pode sempre dar um comentario. Mas agora, um familiar proximo a quem se pediu ajuda recusar (ok , está no seu direito) mas depois achar-se com sentido de mandar comentarios ?! eu tb nao ia gostar.

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  19. Jasus, o que para aqui vai!
    O melhor é ir fazer filhos a torto e direito e depois os queixumes do costume. Pois é, bebés não são nenucos............

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    1. A torto e a direito? Muita gente está a defender o contrário disso mesmo, ter só um...

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    2. Não entendi semelhante comentário.

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  20. Façam filhos à vontade e quando estiverem no bem-bom no quentinho pensem no “calor” do aquecimento global e da vida dos vossos filhos daqui a... poucos anos!

    Vá, agora atirem pedras!

    Enfim, já me fartei de rir com os comentários de certas mães. Se se queixassem menos ganham mais!

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  21. Somos todos diferentes. a minha realização pessoal passa tb por ter uma família grande e é nisso que me foco. porquê? não sei. não tenho família grande, nem o meu marido, mas cresci a pensar assim e espero que não me falte a saúde e o dinheiro para as coisas essenciais, para pôr este projeto em andamento :) Para já só temos um e não vejo/vemos a hora de pensar em mais. Não digo que o crescimento dele não me traga outras ideias, mas as tarefas da casa e o trabalho associado (para já) não me assustam. Tenho algumas ajudas o que, claro, facilita. Ele é saudável, etc. Mas honestamente tratar da família e da casa não me chateia, não é frete, compensam os programas em família que fazemos, o tempo que passamos que adoro e que imagino como será melhor com mais um ou dois! Como tal não sinto a falta do tempo para mim, nem sinto que seja altruísta fazer coisas pela família. Pesa-me mais o tempo a trabalhar que não estou com eles, isso sim (e as noites também, vá, mas lá está, não dura para sempre!). Também não acho que seja egoísta querer só um filho e valorizar esse sossego só para nós, esse não fazer nada, etc. Acho que nestes assuntos temos mesmo que ouvir o nosso coração e agir de acordo com isso, são decisões muito pessoais, é impossível vermos através dos olhos dos outros.

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    1. Somos mesmo todos diferentes. E isso é super normal e ninguém tem de apontar o dedo às escolhas dos outros. :) Está tudo bem em todos os casos.

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    2. O meu Rafael tem três primos de idades próximas da dele (o mais velho tem 4 anos e 10 meses; o Rafael tem 2 anos e 7 meses; os mais pequenos têm 1 ano e três meses). Vai daí, e tendo em conta as nossas rotinas familiares, terá sempre muita companhia. Além de que
      passeia imenso, está sempre no parque, a lidar com outras crianças. Não pretendo ser mãe novamente e, por isso. terei de fazer um esforço suplementar para que ele conviva com outros meninos - fora do ambiente escolar. :)

      O problema não é quando são pequenos, mas sim quando crescem. Cada um dos primos segue as suas vidas.
      Trabalho num hospital onde fazemos exames em que as pessoas necessitam de acompanhantes e raro é o dia em que há pessoas que não fazem o exame porque não tem acompanhante; o discurso é 98% o mesmo: só tenho um filho/a e não consegue vir!
      Cada vez que passo por isto, fico sempre tristíssima e a imaginar -me que fardo estou a deixar para minha filha. Penso muitas vezes que no futuro, com 2 ou mais filhos, os pais também terão outro apoio e ajuda.
      Com a eitural da maior parte dos comentários, a tristeza invadiu a minha alma; leva-me a pensar que os bens materiais (férias, viagens e afins) e as horas de trabalho se sobrepõem às relações fraternas, humanas que tanto devíamos valorizar. Mais uma vez, a preocupação com o outro, a reflexão de que o nosso/a filho/a no futuro tem um colo genuíno onde pode afagar as suas emoções, não existe devido a um certo egoísmo explicado muitas vezes pelo facto de querer ficar alapado/a no sofá a ver séries e a comer torradas.

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    3. Mas as pessoas não devem ter filhos (ou mais que um) para terem alguém que vá com elas ao hospital quando forem mais velhas, é de um egoísmo enorme. Eu não quero ter filhos, não para não me darem trabalho mas porque não sinto esse chamamento, não tenho esse tipo de amor para dar. E, não tendo essa vocação, nunca os teria para um dia mais tarde ter acompanhante para fazer exames.

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