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A verdade dos factos

O meu rapaz acha que eu sou uma cricas em alguns aspectos. Que sou cobardolas, que não reclamo, que não respondo torto. Para dizer a verdade... ele diz a verdade.

Vamos ver:

- Se me tentam passar à frente na fila do supermercado, reviro os olhos, suspiro alto, mas nada digo. Acho que não estou para perder o meu tempo com gente nitidamente mal formada;

- Se fazem manobras perigosas no trânsito e colocam o meu bem-estar em causa, limito-me a resolver o assunto. Nunca buzino, nunca reclamo. O trânsito exige concentração, não quero perder tempo a reclamar com pessoas que receberam a carta num pacote de Tide;

- Se me tentam espetar uma facada nas costas (resmas, resmas delas), limito-me a ignorar. Posso desabafar com colegas, indignar-me, mas nunca confronto. Detesto confrontos. Além disso, há gente que deve ter tirado um doutoramento em discussões - eu sou uma criatura inofensiva, não faço mal a ninguém, perdia a discussão na certa;

- Se sei que andaram a dizer mal de mim nas costas, agradeço terem-me comunicado, mas não digo nada a respeito. Nas costas dos outros vejo as minhas, por isso dificilmente sou apanhada de surpresa. A não ser que não acredite na veracidade do que me estão a dizer... aí falo e peço uma explicação;

- Quando são rudes para mim "só porque sim" (aconteceu tantas vezes, quando trabalhava em lojas), limitava-me a ser superior. Isto de ser superior tem muito que se lhe diga - e pode ser, na verdade, uma bela merda - mas não me apetecia perder o meu tempo a explicar ao anormal que me disse "você aqui na loja deve receber o salário mínimo porque não tem estudos", que trabalhava a part-time e estava a tirar um mestrado.


Sim, sou uma cricas. Pisam-me os calos por causa disso. Não gosto que me pisem, mas gosto menos ainda de conflitos. Só discuto com aqueles que me dizem algo. Os outros não merecem o meu tempo.


Prazer, sou a S*.

Comentários

  1. Prazer!! Eu é mesmo para onde estiver virada. Mas se for para discutir e isso se tornar um problema para o resto do dia, prefiro nem o fazer.

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  2. Sim, de facto há situações que mais vale ignorar ;)

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  3. Eu, que raramente me identifico contigo, desta vez revejo me em muito do que escreveste (excepto no trânsito).
    Mas isso não é necessariamente um elogio!

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    1. Eu sei que não é elogio. As pessoas fazem-nos tudo aquilo que nós permitimos que nos façam. O erro é meu por permitir!

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    2. O erro é de quem é mal formado. Eu lido com esse tipo de pessoas diariamente e, ao longo dos tempos, fui desenvolvendo mecanismos de (minha) defesa. Umas vezes resultam, outras nem por isso. O importante é saber escolher as batalhas e, sobretudo, não ficar mal comigo mesma. Às vezes (demais) também "mordo o isco". Da última vez em que me passaram à frente na fila do mercado, eu disse em voz bem alta à pessoa que o fez. "Passe, passe, as idosas primeiro" (não era idosa... ficou encarnada... não foi o meu melhor momento mas soube-me bem e as outras pessoas fartaram-se de rir). Noutras situações, tomo as devidas medidas com as entidades competentes. As pessoas têm que ter noção dos limites e de que, quando os ultrapassam, há (ou deveria haver) consequências. Mas é como digo, cada um é que sabe as batalhas que está disposto a travar.

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    3. Sandra, eu reconheço a minha fraqueza... deveria ter mais pulso!

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  4. tambem sou assim. somos demsaido permissivas. mas epá, sinceramente nao tou pa me chatear! chateio-me, vou ter de entrar em confronto, vou-me exaltar e stressar! nao vale a pena!

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  5. Eu sou igual. É preciso provocar-me muiiiito para eu me queixar, ou apanharem-me num dia mau. Mas de vez em quando vai acontecendo e vou arejando as frustrações!

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  6. Pois eu sou totalmente o contrário. Reclamo, respondo, buzino...quando tenho razão. Não me calo. 😂😂😂 também não sei se é bom.

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  7. Eu era assim... depois vim viver para França e tudo mudou. As pessoas aqui são tão desagradáveis, que não tens hipótese a não ser apurar o mau feitio que há em ti. É a lei da sobrevivência =P

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  8. Sabes, sou tal como tu! Tento evitar os conflitos, mas a mim é por outros motivos. Mas estou a tratar-me😀

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  9. És como eu. Não perco tempo com gente que não merece.

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  10. Olha, mas isso não é defeito nenhum. Acho até que é uma qualidade. Perder tempo e gastar energias com ceras pessoas e situações, não leva a nada e só serve para levar os conflitos para onde não são chamados.
    Eu não sou um arruaceiro, mas às vezes gostava de ter mais calma e de só valorizar o que tem realmente valor. Acho que ganhava uns anos de vida. Ou pelo menos não os desperdiçava a remoer em coisas que não acrescentam nada à minha vida.

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  11. eu depende muito da situação, não gosto muito que se armem em espertos comigo

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  12. Eu não era assim. Também não seria o oposto mas sempre reclamei imenso. Comecei com os meus pais e continuei pela vida fora. :) Também não sou uma "bitch" que passa a vida a reclamar por tudo e por nada mas em situações que considero injustas, reclamo mesmo: se vejo alguém a não ceder lugar a uma grávida, ou se me empurram para entrar no autocarro primeiro... Não me contenho. Quando trabalhei em lojas e os clientes eram mal educados eu respondia-lhes. Educadamente (detesto escândalos e pessoas que fervem em pouca água) mas respondia.
    Hoje em dia, faço um esforço para me chatear menos com as coisas. Faço mesmo um esforço para relevar aquilo que sei que não posso mudar. Limito-me a esforçar-me pelo (pouco) que vale a pena a chatice. E digo-te que sou muito mais feliz, mais leve, menos preocupada, menos pessimista. Por isso, se não estão a prejudicar-te grandemente ou a atentar à tua segurança, fazes muito bem em ser assim e tens muita sorte de isso te ser natural. Vais chegar a velhinha com uma pele maravilhosa e uma disposição ainda melhor. :) beijinhos

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    1. O problema é que eu, em alguns casos, não respondo e depois fico a remoer!

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  13. Olá, S*
    como te entendo.
    A pessoa quer paz. Mas isso não faz de ti "cobardolas" - não.
    Em face de ser assim as pessoas abusam e não é pouco.
    E não faz bem "meter tudo no saco", porque ele estoura (em mim faz estourar a cabeça).
    bjn amg

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  14. Eu também sou muito assim e também detesto que assim seja. Mas como sou a pessoa mais insegura à face da Terra, quando acho que fui passada à frente por alguém começo logo a pensar "mas e se esta pessoa estava à espera e eu não reparei? ou se é deficiente e depois passo uma humilhação daquelas?" e pronto, acabo por ficar calada.
    Já no trânsito, não sei se é por já serem 11 anos a viver em Lisboa, mas comecei a dar uso à buzina, ai comecei sim senhora...é demasiada gente estúpida para uma pessoa se conseguir controlar :p!

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  15. Olha, já eu gostava de ser um pouco assim como tu. É que fervo em pouca água e não sou capaz de me calar na maioria das vezes. Se ganho alguma coisa com isso?? Não, claro que não, por isso gostava de ser um pouco como tu. Beijinho :)

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    1. Mas olha que alivias o stress :D Adoro mandar vir com pessoas lol

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  16. Olha se eu fosse como tu era um bocadinho mais calma. Eu reclamo com tudo. Até com as pessoas que vão a andar a passo de caracol enquanto andas às compras eu começo logo a dizer "Andam a passear no Continente. Não podiam ir para o parque" lol

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  17. Nesse aspeto sou tal e qual como tu. Hoje aconteceu-me uma situação em que podia ter explodido e virei costas à criatura. Detesto conflitos, confrontamentos e confusões.

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  18. já lá diz o ditado: quem não se sente não é filho de boa gente!!
    Por muito zen que uma pessoa goste de ser se interiormente fica a pensar na situação é porque isso nos afectou o suficiente para isso, portanto valia a pena sim senhora.
    Essa coisa do não vale a pena não passa de uma desculpa para quem só tem jeito para comer e calar.
    Não te dou conselhos porque não os pediste mas na minha opinião esse tipo de atitude só vai fazer com que passes a tua vida a ver os outros fazerem o que querem à tua custa.

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    1. Anónimo das 09:48, eu admito. Como e calo com demasiada frequência. Depois vingo-me na privacidade do lar e barafusto a torto e a direito! Ups.

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  19. Oh, como eu gostava de ser um pouco mais como tu. Ja estou muito melhor, antes era muito mais impulsiva, mas mesmo assim as vezes dou por mim a chatear-me com coisas que sei que nao vao mudar, por muita razao que eu tenha e por muito que reclame. Mas tambem nao gosto que me facam passar por parva e e' especialmente nestes momentos em que eu nao me consigo conter.

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  20. Quem me dera! Não consigo manter a calma!

    PS: Fiquei triste quando disseste que não respondias à TAG, mas compreendo!

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  21. "você aqui na loja deve receber o salário mínimo porque não tem estudos"

    esta frase ofendeu-te exactamente porque?

    Carla

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    1. Parece-me óbvio. Logicamente que alguém que não tenha o ensino superior ou até o secundário não é pior profissional por isso, mas o "cavalheiro" é que teve o preconceito de achar que por se trabalhar numa loja não se tem formação superior - e pior, está implícito que ele considera a função como algo menor, porque se estivesse estudos não estaria ali...

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    2. Encarar isto como ofensa é ridículo. Quem "nao tem estudos" não é sub-humano, e este tipo de pensamento é mesquinho e preconceituoso tanto de quem o diz com essa intenção como de quem o interpreta assim.

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    3. Anónimo das 13:28, sinceramente, ridículo é estar a querer entender uma situação que EU vivi. E a conversa estava em torno do "pessoas pouco qualificadas recebem menos porque têm trabalhos menores". Era esse o tema da conversa. Era uma senhor que me estava a dizer que pagava o salário mínimo aos seus 100 trabalhadores... enquanto gastava 700 euros em roupa para a esposa. E disse-me isso com sentido pejorativo. Não fui eu que imaginei. E como o anónimo não viveu o momento, devia abster-se de tentar entender a situação melhor do que quem a viveu. :)

      JoanaS, tal e qual. :)

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  22. Bem, podiamos formar um clube, a verdade é que tb eu sou assim, às vezes fico a pensar que sou uma naba crónica...e fico a remoer...mas lá está, são feitios, maneiras de ser,se bem que às vezes acho que é um grande defeito meu.

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  23. Olá eu sou a Rita e também sou uma cricas...

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  24. Tinha um chefe meu que me perguntava: você quer ter razão ou quer ser feliz. Porque eu, não gostando de conflito, dificilmente me calo. Mas a verdade é que às vezes é a tua atitude que mais poupa chatices e aborrecimentos desnecessários.
    nem mais nem menos | Facebook | Instagram

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  25. Também sou um bocado assim, mas só até passarem dos limites!

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  26. Por vezes prefiro calar-me por saber que não vou a lado nenhum e não estou para me chatear. Mas normalmente não consigo engolir sapos e sou mt refilona! Gosto pouco q me façam de parva e não sou boa a ficar calada.

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  27. Ola S. Sou seguidora do teu blog há muito tempo, mas este é o primeiro posto que comento porque me identifico contigo, muitas vezes ignoro as coisas para não criar conflitos, mas já percebi que por vezes temos de falar pois não podemos deixar que outros nos pisem. Beijinhos e felicidades para ti e para a tua família e patudos :)

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  28. Cada um tem o seu feitio..não te critico porque muitas das situações faço exatamente como tu ( caso de filas, de discussões com pessoas mal formadas e educadas)... mas há situações que devemos sim ripostar com argumentos... o falar nas costas, o dizer isto, só porque sim.. já não me identifico. Acho que quando temos razão devemos educadamente responder. Há algum tempo acreditava na máxima.. "o tempo encarrega-se de fazer justiça"... mas não... ninguém no seu perfeito juízo gosta que nos façam de idiotas.. até porque independentemente de ser grave ou não são situações que nos magoam... injustamente. " Quem cala, consente" .. NÃO! Acho que deves e tens o direito de responder...se a razão estiver do teu lado... no trânsito apito, não insulto nem faço gestos... mas se não o fizesse já não tinha carro... Tal como quando não temos razão, devemos pedir desculpa..talvez a idade me tenha permitido não ser "saco de porrada" e ficar calada. Quando acho que tenho razão contesto... e olha que resulta porque já muita boa gente se apercebeu que lançar boatos, falar nas costas.... não resulta...Não admitiria ser achincalhada como o foste num blog que li...até porque por aqui, quem te acompanha sabe que és uma pessoa transparente e sincera...e nunca te esqueças que há por aqui na Net gente de muitos maus fígados... desde dados pessoais a vida profissional não distinguem...e tens de ter consciência que se és jornalista não podes separar blog da profissão.. até porque isso humamente é impossível. Tens o direito como PESSOA ( jornalista, médica, enfermeira... ) de teres a tua opinião. Cabe a ti esclarecer isso....há bons e maus profissionais em TODAS as profissões.. e toda a gente erra...mas tens o direito de te defender e não calar.. porque vais estar sempre exposta no blog.. e como sabem a tua profissão vão sempre apontar o dedo...Agora boatos e mentiras... isso sim... passa e anda...

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    1. Paula, honestamente, já tenho as costas largas do maldizer blogosférico. As pessoas não sabem criticar, são mal formadas e mal educadas. Na situação mais recente nem acho que tenham razão... mas, mesmo que quisessem, isso não justifica os achincalhamentos. Por isso, ignoro. Vozes de burro não chegam aos céus. :)

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