Ao ler este texto, aumenta a minha desconfiança em relação à suposta inocência do ex-casal. Crónica de Pedro Mexia, publicada originalmente a 7 de Março de 2009.
"As investigações apontaram para três suspeitos: a colega de casa da vítima, uma americana de 20 anos chamada Amanda Knox; o namorado de Amanda, o italiano Raffaele Sollecito; e Rudy Hermann Guede, originário da Costa do Marfim. Os três foram acusados de homicídio, roubo e violação. Guede foi já condenado a 30 anos de cadeia, enquanto o julgamento de Amanda e Raffaele começou este ano.
Amanda, a personagem mais mediática do processo, já deu várias explicações contraditórias. Disse que estava em casa quando ouviu a colega gritar mas que se sentia sonolenta porque tinha fumado marijuana. Disse que foi investigar o que se passava. Disse que não foi. Disse que não se lembra. Os jornais contam que a vítima se disfarçou de vampira na véspera do crime, noite de Halloween, e que teve relações sexuais com Guede. Os outros dois terão então tentado convencer a inglesa a participar num ritual sexual. Ela terá recusado e eles aceitaram mal a recusa. Mas há muitas versões, muitos segredos e mentiras, e a sentença é ainda imprevisível.
Em Janeiro, o tribunal de Perugia foi inundado por mais de duzentos jornalistas. O caso é suficientemente sórdido para fascinar a opinião pública. Mas o motivo de conversa tem sido sobretudo a beleza física de Amanda Knox. "Só sou um alvo porque sou sexy", afirmou a rapariga, que também comentou as muitas cartas de fãs que tem recebido: "Se eu fosse feia receberia cartas de encorajamento? Acho que não." Em tribunal, ela manteve uma presença de espírito e uma bonomia impressionantes.
Cumprimentou o ex-namorado ("ciao, come stai?") e disse que ele ficava bem de cabelo curto. Raffaele, contam os jornalistas, corou. Amanda não se intimidou com os fotógrafos que a apanhavam de todos os ângulos, sorriu com aquela expressão adolescente e lasciva, brincou com os seus advogados e com a intérprete.
O jornal italiano Il Messaggero escreveu que ela é "uma estranha mas fascinante mistura de femme fatale e inocente de rosto angélico". Estranha mas fascinante. (...)
As fotografias são um prodígio de casual-chique. Escoltada por polícias feias e esgalgadas, Amanda vai atenta nos seus olhos azuismetálicos, veste um pullover azulceleste, uma camisa branca com florzinhas que mostra os braços nus, uma camisola com várias cores horizontais, tem o cabelo solto na sala de audiências, ostenta uma placidez renascentista, contrai os lábios carnudos numa cara divertida, usa um casaquinho grená que lhe acentua os seios, espreita por cima do ombro, sorri para o juiz num friso de polícias encantados. Supostamente, um julgamento é a única circunstância em que ser atraente é prejudicial.
Mas digam isso aos fãs (fãs????), aos juízes e agentes sorridentes, aos duzentos jornalistas e aos fotógrafos, aos cronistas e colunistas. Se ela fosse feia receberia toda esta atenção? Acho que não. Entre acusações e dúvidas, a beleza de Amanda é o único facto provado".
Público
"As investigações apontaram para três suspeitos: a colega de casa da vítima, uma americana de 20 anos chamada Amanda Knox; o namorado de Amanda, o italiano Raffaele Sollecito; e Rudy Hermann Guede, originário da Costa do Marfim. Os três foram acusados de homicídio, roubo e violação. Guede foi já condenado a 30 anos de cadeia, enquanto o julgamento de Amanda e Raffaele começou este ano.
Amanda, a personagem mais mediática do processo, já deu várias explicações contraditórias. Disse que estava em casa quando ouviu a colega gritar mas que se sentia sonolenta porque tinha fumado marijuana. Disse que foi investigar o que se passava. Disse que não foi. Disse que não se lembra. Os jornais contam que a vítima se disfarçou de vampira na véspera do crime, noite de Halloween, e que teve relações sexuais com Guede. Os outros dois terão então tentado convencer a inglesa a participar num ritual sexual. Ela terá recusado e eles aceitaram mal a recusa. Mas há muitas versões, muitos segredos e mentiras, e a sentença é ainda imprevisível.
Em Janeiro, o tribunal de Perugia foi inundado por mais de duzentos jornalistas. O caso é suficientemente sórdido para fascinar a opinião pública. Mas o motivo de conversa tem sido sobretudo a beleza física de Amanda Knox. "Só sou um alvo porque sou sexy", afirmou a rapariga, que também comentou as muitas cartas de fãs que tem recebido: "Se eu fosse feia receberia cartas de encorajamento? Acho que não." Em tribunal, ela manteve uma presença de espírito e uma bonomia impressionantes.
Cumprimentou o ex-namorado ("ciao, come stai?") e disse que ele ficava bem de cabelo curto. Raffaele, contam os jornalistas, corou. Amanda não se intimidou com os fotógrafos que a apanhavam de todos os ângulos, sorriu com aquela expressão adolescente e lasciva, brincou com os seus advogados e com a intérprete.
O jornal italiano Il Messaggero escreveu que ela é "uma estranha mas fascinante mistura de femme fatale e inocente de rosto angélico". Estranha mas fascinante. (...)
As fotografias são um prodígio de casual-chique. Escoltada por polícias feias e esgalgadas, Amanda vai atenta nos seus olhos azuismetálicos, veste um pullover azulceleste, uma camisa branca com florzinhas que mostra os braços nus, uma camisola com várias cores horizontais, tem o cabelo solto na sala de audiências, ostenta uma placidez renascentista, contrai os lábios carnudos numa cara divertida, usa um casaquinho grená que lhe acentua os seios, espreita por cima do ombro, sorri para o juiz num friso de polícias encantados. Supostamente, um julgamento é a única circunstância em que ser atraente é prejudicial.
Mas digam isso aos fãs (fãs????), aos juízes e agentes sorridentes, aos duzentos jornalistas e aos fotógrafos, aos cronistas e colunistas. Se ela fosse feia receberia toda esta atenção? Acho que não. Entre acusações e dúvidas, a beleza de Amanda é o único facto provado".
Público
Talvez eu seja uma pessoa com a mania das conspirações, mas acho que o facto de ser americana pode ter ajudado à libertação...
Respondendo ao comentário que me deixaste no blog! Nunca viste a série Twin Peaks! É talvez a melhor criação do grande David Lynch, que fala a história duma rapariga, a rainha da escola (homecomming queen) Laura Palmer, que é descoberta morta e enrolada num plástico à beira dum lago na famosa e pequena vila de Twin Peaks! A cidade acorda em pânico e o resto...bom tens de ver a série! :D
ResponderEliminarSinceramente... não há comentários possiveis!
ResponderEliminarOu foi na fox crime ou foi no descovery que vi o documentário sobre este caso, e lembro-me bem de eles dizerem que ela era culpada. Lembro-me da mãe contar que não sabe o que fizeram à filha porque nunca se tinha metido em drogas, e que ela tinha mudado muito desde que tinha saido de casa.
ResponderEliminarAté fizeram uma montagem e mostraram fotos.
Devias ver a cara dela numa dessas fotos, a rir-se, e agarrada ao namorado, enquanto a policia andava em volta do corpo da amiga deles!
Eu acho que ela é culpada. Não sei porquê mas a cara dela não me convence mesmo!
Pior ficou a outra rapariga :S
Isto é um caso que me choca!!! Se ela for mesmo inocente.. teve 4 anos presa sem ter culpa??
ResponderEliminarO que pensará alguém que está presa sabendo que é inocente??
Primeiro, quem é que raio é que está a relatar um caso de homicídio e está a prestar atenção à roupa da suposta homicida? Haverá coisa mais idiota que isto? Tenho ela morto a colega, ou participado nisso, ser bonita tem alguma coisa a ajudar no caso?
ResponderEliminarE se não foram eles que já cá estão fora, quem é que foi?
Vai-se deixar cair em esquecimento tal coisa?
que é uma história estranha,é. acredito que também possa ter a ver com isso mas não só.parece-me é que a menina provavelmente tem alguns conhecimentos por ali*
ResponderEliminarNão vou falar sobre este tópico, mas lembrei-me hoje de ti quando li que a novela Laços de Sangue foi eleita para os Emmy deste ano! :D
ResponderEliminarMiss, mas é que é mesmo isso... tanta merda com a beleza da rapariga... e não se lembram da que levou 43 facadas. Fizeram deste caso uma DEFESA da Amanda, quando a vítima é que devia ser defendida.
ResponderEliminarEu continuo a achar que ela é culpada :S
ResponderEliminarA justiça, não deveria ser, mas é muito subjectiva. Aquela justiça representada pela gaja de olhos vendados e uma balança de peixeira, que tenta fazer passar a ideia de que ela é cega, deve ser uma das miores verdades do Mundo. Aliás, quando quer a puta é cega, surda e muda. Se a gaja fosse feia e mal encavada, se o Strauss-Kahn não fosse o presidente do FMI, o Isaltino Morais o presidente da C. M. de Oeiras e o Major valentão de Gondomar, há muito que eles estavam com a cabeça no cepo.
ResponderEliminarSe tiveres um problema com a justiça e não tiveres dinheiro nem nenhuma das "virtudes" dos filhos da puta que mencionei, bem te podes agarrar ao pau, que vais bater com os costados na encherga.
Por isso é que eu faço tudo para não ter problemas judiciais. É a melhor maneira de ter boa justiça, é não nos metermos com ela. É assim, mais ou menos, como com as seguradoras: desde que não surjam problemas, enquanto for só pagar o prémio anual, está tudo bem.
A história está muitooo mal contada e a Miss Knox safou-se porque é americana!
ResponderEliminarEu nem comento tamanha estupidez.Se é culpada ou não, não sei que não estive lá embora tenha seguido +- esta história ao inicia, mas daí a virem com estes argumento de sexy e ombrinho á mostra e bla bla por amor de deus, se fosse a mãe da vitima isto era coisa para arranjar um bombista e mandava tudo ao ar.
ResponderEliminarele deve ser a culpada
ResponderEliminarestou a adorar estes teus posts sobre a Amanda Knox. torna a situação assim um bocadinho para... investigação pública, hahaha!
ResponderEliminarEste caso é realmente muito estranho...
ResponderEliminarBig Kisses
Sinceramente também acho que o que ajudou muito na inocência dela foi a nacionalidade e o mediatismo todo que o caso teve. Ninguém se lembra é da verdadeira vítima, a miúda que morreu e que tem uma família á espera de justiça.
ResponderEliminarSe na altura ouvi falar neste caso, não me lembro. Mas desde que publicaste sobre este assunto, tenho andado a ler montes de coisas. E, de facto, parece-me que a rapariga é culpada. Vi algumas fotos dos dois, e estavam sempre com um sorriso muito evil.
ResponderEliminarVi um vídeo da única jornalista americana que acompanhou o julgamento todo e ela disse que a reacção da Amanda sempre foi muito esquista. Por exemplo, em vez de irem às cerimónias fúnebres, foram os dois comprar lingirie...
Epá, acho esquisito, pronto.
O que é certo é que esta história está toda muito mal contada. E apesar de todos serem inocentes até prova em contrário há por aqui demasiadas pontas soltas para podermos acreditar com grande certeza que a rapariga é inocente. Pode ser que entretanto surjam provas mais consistentes.
ResponderEliminarai meu deus eu acreditava na inocência dela mas agora fico naquela........ como poderá ser tão dificil descobrir o/os culpados?? =/ até para morrer é preciso ter se sorte!
ResponderEliminarCom esta treta toda a descrição da roupa da acusada quase que me esquecia qual era o crime. Que estupidez.
ResponderEliminarDesculpem lá, mas eu detesto norte-americanos. "Havemus penum", mas eu detesto mesmo. Tem uma mentalidade muito fraquinha e inteligência do tamanho de um feijão.
Realmente, convém que a Justiça seja cega, porque se vir com os olhos da opinião pública (e aqui anda uma bela amostra), a malta vai presa por ter cara de culpada, por ser bonita e arranjar-se, por sorrir em audiência, por ter conversas de circunstância. Meus deuses!
ResponderEliminarA Amanda pode ser a pessoa mais leviana, estúpida, infantil, fútil, vaidosa, maldosa do mundo, mas se não se provar que matou outra pessoa, não pode ser por isso presa, tão simples quanto isso.
As provas que a condenaram há quatro anos foram insuficientes e insuficientes continuam.
E em última instância, mais vale um culpado livre que o risco de ter um inocente preso, por muito que isso a nós custe, refastelados no sofá, do alto da nossa superior intuição, apenas por aquela pessoa ter "cara" de culpada.