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Pierre Louÿs

O francês Pierre Louys é dos escritores mais perturbadores que já li. Meio nojento, é verdade. O homem falava de sexo como se estivesse a falar de uma coisa qualquer. Não, não é isso que me choca. O que me choca é que o senhor gostava de misturar crianças e adultos nos seus jogos sexuais. Quando peguei no primeiro livro dele a reacção foi "mas que porcaria é esta?".

"Tal mãe, tal filhas". Um livro pornográfico e (supostamente) sensual. Nojento, por vezes. Agradável, página sim página não. Difícil de gostar.

Usa e abusa dos palavrões, das descrições, faz por chocar o leitor. Atenção, chocante mas bem escrito.

Como dizem os críticos literários este livro tem um misto de sensualidade e nojice. O autor joga com a repulsa e o desejo do leitor.

Este livro conta a história de 4 meninas/mulheres. Todas prostitutas. A mãe, Teresa, de 36 anos. A pequena Mauricette de 14 anos. A mais nova, Lili com apenas 10 anos. E Charlotte de 20 anos. O narrador vai descrevendo o envolvimento que foi tendo com as quatro... Pelos vistos a senhora mãe não se importava de oferecer as filhas. E as filhas, habituadas aquelas andanças, gostavam dos jogos de provocação.

Pierre Louys também escreveu o Manual de Boas Maneiras para Meninas. Podem ler excertos do livro ao carregar no link. Aviso já que não é aconselhado a pessoas sensíveis...

Este manual junta duas realidades que não deveriam cruzar-se: meninas pequenas, supostamente inocentes, e práticas sexuais a roçar a perversidade. Foi lançado em 1926, após a morte do autor, e tem como objectivo gozar os livros de etiqueta para jovens aristocratas do final do século XIX.

Comentários

  1. Não ficas nada desempregado... és estagiária... tudo pode acontecer...
    Estou contigo...

    Beijinho

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  2. n conheço... mas agora fiquei c aquela curiosidade mórbida de ler!!! a ver vamos se a concretizo

    jocas gordas

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  3. AHAHAHAAHAHAHAHAHA
    tá brutal... bela critica...
    creio que seja mais um manifesto que outra coisa...
    mas está MUITO bom...
    e ainda por cima para a época..

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  4. doidaaaa....


    vais conseguir sim, tens é de ter pensamento positivo....ehehehheh


    bjux*

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  5. não que eu seja púdica ou puritana nem nada do género, mas pela descrição é um bocadinho à Marquês de Sade, um tipo de escrita que simplesmente não gosto.
    de qualquer modo, obrigada pela partilha:)

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  6. HannaH entendo perfeitamente o que dizes. Também não acho que seja uma escrita bonita. Mas lá que eu não esqueci, não esqueci!

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  7. Não é bem a mesma coisa(mas é:P) mas tenta ver filmes de Pasolini que vai dar no mesmo, em especial Saló que é um filme que é preciso algum estomago para se ver.
    Porque ler é diferente de ver:);).

    Blog interessante;).

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  8. Mas que diabo andas tu a ler? Essas noites andam-te a fazer mal, ai andam andam!
    (Pronto, foi para dar uma de púdico, mas o certo é que agora fiquei curioso!)

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  9. Confesso que há motivos de escrita que me causam repúdio, este é um excelente exemplo do que me recuso a ler. É o homónimo do Marquês de Sade, não?!?!

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  10. Hum... interessante. Mas acho que me fartava rápidamente dessa leitura, não sei porquê. Isso ainda não foi passado para a tela de cinema? Estranho...!

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  11. Por falar de sexo é nojento? Para mim esse assunto não é tabu é sim um assunto como os outros

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  12. Eu não consegui ler o livro todo. Na realidade nem a meio cheguei.
    Não é por falar de sexo que é nojento, Bernardo, é como diz a S*: "duas realidades que não deveriam cruzar-se: meninas pequenas, supostamente inocentes, e práticas sexuais a roçar a perversidade."...
    Beijo

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  13. Temos de ter em conta que eram outros tempos.
    Nesse tempo os pais punham os filhos menores a trabalhar e davam-lhes cargas de porrada de criar bicho. Hoje o trabalho infantil e os maus tratos das crianças estão na ordem do dia, quase tanto como prostituição infantil ou pedofilia.

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  14. Comprei numa feira do livro, na estação do oriente.
    Por vezes, para ter alguma percepção do imaginário de uma certa época, pode ser útil ler a ficção escrita nessa época.

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