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Há temas que me incomodam. E depois desses, existem ainda os temas que me deixam nervosa, que me fazem sentir um arrepio frio pelas costas. A mutilação genital feminina é um desses temas.

Um estudo da Amnistia Internacional apresentado em Fevereiro revela que somente 13% dos médicos e enfermeiros têm conhecimento da prática da mutilação genital feminina (MGF) em Portugal.

Este estudo revela que há “um número significativo de casos de MGF no nosso país”. Para piorar o cenário, o estudo revela a existência de falta de preparação dos médicos e enfermeiros portugueses no que diz respeito a esta prática. Talvez por ser um assunto pouco falado no nosso país, a verdade é que os profissionais de saúde não estão preparados para o enfrentar.

Pelos vistos, somente 13% dos profissionais de saúde possui formação específica para actuar nestes casos. Um número demasiado baixo, convenhamos.

Esta é uma prática retrógada e profundamente desumana, pelo que considero inconcebível que coisas destas ainda aconteçam pelo mundo fora.

Como a maioria de nós sabe, esta é prática muito mais comum no continente africano e em certas comunidades de países asiáticos. Mas pelos vistos, segundo este estudo, no nosso país também acontece.

A MGF consiste na excisão do clítoris sem anestesia e com objectos não esterilizados como facas ou pedaços de vidro. E porque é que fazem isso? Crenças... Isto é visto como sendo um ritual simbólico da passagem de menina a mulher, e tem como objectivo assegurar a pureza da mulher e a fidelidade ao marido. Naqueles países a mulher é vista como um ser inferior, e por isso não merecedora de qualquer tipo de prazer.

A consequência mais directa é obviamente a eliminação do prazer sexual. Para além disso, devido às condições horrorosas em que este "ritual" é praticado, muitas vezes a prática resulta em infecções ou mesmo na morte da menina.

Claro que já existe legislação para proibir a MGF em muitos países africanos, mas a tradição persiste.

A Organização Mundial de Saúde estima que entre 110 e 140 milhões de mulheres já tenham sido submetidas a este processo e que três milhões estejam em risco de o ser.

Comentários

  1. Por acaso é um tema que também me incomoda, ainda para mais porque baseia-se numa perfeita estupidez.

    bjs

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  2. Eu juro que, por mais que tente, não entendo a cultura africana!

    Sem contar com esta barbaridade, uma das coisas que me deixa de pêlo eriçado é o não uso do perservativo, porque ter um rancho de filhos é sinal de fortuna! EXCUSE ME??? Em países onde, se não morrem de fome, morrem de sida, não sei quantas crianças orfãs é sinal de fortuna?!

    Aos machos que acham que a mulher é um ser inferior, que serve meramente para reproduzir, logo não tem direito a prazer... cortava-lhes os ditos à dentada que eles iam ver o que era bom!

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  3. É mesmo de sentir um arrepio nas costas.
    Não era suposto o homem (a espécie) ser um animal racional?
    Crenças, religiões, seitas... é no que dá a exploração do medo pela ignorância.
    Bjs.

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  4. nem posso pensar numa coisa destas, que me da arrepios tbm. Deus me livre disso.

    bjosss...

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  5. Epah eu até me torci na cadeira a ler este post...é horrível só o imaginar quanto mais as meninas que têm que passar por isso!!!Temos que agradecer muito o pais onde vivemos, pelo menos nestas situações :)

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  6. Epah eu até me torci na cadeira a ler este post...é horrível só o imaginar quanto mais as meninas que têm que passar por isso!!!Temos que agradecer muito o pais onde vivemos, pelo menos nestas situações :)

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  7. O ser Homem tem tanto de bom como de mau... convenço-me muitas vezes que não passamos de animais!!!

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  8. É realmente arrepiante! Pelo que sei, em Portugal a prática é proibida, o pior é garantir a aplicação da lei, até porque a MGF acontece entre quatro paredes e a maioria das vítimas não se queixa, algumas até porque concordam com a prática - se não são mutiladas, não se casam dentro da própria cultura, porque são consideradas impuras.
    Estas questões culturais nunca são simples e lineares, mas realmente é incompreensível e revoltante.

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  9. é defacto arrepiante e incomudativo... Pensar que nos tempos que correm ainda são particadas tais coisas... Aliás paises como o nosso que se consideram evoluidos terem conhecimento destes actos e não fazerem nd contra, é k nem na televisão ou em lado nenhum se veem os apelos a irradicação destes feitos...

    Beijos e boa semana

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  10. Deste post concluo, então, que se alguma destas meninas tiver a sorte de um familiar ter um rasgo de lucidez e a levar ao hospital para pelo prevenir infecçoes os médicos não estão preparados para a socorrer prontamente.

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  11. Já vi um documentário sobre esta questão... de arrepiar! Só de pensar... fiquei mesmo chocada com esta barbaridade

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  12. esse deve ser o tema que mais me tira do sério, que mais me revolta. Mesmo em cheio! Nem me vou alongar no tema porque senão é rios de tinta e fúria em acção contra essas MERDAS.

    beijo*

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