Acabei de ver no telejornal da SIC uma reportagem com o nome "Homens das Grutas". Como sempre acontece, fiquei chocada com a miséria em que algumas pessoas vivem.
Pelo que diz na reportagem, existem pelo menos 1200 sem-abrigos só na cidade de Lisboa. 1200 pessoas que vivem nas ruas, faça chuva ou faça sol. Pessoas que comem os restos que encontram no lixo, que vestem roupa em péssimas condições, que dormem no chão dia após dia.
Não consigo imaginar o desespero destes homens e mulheres. Deve ser frustrante viver na mais absoluta miséria e sentir que ninguém lhes deita a mão.
Que tragédia lhes terá acontecido para acabarem assim, sem família, sem amigos, sem trabalho, sem nada?
Mário e João são os nomes dos homens que ousaram dar a cara para mostrar este flagelo às portas de Lisboa. Rostos cansados, frustrados, sem esperança. O primeiro não tem família, mas assegura ter amigos que tentam ajudá-lo. Mas o segundo caso chocou-me mais: tem família.
João disse à jornalista que tem família, tem filhos e estes sabem onde ele vivem. Mas mesmo assim, em três anos, nunca o visitaram. Deve ser preciso um coração de pedra para saber que o nosso pai, filho, irmão, primo, tio, vive numa gruta, rodeado de ratos e de cobras, e não fazer nada para o ajudar.
Mário não vai ao médico, mesmo quando fica doente. Procura medicamentos no lixo das outras pessoas, e é com eles que combate as doenças. Enfim. Já João tem para almoçar somente um pão. Sem mais nada, só um pão.
Quando a jornalista lhe pergunta quando dinheiro tem consigo, João é rápido a contá-lo. 31 cêntimos. Somente 31 cêntimos. "Eu não roubo nada a ninguém", garante.
Não entendo como é que se consegue ficar indiferente a situações destas. É preciso ser muito desumano para não ajudar o próximo.
o que mais revolta é haverem instituições com subsídios para minimizar estes problemas. Mas o sistema está de tal forma que as instituições têm dificuldade em chegar aos mais carenciados... possivelmente devido a muitos oportunistas não tão necessitados (alguns dentro das próprias instituições)
ResponderEliminarVi a mesma reportagem... e de facto não entendo como uma familia pode fechar os olhos perante tamanha situação... É incompreensível... A não ser que o senhor tenha feito algo de muito muito mau... mas enfim..
ResponderEliminarPode parecer estúpido mas o que mais me fez impressão foi saber que viviam no meio de cobras...odeio e tenho pavor absoluto!!
A realidade de algumas pessoas é assustadora.Por vezes só depois de ver algo assim é que começamos a dar o devido valor a tudo o que temos (e que é imenso!). E é triste, mas alguns nem assim se apercebem. Há pessoas realmente cegas neste mundo...
ResponderEliminarbeijinhos
Havia um arrumador de carros em frente à minha faculdade que era muito engraçado, um dia andava ele todo contente porque alguém tnha deixado esferovite à porta e ele dizia que aquilo era muita quentinho, e andava lá entusiasmado a mostrar como ia forrar a sua caixa de cartao com aquilo....até o arrumador da rua das Belas Artes era um senhor criativo lol
ResponderEliminarSão estes murros no estômago que fazem de nós melhores pessoas... Tem que se fazer alguma coisa em relação a isto, até porque a tendência é piorar...
ResponderEliminarConheço um sem abrigo, pelo menos 4 vezes por semana o convido a tomar o pequeno almoço comigo, ele aceita por o convidar pela companhia e nao como esmola.
ResponderEliminarEle era bancário, mas passou-se algo que eu não sei o que foi e ele, afirma que deixou de sonhar. Ao deixar de sonhar deixou de ter objectivos e ficou sem razoes para lutar.
Os dramas que levam alguém a desistir do mundo, quase de viver. Mas enquanto a nossa preocupação for para TGV, aeroportos e não para o nosso povo, situações destas irão multiplicar-se.
ResponderEliminarBeijoca.
A riqueza está mal dividida...
ResponderEliminarTb não compreendo este Estado da Nação que fala em milhões para isto e para aquilo e quando há situações em que é necessário uns milhares diz que não há dinheiro.
Bruno, a tua acção é espectacular... embora eu nunca tenha feito nada do género, dou valor a quem o faça!!!
Tb não nos podemos esquecer que há pessoas que estão naquela situação pq querem, pura e simplesmente são pobres de espirito!!!
É verdade, há pessoas pobres de espírito. Mas também é pobreza de espírito nada fazer para mudar a situação. Infelizmente, a maioria (incluindo eu) prefere fechar os olhos.
ResponderEliminarBruno, bonito gesto. :)
Quando vejo este tipo de reportagens não consigo deixar de me sentir incomodada. Isto porque muitos de nós nos queixamos por futilidades (eu faço-o muitas vezes)quando há muitos que nem o básico conseguem ter...
ResponderEliminarMas sabes que já falei com sem-abrigos que não querem mudar de vida? Simplesmente é mais fácil viver assim.
ResponderEliminarEu tb acabo por fechar os olhos!
ResponderEliminarA vida é assim e a sociedade tornou-nos frios... distantes!
É triste e dá que pensar,mas qualquer um de nós poderá um dia estar nesta situação.Será cruel?Penso que estou apenas a ser realista,mas temos mesmo que pensar que as pessoas que andam na rua já tiveram um emprego,família.amigos,e hoje vivem um dia de cada vez ,é a lei da sobrevivência....nua e crua...
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ResponderEliminarProfundo Olhar, infelizmente pode tocar-nos a todos. Choca-me saber que toda a família do senhor o abandonou.
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ResponderEliminarFartei me de chorar a ver a reportagem.
ResponderEliminarhj somos uma coisa amanha não somos nguem.
um bjo