Avançar para o conteúdo principal

A escolha

 


Uma das frases que mais ouço é "tu ao menos dás sempre bom tempo, estás sempre bem".

Não. Não estou sempre bem. Os meus últimos anos não têm sido os mais fáceis e felizes de todos, por muitos motivos. Também tenho dias em que me enfio no ninho às 21 horas porque não me apetece fazer nada. Também passo dias a chorar porque algo me magoou. Também me acontece. Oh se acontece... 

Mas depois olho à minha volta e penso na sorte imensa que tenho por ter uma super família, um filho maravilhoso, um trabalho que amo. Infelizmente, muita gente não tem isso. Tenho razões para me sentir feliz, mesmo quando não o estou. 

Comentários

  1. Não gosto muito de frases feitas mas não deixam de ter importância, daí que sejam frases cliché porque são tantas vezes usadas e se tem tantos fãs, por algum motivo será.

    Esse é o caminho, ver o lado bom mesmo quando tudo está cinzento ou mesmo negro.
    Ter inteligência emocional, não se deixar abater.
    Dá trabalho fazer por estar quase sempre bem? Dá. Às vezes dá mesmo muito... mas compensa tanto.
    Ser grato porque até as coisas más podem fazer vir ao de cima o melhor de nós, se houver força para isso.
    Ser forte dá trabalho, nem sempre estamos bem não (como tantos pensam...) mas nunca a solução foi o negativismo e a revolta pelos obstáculos.
    Espero que tenhas passado uma boa Páscoa contigo mesma ou com a tua família. :)
    Nunca a vida será fácil mas é tão bom estar viva e querer viver da melhor forma possível.

    ResponderEliminar
  2. Não consigo mesmo concordar com a frase.

    Tenho muita sorte em ser feliz e parte disso é saber mudar a perspectiva com a qual vemos o mundo.

    Mas há situações mesmo muito complicadas onde me questiono se eu sequer continuaria a viver ou se simplesmente cometia suicídio caso algo do género me acontecesse.

    Não acho nada que essas pessoas estão a escolher não ser felizes.

    Além disso, coisas como as perturbações deoressivas, têm muito mais por trás do que simplesmente escolher ou não ser feliz.

    Ainda bem que conseguimos ser felizes apesar das coisas que nos atormentam mas acho que existem milhões de possibilidades para isso não ser assim para muitas pessoas e o problema não são elas.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Como é evidente, há vidas que não permitem felicidade. Ou não a facilitam, pelo menos.

      Mas também sinto que vivemos numa era de permanente insatisfação. Parece que temos de estar sempre a querer mais, mais e mais... Não dando espaço para desfrutar daquilo que realmente queremos.

      Eu podia estar insatisfeita por não estar feliz a nível romântico. Podia estar insatisfeita por não estar a conseguir viajar o que gostaria (e nada tem a ver com pandemia). Podia estar insatisfeita por ter ainda tanta coisa para comprar e repor na minha casa, desde que me separei... Mas escolho tentar ficar satisfeita com o que tenho.

      Eliminar
    2. Pois eu digo o oposto, eu escolho estar bem mesmo quando não estou.
      Nem que a casa vá abaixo, nem que haja a maior das tragédias, falar em suicidio não faz sequer sentido.
      Suicidio não é problema para nada. Isso é vibrar baixo.
      É preciso tentar ao máximo não cair em desânimos ou depressão.
      Já fiquei muito triste com a morte de alguém bem próximo e achei que a minha vida não tinha mais sentido.
      Continuo cá e os obstáculos só fizeram com que eu me agarre à vida.
      Tive uma fase tão má que... fartei-me de estar triste, chega!
      Quero é viver!

      Eliminar
  3. Infelizmente hoje em dia ainda é visto como sinal de fraqueza estar-se mais em baixo e por esse motivo as pessoas tendem a reprimir os seus sentimentos. O que acho que isso ainda é pior e acaba por ser uma bola de neve para a situação dessas pessoas porque sentem-se completamente incompreendidas já que o normal ou o suposto era estarem felizes, já que há sempre algo a que devemos estar gratos.
    Sou da opinião que devemos mostrar os nossos sentimentos, não nos devemos reprimir ou criar uma fachada de ilusão. E se achamos que algo não está bem, devemos procurar ajuda. É mesmo importante acabar com o estigma da doença mental. Uma 'simples' depressão não tratada pode levar a que uma pessoa viva o resto da vida sob um clima de angústia e sofrimento. Não criem 'carapaças', ataquem já os vossos problemas!

    E até acho que todos devíamos fazer uma sessão de terapia de vez em quando.

    Isto é apenas a minha opinião, não sou da área de saúde mental.

    ResponderEliminar
  4. Ainda há poucos dias me disseram que eu tinha tudo para ser feliz. Só respondi: "será?".
    Conheço quem passou por tanto na vida e tem sempre um sorriso nos lábios.
    A felicidade é tão relativa... Não se mede pelo que temos mas pelo que somos e, principalmente, pela forma como encaramos a vida.

    ResponderEliminar
  5. Às vezes estamos mais frágeis e algo simples é o suficiente para nos deixar em baixo. Não significa que não demos valor ao que temos ou que por termos sorte com a família e o trabalho que não podemos ter momentos menos felizes (:

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Para dormir - solução, procura-se!

É uma pessoa desesperada que vos escreve, esta manhã. Conhecem soluções naturais para dormir bem de noite? Algo que me faça ferrar o galho e só acordar no dia seguinte? Estou farta de noites mal dormidas. Estou farta de ficar até às 5 ou 6 da manhã sem conseguir dormir. Chego ao desespero, com vontade de chorar. De dia, sinto-me cansada, porque o descanso é uma porcaria. Não sou grande adepta de medicamentos mas, se tem de ser, é. Alguém conhece um remédio, uma erva, o que seja?

Coroas caseiras

Este ano a senhora minha mãe entreteve-se a fazer coroas de Natal. :) Para ela, fez uma coroa mais tradicional, com as peças decorativas em plástico, à moda antiga. Para a minha irmã, fez uma rena.  Para mim, fez a coroa mais espectacular de sempre, com flores artificiais, muitas bolas coloridas e pendentes dos corações. Romântica, como eu.  Contagem decrescente para o dia mais especial do ano... Amanhã inaugura-se o calendário de advento com quadradinhos de chocolate!

Um ano a dois

Como o tempo voa, hoje celebro um ano de um relação calma, que me foi conquistando aos poucos e que, hoje em dia, me dá todas as certezas. Quando nos conhecemos, em Abril do ano passado, viramos amigos. Na verdade, tornou-se meu confidente e aturou-me durante semanas e semanas a "chorar-me" por outra pessoa. Já eu percebi que ele gostou de mim no primeiro café que tomamos, mas como é tão ou mais discreto que eu, nada feito. Ficamos assim, entre avanços e recuos, entre conversas diárias e afastamentos semanais. Ao meu lado quando fui operada e nos dias que se seguiram. Eu ainda sem rumo, à procura de algo que não sabia ainda o que era. Foi no dia 6 de setembro de 2021 que a amizade evoluiu para algo mais.  Desde o primeiro dia que não me deixou dúvidas de que queria estar ao meu lado. Acho que foi exactamente isso que (de forma um pouquinho "umbiguista") me fez apaixonar por ele. Sempre percebi que gostava de mim. Sempre me senti acarinhada, querida e desejada.  Dura