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Ser Eu é diferente de Ser Mãe


Já aqui referi algumas vezes que não sou a típica mãe galinha. Não o digo com orgulho, mas também já não o digo com vergonha (custou perceber que não temos de ser todas iguais enquanto mães...).

Gosto dos meus momentos. Entendo perfeitamente que existem mães que colocam o papel de Mãe à frente de tudo... Mas eu gosto de colocar o meu Eu à frente, porque acredito que só se me sentir bem enquanto pessoa, enquanto mulher, enquanto profissional e enquanto amiga é que me vou sentir bem enquanto mãe.

Não consigo, mesmo, abdicar do meu Eu. Nem quero. 

Gosto e preciso de ter a minha meia-hora de "sossego", depois do trabalho, antes de ir buscar o menino à creche. Geralmente aproveito para passar por casa, levar o cão à rua, pôr roupa a lavar, estender roupa, adiantar o jantar. Mas há dias em que opto apenas por tomar um café com a minha mãe, irmã ou tia... Ou vou ver umas montras. 

Meus amigos e minhas amigas, aquela meia-hora "livre", mesmo que seja ocupada com tarefas, sabe-me pela vida. 

Tendo o Rafinha 20 meses, está naquela maravilhosa fase das birras, das teimosias, dos choros encenados e de ousar levantar a mão aos pais... Hoje, pela primeira vez em anos (tantos anos, que já nem me lembro quando foi a última vez), adormeci. O despertador tocou, ouvi, desliguei... E adormeci. Acordei 45 minutos depois, já atrasada, porque o menino acordou e começou a chamar pelos pais. Caso contrário, ainda estava na cama, em estado de "coma" provocado pelo cansaço acumulado.

Sou Mãe. Mas também sou Namorada (bom, ando em falha neste campo!). Sou orgulhosamente Profissional. Tento ser boa Filha, boa Irmã, boa Sobrinha, boa Tia. Tento ser tudo... Mas não prescindo de ser Eu e não abdico do meu tempo. Eu preciso e mereço. 

Comentários

  1. Se algum dia chegar a ser mãe, é assim mesmo que eu espero ser! Beijinhos*

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  2. Por meia-hora? Nós precisamos de tempo para nós sem nos sentirmos mal e não somos menos mães ou menos mães galinhas!!!

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  3. Um dia quando for mãe (se tal coisa acontecer) quero ser como tu! <3 Beijocas e muita força porque bem merecemos (todas nós mulheres) *

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  4. Percebo tão bem esse sentimento. No fundo, acho que todas as mães precisam de tempo para si (não conheço nenhuma que esteja 24h/dia, 7d/semana, e que não acuse alguma necessidade de uns minutos para si).
    Depois acho é que nem todas têm essa hipótese. Mães (e/ou pais) que trabalhem muitas horas e que deixam os filhos muito tempo nas creches/escolas não se dão ao luxo dessa meia-hora para não prologarem a estadia dos filhos nessas instituições. E não acho que sejam mães-galinha.
    Bom, mas eu também tenho alguma dificuldade com o conceito "mãe-galinha". Para mim, as mães-galinha são aquelas que gostam de controlar os filhos para que estes não caiam, não se magoem, comam tudo o que têm no prato, não levem as mãos à boca, que dão um grito caso a criança tropece, que praticamente não deixam a criança dar um passo que seja sem elas estarem a ver, e eu vejo isso até em mães que trabalham muito e que tiram tempo para si. :) Eu passei 3 anos dedicados à minha filha, deixando o meu Eu muito de parte e não acho que seja mãe-galinha. :)
    De qualquer forma, sim, todas as mães são diferentes e todas têm necessidades diferentes (pessoalmente, acho que todas precisam de tempo para si, a quantidade deste é que pode variar :D) e, sem orgulhos e sem culpas, o importante a reter é que "os pais não têm de estar disponíveis para os filhos o tempo todo, têm é de estar de certeza disponíveis quando os filhos precisam deles" (frase dita pelo meu pai, um pai fenomenal e muitíssimo presente, que me disse também que se não tivesse tirado todos uns anos uns dias de férias dos filhos, nunca teria sido o pai tão bom que foi :) ). Se essa meia-hora é necessária para o Rafael ter uma mãe mentalmente sã e se podes de facto ter esse luxo, é mesmo o melhor que fazes.:)

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    1. Na maioria dos dias o Rafa vai para a creche às 9:30. Tem a sorte de não entrar muito cedo.

      O que eu sei é que quando chego a casa com ele já não consigo fazer nada em casa, pelo que prefiro tratar de tudo sozinha e só depois o ir buscar.

      Prezo muito o meu bem estar e não abdico deste. :)

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    2. 9h30 é bom. Há crianças que passam praticamente 10-12h fora de casa e longe dos pais, muitas vezes porque não há outra forma e eu percebo que estes pais prefiram logo ir buscar os filhos, mesmo que até precisassem de meia-hora para si. :)
      Eu sei bem a dificuldade que é fazer coisas em casa com um filho (sou profissional nisso :P), ainda ontem enquanto mudava os lençóis das camas com a Mini-Tété a saltar em cima das camas, a "querer ajudar", a puxar os lençóis, a dar cambalhotas, a desfazer o que eu estava a fazer (e trocar capas de edredon com uma pulga aos saltos em cima do edredon?! Aaaargh! :P), quando finalmente acabei dei por mim a pensar "Eu não sei como é que há mães que conseguem trocar lençóis com os filhos em casa...". E eu tinha acabado de o fazer! Mas estava tão cansada que aquilo continuava a parecer-me uma tarefa impossível. :D
      Ter um filho tem muitas coisas boas mas também é cansativo, ou melhor dizendo, tem fases muito cansativas. Ainda anteontem dizia ao Jack que me estava a sentir tão cansada como quando ela tinha 1 mês e que era nisso que me focava para me lembrar que tudo são fases e que passam. Não te esqueças disso também. :) Eu repito 3 frases para manter a calma:
      - Eles precisam de passar por estas fases para crescerem, é normal, não estão a fazer de propósito para nos enervar, estão apenas a desenvolver-se.
      - Às vezes custa ser firme e dá vontade de deitar ao toalha ao chão mas mais vale ser firme agora do que deixar arrastar esta fase durante anos sem eles perceberem que quem manda somos nós. E que eles precisam de facto de saber que quem manda somos nós e que há limites para se sentirem seguros.
      - E é só uma fase, é só uma fase, é só uma fase, é só uma fase, é só uma fase....(repetir quantas vezes for necessário :D).

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    3. Concordo em absoluto. Cá em casa, a única firmeza vem do meu lado. Há coisas em que sou intransigente. Nunca dei papa ou coisas boas sem comer a sopa. Não aceito que me levante a mão. Não cedo a birras. Talvez porque sou um bocado mais fria, consigo não quebrar. Alguma vantagem tinha de ter! :D

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    4. Cá em casa, ele é mais frio que eu mas tem alguma tendência a ser menos rígido com a sua “menina do papá”. Eu passo mais tempo com ela, sou menos fria mas acabo por ter de impor mais regras. Depois há um equilíbrio: ele é mais rígido numas coisas e eu noutras. Vai resultando. :P

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    5. S* compreendo a ideia, mas se o teu filho entra às 9:30, chegas ao trabalho a que horas, às 9:45, 10h? Isto pressupondo que estás perto do trabalho. Entao e se entras a essa hora tens de sair tarde, em vez de fazeres 9-18h, fazes 10h-19h? E a creche fecha a que horas?

      Eu nao tenho filhos mas na minha terra nao compreendo como se consegue ter filhos na creche e ir trabalhar. As outras pessoas dizem que têm os avós que podem ir buscar, ou as maes que nao trabalham ou então têm de ter o horario desfasado com o marido.

      Eu entro às 8h e moro a 1h do trabalho, logo tenho de sair de casa às 7h. Mesmo que mude de horario para entrar às 9h, tenho de sair às 8h. A creche daqui abre às 8:30, nao da para levar um bebe lá. Ao fim do dia o mesmo problema, se entrar às 9h saio às 18h, mais 1h para voltar chego às 19h, o que é mesmo à queima porque a creche fecha às 19h.
      Se mudar o horario para entrar às 9:30, entao chegava a casa às 19:30, nao dava.
      Outra hipotese que algumas pessoas fazem e colocar na creche na cidade do local do trabalho, mas pronto, aí nao dá mesmo para tirar os 30 min pessoais porque teria de levar o bebe de volta logo quando saía da empresa.

      Atenção, eu acho mt bom o que fazes de ter 30 min para ti. O que eu digo é que nem sei como os pais conseguem ir e levar o bebe e ainda demorar mais 30 min e a creche ainda
      estar aberta.

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    6. Anónima, tirou conclusões precipitadas. Eu entro às 9 horas. Quem leva o menino à creche é sempre o pai, que entra mais tarde. Daí que ele vá sempre pelas 9:30, que é o horário limite que a educadora solicita, embora possa entrar até às 10h00.

      Eu é que o vou buscar porque costumo sair pelas 17h00. Estamos em casa sempre pelas 18h00 ou 18h30, se aproveitar para fazer algo antes de o ir buscar. Estamos os dois juntos até às 19h30, hora a que o pai chega e inicia a missão enquanto eu trato das outras coisas. :D

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    7. Ok, ja percebi, horario das 9h ás 17h é funcionario publico com 35h semanais. Quem ta no privado sao 40h, sai portanto ás 18h e assim ja nao dava para o tempo pessoal. Atencao q n é critica, quem pode q aproveite, mas quem tem horario do privado e nao tem avos por perto realmente é dificil.

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  5. Gostei do que li.
    Sabemos que os tempos/horários/rotinas mudam com a chegada de um bebé, contudo, faz-me imensa confusão as mães que se anulam enquanto mulheres, desleixam-se, esquecem o Eu que existe nelas e passam a viver única e exclusivamente para o filho.
    Equilíbrio!

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    1. Nunca me aconteceu nem quero mesmooo que aconteça.

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    2. Já parece uma velha!! Vai lá enfardar mais uns bolos!!

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  6. Não sou mãe ainda, mas sou educadora! Acho que é mesmo essa a postura que se deve ter e que quer ter mais tarde quando estiver no papel de mãe. Vejo mães por vezes tão desvuradas consigo mesmo, que acredito que sejam pessoas infelizes, frustradas. Tem que haver um pouco de equilíbrio em tudo e acho que é assim como fazes que tem que ser!

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  7. Não sou mãe ainda, mas identifico-me e concordo muito com o que dizes

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  8. Espero, mesmo, ser assim.
    Porque há certas relações de pais e filhos que me deixam sufocada só de ver. Só me faz pensar "pobres crianças", com pais sufocantes que lhes custa deixar o filho nos avós, que não podem passar a noite sem eles - fazendo disso um drama e uma obrigação - (isto, obviamente, depende da idade, claro!), que não podem fazer férias, mesmo que curtas, sem eles.
    Há crianças sufocadas pelos pais, e eu não quero, de todo, ser assim. Porque acho precisamente isso, não é por termos filhos que temos de nos esquecer de nós, do nosso eu. Resta saber se serei assim.

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  9. Também penso assim, mas com dois meninos (5 e 2 anos), sem família perto, é mais complicado. Nunca tive problemas em sair sem filhos, viajar (em trabalho), sempre sem qualquer sentimento de culpa. Mas isso mudou quando o mais novo descobriu a mãe e começou com a ciumeira (complexo de Édipo em alta). Para fazer coisas básicas tenho de negociar com o mais velho.
    Vou tentando encontrar um equilíbrio. É bom para a mãe e para eles, para que saibam que a mãe (e pai) também têm direito a ter vida.

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  10. Uma colega de trabalho confessou-me algo muito duro: disse-me que apesar de amar a filha e o marido, reconhecia que se agora morressem ela não tinha função. Porque largou a área profissional por amor, largou outras coisas pelo meio pela maternidade... resultado: só é mãe e esposa. É tão triste. Pensas tu muito bem!

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  11. Concordo contigo. Sou mãe de dois mas nunca me esqueci de mim. Bom, houve ali momentos que andava um pouco baralhada mas depois comecei a deprimir e tive de encontrar o meu equilíbrio e assim consegui encontrar-me de novo. Eue sou eu acima de tudo :) bjs

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  12. Na generalidade, concordo contigo. Mas o comentário da Raven deixou-me a pensar. "Só" é mãe e esposa. Eu dava tudo para ter orçamento familiar que me permitisse ser mãe/esposa/dona de casa a tempo inteiro. Isso não me impediria de ter um tempinho para mim na mesma, as avós ficam com os pequenos... Eu gosto muito de ser mãe e abdicava de trabalhar para me dedicar inteiramente à minha família. Acho que o tempo que se passa com a família é pouco, muito pouco. Anyway, apesar disso, também sou de acordo que toda a gente precisa de um tempinho para si. O facto de gostar de ser mãe acima de tudo não me impede de ir jantar fora ou passar um fim de semana sozinha com o marido. Nunca me impediu de deixar o meu filho na minha mãe ou na minha tia. Acho que deve encontrar-se um equilíbrio!

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