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Disto de ser Mãe


Apesar de ter levado a gravidez sempre em modo "boa onda", ia lendo bastante. Frequentei fóruns, li livros, artigos, notícias, participei num grupo privado no Facebook... E fui desenvolvendo aquela ideia de que "quando o meu filho nascer, vou sentir um amor sem fim". Uma pessoa ouve dizer que é suposto ser assim. Que basta vermos o nosso filho para o amarmos daqui até à lua e da lua até aqui.

Foi preciso uns bons dias depois do parto para aceitar que não somos todas iguais. O meu companheiro ficou absolutamente maravilhado com o nascimento do filho e tem sido o melhor Pai que pode ser. Já eu sinto que estou a crescer enquanto Mãe. 

Quando ele nasceu tive uma crise de nervos, chorei que me fartei, pois tinham sido já 11 horas de parto, horas difíceis e nas quais acreditei que ia mesmo para cesariana. Foi uma alívio ter conseguido parto normal e chorei imenso. Os efeitos da epidural vieram logo a seguir: tanto sono, tanto cansaço, tanto enjoo... Na primeira noite, em vez de estar embevecida com o bebé, só queria era dormir. Não queria ver ninguém, só queria descansar. O mais-que-tudo perguntava 1001 vezes "ele não é lindo?" e eu nem sabia o que lhe dizer. 

Ao fim de duas ou três semanas eu estava impossível de aturar. Se já dormia mal, passei a dormir pior. Se já era resmungona, passei a ser irascível. Talvez por causa da "descarga" de hormonas, estive essas semanas numa fase esquisita, em que me parecia que era tudo meio irreal. Levei a mal algumas coisas que sei que não deveria ter levado a mal. Vi dramas onde eles não existiam.

Demorei uns dias a conseguir assumir isto perante o pai do meu filho: a mim não me deu o "clique" imediato. Não deu. Não tenho culpa. Não o faço por gosto. Sei que há mulheres que se sentem mal em assumir esta realidade e sei que há até senhoras que ficam deprimidas por não conseguir este vínculo imediato... Eu também duvidei de mim. Também me senti mal e pensei "porque raio não posso eu ser mais 'normal'?". Mas depois fui ler, fui informar-me, e percebi que imensas mães passam pelo mesmo que eu passei. Acreditem que isso ajudou imenso. Percebi que não era o ET que me sentia. 

Sete semanas depois, sinto-me muito mais completa. Mais apaixonada. Amo o meu filho todos os dias um bocadinho mais. Cada dia o entendo melhor. Cada dia o sinto mais meu. 

Vamos indo e vamos crescendo. Pasito a pasito, suave suavecito.

Comentários

  1. Nem a mim nem ao meu marido deu o clique imediato! :) Tem sido com o tempo, já la vão 7 meses disto. E é mesmo o melhor do mundo!

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  2. Escrevi sobre isso na altura em que a Mini-Tété tinha quase 4 meses. :)
    http://andolaporfora.blogspot.fr/2016/02/daria-minha-vida-por-ti.html

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  3. Eu confesso que toda esta história da maternidade me está a assustar... Vou aguardar mais uns anitos.
    Beijnho*

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  4. Toda esta experiência é uma autêntica montanha russa emocional. Sempre disse e afirmo que o pós-parto é do pior e nem sempre é fácil lidar com a descarga emocional que este traz. Até mesmo o "levar a mal" certas coisas e exagerar nas reacções...mas passa, é tudo uma fase de adaptação. Beijos para os 3 😊

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  5. A questão é que esse é o clique, não "rosa", mas real! Não é pior, não é melhor, é real! Vão haver dias de tudo, não é fácil, mas vale tanto a pena! É o melhor do mundo! Mtas Felicidades! Beijinhos :)

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  6. Vou dizer baixinho, embora não o esconda de ninguém: Nos primeiros dias o meu sentimento era instinto de protecção. Proteger a cria com tudo o que isso implica (alimentar - oh! o doloso início da amamentação, cuidar, mimar, acarinhar, perceber como o pequeno funcionava...). O sentimento arrebatador veio depois. Não sei em que dia, só sei que não parou de aumentar.

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    1. Eu sou mega relaxada, o meu instinto de protecção está cá mas não é muito evidente. :)

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    2. Li uma vez num livro (já não sei qual) que quando uma recém-mamã pensa não ter instinto maternal deve pensar o que faria se começasse um fogo em casa. Se pensarem logo em salvar o bebé, então é porque têm instinto maternal. :) Achei piada à ideia. :)

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  7. Olá S*

    Também não meu deu este tal "clique"... no início também senti-me desconfortável com isso... mas, acredito que o amor vai se construindo dias após dia.. hoje, passado três anos, sou louca pelo meu menino... felicidades**

    Bjinhos

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  8. Não te preocupes com isso! (Fala a pessoa que não é mãe e não percebe nada disso, sendo que acredito que quando engravidar e for mãe posso mudar completamente este discurso e sentir-me tão "culpada" como tu sentes).
    Sou honesta, apesar de não ter dados ou qualquer tipo de estatística efetuada, acredito que a quantidade de mães que não sente o amor infinito, o "clique" logo no nascimento é igual ou até mesmo superior à quantidade de mães que o sente - simplesmente, e infelizmente, não se fala nisso porque "deus-me-livre-que-saibam-que-não-amo-o-meu-filho-infinitamente-desde-o-primeiro-momento" e as pessoas de fora "que-raio-de-mãe-é-esta-que-não-ama-o-filho-desde-o-nascimento" - mesmo quando algumas destas mesmas mães passaram pelo mesmo! E além disso, acredito que não é o amor que está em causa. Acredito que pais e mães amam os seus filhos desde o momento em que decidem ter um filho, mesmo que ele ainda não esteja gerado - para mim trata-se mais de desenvolver uma relação, criar laços com um novo ser que não conhecemos, apesar de o amor estar lá. Quando conhecemos uma pessoa, ao fim de 5 minutos já sabemos que gostamos imenso dela? Não - as relações vão-se construindo...e o mesmo acontece com os filhos, me parece!
    (agora vem toda a gente atirar-me pedras, que não sei do que estou a falar porque não sou mãe! xD)

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    1. Russa, eu costumo dizer isso: amo o meu filho porque é meu, mas com o tempo aprenderei a amá-lo ainda mais pelo e por quem é. :)

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    2. Pois eu sou mãe e digo que é mesmo assim que as coisa são...é um amor que cresce todos os dias não nasce com a criança, começou quando quisemos ficar grávidas e todos os dias aumenta com o convivio, com o dia-a-dia, com os sorrisos, com os carinhos, com o desenvolvimento da criança.A criança está em desenvolvimento e os pais também. Ainda te digo mais, eu tive um prematuro de 33 semanas que ficou internado 3 semanas para ganhar peso e aprender a mamar, durante essa 3 semanas nunca me custou ao fim do dia ir para casa e deixar o meu filho no hospital ( os pais só podiam estar na neonatologia das 10:00 até às 21h)quando ia para casa às 19h todos os dias. Se fosse hojecom quase 4 anos era impossivel eu separar-me do meu filho, por mim e por ele...O amor pelos filhos é um amor que se constroi e é por isso que eu digo que existem pais e progenitores e que ninguém me diga que um pai ou mãe que vê um filho 1 vez por ano é pai ou mãe e adora o filho...tretas...dizem o que é bonito para a sociedade e ser pai e mãe não é alimentar, vestir, e levar ao médico quando estão doentes isso são as necessidade básicas e obrigatótias de uma criança, ser mãe e pai e muito mais que isso muito superior a isso.

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    3. Anónimo, o meu companheiro foi dos que se apaixonou de forma imediata, por isso sei ser possível. Por aqui, vamos em crescendo. :)

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  9. São tantas as emoções à flor da pele, que é impossível acharmo-nos normais nesses dias. Ora agora parece tudo perfeito, como a seguir estamos a chorar nem sabemos muito bem porquê, como só nos apetece esganar alguém. Enfim...
    Por acaso, no meu caso, fiquei maravilhada, encantada, parecia um sonho. Lembro-me de dizer ao médico, estava ele a coser-me: "Doutor, estou apaixonada pelo meu filho!" E responde-me ele: "Já?! Isso não é nada comum!" :)
    Por isso, como podes ver, o normal até é as mulheres demorarem o seu tempo. Eu admito que o facto de estar anestesiada e ter tido um parto e pós parto fácil e um bebé calminho (com exceção da amamentação que correu mal desde o primeiro dia) ajudou muito a que tudo parecesse perfeito. Volvidos dois anos, continuo apaixonada pelo meu filho, mas tenho alturas em que me passa pela cabeça atirá-lo pela janela, lá isso passa ahahahahah.

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    1. Então só para te rires mais um bocadinho :)
      Saímos da maternidade dois dias depois do parto. Fomos para casa. Chegamos a casa, olhamos um para o outro e perguntamo-nos "E agora, o que fazemos com o bebé?"
      Foi mesmo daqueles pensamentos estúpidos: tínhamos coisas para arrumar, as malas para desfazer, roupa para pôr a lavar, mas por outro lado faz confusão deixares um recém-nascido sozinho e "abandonado", mesmo que esteja a dormir na alcofa. A razão acabou por levar a melhor e ficou mesmo sozinho na sala enquanto despachávamos tudo. Mas sentimo-nos tão atarantados como todos os outros recém-papás ehehehe.

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    2. Alexx, ahahah. Entendo perfeitamente. Eu sou mais relaxada, mas o mais-que.-tudo também odeia deixar o bebé sozinho!

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  10. É assim com todas as mulheres, não acredites naquelas que dizem o contrário ;)

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  11. Muitos parabéns por admitires isso! Talvez isso sim, seja o "normal" que as pessoas falam.

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  12. Eu não senti amor, senti responsabilidade! A primeira noite olhava para o meu bebé e pensava...agora eu sou responsável por este ser! Passado 2 anos, ele é o amor da minha vida. Não posso viver sem ele e sempre que me chama de mãe, fico toda babada! O amor nasce e cresce de dia para dia! Ana Rita

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    1. Ana Rita, eu comecei a stressar com a ideia de ter um ser sempre dependente de mim... ufa, agora já acalmei!

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  13. Compreendo completamente o que sentes. Quando a minha filha mais velha nasceu, não me senti logo apaixonada por ela. Foi, tal como dizes, um sentimento que foi crescendo e ainda está a crescer, cada vez mais.
    lembro-me que a primeira vez em que senti um amor imenso por ela foi quando deu a primeira gargalhada, com 2 meses, e me deu um clique de que estava ali uma pessoa...
    Não tive depressão pós parto nem me sentia angustiada com nada em especial mas o facto é que não me sentia muito maternal. na verdade não percebia nada disto de ser mãe.
    Quando a Lara nasceu, senti-me mais aliviada que outra coisa qualquer.
    Já com a Maria, foi completamente diferente. Eu já sabia o que era ser mãe e já a amava imenso quando estava grávida. Quando ela nasceu, chorei de emoção e achei-a a criatura mais linda do mundo. Foi muito diferente da primeira vez. E amo as duas mais do que qualquer outra coisa no mundo.

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    1. Carla, que bom conseguir recolher relatos similares. :)

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  14. Que bom encontrar relatos tão sinceros e crus como o teu, S*. Sou frontalmente contra a tendência de pintar a maternidade de rosinha e azul bebé, essa aura de maravilhoso em algo que é tão animal, simplesmente.

    Eu desejei muito a minha filha e demorei bastante a conseguir engravidar. Li alguns livros, procurei alguma informação, mas não frequentei preparação para o parto, sequer, foi uma gravidez muito complicada também, infelizmente, e eu só ansiava por vencermos todos os obstáculos e termos a bebé cá fora. Quando esse dia chegou, o marido estava fora do país. Estive 18 horas em trabalho de parto que acabaram numa cesariana urgente. Senti muito medo, um medo impossível de descrever, só conseguia tremer sem parar. O meu marido chegou quando avançamos para a sala de cirurgia, felizmente. Só senti muito alívio quando ouvi a bebé chorar pela primeira vez. Tudo correu bem, afinal. Mas o pior estava para chegar e eu não fazia ideia. Quando tive alta, cinco dias após o nascimento, chorei toda a viagem, aliás, chorei assim que saí do quarto do hospital. E chorei sem parar toda a tarde, porque senti um medo gigante, uma responsabilidade que me esmagava, como se o peso do mundo tivesse caído todo sobre mim. Quando caiu o dia tive ataques de pânico, não podíamos fechar as persianas e tinha que manter algumas portas abertas (era novembro). Parecia que as paredes da casa estavam a fechar sobre mim e ia sufocar a qualquer momento. Olhava para a minha filha e só chorava e repetia "ela é tão linda...". A verdade é que eu estava aterrorizada com a responsabilidade de ter que a proteger, de ser eu agora, quase sozinha, a ajuda-la a sobreviver. Falei com algumas amigas que tinham sido mães recentemente, desesperada sem entender o que se passava comigo e só me diziam "cuidado com a depressão pós parto". Finalmente decidi falar com a minha obstetra, uma santa que me explicou o que era o baby blues e ajudou-me a sentir normal e mais confiante, explicando o que a descarga hormonal do parto poderia causar. Demorei semanas a sentir-me serena, a não me irritar com as pessoas e os seus comentários chatos "é maravilhoso! A melhor coisa da vida" bla Bla Bla e o sempre compreensivo "mas ela está sempre na mama????" mais todos os palpites, uns mais chatos que os outros. Irritei-me tanto que pedi que não me visitassem até me sentir melhor, decisão que foi muito mal interpretada por algumas pessoas da família. Para ajudar o marido teve que regressar ao estrangeiro um dia depois de ter alta, ou seja, só esteve connosco em casa um dia e meio. Houve quem quisesse ajudar, mas não quis, porque as pessoas são umas chatas que só querem ajudar com os bebés e não fazer refeições e ajudar nas tarefas da casa, por exemplo, para que a mãe se dedique ao filho. Sozinhas, eu e a minha filha, vencemos. Cada dia foi ficando melhor. Demorei muito a compreender aquela coisinha pequena, fofa e bem cheirosa, demorei muito a apaixonar-me perdidamente. Foi um primeiro mês duríssimo! Lembro-me que só passado um mês e meio me senti muito mais normal e confiante.
    Hoje, prestes a viver tudo outra vez, sou-te sincera: morro de medo!! Sou mais experiente, é verdade, mas continuo a ter medo de tudo aquilo que senti, daquele desespero. Felizmente, há pessoas reais, como tu, e relatos como o teu, que me lembram como pode de facto não ser maravilhoso, mas vai passar, de certeza. Desta vez pelo menos já não vou iludida :p
    Um beijinho enorme! Muitas felicidades!! :*

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    1. Isabel, muitas felicidades para ti e para a tua pequena. :) Eu não me sinto nervosa, ansiosa ou preocupada em demasia... Mas nas primeiras semanas estava atrofiada mentalmente com a ideia de não poder sair de casa quando queria. Não pude ir à Feira Medieval da minha cidade. Não podia fazer as minhas caminhadas nocturnas. Tinha de pensar na logística antes de ir ao hipermercado. Acabei por comprar uma bomba de tirar leite para conquistar mais liberdade - abençoada decisão.

      É muito emocional e não vale a pena tentar explicá-lo ao marido, porque ele não consegue entender que são as hormonas que me deixam assim. :D Depressão também não sei o que é, mas confirmo que passei pelos baby blues.

      Vamos nas 7 semanas e estou muito melhor, mais serena, mais meiga e positiva para o meu filhote. Estamos em crescimento!

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  15. Não sou mãe por isso não tenho qualquer testemunho para dar. Aliás até sou bastante assustada com a ideia de ter uma criança! Tudo a seu tempo e logo se verá como me desenrasco.
    Mas se agora já se sente mais serena em relação a esse turbilhão de emoções deve estar no bom caminho ;)
    https://jusajublog.blogspot.pt/

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  16. Eu demorei umas semanas valentes, talvez até 2 ou 3 meses, a sentir essa avalanche de amor. Atribuo talvez ao não entender as necessidades do bebé, ao insucesso da amamentação e ao pós-parto doloroso (toda a gente conta histórias macabras de partos - entrei para a indução a chorar de medo e o parto foi peanuts - mas ninguém nos diz que pode acontecer de estarmos 3 semanas sem nos sentarmos decentemente). Engraçado é que desde o primeiro dia que acho o meu bebé o mais lindo que já vi.
    Conclusão, hoje, 18 meses depois, o meu coração bate efectivamente fora do peito :)

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    1. Eu tive uma gravidez santa, um parto chatinho mas impecável, um pós parto que me incomodou durante 8 dias (não me conseguia sentar), mas tive sorte em todas as fases, apesar de tudo... E sim, acho o meu bebé o mais bonito, isso ajuda. O rapazolas é mesmo giraço. :D

      Parabéns!!

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  17. Cada caso é um caso. Aos poucos chegas lá!

    https://diamonds-inthe-sky.blogspot.pt/

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  18. Nunca consegui compreender estes dramas, se é uma coisa tão natural e pessoal e que cada um/uma deve viver à sua maneira. Desde que, obviamente, não haja qualquer tipo de negligência para com o pequeno ser.

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    1. Vai desculpar-me, mas não são dramas. :)

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    2. Não são dramas, são expectativas. :) Se a S* tinha a expectativa de se apaixonar pelo filho quando o visse pela primeira vez, é normal que não se tenha sentido bem quando isso não aconteceu. Uma mãe que tenha a expectativa de amamentar até tarde, ficará afectada caso a amamentação não corra bem. Uma mãe que imagine que o único trabalho que um bebé dá é o facto de acordar frequentemente, pode ficar afectada se lhe calhar um bebé cheio de cólicas, que bolse, que chore muito...São expectativas. No meu caso, não tinha a expectativa deste amor inicial (muito pelo contrário, contava até não me apaixonar logo) pelo que reagi bem ao facto, mas houve possivelmente outras expectativas que, ao não serem concretizadas, me criaram alguma confusão. :)
      Para além de que de facto as mudanças hormonais a seguir ao parto são grandes, os baby blues não são invenção, e as inseguranças de uma mãe de primeira viagem surgem de repente pois é muita coisa com que lidar. :)

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    3. Tété, tal e qual. Apenas expectativas.

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  19. Honestamente, admiro imenso a tua coragem em partilhares isso, mas parte-me o coração.

    Perdi o meu bebé ainda antes dele nascer e vivo com essa dor todos os dias desde então (passaram 7 meses). Tentamos desde esse momento voltar a engravidar e continuamos sem conseguir. À dor de perder o bebé junta-se a dor de não estarmos a conseguir engravidar. E cada vez que leio alguém a "queixar-se" dói-me. Porque eu queria isso. Eu queria viver a gravidez com todas as coisas boas e as más também. E também o nascimento. O meu bebé deveria nascer daqui a menos de um mês e eu só queria ainda estar à sua espera.

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    1. Anónima, acredite que lamento profundamente. Espero mesmo que consiga engravidar e solidarizo-me consigo na luta por uma gravidez, pois eu também tive uma certa dificuldade. Muita força para si... Eu não me estava a queixar, estava apenas a explicar que nem todas somos inundadas por amor e por um mundo cor-de-rosa após o parto... Força!!

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    2. A S* não se queixou, desabafou. Abriu a alma e partilhou a sua realidade, algo que foge por completo ao domínio dela e com toda a coragem, perante uma sociedade tão julgadora. Anónima, eu vivo com a infertilidade há anos, consequência de uma doença maldita. Já fiz inúmeros tratamentos de fertilidade e cada vez que sei de uma nova gravidez fico profundamente feliz (e a S* sabe disso!). Não é porque a minha história é diferente que vou sentir-me mal com as vivências dos outros e se o fizesse isso só seria mau para mim. Podia descabelar-me cada vez que sei de uma mãe que fez mal a um filho, que abandonou a um filho, algo que me dói sempre profundamente, mas prefiro serenar a mente e aceitar a minha realidade.
      um abraço apertado e força na sua caminhada. Se por alguma razão passar um ano sem conseguir, peça conselho médico.

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  20. Lembro-me bem de sentir esse mesmo amor quando ela ainda estava dentro da barriga.
    E também lidei de perto com amigas minhas que sentiram o mesmo que tu.
    São situações normais que não te fazem menos mãe que eu ou outra mãe qualquer.
    Coragem foi assumires isso.
    Nenhuma de nos é igual.
    que os próximos tempos sejam de crescimento e amor puro.
    Bjs gigantes aos dois =)

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  21. Antes de mais, achei piada à conclusão em jeito de Pasito a pasito. :) Em relação ao que relatas, tenho uma amiga que passou exactamente pelo mesmo processo e tal como tu ela demorou um pouco mas conseguiu assumir o sentia, o período um pouco "cinzento". Pela coragem, frontalidade e por dizeres sem reservas o que sentes ou sentiste nessa época, só posso deixar uma nota de parabéns, porque talvez não seja fácil mas a atitude demonstra também coragem. Um Mãe sem mimimi (desculpa o termo), assim mesmo.

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    1. As primeiras semanas foram cinzentas, tenho de admitir. Muita mudança e adaptação. Obrigada. :)

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  22. Vamos lá ver como será a minha vez... penso muito nisso, se irei ter logo esse instinto de... mãe.

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  23. Acho que nós mulheres passamosnpor tanto na altura do parto que o que te aconteceu é perfeitamente normal 😊

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  24. Acho que falhastes o meu Post sobre o amor. :)

    O amor é sempre calmo, sereno e profundo. As emoções impactantes sempre foram mais ligadas à paixão. Acho que o amor de mãe funciona no sentido oposto às relações amorosas. Normalmente tudo começa através da paixão e depois transita para o amor. No caso da maternidade acho que começa por um amor calmo, sereno, que depois vai intensificar-se e vai fazer-te sentir cada dia mais apaixonada por tudo o que diga respeito ao teu filho. Paixão no sentido maternal, como é óbvio...

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  25. Aquilo que sentes é normalíssimo, como já aqui foi dito. Muitas mães passam por isso, mas acredito que não seja uma coisa fácil de lidar quando somos nós a sentir-nos assim. No entanto, também li um comentário a dizer que é assim com todas as mulheres e te garanto que não é ;) eu não fiquei nada assustada por ser mãe, primeiro. E, depois, apesar de o meu filho não ter sido planeado, no momento em que ele nasceu e o ouvi chorar, foi uma tal explosão de amor, que não pensei ser possível! Quando ele estava na barriga, não me sentia assim. Mas assim que nasceu... nem te consigo explicar a dimensão do que senti, logo no primeiro minuto :)

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  26. Testemunho como estes ajudam pessoas que estão na mesma situação que tu ou que ainda não estão e estão iludidas a pensar que é impossível isto acontecer. Eu não estou na mesma situação nem estou perto de estar, mas as tuas palavras abriram me os olhos para uma realidade alternativa àquela que pensava que era certa que iria acontecer.
    Fico feliz que tenha sido só uma fase e que te estejas a adaptar melhor à vida de mãe.
    Beijinhos

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  27. Pois eu nao me apaixonei perdidamente pelo meu Miguel de imediato. Confirmo que todos os dias os amamos um bocadinho mais, sempre assumi isto com a maior tranquilidade do mundo e não ligo a julgamentos de quem considera que toda a mulher acabada de parir tem de amar o seu filho mais que tudo no mundo.

    Sim, ele tem 2 anos e 4 meses e amo-o mais que tudo no mundo. Todos os dias lhe digo isso, todos os dias o mimo e elogio imenso, é um amor que se constrói e não cai do céu como um milagre, pelo menos não a todos nós. Assim como o amor de filho para pais também se constrói dessa forma. :)

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    1. S*, não podia concordar mais com o que tua irmã escreveu, é amor que se constroi e que fortalece de dia para dia. amo o meu filho daqui até à lua e é a pessoa mais importante da minha vida e que está em primeiro lugar mas o amor que hoje (3 anos) sinto por ele nada tem a ver com o amor que sentia por ele quando nasceu..."é um amor que me faz sorrir o coração" sente-se e explode do peito para fora...

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  28. Acho que não somos todos iguais e dou-te os parabéns por teres a coragem de sair do meio da multidão (que prefere dizer que é tudo lindo, só porque parece bem) e dizeres aquilo que realmente sentiste.
    Tenho a certeza que muitas mamãs se irão identificar com isso e eu, que ainda não fui mamã, fico com uma visão real da 'coisa'.

    A Marta

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  29. Olá. Para algumas mulheres é mesmo assim. No meu primeiro filho, já em casa e ele dentro da alcofinha, olhava para ele e chorava, e ia dizendo que se calhar não devia ter tido pois achava que não conseguiria ser sempre boa mãe, e chorava porque já não podia remediar "esse" mal.Parece isto um contra-senso na medida que a gravidez foi planeada e muito desejada. Tudo se compôs com o tempo. confesso, que hoje, 23 anos depois, e tendo passado por uma segunda gravidez, continuo a aprender a ser mãe. Desejo que esse amor incondicional cresça cada vez mais e se torne uma muralha.

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  30. Pois, as pessoas ainda teimam em incutir que a maternidade é fantástica, que é um mar de rosas.
    Não, não é. Não ,24 horas por dia, não, a todo o momento! É sim muito exigente, física e psicologicamente. E não, mãe não é igual a pai. Eles não sofrem no parto, não desesperam com a subida do leite, não "endoidecem" por falta de descanso nem têm as hormonas descontroladamente aos saltos.
    Felizmente tive uma amiga, mãe de dois, que me disse que era permitido chorar, desesperar. Ela disse-me, em baixinho, que os primeiros tempos iam ser difíceis, que o período de adaptação a uma nova vida e rotina (ou falta dela) ia ser complicado. Transmitiu-me que é normal sentir frustação e impotência.
    E mais importante de tudo ela disse: “é normal! Tens que chorar, deitar tudo cá para fora, depois lavar a cara, erguer a cabeça e enfrentar tudo com o pensamento que é uma fase e vai passar. Somos humanas”.
    Acho que foi com esta mensagem que superei o desgaste emocional dos primeiros meses de maternidade.
    Uma coisa é o amor que sentimos pelo nosso filho. Outra coisa é o sentimento em relação á maternidade propriamente dita. É possível amar os nossos filhos e detestar todas as responsabilidades e exigências diárias esgotantes que a maternidade acarreta!
    Sim, eu amo o meu filho mas nem sempre adoro ser mãe.

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  31. Olá S,
    Não te preocupes, como foste lendo, tudo isto é normal (e o contrário também). Não somos todos iguais, e efectivamente o que conta é que faças o melhor pelo teu filho, e o sentimento será cada dia maior e mais forte.
    Como também foi referido mais acima, isto não são dramas, são expectativas, e é normal. Houve um livro que me ajudou muito nesta questão das expectativas, não por abordar a questão directamente, mas por abordar inúmeras questões de forma tão prática, que me ajudou a encarar as coisas de outra forma. Acho que é mesmo um dos melhores livros para acompanharmos o bebé desde o nascimento. É do Mário Cordeiro, "o Grande Livro do bebé".
    https://www.continente.pt/stores/continente/pt-pt/public/Pages/ProductDetail.aspx?ProductId=4776861(eCsf_RetekProductCatalog_MegastoreContinenteOnline_Continente)

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    1. Vou procurar no Continente. :)

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    2. Também há nas livrarias, eu comprei na bertrand ou na wook, já não sei bem. Mas agora vi que saiu uma edição especial (n sei em q consiste..), mas é um pouco mais cara. Mas p/ mim tb é um dos melhores livros (o melhor mesmo, na minha opinião..) para os primeiros tempos do bebé.

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    3. Por acaso também o tenho e adorei. :) Não concordo com tudo o que ele diz, mas é sem dúvida um guia muito bom. Gostei tanto que comprei o livro seguinte dele, do 1 aos 5 anos. :D

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  32. Bem, como nunca casei, só podia contar com minha grande família! Era minha mãe quem dava os primeiros banhos, curou umbigo, lavava as roupinhas e meu pai embalava nas madrugadas de choradeira! Eu só amamentava...será que devo me orgulhar disso?

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    1. Provavelmente foi a mãe que conseguiu ser naquele momento. Se nada faltou ao seu filho, não há razão para ter menos orgulho que as outras mães. Há mães que fazem tudo sozinhas, outras têm a ajuda do marido, outras têm ajuda familiar, outras têm empregada...e nenhuma é menos mãe que a outra.

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    2. Chocolícia, eu não me meto na educação que os outros dão - desde que o bebé esteja estimado, claro. Se a sua mãe podia ajudar, por que motivo não aceitaria? :)

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  33. É muito realista este post :-) Eu acho que se devia falar mais do pós parto. A Gravidez é um mar de rosas mas é no pós parto que encontramos todos os espinhos e é difícil lidar com muitas situação... muito difícil...

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Este ano a senhora minha mãe entreteve-se a fazer coroas de Natal. :) Para ela, fez uma coroa mais tradicional, com as peças decorativas em plástico, à moda antiga. Para a minha irmã, fez uma rena.  Para mim, fez a coroa mais espectacular de sempre, com flores artificiais, muitas bolas coloridas e pendentes dos corações. Romântica, como eu.  Contagem decrescente para o dia mais especial do ano... Amanhã inaugura-se o calendário de advento com quadradinhos de chocolate!

Um ano a dois

Como o tempo voa, hoje celebro um ano de um relação calma, que me foi conquistando aos poucos e que, hoje em dia, me dá todas as certezas. Quando nos conhecemos, em Abril do ano passado, viramos amigos. Na verdade, tornou-se meu confidente e aturou-me durante semanas e semanas a "chorar-me" por outra pessoa. Já eu percebi que ele gostou de mim no primeiro café que tomamos, mas como é tão ou mais discreto que eu, nada feito. Ficamos assim, entre avanços e recuos, entre conversas diárias e afastamentos semanais. Ao meu lado quando fui operada e nos dias que se seguiram. Eu ainda sem rumo, à procura de algo que não sabia ainda o que era. Foi no dia 6 de setembro de 2021 que a amizade evoluiu para algo mais.  Desde o primeiro dia que não me deixou dúvidas de que queria estar ao meu lado. Acho que foi exactamente isso que (de forma um pouquinho "umbiguista") me fez apaixonar por ele. Sempre percebi que gostava de mim. Sempre me senti acarinhada, querida e desejada.  Dura