Para mim a eutanásia é um acto de amor.
Para mim, ajudar um familiar a morrer (se este já não aguenta mais a dor e o sofrimento que a doença lhe traz...) é uma das maiores provas de amor que se pode dar. É preciso amar, amar muito, amar infinitamente, para se conseguir abrir mão de alguém. É preciso amar muito para colocar o bem-estar do outro à frente do nosso bem-estar.
Sim, também é verdade.
ResponderEliminarJá viste o filme "Mar a dentro"? acho que ias gostar muito :)
Este texto fez-me chorar. Por ter sid tão próxima essa sensação. Assisti à morte aos poucos do meu avô. A todas as alterações físicas. Todos os dias durante a última semana eu vesti a bata, pus a máscara e as luvas e vi como ele se degradava. Todos os dias em que despia a bata, tirava as luvas e a máscara eu sentia que só desejava que aquilo não se prolongasse. Pedi-lhe, dois dias antes, depois dos irmãos dele terem passado por lá, que descansasse, que deixasse de ser o Pai de todos nós e descansasse porque ele não merecia sofrer assim. E hoje, por mais que quisesse o meu avô aqui, sei que se pudesse ter feito alguma coisa teria feito. Porque o meu Avô é tudo na minha vida e não merecia o que a vida lhe deu. Hoje sei-o a descansar e sei também o tanto que me faz falta. Mas não concebia a nossa vida assim por mais tempo, com uma sedação entre nós, com as mãos dele imóveis, sem vida, e sem ver o sorriso dele. Vida é enquanto podemos aproveitar de alguma forma. Estar seguro por artifícios não é vida.
ResponderEliminaré verdade...são sempre situações muito dificeis...
ResponderEliminarana, lamento as más recordações, ainda tão presentes... Mas o teu caso é daqueles casos mesmo flagrantes, em que o melhor seria dizer Adeus. Infelizmente, há doenças que ainda não se consegue vencer e ninguém deve ver um familiar tão querido a degradar-se assim... força!
ResponderEliminarA tua última frase é muito tocante!
ResponderEliminarEu concordo contigo.
ResponderEliminarLi o primeiro poste sobre o assunto e agora este, espero nunca ter de tomar tal decisão, mas penso que é o melhor para o doente, não acho que seja tirar a vida de ninguem, mas sim ajuda-lo a deixar de sofrer.
é um tema delicado e cada um tem a sua opinião...
beijocas
estou de acordo. e olha que não digo isso de ânimo leve. jurei proteger a vida até às últimas consequências. só que, ao longo dos anos, nos vamos perguntando "quais" e "o quê" são "as últimas consequências"...
ResponderEliminarE preciso amar infinitamente para tomar uma decisão tão triste assim....e mais que um ato de amor,e um ato que te persegue a vida inteira,por maior que seja a certeza de que você ajudou aquela pessoa amada a se livrar do extremo sofrimento,sem sentido,sem cura.Ouvi alguns comentarios sobre isso,diz-se que a pessoa que toma esta atitude desesperada para acabar com o intenso sofrimento da pessoa querida,sente-se como alguém que comete um aborto,na situação em que o nenem esteja com problemas serissimos geneticos,que seu nascimento seja um sofrimento para aquele ser tão querido....dizem que a culpa terrivel.São tantos os motivos que fazem alguem que ve a pessoa mais amada com problemas incuraveis,terriveis.Que percebe que cada minuto da vida da outra sera de extremo sofrimento fisico e mental,mas e necessario se estar muito,mas muito preparado para suportar S* o peso de uma decisão destas,isso equivale a uma interferencia no curso da vida,interfere religiosamente,e um assunto tão dificil.
ResponderEliminarAssuntos como este e outros...cada pessoa tem uma forma de encarar,Eutanasia,Aborto,casamento,religião,politica....uma pessoa só pode e SOMENTE PODE julgar estas atitudes quando esta passando por elas,NUNCA ANTES,o peso e tão grande,mas tão insuportavelmente grande sobre quem passa por estas situações que modifica uma vida inteira dela,i isso estamos falando de casos extremos,de doenças dolorosas e incuraveis,em que a pessoa esta a anos na UTI em coma ou coisa do tipo,de bebes que estão com problemas geneticos ou de ma formação extremos.Muito dificil este assunto.
Bjs
Deusa
É um assunto muito controverso, mas eu concordo contigo, a 100%!
ResponderEliminarConcordo tanto contigo. A minha avó está nessa situação, sofre cada vez mais e há muitos anos que está na cama, nessas situações sou completamente a favor da eutanásia. Está à espera de morrer...
ResponderEliminarSempre defendi que saber amar também é saber deixar partir...
ResponderEliminarEstou de acordo. Sou 100% a favor da eutanásia
ResponderEliminarEu defendo a eutanásia, sou totalmente a favor, mas... não sei se a conseguiria praticar em alguém próximo de mim!
ResponderEliminarConcordo plenamente, sempre disse que se por algum motivo estivesse nessa situação que me ajudassem a partir.
ResponderEliminarNão podia concordar mais !
ResponderEliminarEutanásia nunca é um acto de amor, poderá ser na pior das hipóteses um acto de misericórdia, pôr fim ao sofrimento de alguém, mas acredita que o mundo se desmorona quando alguém que adoramos se vai para sempre, é uma dor indescritível. A minha mãe morreu de cancro há 7 anos, estava a definhar e nem mesmo no último instante eu me imaginei a ser a mão que lhe tiraria o último sopro de vida. Jamais.
ResponderEliminarDiscordo em gênero, em número e em grau. Isto é assassinato. Ninguém tem o direito de decidir sobre a vida de ninguém em nome do que quer que seja, amor, ódio, pena... enfim.
ResponderEliminarCaso haja morte cerebral, e os médicos constatarem que já ouve morte do cérebro e que os aparelhos estão mantendo vivo somente os órgãos, aí sim, se a família quiser, pois há famílias que mantêm os aparelhos ligados e assumem os custos, que são altíssimos.
No mas, é assassinato mascarado de amor. Ninguém tem o direito sobre a vida de ninguém, nem sobre a própria vida. A Vida é um dom, e não é para ser tirada, em hipótese alguma.
Carolina Tavares NUNCA referi que seria o familiar a decidir a morte... estou a dizer se o doente PEDISSE a um familiar para o ajudar a terminar com a vida... isso sim, me parece um acto de amor, se o familiar o conseguisse fazer.
ResponderEliminarmaria madeira, lamento muito por saber da história... mas e se a tua mãe te tivesse pedido ajuda nesse sentido? É a isso que me refiro. Se a minha mãe me pedisse esse tipo de ajuda, por mais que me doesse, aceitaria e cumpriria o seu pedido. Mas não te vou pedir uma resposta, passaste por isso, foi demasiado duro. Força.
Respondo sem qualquer problema. Perdi a força e o rumo da minha vida durante cerca de 5 anos. Entrei em depressão. A carreira profissional que tanto me custou a conseguir foi por água abaixo, a relação que tinha com alguém perdeu todo o interesse. O simples facto de acordar causava-me demasiada dor. A minha mãe era uma mulher muito dura, muito forte, inteligente, provavelmente uma das pessoas mais inteligentes que conheci até hoje, e não,não é por ser minha mãe que o digo, lutadora, gostava demasiado de viver, e jamais me faria tal pedido e no campo das hipóteses mesmo que o tivesse feito, assumo que seria egoísta e iria pensar só em mim. Porquê? porque quereria tê-la comigo mais um bocadinho.
EliminarEssa tua descrição da tua mãe é muito bonita e percebe-se que realmente ela amava viver e que não abdicaria de nem um minutinho da sua vida. E sendo assim, essa hipótese nem se colocaria. Felizmente teve-te ao lado dela todo o tempo... lamento que tenhas sofrido tanto com a sua partida mas tenho a certeza de que com o passar dos anos vais ficar cada vez mais forte e vais passar a alimentar as recordações com carinho e outra leveza... aquela leveza que só o tempo permite. :)
EliminarTotalmente de acordo. Eu acho que tenho o direito de decidir o que fazer com a minha vida. Em vez de ficar meses a sofrer, se posso partir em paz porque nao? Nao e facil a familia aceitar isso, a tendencia e terem esperanca que ainda ha salvacao, mas acredito que chegue a um ponto que o doente sabe o que lhe espera, e prefira partir de vez.
ResponderEliminarAmar e saber deixar partir
Somos demasiado egoístas para pensar no outro, no sofrimento do outro, na falta de qualidade de vida. Quando queremos manter uma pessoa viva artificialmente, mesmo que ela esteja a sofrer, estamos a ser egoístas, porque não queremos sofrer com essa perda. E eu por mim falo. Perdi recentemente a minha avó, que muito amava, e apesar de saber que ela estava a sofrer horrores e que aquilo já nem era vida sequer, não queria nem pensar na possibilidade de a ver partir. Fui egoista. Sou egoista. Por isso concordo quando dizes que é um acto de amor sincero atender ao pedido de alguém, uma das maiores provas de amor. O resto é puro egoísmo...
ResponderEliminarConcordo contigo!
ResponderEliminarEste tema dá pano para mangas. Por essas e outras eu digo que somos nós a decidir por nós mesmos. Devíamos ter o testamento vital em Portugal, mas essa lei nunca mais é aprovada. A eutanásia é feita por um médico, o nosso amor, a nossa maior prova de amor é garantir que a outra pessoa não está sozinha, nem que é recriminada. Porque permitir que alguém de que gostamos queira eutanásia é amor e coragem. Já o oposto é egoismo.
ResponderEliminarNão tiro uma vírgula.... é que é mesmo o que dizes, amor, um acto de profundo amor....
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