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Talvez

Talvez não ser,
é ser sem que tu sejas,
sem que vás cortando
o meio dia com uma
flor azul,
sem que caminhes mais tarde
pela névoa e pelos tijolos,
sem essa luz que levas na mão
que, talvez, outros não verão dourada,
que talvez ninguém
soube que crescia
como a origem vermelha da rosa,
sem que sejas, enfim,
sem que viesses brusca, incitante
conhecer a minha vida,
rajada de roseira,
trigo do vento,
E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...

Pablo Neruda


No meu conceito de amor, seremos.

Comentários

  1. desde que nao te esqueças de ser so por ti tambem, esta tudo ok =)

    ResponderEliminar
  2. Muito bonito, adoro o modo como termina: Serei... Serás... Seremos...

    Beijinhos querida!
    Su

    ResponderEliminar
  3. muito bonito este texto...
    E sim seremos.......

    ResponderEliminar
  4. dos melhores poemas dele...

    mas, seremos se antes tb formos

    ResponderEliminar
  5. Engraçado, ainda ontem estive a comentar este poema com a minha mulher... :)

    Muito bom.

    Beijo, consciência! :)

    ResponderEliminar
  6. Um poema muito bonito e cheio de sabedoria, como é próprio em Pablo Neruda. É bom começar o dia com um poema assim. Obrigado pela partilha.

    ResponderEliminar
  7. quando comecei a ler o poema e achei que era teu, a minha boca foi abrindo... depois cheguei ao fim e parti-me a rir x)

    só bom gosto :)

    quando é que seremos presenteados com um original?

    ResponderEliminar
  8. eheheh

    Duvido Espelho... na família, as poetisas são a mana e a mãe. :)

    ResponderEliminar
  9. sabes escrever, sabes falar (suponho eu, se bem que é uma suposição um bocado estúpida), sabes apreciar a poesia. não te falta nada.

    poeta é todo aquele que pratica a poesia.

    escrever, como pintar, é falar consigo mesmo para que os outros entendam - isto não é meu, está na estação do saldanha. mas adoro-a x)

    beijo

    ResponderEliminar
  10. Grande Pablo, sempre comovente e interessante :)

    Besito

    ResponderEliminar
  11. todo o poema é bonito, mas os últimos 4 versos...

    COMPOSIÇÃO DE LUGAR

    Não caibo nesta tarde que me desfolhas
    sobre o coração. Renovam-se-me sob os passos
    todos os caminhos e o dia é uma página que lida
    e soletrada descubro inatingível como o vento a rua e a vida
    As mesmas mães que antes desfraldavam
    domesticas insígnias abaixo dos beirais
    emprestam novos pássaros às árvores
    Pétala a pétala chego à corola desta minha hora
    Roubo o meu ser a qualquer outro tempo
    não há cm mim memória de alguma morte
    em nenhum outro lugar me edifiquei
    Arredondas à minha volta os lábios para me dizer
    recuo de repente àquele princípio que em tua boca tive
    Eu sei que só tu sabes o meu nome
    tentar sabê-lo foi afinal o único
    esforço importante da minha vida
    Sinto-me olhado e não tenho mais ser
    que ser visto por ti. Há no meu ombro lugar
    para o teu cansaço e a minha altura é para ser medida
    palmo a palmo pela tua mão ferida

    Ruy Belo

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