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Mãe em teletrabalho

Começamos o ano com uma semana de teletrabalho, com um frenético miúdo de quatro anos e meio a reboque. Não é fácil, detesto a sensação de não poder estar focada a 100% nem no meu filho nem no meu trabalho. Com frequência estou ao portátil e ouço-o a perguntar "E a que é que eu vou brincar?", reclamando um "Não quero brincar sozinho". Lá faço a pausa possível, dez ou quinze minutos a dois, até ter de lhe dizer que vou espreitar um bocadinho o trabalho. 

É muito cansativo gerir estas duas missões. Ainda agora uma amiga e colega me telefonou para desabafar e, entre gargalhadas, lá confessamos um "quem gosta de teletrabalho é quem não tem filhos pequenos em casa". Naturalmente que é exagero da nossa parte, mas não fomos feitas para isto. Sou boa mãe. Sou boa profissional. Não sei gerir as duas "funções" ao mesmo tempo, acabo inevitavelmente por sentir que falho em ambas.

Tenho amigos em teletrabalho há dois anos e que adoram esta nova forma de vida. Para mim, não dá. Mesmo sem o filho, faz-me falta o local de trabalho, a rotina, o gabinete, os colegas, o convívio. Sinto-me muito mais produtiva quando me levanto de manhã e preparo a minha vida para ir para um trabalho que amo.

As escolas reabrem na segunda-feira e, confesso, já estou a contar os dias. Por ele e por mim. 

Comentários

  1. Eu gosto do teletrabalho. 👩🏼‍💻
    Força aí desse lado.

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  2. Eu tenho uma filha de 3 anos, estou em teletrabalho há 2 anos e adoro. Mas sem ela em casa! Também não brinca sozinha e está sempre a chamar-me, ou ao pai. Quando isto começou era mais pequena e era mais fácil, agora já pergunta onde estão os amigos da escola, porque a escola está fechada... também não é justo para ela esperarmos que se entretenha sozinha e que nós possamos trabalhar entretanto. É difícil, também já só espero que as escolas abram (embora, com este número de casos, estou mesmo a ver voltarmos em breve com algum isolamento profilático).

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    1. Não gosto de teletrabalho, nem quando estou sozinha... Mas com o meu filho é uma tarefa bastante inglória. :D

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  3. Também gosto de teletrabalho. Sinto que aproveito muito mais o meu dia!
    Mas não tenho filhos por isso são situações não comparáveis. Ainda por cima sozinha com um miúdo e a trabalhar não deve ser fácil! Força aí!

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  4. Por aqui nunca experimentámos esse tipo de trabalho, mas acredito que seja complicado de gerir .

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  5. Eu gosto bastante de teletrabalho, é certo que não tenho filhos, mas sou bastante mais produtiva em casa do que se tiver de sair e perder tempo a ir para o trabalho e voltar a casa.
    Além disso, perco-me muitas vezes na conversa com os colegas. Mas cada caso é um caso e somos todos diferentes. Acho que no futuro devia haver opção de teletrabalho para quem de facto o pode fazer. Há profissões em que é impossível mas para quem pode acho que seria uma alternativa interessante.

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  6. só gostava de saber como é que as mães de antigamente criavam 8 e 10 filhos... haja paciência para estas mães de aviário...

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    1. Tempos diferentes, vidas diferentes.

      Se não percebe a diferença educacional, não vou perder minutos meus a explicar-lhe, já que claramente está cheio/a de certezas.

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    2. Mas qual antigamente?
      Aquele em que tinham filhos para os pôr a trabalhar com 5-6 anos e tirar da escola aos 9? Os espertos casavam aos 18 para finalmente deixar de entregar esse dinheiro aos pais.
      Ou aquele em que os deixavam andar à vontade, desde que aparecessem para as refeições e dormir? E, como é óbvio, não chateassem muito, que tinham mais que fazer que aturar os putos. Se chateassem... levavam e calavam.
      É tão fácil "educar" assim.
      Não há sociedades perfeitas, mas há muita coisa que melhorou nas últimas décadas.

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    3. Concordo em pleno consigo. Eu não tinha o hábito de ir ao parque com a minha mãe. Não fazia grandes actividades fora de casa, tirando a praia no Verão e a piscina a partir dos seis anos. Hoje em dia a educação é completamente exigente. Os miúdos não têm quintais para brincar. Não têm primos e vizinhos na porta ao lado. Precisam de mais atenção e de uma atenção completamente diferente. Eu brincava com os meus irmãos, nunca com a minha mãe. Pois o meu filho não tem mais ninguém a não ser eu cá em casa. Trabalhar e dar-lhe apoio é muito complicado.

      Quem não entende, que saia do seu quintal e analise o mundo actual.

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    4. primeiro anonimo, nem percebo a pergunta.

      A S* disse que " Sou boa mãe. Sou boa profissional. Não sei gerir as duas "funções" ao mesmo tempo, acabo inevitavelmente por sentir que falho em ambas."

      Ela não disse que não conseguia criar o filho sozinha, só disse que criar o filho E trabalhar ao MESMO TEMPO era dificil.
      Eu fui criada pela minha mae, tinha toda a atenção do mundo dela e todo o apoio. MAS ela não trabalhava fora de casa, ela era domestica, e geria a lida da casa conforme podia, e não tinha um patrão à espera de trabalho feito, com reunioes marcadas. nada a ver com quem está em tele-trabalho.

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  7. Essas mães de antigamente que criavam tantos filhos não eram mães de cidade com um emprego com horário fixo. Eram mulheres do interior, das aldeias, dos campos... E, na realidade, elas não os criavam. Eles iam sendo criados uns pelos outros.

    Hoje em dia é impensável uma criança de 10 anos trabalhar como costureira ou numa confecção; é impensável colocar uma criança de 10 anos sozinha em casa com mais duas ou três crianças mais pequenas a seu cargo, a cozinhar, a limpar a casa, a dar-lhes o leite... enquanto a mãe, novamente grávida, vai trabalhar para ter comer na mesa para tanta filharada.

    Basta pensar um pouco em vez de fazer um comentário tão ignorante.

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    1. Claro. Eu e a minha irmã brincávamos horas na horta da família, que era num terreno ao lado. Sozinhas. Claro que a tia e a avó espreitavam pela cozinha... Mas hoje em dia seria impensável brincar fora do terreno da própria casa. Antigamente também ficava na rua até à meia noite, com os vizinhos, sem telemóvel, a correr nos quarteirões vizinhos. Hoje em dia, deixavam? Pois. Também vinha de autocarro sozinha com a minha irmã desde os seis anos. Hoje em dia, deixavam? Pois.

      Hoje em dia o mundo é mais perigoso e a educação é mais exigente. Com tudo o que de vantajoso e desvantajoso isso traz...

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  8. comentários ignorantes são os das mães de aviário constantemente a queixarem-se das dificuldades na criação do filho único, ou vá lá na loucura, dos 2 filhos que decidiram ter... podem sempre dá-los para adoção se já estão fartas...

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  9. Não concordo com o tom, mas tb acho q virou moda as pessoas queixarem-se da maternidade. Não é td uma mar de rosas, mas tb ninguem disse que seria. As pessoas queixam-se demasiado hj em dia. Ja me afastei de várias pessoas por causa disso....é muita energia negativa.

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