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O lado negativo da quarentena...

Estar a tentar trabalhar e ter um pequenote colado a mim a dizer "quero sentar-me aqui ao teu lado".

Explico que tenho de trabalhar, escrever uns textos... e ele responde logo... "Está bem, mamã, eu fico só aqui sentado à tua beira". Senta-se e fica calado uns segundos, até perguntar... "Mãe, por que é que tens de trabalhar?". E eu lá explico que temos de ganhar dinheiro para comprar comida, roupa, brinquedos... 

Ai Jesus. Aguenta, coração. Se não tivesse o marido em casa, já me tinha dado uma coisinha má.

Sei que é assim com todos os pais em teletrabalho com crianças pequenas em casa. Estou certa que parte o coração a todos. Uma pessoa não se consegue concentrar nem metade. O sentimento de culpa também é inevitável.

Comentários

  1. Yap... Sentimos sempre que estamos a falhar em algum dos lados (profissional ou familiar). A minha filha de 1 ano nunca via televisão e agora passou a ver... Depois quando estamos para brincar com ela, já se senta no sofá e aponta para a tv, vai buscar os comandos e começa a carregar. Detesto que tenha ficado com esse hábito só porque agora estamos sempre em casa e às vezes para trabalhar tenhamos de a pôr a ver alguma coisa. Mas enfim, não há-de ser nada, também não nos podemos estar sempre a culpar, isto é uma situação extraordinária e estamos a fazer o melhor que podemos e sabemos.

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    1. És bem ridícula. " A minha filha de um ano não via televisão".... Disparate total. Deviam te fazer o mesmo.

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    2. O seu comentário é que é ridículo, para além de rude. Está mais que provado que até ao ano os bebés não devem ver qualquer televisão, telemóvel ou tablet. Mesmo depois dessa idade deve ser restringido ao mínimo.

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    3. Lol alguém claramente tem acesso a demasiado "tempo de ecrãs", apesar de já ser um adulto (o anónimo que comentou)...

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  2. Eu sei que não podemos parar tudo, não podemos estar todos sempre trabalhar, mas as empresas podiam e deviam ser mais compreensivas com os pais em teletrabalho. Não se deve esperar que consigam trabalhar com a mesma eficácia.

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  3. Aguenta mais um bocadinho que a pouco e pouco isto vai melhorando e mais uns dias regressas ao trabalho.
    Vamos ter fé que não tenhamos um novo surto ou mesmo novas epidemias futuras.
    As notícias não são muito agradáveis nesse sentido sendo que isto pode ser só o início... meu Deus só de pensar fico com o coração apertado.
    É chato para os pais e também para os miúdos, é certo.

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  4. Acho sinceramente que se exige demasiado dos pais nesta quarentena. Não é o meu caso, não estou em teletrabalho e todos os dias penso que tenho sorte porque isso permite-me gerir os dias de outra maneira, ter tempo para fazer com ela os trabalhos que a professora pede todos os dias, ter tempo para brincadeiras e também porque isso permite ao pai, que às vezes fica em casa em teletrabalho, poder estar concentrado e sossegado porque há um adulto disponível para tratar da filha.
    Pedir que os pais trabalhem como se estivessem no local de trabalho é simplesmente impossível, dado que também têm de ser pais e professores ao mesmo tempo. E a dificuldade que deve ser quando se é professor e pai? Ter de ensinar os alunos ao mesmo tempo que se apoia os filhos nos estudos? Fora o tratar da casa, que (pela minha experiência) se suja e desarruma mais quando estamos mais por casa (enquanto faço o almoço, a minha filha consegue espalhar todos os brinquedos pela casa nas suas brincadeiras faz-de-conta...).
    Sinto que dado que esta é uma situação de excepção, é ridículo que nos exijam que vivamos a nossa vida normalmente, trabalhando normalmente, sendo pais normalmente, etc, só que em casa.
    A Mini-Tété tem visto mais televisão do que o normal (e muito mais veria se eu estivesse em teletrabalho), as refeições nem sempre são as mais saudáveis (porque às vezes é preciso fazer algo rápido e dar atenção a uma criança que precisa do que tentar gerir carências, birras e refeições nutricionalmente completas), a casa não está tão arrumada como é costume porque há criança a brincar mais do que é costume com tudo o que encontra...mais isto só vai durar umas semanas e haverá depois toda uma vida para fazer as coisas de outra forma.

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    1. Não é nada fácil, porque o meu trabalho é muito para o 'agora'. Não é para daí a 2 ou 3 horas... é difícil gerir. Esta manhã senti-me mesmo a explodir... Há meia hora fui para o quarto, deitei na cama, contei até 100... desliguei o portátil e fui fazer o almoço. Agora estou em 'pausa'. Estava mesmo a sentir-me mal...

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    2. Mas não tens o teu marido em casa?

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    3. Anónimo, tenho, como referi no post. E? Não é suposto o menino estar 8 horas seguidas só com o pai... ele sabe que estou em casa, tem menos de 3 anos, é óbvio que quer a mãe e se amarra a mim. Muito faz o meu marido... Mas não há milagres. E trabalhar com histeria infantil não é fácil...

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    4. Imagino, assim ainda é mais complicado do que para quem pode deixar o trabalho para quando fazem a sesta ou estão a dormir à noite. Mas S*, e desculpa se estou a interpretar mal, não há a possibilidade de nessas alturas ser o teu marido a cuidar do Rafael? Eu sei que não é fácil estar a entreter uma criança todo o dia, e sabe muito bem partilhar essa tarefa com o outro adulto da casa mas por exemplo cá em casa, no horário de teletrabalho do Jack, sou eu que tomo conta da Mini-Tété, e isso implica tratar de tudo, refeições, brincadeiras, etc, enquanto ele trabalha na mesma sala onde estamos (decidimos testar, se não resultasse, ele trabalharia no quarto). Mal acaba o "dia de trabalho" a tarefa de tomar conta é partilhada para também eu ter uma folga. No teu caso, é mais difícil de gerir, pois o teu trabalho não implica um horário certo, mas isso também pode trazer a oportunidade de dares umas folgas ao pai durante o dia e ele ficar com o Rafael quando tens mesmo de estar concentrada (admiro a tua coragem de tentar escrever 2 linhas com ele ao lado, aqui só consigo escrever seja o que for se ela estiver a dormir ou a brincar afastada de mim :P). Uma vez que são dois (e estou a partir do princípio que o pai não está em teletrabalho, admito), pode ser mais fácil para ti se se organizarem de outra forma.

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    5. Por que não é suposto estar 8h sozinho só com o pai? Não é assim com muitas mães?

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    6. Anónimo das 14h04, porque eu estou em casa e na mesma divisão que eles. Não dá propriamente para ignorar o miúdo todo o dia. Mas sim, é o pai que está com ele a maioria do tempo... Mas, como descrito no texto, ele procura-me.

      Tété, para que entendas, o meu trabalho não tem propriamente um horário das 9h00 às 17h00. Tanto posso começar às 10h00, como trabalhar às 18h00, às 19h00, às 21h00... às vezes são pequenas coisas que roubam 15 minutos, mas existem. Vai daí, não me fecho no escritório (quem nem tenho) durante X horas. Hoje, em princípio, terminei pelas 17h00... mas a maioria dos dias tenho pequenas tarefas pela hora de jantar. Não é um horário fixo e definido.

      Acho que deixei bem claro, no texto, que é o pai quem ocupa o menino durante a maioria do dia... Já estou farta de o referir, em abono da verdade... Mas o pequeno vê-me e vem ter comigo. Não o posso nem consigo enxotar. Ainda há pouco lhe disse que precisava de silêncio para gravar uma coisa e ele começou logo a disparatar comigo, a dizer que não podia gravar... porque, lá está, me vê mas eu não brinco com ele quase todo o dia. Vou brincando. Ele vem à minha beira, diz que me vai cortar o cabelo, faz um coração de legos e diz que é para mim... E eu vou estando pedaços com ele. Mas também há cão para levar à rua, almoço para fazer, cozinha para arrumar, roupa para tratar... e, como não tenho horário fixo, vou fazendo ao longo do dia, entre trabalhos e miúdo. Não é um trabalho assim certinho certinho no que toca a horários. Também não seria capaz de me fechar o dia inteiro numa divisão, sinceramente... Não me parece justo, porque eu tanto posso ter uma manhã em que trabalho 4 horas, como uma manhã em que as pequenas tarefas ocupam 1 hora. Não faz sentido!

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    7. S*, compreendo a questão do horário. Aliás até o referi no meu comentário anterior ("No teu caso, é mais difícil de gerir, pois o teu trabalho não implica um horário certo"). Também não pus em causa que o pai do Rafael trata dele (não acho que esteja explícito neste post mas já referiste o papel dele várias outras vezes). O meu comentário tinha como objectivo verem se não seria mais eficaz para ti repensarem a vossa organização (que eu não sei como ela é porque eu não vivo aí em casa :)). Claro que não faz sentido ficares trancada no quarto todo o dia se tens trabalho para 4h ou apenas hora. Não seria justo, como dizes. Mas esse tempo que tens de trabalhar não seria mais rentável e rápido se estivesses sossegada numa divisão? Ficavas as tais 4h, ou 1h, ou ias apenas os 15 minutos...Parece-me a mim mais fácil teres esse sossego do que na sala onde obviamente o Rafael vai querer interagir contigo. :) E depois sim os resto das tarefas já teria de ser intercaladas e provavelmente interrompidas pelo Rafael.
      Mas bom, não era de todo uma crítica, era apenas uma sugestão. Nem tens de vir justificar porque é que isto ou aquilo não resulta convosco (por exemplo aqui, eu trato dessas tarefas domésticas e da Mini-Tété, por isso efectivamente o Jack pode estar sossegado a trabalhar; na vossa dinâmica isso não funciona porque tu tens a teu cargo também algumas das tarefas), a ideia era só mesmo ver se não valeria a pena repensarem noutro modo de organização para te facilitar a tarefa de estar em casa com uma criança e em teletrabalho (que ninguém diz que não é complicado).

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    8. Não achas que poderia ser mais produtivo recolheres-te apenas no momento em que tivesses de trabalhar e depois regressares à sala e ao vosso espaço em comum?
      Provavelmente tinhas menos interrupções e podias dar um salto ao "local de trabalho" sempre que necessário mas também "fechar a porta" ao trabalho quando pudesses aproveitar o tempo livre.
      Assim tentavas estabelecer um limite entre a zona que é recreativa e a tua zona de trabalho.
      O teu filho aprendia que quando estás naquela divisão tem de respeitar o espaço e que é "off-limits" mas que quando estás junto a ele estás disponível para ele... (claro que com a idade dele será um processo até perceber isso mas era provavelmente mais fácil para ele associar isso do que compreender que estás ali mas não podes estar com ele).

      É só uma ideia...

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    9. Sim, talvez. Aqui em casa só a cozinha seria opção, pois nós quartos não tenho nada para fazer de secretária. Mas acho que sim, que terei de me isolar nos dias mais caóticos. É que uma pessoa chega ao final do dia mesmo incomodada. Ontem até tive tonturas.

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    10. Chegar a esse ponto não te faz bem a ti nem aos teus. Tudo isto é completamente fora da nossa vida normal, já causa stress e ansiedade extra, tudo o que se puder fazer para facilitar o dia-a-dia já é bom. :) Bom fim-de-semana.

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  5. Eu estou sozinha com dois. Um de 2 anos e outro de 11 anos. E estou em casa em teletrabalho, que é síncrono com clientes.
    O meu marido não vem a casa para não nos colocar em risco.

    Há dias que isto é de loucos e tenho tido muita compreensão por parte dos clientes quando porventura tenho mesmo que adiar a consulta.

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  6. S* é questão de tentarem explicar o melhor possível ao miúdo que durante X horas a brincadeira é mais com o pai porque a mãe está a trabalhar.
    Ou arranjarem mesmo um cantinho em casa ou organizarem-se de outra forma.

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    1. O cantinho secundário teria de ser a cozinha. Sim, acho que nos dias de mais trabalho me mudarei para lá. Obrigada

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  7. E o teu marido pode cozinhar ou fazer outras tarefas em alguns dias ou fazer outras tarefas enquanto tu fazes uma pequena “pausa” no trabalho e aí estás tu com o miúdo.
    Depois trocam e durante algumas horas dizer ao menino que a brincadeira nesse tempo é mais com o pai, etc.

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    1. E ajuda e faz. Mas não é fácil gerir. Nem sempre é fácil. Há muitos dias em que corre bem... E temos dias como o de ontem, em que fiquei cheia de tonturas.

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