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Mãe é Mãe? E Pai é Pai.

Uma das frases que sempre ouvimos é "Mãe é Mãe".

Hoje em dia sou cada vez mais defensora do "Mãe é Mãe e Pai é Pai". 

Não considero, mesmo, que a Mãe tenha de ser mais "especial". Aqui em casa, temos um super Pai, imbatível... E temos um Mãe que dá o melhor de si, mas que tem plena noção de que em vários aspectos fica um pouco aquém - deveria ser mais paciente, mais calma, mais brincalhona, mais ternurenta. Já o pai supera-se em tudo.

E por que motivo dei por mim a escrever sobre isto?

Porque na sexta-feira tive de ir às urgências pediátricas com o meu filhote, que começou com o que parecia uma virose, mas afinal tinha/tem uma infecção na garganta. E escrevi que apenas era permitida a entrada de um acompanhante por criança, tendo entrado o Pai com o pequeno.

Tive alguns comentários a questionar o motivo pelo qual não tinha entrado a Mãe com o filho...

Mau...

Mas por que razão deveria ter entrado a Mãe e ficado o Pai cá fora, à espera? Por que motivo é suposto a Mãe ter "prioridade"? Foi-me também dito "o meu filho só acalma com a Mãe". Bom, cá por casa, o menino acalma com os dois... Mas, sendo o Pai uma pessoa muito mais calma, até entenderia que acalmasse mais facilmente com o Pai.

Cá em casa, o Pai faz tudo e mais um par de botas com o pequeno. Dá de comer, dá banho, adormece, acorda com mil beijinhos, tem infinita paciência, brinca sem se cansar, leva ao parque quase diariamente, já foi a várias consultas sozinho com o pequeno.

Até no que toca a trabalho, o Pai tem uma disponibilidade que a Mãe não consegue ter tão facilmente, pelo que o pequeno já foi levar vacinas, já foi a consultas de rotina, já foi despistar eventuais doenças apenas com o Pai. O Pai leva sempre o pequeno à creche, porque eu entro mais cedo... Mas sou sempre eu que o vou buscar, porque saio primeiro do trabalho.

Eu bem sei que a sociedade ainda está muito habituada a pensar que "quando está doente, a criança quer é a Mãe"... Mas aqui em casa estamos numa fase em que o pequeno só quer o Pai e eu acho isso perfeitamente natural e bonito. O Pai merece. É tão bom Pai que eu nem me meto. Se o Pai tinha o bebé no colo quando fomos chamados à triagem, o Pai entrou e ficou a Mãe à espera. Visto que meteram a pulseira amarela no pulso do Pai, não fazia sentido estar a mudar. Entrou o Pai e ponto final. O pequeno berrou, gritou, esperneou... Assim como teria berrado, gritado e esperneado se tivesse entrado com a Mãe e ficasse sem o Pai. Está doente, está meloso e quer os pais - os dois! - com ele. Não quer ter de "escolher" um em detrimento de outro.

Eu sou Mãe e sei a relação que tenho com o meu bebé. Mas sei que não tenho, com ele, uma relação mais especial do que ele tem com o Pai. Não tenho, mesmo. Há coisas em que ele só quer a Mãe, mas há muitas outras em que só quer o Pai. No fundo, ele quer é os dois. Sem preferências.

Comentários

  1. Pois, isso é o que tu pensas, mas a maioria das pessoas não pensa assim. Dos colegas que vejo é sempre a mae que fica com as crianças quando estão doentes, ou vai às consultas de rotina, à escola... Compreenderia isso nas gerações anteriores em que a mulher tinha um papel diferente na vida familiar e profissional, mas hoje em dia, faz-me tanta confusao pessoas da minha geração (tenho 31 anos) pensarem assim, fico mesmo chocada com as opções que tomam. Mas por outro lado acho que é um reflexo da forma como tratam os filhos: se é a mae que vai sempre levar e trazer da escola, que lhes da comer, banho e trata deles, que leva às consultas de rotina, suponho que seja normal que o filho prefira a mae quando está doente pois está mais habituado a isso.

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  2. Tão bem resumido! No funbdo ele quer é os dois! Porque nenhum sunbstitui o outro! Cada um é especial á sua maneira!
    Grande final de texto S*.
    Sandra

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  3. S* cada caso é um caso. As pessoas adoram comentar, a Sociedade impõe regras, enfim.
    Tens toda a razão, não tem que ser a Mãe em “tudo”.
    Se no teu caso é assim com o Rafael, se há partilha saudável na relação filho-pais, isso é muito bom, quer para vocês quer para o miúdo.
    Já nem ligo a certos comentários de determinadas pessoas.
    Tu e o pai do Rafael conhecem melhor o menino do que qualquer outra pessoa certamente, logo, está tudo bem.
    Mãe é Mãe e Pai é Pai, fruto de ambos.
    Ambos são responsáveis, ambos devem cumprir com responsabilidades, ambos devem dar e receber Amor.
    As melhoras para o pequenote. :)

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    1. Até o menino já percebeu. Já sabe a que deve pedir o quê. Ahahah

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  4. E a confusão que me faz ver mães desgostosas naquelas fases em que o bebé/criança prefere o pai? São fases normais, fases pelas quais é suposto passar, fases em que não deixaram de gostar da mãe...mas há algumas que levam aquilo mesmo a peito.
    A Mini-Tété passou por muitas dessas fases mesmo estando comigo em casa nos primeiros 3 anos. E também passou por fases de "mãezite" em que só me queria a mim (não eram as minhas fases favoritas, há que dizer). Tudo normal e encarado como tal.

    Concordo contigo que mãe é mãe e pai é pai, nenhum substitui o outro ou é mais importante que o outro. Agora que penso nisso, nas últimas consultas da Mini-Tété a que o pai também tem ido, é sempre ele que fica com ela ao colo, mesmo durante as observações. É realmente pena que não possam ter entrado os dois nessa situação, dado que estando os dois pais, acho que a maioria das crianças gosta que os dois estejam presentes. No nosso caso, apenas no raio-x só entra um dos pais (entrou o Jack) e para passar a noite (fiquei eu que tinha maior disponibilidade, mas o pai não tinha horário de visita estipulado, podia estar quando e quanto quisesse).

    Também tenho a opinião que em muitos desses casos em que as crianças preferem as mães e as vêem como maior porto seguro se deve ao facto de as próprias mães desempenharem um papel mais presente e importante por vontade delas. Basta entrar num qualquer fórum de mães e ver quantas são as mães que nem deixam os filhos sozinhos com os pais, que só elas é que sabem cuidar, alimentar, dar banho, adormecer, e se é assim desde o nascimento, quanto mais tempo passa pior fica a situação porque menos participam os pais e mais coisas sabe a mãe sobre a criança, o que a ajuda a saber lidar melhor com a mesma, a ser mais expedita, a dar maior segurança. É um ciclo vicioso. Mas depois também se queixam que os pais não sabem, não fazem, não querem quando na verdade são mesmo elas que nunca os deixaram aprender a fazer.

    Por aqui, o lema foi sempre "não sabemos os dois, aprendemos os dois", até porque acho importante que se algo me acontecer, o Jack consiga tomar conta da nossa filha sem estar perdido por não lhe conhecer as rotinas, o feitio, as necessidades. Depois (tal como noutros campos da vida doméstica) não tem de ser tudo dividido a regra e esquadro, não têm de estar sempre os dois presentes em tudo. Por exemplo, se neste momento a Mini-Tété ficar doente, serei naturalmente eu a ficar em casa porque trabalhamos os dois na mesma empresa mas se ele faltar fará mais falta do que eu, e a mim não me choca que seja "a mãe a ficar sempre em casa" porque se estivéssemos em posições diferentes, seria naturalmente "o pai a ficar sempre em casa". Ou, como no teu caso, se é o pai que tem maior disponibilidade para ir a consultas, vai o pai sem que isso faça dele sempre "o sacrificado".

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    1. O Pai tem mais facilidade para faltar do que eu. É diferente. No entanto, isso é o menos.

      É como dizes, não é preciso andar a medir o que cada um faz. Há coisas que eu não faço porque não quero e o pai assume naturalmente. Por outro lado, eu gosto de organizar a roupa, preparar mochilas, fazer comida. Mas o pai leva ao parque, dá a maioria dos banhos, perde horas em brincadeiras. Cada um contribui mais com aquilo com que se sente mais confortável. No final, estamos os dois a contribuir para o mesmo.

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    2. A questão é que se por acaso fosses tu a ter maior facilidade em faltar haveria com certeza quem pensasse que ias tu às consultas porque és a mãe e é esse o teu papel quer seja a ti que dê mais jeito ou não. :)

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  5. Eu li esses comentários e tive a mesma reacção de estranheza a cada um que lia. Eu percebo que as pessoas queiram ajudar, mas as vidas e dinâmicas familiares não são todas iguais. Neste caso, felizmente!
    Hoje em dia só se vive assim porque se escolhe viver assim. Vejo essa escolha em mães perto de mim. Excelentes mães, dedicadas e trabalhadoras. Mas com excelentes maridos/pais ao lado que nunca têm oportunidade de ser o "porto seguro" da criança também. E nem é consciente, é tipo automático mal o bébé nasce. O tal "mãe é mãe". Detesto. Há mães solteiras, que não têm outro remédio que não ser o mundo inteiro da criança. Mas sendo um casal, uma equipa, dois adultos, porque é que se há-de tomar as dores todas, as consultas e reuniões de pais todas? Qual é o motivo racional por detrás dessa ideia? Que um não sabe ser um pai, adulto responsável e tomar decisões?
    Não é um facto, é sempre uma escolha ou porque alguém se desmarca da responsabilidade de ser "pai" ou porque não é considerado competente o suficiente para ser "pai por inteiro" e aí é normal que a criança só queira a mãe.

    Dito isto, não quero parecer crítica de ninguém, porque julgamentos já os há que baste para as mães. É só mesmo dificuldade em compreender esses comentários ditos sempre como verdade universal.
    Fico feliz por o teu pequenito ter dois pais sempre presentes e desenrascados :) E espero que esteja a melhorar, coragem!!

    Mira

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  6. Acho que nunca li aqui algo com que me identificasse tanto!! :)
    Não tenho filhos, mas não tenho preferência entre o meu pai ou a minha mãe, não há assuntos que prefira falar com um do que com o outro, e já sou adulta, quanto mais em bebés.
    O problema é que nem toda a gente tem a sorte de ter pais fantásticos como eu e o teu bebé temos, a maioria dos pais não se esforça por estar com os filhos, porque isso “é trabalho da mãe”.
    Mas não será nas próximas gerações que se muda esta mentalidade, infelizmente.

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  7. Fiquei tão indignada com o teu relato sobre te terem feito essa pergunta que tive que ir procurar a publicação no Facebook e ver com os meus próprios olhos.
    Ainda só tenho um filho dentro do forninho mas independentemente disso não suporto essa mentalidade de a mãe é que é. Então porquê? Por que raio a mãe teria mais 'direito' a entrar do que o pai, santo deus? (E vice versa, claro.)
    E acrescento que acho super bonita a forma como descreves a interação entre o teu mais que tudo e o vosso filhote e espero que o meu seja igual 😊.
    Beijinho

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  8. Acho que não há motivo para indignação, claro que pode ser o pai ou a mãe, mas se investigarem um pouco alguns estudos psicológicos sobre o assunto verão que a relação mãe e filho, não é de todo igual á de pai e filho. Com a mãe criam uma ligação diferente. Não é uma questão de mentalidade, é factual. Por mais que queiramos a igualdade, há e haverá sempre diferença. Mas é a minha opinião com base em muito que leio e o que vejo á minha volta e na minha própria experiencia.

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    1. Concordo com a Marina. Gostei muito do seu comentário.

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    2. Isso porem depende MUITO do tipo de pai. Duvido muito que um filho tivesse qualquer diferenca entre a mae e o pai se o mesmo tivesse um pai como o noivo da S, oh se duvido! A verdade e que pais, a figura paterna, sao ESSENCIAIS na vida de um filho, tanto quanto a mae. Eu que nao tive pai que o diga!

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    3. Criam uma ligação mais próxima com o cuidador principal, simples. Acontece que, na maioria dos casos, o cuidador principal ainda é a mãe.

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    4. E naqueles casos em que é o pai que cria o filho e em que a mãe é uma figura menos presente? Cá em casa não sinto mesmo que a mãe seja mais importante que o pai talvez porque dividimos a parentalidade os dois e não há cá tarefas que só a mãe faça.

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    5. Sou o Anónimo das 01:25 e quero acrescentar: Fui sempre mais próxima do meu Pai do que da minha Mãe. Ela cedo desistiu de ser Mãe, para seguir carreira. E por mais que o meu Pai tenha estado presente e sido o meu herói, eu sinto uma coisa muito orgânica pela minha Mãe. Não dá para explicar. E isto só aumentou com o tempo, à medida que fui sentindo o que é ser mulher, doar o nosso corpo para que outro corpo se gere. E eu não fui Mãe ainda. Concordo com a Marina, sou prova de que há uma ligação com a Mãe muito forte, mesmo em caso de ausência. Por exemplo, uma vez ela ligou-me, eu não tinha o telemóvel comigo, mas onde eu estava fiquei com a sensação de que ela me havia ligado. E de facto tinha, coisa que raramente faz. Muitas histórias deste género tenho eu para contar, em relação à miha Mãe só e mais ninguém.

      A.M.

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    6. Anónima das 11:43, as experiências individuais são apenas isso, não podemos generalizar a partir delas. Se assim fosse, eu também poderia dizer que me afastei da minha mãe há anos e que deixou de fazer qualquer falta na minha vida; não sinto nada de especial por ela que não sinta por outras pessoas, e sinto muito menos por ela do que sinto por outras pessoas. Não temos nenhuma relação "visceral" ou pelo menos eu não tenho em relação a ela. Mas as nossas experiências não são universais, e o que a ciência diz é que, de facto, os bebés criam uma ligação de dependência maior com o seu cuidador principal.

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    7. Anónimo das 13:28, Eu não estou a extrapolar a minha experiência para a de mais ninguém. Mas as pesquisas são feitas com estudos de casos particulares; pelo comentário da Marina, parece-me que ela se interessa por estudos e achei que seria interessante dar-lhe a conhecer um pouco do meu caso particular. Onde é que eu digo que a minha experiência é universal? Porém, é a minha experiência e esta confirma-me que a opinião da Marina é muito válida. Não é só nos livros que a vejo, é também na minha vida. Vir dizer-me "Não temos nenhuma relação visceral" etc. vale mais que o meu entender porquê? Vale o mesmo. Não invalido o seu, não invalide o meu. Obrigada-

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    8. "Vir dizer-me "Não temos nenhuma relação visceral" etc. vale mais que o meu entender porquê? Vale o mesmo".

      Exatamente. Procurei mostrar que eu, se quisesse, também poderia generalizar a partir da minha experiência, que é oposta à sua. Mas não o faço porque sei que não podemos generalizar dessa forma. Os estudos científicos são feitos a partir de casos particulares, mas têm de cumprir certas regras para ser generalizáveis. Uma coisa é dizer que tem esse tipo de laço com a sua mãe, outra é afirmar que, porque a sua experiência é essa, as relações mãe-filho são especiais.

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    9. A única coisa que fiz foi contar por que gostei do comentário da Marina. Eu acredito que sim, que existe uma relação diferente entre Mãe-filho e Pai-filho. Não só pela minha experiência, mas pelos mesmos motivos que a Marina descreveu. Posso sim, pegar na minha colecção de conhecimentos e formar uma opnião sobre o assunto, partilhá-a, ainda que tenha uma experiência pessoal particular sobre o mesmo, tal como toda a gente o faz. A Anónima faz o que quiser também. Se o que quer é dizer-me o que eu não posso fazer... Pronto, é este o mundo onde vivemos.

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    10. Não, quis apenas dizer que a ciência diz que as crianças formam um laço especial com o cuidador principal e pouco importa se é a mãe, o pai ou a avó. O resto é especulação baseado na experiência de cada um.

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    11. Nem a própria ciência tem voz uníssona sobre o assunto. Eu não contrario a informação que tem, porque eu própria já me deparei com artigos, teses sobre o assunto. O facto de eu ter dado mais valor a outras análises sobre o assunto, não torna justo eu dizer-lhe "A Ciência diz x, por isso a Anónima não pode dizer y." A Ciência diz x, y e z. E cada um escolhe as coordenadas que melhor lhe fazem viver. Se surge alguém com uma opinião diferente da do resto, que eu gostei de ver expressa, quero mostrar o meu apreço. A Anónima tem aqui n comentários iguais ao seu. Porque é que lhe incomoda tanto que haja quem pense de outra maneira, e ainda jogue a cartada Ciência, como se todos concordassem com o mesmo, até dentro da Ciência? Eu acredito sim que existe uma ligação orgânica entre Mãe e filho, algo que não existe com um Pai. Não quer dizer que esta ligação vá criar laços, ou estabelecer confiança, caso a Mãe seja ausente. Mas negar que esta ligação existe é algo que nem todos os cientistas destas Áreas estão dispostos a fazer.

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    12. Anómima das 16:33 que gostou do comentário inicial,

      Acho que ninguém lhe está a dizer o que pode ou não fazer com a sua vida ou eu com a minha. As pessoas acreditam no que escolhem acreditar, as versões que lhes confirmam as crenças. É livre de acreditar no que quer. E eu, pessoalmente, gostava de ler os artigos e teses que confirmam a tal "relação visceral única mãe-filho" e quais os parâmetros desses estudos. Não sei se vai facultar ou não essas informações, mas se as tem, podia de facto ajudar a compreendê-la melhor.

      Se interessar para a discussão, eu não tenho relação nenhuma visceral com a minha mãe. Gosto igualmente de ambos os pais, embora a minha mãe diga que "mãe é mãe", que é uma coisa diferente e ela acredite profundamente que temos uma relação transcendente. Não temos, mas eu quero-a é feliz e se isso a faz feliz, tudo bem. Nunca tive preferência, mesmo até ela sendo a principal cuidadora (como foi referido acima), se calhar porque o meu pai sempre foi presente e fez igualmente o melhor que sabia, mesmo que soubesse menos que uma "mãe", alegadamente.


      Mira

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    13. Anónimo10 de maio de 2019 às 16:33, não fico incomodada por alguém ter opiniões diferentes, fico incomodada quando alguém diz "acredito que" sem ter provas científicas que justifiquem essa crença.

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  9. S. eu acho que o Rafael é um felizardo por ter um pai assim. Felizmente, conheço vários pais assim... E em que as crianças não têm preferência ou até tem pelo pai. E acho super saudável.
    Confesso que fiquei um pouco "incomodada" com os comentários que te fizeram nesse dia... Um miúdo doente, dois pais cansados e preocupados ... Como é que nessa situação alguém ainda pensa se devia ser a mãe ou o pai a entrar? O que isso importa para a situação? Em quê que isso vai ajudar os pais ? A sério que eu não percebi! Um pode entrar o outro tem de ficar. Porquê a mãe? E não o pai? Não faz sentido algum. Nós já passamos várias vezes por essa situação e entro sempre eu, mas porque na NOSSA família é isso que resulta melhor. É o que tranquiliza mais os três. E também o facto do meu marido não estar dentro da área da saúde e facilita um pouco ser eu . Por exemplo, já aconteceu irem dar um medicamento ao M. nas urgências que não devia tomar e se fosse o meu marido não tinha perguntado o que era nem tinha feito a menor ideia que não podia .. e provavelmente teriam dado. Mas o meu marido já chegou a ir sozinho a consultas com o M. E já chegou a ser ele a faltar quando fica doente...
    E acho super bonita a forma como falas da relação do Rafael com o pai. 😊

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  10. Como eu te entendo, cá em casa também é assim... Sempre disse ele é PAI e a única coisa que não fez desde que ele nasceram foi dar a mama, a única coisa que ele não conseguia.
    Os nosso filhos (gémeos) ficam e estão de igual forma com os dois, tirando aqueles momentos meloso que querem um ou o outro.
    Nós não imaginávamos a nossa experiência de pais de outra forma q não esta.
    Os meus gémeos nasceram prematuros e a pequena teve alta primeiro que o pequeno e foi o pai que ficou com ela em casa pois eu era precisa com o pequeno no hospital (aprender a mamar na mama para ter alta)
    Parabens "S" pela família que tens.

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  11. Provavelmente a tua publicação com a qual mais me identifiquei. Ou seja, não tanto por termos a vossa dinâmica, mas porque tens a mesma maneira de ver as coisas que eu. "Mãe é mãe" só me faz revirar os olhos até só se ver o branco... caramba e o pai serve para quê?

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  12. Penso ser mãe num futuro muito próximo e estes assuntos da maternidade/paternidade são frequentemente falados cá em casa. Ainda na semana passada falamos sobre a dificuldade que muitas mulheres têm em se desprenderem desse rótulo de que mãe é mãe para deixarem os pais terem um papel participativo na vida dos filhos deles. Pode parecer antiquado, mas ainda há muitas mulheres que se queixam que os pais não fazem nada pelos filhos mas são elas mesmas as primeiras a não permitirem que o pai tenha as mesmas responsabilidades porque elas fazem melhor, elas são mais rápidas, elas são as mães. Se os homens não forem incentivados ou sequer permitidos a ter o seu papel de pai em pleno, porque há sempre uma mulher em casa (seja a mãe da criança, as avós, tias ou simplesmente uma mulher qualquer que nem é da família) que, mesmo inconscientemente, muitas vezes, acaba por tomar para si o papel de cuidadora principal. Depois não há milagres.

    A minha mãe é assim e é assim que são todas as mulheres da minha família. Mesmo aquelas jovens que se dizem muito avançadas e modernas, são elas as principais cuidadoras dos filhos porque elas acham que é assim que tem que ser ou porque acham que os pais são menos capazes. Apesar de eu ter contacto frequente com bebés e saber cuidar de crianças (e o meu marido não), nunca fui mãe e ele também nunca foi pai, por isso vamos aprender os dois a ser pais juntos. Não quero que, numa situação destas de doença, por exemplo, os nossos filhos sintam que precisam apenas de um de nós, se sintam bem só com um de nós. Eu quero que ambos sejamos os principais cuidadores dos nossos filhos. Sabemos que, nos princípios, vai ser uma luta com a minha mãe, por exemplo, porque ela quer fazer tudo, ela é que sabe como é, ela adora crianças... Mas nunca na vida ela irá pôr o pai de parte só porque ela é mulher e avó. Se toda a gente agisse assim, se homens e mulheres quiserem ambos ser cuidadores, não há essa de as mulheres terem o dom de cuidar ou os homens serem desligados, mãe é mãe mas pai é pai. Deixem-nos ser pais!

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    1. A criança vai ser sua, não permita que a sua mãe ultrapasse os limites.

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  13. Muito boa esta partilha, e muito triste que haja tão poucas pessoas a pensar assim. Muita gente não percebe como inferioriza os homens quando os tratam como incapazes, incapazes de acalmar o seu próprio filho, incapazes de mudar uma fralda, incapazes de fazerem uma série de coisas que nas mulheres nem se questionam. Que bom que penses assim, e que o vosso filho cresça com dois pais a 100% e não com uma mãe a dar o litro e um pai que não mexe a palha.

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    1. Não tem nada a ver com incapacidade ou inferioridade dos pais, no meu caso, o meu marido fez tudo o que há para fazer a um bebé, inclusive dar de biberon, mudar fraldas, banho e noites, tudo mesmo, mas quando estava triste ou doente era a mãe que ele procurava, aliás ele tem 25 anos e é á mãe a quem telefona quando lhe dói algo. E vocês quando precisam de desabafar procuram a mãe ou o pai? Claro que os há diferentes, claro que também há as mães que são diferentes, inclusive eu não me revejo de todo na atitude de mãe da S. Há muita coisa que eu faria e diria diferente, mas isso não a faz má mãe, mas sim diferente.

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  14. Pois já chega de ser sempre a mulher a sacrificar a sua vida pessoal pelos filhos como se o homem fosse apenas um dador de esperma. Acho que fazes super bem em ser consciente e apostar numa parentalidade responsavel e bem dividida. Como eu sempre digo, infelizmente, as primeiras machistas sao as mulheres! Enfim...

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