Avançar para o conteúdo principal

Sobre aquela polémica do José Cid...


Tenho de admitir o meu odiozionho de estimação pelo José Cid e pelo Jorge Palma. São figuras que me causam antipatia. O primeiro, pelas parvoíces que vai dizendo de tempos em tempos. O segundo, pela absoluta falta de respeito e profissionalismo que é subir a palcos a cair para o lado. Lamento, sei que o vício é uma doença, mas optar por actuar nestas condições é uma decisão. Sinto a mesma antipatia pela Kate Moss, que é venerada pelo mundo em geral e "odiada" por mim em particular. 

Dizia eu...


Não espero muito do José Cid, que já tem vindo a dizer pérolas deste género ao longo dos anos. No entanto, espantam-me sempre as reacções da população: por um lado, temos os que atacam ferozmente, com insultos espantosos e completamente exagerados. É o verdadeiro "olho por olho, dente por dente", mas elevado ao cubo. Por outro lado, temos os que dizem "oh, foi só uma piada, não se pode ligar". Sim, claramente era uma tentativa de piada. Claramente, disse-o só para se armar em engraçado, sem maldade ou vontade de ofender... mas não teve piada e ofendeu.

Como comentei por aí, qualquer ofensa gratuita é digna de crítica. Não tem qualquer graça gozar com cidadãos portugueses, como nós. Assim como não gosto que digam que as minhotas têm bigode, que os transmontanos são desdentados, que os alentejanos são calões... não gosto. Somos portugueses, merecemos respeito e, acima de tudo, devemos respeito uns aos outros. O que é nosso, mexe mais connosco. Eu não achei qualquer graça - nem consigo ver como alguém pode achar graça - a dizer-se que é preciso pôr uma muralha entre os transmontanos e o resto do país. Quem diz isso deve esquecer-se de onde nasceu Portugal. Não foi no Algarve - com todo o respeito -, nem foi em Lisboa. Portugal começou a norte, por mais parolos e provincianos que nos achem. A vila mais antiga do país é Ponte de Lima. Viana do Castelo já existe há mais de 750 anos. O norte merece respeito e já é altura de pararem com as piadas dos parolos e dos provincianos do norte. Se isso me ofende? Não. Mas é patético e um claro desrespeito. De mim, nada diz. De quem profere os insultos, diz muito.

Comentários

  1. Não acho que seja um assunto que mereça tanta celeuma. Acontece que foi parar às redes sociais e já se sabe que, a partir daí, é o descalabro. De qualquer forma, o norte não merece respeito porque foi aí que Portugal começou. O norte merece respeito, como merece o centro, o sul, as ilhas, o que for. As pessoas de cada região merecem respeito e não vejo tanta indignação por cada piada alentejana que se conta e sabem porquê: porque os alentejanos se riem das mesmas e as contam também. Não devemos levar estas coisas tão a sério, sob pena de qualquer dia já não podermos dizer ou escrever nada.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Concordo plenamente. Há anos que andamos a contar anedotas de alentejanos e nunca vi um alentejano que fosse a levar a mal, a insurgir-se contra ou a ser mal educado com os outros por causa disso.

      Todos merecemos respeito independentemente de onde começou o país, que mania a dos do norte de estarem sempre a puxar dos galões do país começou aqui! Chiça.

      Não há paciência para tanto complexo de inferioridade. Há tempos ouvi um/a portuense, tenho imensa pena de não me lembrar quem, numa entrevista que diz exactamente isso. Que se levassem menos tempo a falar mal de Lisboa e a fazer em vez de andarem armados em coitadinhos, era mais bem empregue o tempo.

      Eliminar
    2. Carla, mas afinal de onde viria esse alegado sentimento de inferioridade?

      É que eu não me sinto nada inferior mas não gosto destes insultos patetas.

      Eliminar
    3. Não te sentes inferior, mas é o que transparece, caso contrário não tinhas abordado esse aspeto!

      Eliminar
    4. Anónimo das 13h29: É mesmo isso!

      Eliminar
    5. Mas olhe que é arrepiante ver gente minimamente culta e formada a acreditar (verdade!) cegamente nos estereótipos de anedotas. Passou-se comigo: um profissional sobre outro profissional " fulano trabalha bastante e despacha apesar de ser alentejano ". Dei um sorriso por educação pois achava que era só uma piada velha com ironia. Caiu-me tudo quando percebi que a pessoa em questão falava a sério.

      Eliminar
  2. Concordo em absoluto! E brincando com um assunto sério, é caso para dizer: "The North remembers!" :) ahahah

    ResponderEliminar
  3. Concordo contigo mas acho que pareces ofendida :P

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não me ofende. Nem sou transmontana. Mas acho uma falta de respeito.

      Eliminar
  4. Vi que ontem escreveste isto na Maçã, mas evito comentar onde tudo parece mal interpretado e os mal-entendidos se multiplicam.
    Declaração de interesses: não sou fã do Cid, SOBRETUDO enquanto pessoa. Já disse muitas coisas que me chocaram realmente, como comentários homofóbicos. Esta dos transmontanos foi também má, mas sinceramente não me causou tanta impressão, primeiro porque já foi há uma catrefada de anos, não gosto de coisas ou castigos com efeitos retroactivos. Depois, porque apesar eu própria sendo do Norte, também faço piadas com certos regionalismos, mas não passam disso mesmo: piadas. Agora, obviamente que ele é uma figura pública e sabe que o que diz tem um impacto e uma visibilidade que o que eu digo em família ou entre amigos não tem. Diz-se agora também que o fez para atingir o Tony Carreira, e apesar de não achar bem, consigo ver alguma razão no cerne das críticas.

    De resto, tenho pena do Markl, que não tem culpa nenhuma e nunca iria proferir tamanhas barbaridades e leva por tabela.

    PS: Eu adoro o Jorge Palma. Como disseste, o vício é uma doença e no caso dele bem grave, é muito difícil lutar contra o mesmo. Se algumas vezes não devia ter subido ao palco? Com certeza, mas olha que ele não devia estar em condições sequer de saber se pode subir ou não, a culpa é dos responsáveis - que se calhar até esperavam que ele ganhasse atenção assim. Mas as músicas deles são simples, belas, tocantes, e acompanham-me sempre.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Jorge Palma, fiquei chocada com o espectáculo que vi dele. Uma pessoa paga e leva com figuras impróprias. Não sendo fã do estilo, fiquei ainda menos fã do profissional.

      Eliminar
    2. Não deves ter ido ver o último espetáculo que o Jorge Palma deu em Viana, de certeza. As pessoas mudam e o Jorge já mudou há muitos anos. Devias atualizar-te.

      Eliminar
    3. Pequeno Ser, eu estou actualizada. Sei muito bem que, segundo os agentes dizem, deixou-se disso. Mas eu sei a experiência que tive anteriormente e reservo-me o direito de não simpatizar com o senhor.

      Eliminar
  5. Bom, todos nós caímos em piadas generalizantes, não é? Quem nunca mandou/pensou na piada
    1. mulher ao volante, perigo constante
    2. de Espanha nem bom vento, nem bom casamento
    3. preto burro
    4. monhé do ISIS
    5. gorda balofa comilona
    6. paneleiro rídiculo
    7. alentejano lerdo
    8. italiano engatatão
    9. francês chauvinista
    e 10, 11, 12, 13... por aí em diante.
    Creio que é de dar a importância mínima, são mesmo generalizações parvas que saem no momento da boca e, muitas vezes, nem sequer são sentidas. É como o "ah eu não sou racista mas se vir um grupo de pretos a passar, tranco logo as portas do carro".

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bem, insultos ao ISIS, só se perdem os que caem ao chão...

      Eliminar
  6. Posso continuar com
    10. os cascaenses são todos betos
    11. as gajas com grande silicone são vacas
    12. as mulheres de micro saia são putonas
    13. os gajos depilados e musculados tomam esteróides
    14. os teenagers são parvos
    15. as portuguesas não se depilam (esta ouvi muito no estrangeiro, acho que me entra a 100 e sai a 1000)
    16. as mulheres de idade do interior vestem-se de preto, têm verruga e bigode
    17. os políticos são todos uns aldrabões
    18. o Estado está cá é para nos roubar
    E ect etc etc etc. Pelo menos NUM destes pontos, já caimos todos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Claro que sim. Mas cabe a todos nós ter inteligência suficiente para perceber que as generalizações podem ser muito bacocas e temos de as contrariar.

      Eliminar
    2. Olha querida, eu cá sou mais do género de não valorizar o que não vale a pena valorizar. Foi uma coisa parva, num momento parvo, que já lá vai. E depois, com costela alentejana e indiana, ainda por cima a morar na margem sul, esse deserto, com cabelo que durante anos foi louro, imagina os estereótipos de que sofreria, se lhes ligasse alguma coisa ;-)

      Eliminar
  7. O que ele disse, se o disse, eu não ouvi, mas acredito, foi uma hora má. O que se empola à volta é que é muito mauzinho, As pessoas preocupam-se com o que se não devem preocupar. Enfim, eles lá saberão.

    ResponderEliminar
  8. Opá, mas por que se faz polémica de tudo o que é insignificante??
    Nunca conseguirei perceber porque se dá importância a esses assuntos!

    E tu, devias ser mais original na abordagem dos temas!!

    ResponderEliminar
  9. Eu, sendo do norte e tendo raízes até transmontadas ainda acredito que um homem preferisse ir para a cama comigo se a opção fosse o Cid :P

    Então mas dá-se tanta importância a um homem patético, quase morto que se agarra a qualquer coisa para ser falado? Deixa-o viver os últimos dias da vida dele a acreditar que é um grande senhor, um grande artista e tem toda a razão. Afinal, não acredito que as transmontanas bonitas o queiram para nada também (e até as feias e desdentadas tenho sérias dúvidas que não consigam melhor :) ) e o facto dele dizer determinadas coisas diz muito mais dele, do conhecimento e da forma de ser dele do que de qualquer outra pessoa, certo?

    Quando os idosos começam a ficar "chonés" dá-se o desconto, ri-mo-nos dizemos que sim e passamos à frente.

    ResponderEliminar
  10. Descendo de uma família de alentejanos e de transmontanos.Não me ofendeu absolutamente...nada.Somos todos giros na família, deve ser por isso.E se nos ofenderem, "quem diz é quem é" e whiskas saquetas.Eu sei, very mature :D Há usn tempos atrás era tudo Charlie mas afinal, afinal...

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Para dormir - solução, procura-se!

É uma pessoa desesperada que vos escreve, esta manhã. Conhecem soluções naturais para dormir bem de noite? Algo que me faça ferrar o galho e só acordar no dia seguinte? Estou farta de noites mal dormidas. Estou farta de ficar até às 5 ou 6 da manhã sem conseguir dormir. Chego ao desespero, com vontade de chorar. De dia, sinto-me cansada, porque o descanso é uma porcaria. Não sou grande adepta de medicamentos mas, se tem de ser, é. Alguém conhece um remédio, uma erva, o que seja?

Coroas caseiras

Este ano a senhora minha mãe entreteve-se a fazer coroas de Natal. :) Para ela, fez uma coroa mais tradicional, com as peças decorativas em plástico, à moda antiga. Para a minha irmã, fez uma rena.  Para mim, fez a coroa mais espectacular de sempre, com flores artificiais, muitas bolas coloridas e pendentes dos corações. Romântica, como eu.  Contagem decrescente para o dia mais especial do ano... Amanhã inaugura-se o calendário de advento com quadradinhos de chocolate!

Um ano a dois

Como o tempo voa, hoje celebro um ano de um relação calma, que me foi conquistando aos poucos e que, hoje em dia, me dá todas as certezas. Quando nos conhecemos, em Abril do ano passado, viramos amigos. Na verdade, tornou-se meu confidente e aturou-me durante semanas e semanas a "chorar-me" por outra pessoa. Já eu percebi que ele gostou de mim no primeiro café que tomamos, mas como é tão ou mais discreto que eu, nada feito. Ficamos assim, entre avanços e recuos, entre conversas diárias e afastamentos semanais. Ao meu lado quando fui operada e nos dias que se seguiram. Eu ainda sem rumo, à procura de algo que não sabia ainda o que era. Foi no dia 6 de setembro de 2021 que a amizade evoluiu para algo mais.  Desde o primeiro dia que não me deixou dúvidas de que queria estar ao meu lado. Acho que foi exactamente isso que (de forma um pouquinho "umbiguista") me fez apaixonar por ele. Sempre percebi que gostava de mim. Sempre me senti acarinhada, querida e desejada.  Dura