Avançar para o conteúdo principal

António Borges


O senhor António Borges morreu ontem, apenas com 63 anos, vítima de cancro.

Nos últimos meses fez declarações infelizes, é certo. Declarações que revoltam qualquer português a passar dificuldades, naturalmente. 

A morte não faz de ninguém um santo, não vamos dizer bem dele "só porque morreu". No entanto, mais de 99,9% dos portugueses não o conhecem pessoalmente, não sabem que tipo de pessoa ele é. Conhecem apenas as suas declarações menos felizes. Vai daí, a morte não faz dele santo, mas a morte deveria merecer o nosso respeito. Enoja-me ler declarações como "já vais tarde" ou "não fazias falta nenhuma". 

Não conhecem o homem, conhecem o economista. Ontem partiu o homem, o marido, o pai. Esse merece sempre respeito, mesmo que não concordemos com as suas ideias.

Comentários

  1. Subscrevo na íntegra, também ouvi comentários desagradáveis e jucosos acerca do senhor e não gostei. Era uma pessoa, nunca se deve ficar contente c a perda de uma vida ...

    ResponderEliminar
  2. Concordo completamente contigo. Acho que esse tipo de comentários são cruéis para com a família e as pessoas a quem ele era querido e vêm de pessoas com personalidades muito fracas.

    ResponderEliminar
  3. Concordo plenamente!
    As pessoas muitas vezes não distinguem a personalidade pública da privada. Uma personalidade pública é uma pessoa como todas as outras, que fica doente, tem gostos e actividades pessoais, tem pais, filhos, familiares e amigos que merecem ser respeitados nestas horas.

    ResponderEliminar
  4. Por vezes é difícil resistir à tentação, mas também não consigo dizer muitas coisas que vi escritas por aí.
    Fiz uma curta referência com o título "Entrelinhas" e o texto resumiu-se a isto:

    No dia em que algum economista descobrir a fórmula para privatizar a morte, estamos fodidos.
    :|

    ResponderEliminar
  5. Existe uma facilidade enorme, hoje em dia, de dizer esse tipo de coisas e publicá-las algures. Detesto e é uma coisa que me incomoda bastante.

    ResponderEliminar
  6. Confesso que não estou a par das polémicas declarações do senhor. Mas por pior que fossem é de um extremo mau gosto o regozijo pela morte de alguém, ainda para mais vítima de um doença terrível.

    ResponderEliminar
  7. Não poderia estar mais de acordo. A família e amigos merecem respeito e solidariedade neste momento menos bom.

    ResponderEliminar
  8. Na minha opinião, todo o ser humano deve ser tratado com dignidade, principalmente na hora da morte. Nós não somos ninguém para desejar a morte ao próximo, nem para decidir se este ou aquele merece morrer (um dos motivos pelos quais eu sou contra a pena de morte).
    Enfim, nem quero pensar no que a família deve sentir ao ler certas acusações.

    ResponderEliminar
  9. Nem mais, A. Borges era um ser humano como outro qualquer, e na morte todos somos iguais.
    Mas adorei o comentário do somaijum! É isso mesmo, somaijum.

    ResponderEliminar
  10. É tão fácil esquecer o lado humano das pessoas quando elas fazem asneira. Mas isso não devia ser nunca desculpa para dizer coisas dessas!

    ResponderEliminar
  11. As resdes sociais são assim, tanto trazem à tona o bom das pessoas boas como o mau das pessoas mesmo más, lêem-se coisas asquerosas sobre muitos assuntos, na maioria das vezes tapados sob um perfil falso ou anónimo!
    beijinhos

    ResponderEliminar
  12. Subscrevo. Houve realmente imensos comentários de quem mostrou estar indiferente à morte o que revela pobreza de espírito.

    ResponderEliminar
  13. Inteiramente de acordo. As pessoas deviam lembrar-se que os familiares e amigos que cá ficam a sofrer com a perda merecem respeito pela sua dor.

    ResponderEliminar
  14. Concordo com tudo o que disseste!
    Força para a familia e que ele descanse em paz!

    ResponderEliminar
  15. Eu acho que as pessoas nem o economista conheciam, mas sim a pessoa que fez umas declarações que não caíram bem num país em crise. De qualquer forma, que faz comentários maldosos desses, está a ser muito pior do que o homem por trás das declarações polémicas. As pessoas esquecem-se disso com uma facilidade tremenda...

    ResponderEliminar
  16. Não podia concordar mais! Podemos achar que conhecemos os políticos, mas não conhecemos necessariamente o homem por detrás do político! E um homem é sempre um homem, com família, com pais e neste caso com mulher e filhos!

    ResponderEliminar
  17. Ainda que morte de qualquer pessoa mereça respeito, não se pode como bem dizes começar a dizer bem de alguém só porque morreu. Depois, a título pessoal, alguém que viveu a vida nos meandros do mundo dos banqueiros, trabalhou nesse grande Satã que é a Goldman and Sachs, cujo objectivo é apenas ganhar dinheiro e mais dinheiro sem olhar a meios nem regras e muito menos pensar no mal que faz à sociedade, não pode, a meu ver ser pessoa de grande consciência, porque uma coisa era ser um mero empregado desses círculos outra é ser um dos que se senta no topo e próximo do topo, sabendo bem que a única coisa que move todas essas entidades é a mais pura e vil ganância, deixando e espalhando milhares na miséria e escondendo-se por detrás de números, gráficos, acções e mercados financeiros, conhecendo que há miséria mas nunca reconhecendo que são a causa da mesma. Esta é a opinião que tenho da pessoa em causa daí que não me pronuncie sobre a morte do mesmo, mas também se ainda fosse vivo a minha opinião sobre o mesmo não mudaria, nem mudou.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Gostei tanto. :) Adoro quando posso aprender com quem sabe nitidamente mais que eu. Obrigada!

      Eliminar
  18. Um excelente Economista... um liberal, logo polémico. Como também tenho formação na área, percebo o que defendia... apenas seguir uma escola ideológica, um determinado modelo económico, e como todos os modelos é bom para uns e mau para outros. Mas acima de tudo devemos respeitar a convicção de cada um...

    ResponderEliminar
  19. Concordo com práticamente tudo o que foi dito.
    Mas também acho que pelo facto de o homem ter morrido, e não ser nenhum santo, não vamos pegar numa esponja e limpar tantas afirmações que denotam uma inconsciência social para lá do tolerável, e que só podem ser produzidas por uma pessoa que auferia 225.000 euros e que dizia que o salario mínimo nacional de 485 euros deveria ser reduzido.
    Que esteja em paz, onde está é o que lhe desejo!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sensato/a. Também eu me revoltei com afirmações dele, mas tento respeitar o homem por detrás do economista.

      Eliminar
  20. Há mortes que lamento e de que tenho pena, outras não me dizem nada.
    Esta não me diz e nem me disse nada. E não é pelas declarações infelizes que fez. Não conheci o senhor, nem o trabalho dele o suficiente para lamentar ou criticar.
    Foi-me indiferente a morte dele.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

Para dormir - solução, procura-se!

É uma pessoa desesperada que vos escreve, esta manhã. Conhecem soluções naturais para dormir bem de noite? Algo que me faça ferrar o galho e só acordar no dia seguinte? Estou farta de noites mal dormidas. Estou farta de ficar até às 5 ou 6 da manhã sem conseguir dormir. Chego ao desespero, com vontade de chorar. De dia, sinto-me cansada, porque o descanso é uma porcaria. Não sou grande adepta de medicamentos mas, se tem de ser, é. Alguém conhece um remédio, uma erva, o que seja?

Coroas caseiras

Este ano a senhora minha mãe entreteve-se a fazer coroas de Natal. :) Para ela, fez uma coroa mais tradicional, com as peças decorativas em plástico, à moda antiga. Para a minha irmã, fez uma rena.  Para mim, fez a coroa mais espectacular de sempre, com flores artificiais, muitas bolas coloridas e pendentes dos corações. Romântica, como eu.  Contagem decrescente para o dia mais especial do ano... Amanhã inaugura-se o calendário de advento com quadradinhos de chocolate!

Um ano a dois

Como o tempo voa, hoje celebro um ano de um relação calma, que me foi conquistando aos poucos e que, hoje em dia, me dá todas as certezas. Quando nos conhecemos, em Abril do ano passado, viramos amigos. Na verdade, tornou-se meu confidente e aturou-me durante semanas e semanas a "chorar-me" por outra pessoa. Já eu percebi que ele gostou de mim no primeiro café que tomamos, mas como é tão ou mais discreto que eu, nada feito. Ficamos assim, entre avanços e recuos, entre conversas diárias e afastamentos semanais. Ao meu lado quando fui operada e nos dias que se seguiram. Eu ainda sem rumo, à procura de algo que não sabia ainda o que era. Foi no dia 6 de setembro de 2021 que a amizade evoluiu para algo mais.  Desde o primeiro dia que não me deixou dúvidas de que queria estar ao meu lado. Acho que foi exactamente isso que (de forma um pouquinho "umbiguista") me fez apaixonar por ele. Sempre percebi que gostava de mim. Sempre me senti acarinhada, querida e desejada.  Dura