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Obrigações de filho

"Depois de estar quatro anos a estudar na universidade, o nosso filho voltou para casa e está a ter dificuldades em orientar-se. Entre a escola, o emprego e a namorada, não passa muito tempo em casa e o meu marido está sempre à espere que ele o ajude com o quintal. Apesar de ter um emprego, por vezes pede-nos dinheiro e depois não cumpre com a sua parte do acordo. Isto gera muitos conflitos com o pai, que fica chateado e me faz queixas. O que devo fazer?"

É esta a pergunta da rubrica de Armin Brott, no Público. Podem ler a resposta aqui.

Eu tenho uma resposta mais eficaz: vai ser malandro para o raio que te parta, rapaz.

Não sou nada de paninhos quentes nestas coisas. Não acho que os pais tenham a obrigação de nos sustentar infinitamente. Já muito fazem eles. Os pais têm a obrigação de querer ajudar os filhos, o que nem sempre podem fazer. Se puderem, pois claro que nos devem pagar os estudos. Se puderem. Não acho que os pais tenham de viver com a corda à volta da garganta para nos dar todos os luxos que queremos.

Tive o meu primeiro emprego aos 18 anos, no fim do primeiro ano de faculdade. Depois disso, fui tendo pequenos trabalhitos, só para não ter de pedir dinheiro-extra à minha mãe. Recebia uma mesada, pequena é certo, mas recebia-a. Além disso, já me pagavam os estudos, a casa, os transportes. Quando entrei para o mestrado decidi que não podia mais receber mesada. Arranjei um part-time de dois dias por semana, recebia 200 e poucos euros, mas era suficiente para não precisar de mesada, para pagar as viagens casa-Porto, Porto-casa. Nunca mais vi mesada. Nunca mais pedi um euro que fosse à minha mãe. Não o faço só porque acho que não o devo fazer (que acho), mas porque sei que ela não pode.

Não me lixem, meninos, a grande maioria pode perfeitamente conciliar trabalhos e estudos. Podem não o querer fazer, é um direito que vos assiste, mas se os pais não andarem a nadar em dinheiro essa é uma opção que devem considerar.

Também sei que hoje em dia os trabalhos são todos mal pagos e que, por isso, é mais simples não sair de casa dos pais. Tudo bem, legítimo. A vida não está fácil para ninguém. Agora pedir dinheiro aos pais quando já se tem casa e comida à pala? Grande lata. No ano passado já trabalhava e vivia com a mãe, fazia questão de meter dinheiro em casa. A partir do momento em que somos adultos responsáveis não faz sentido sermos sustentados pelos pais. Muito menos se os pais não tiverem condições para isso.

Dizer "sou independente" é muito lindo. Mais tramado é realmente sê-lo.

Comentários

  1. É nestes textos que eu vejo a minha S*, a menina com os olhos a brilhar mas com uma força de furacão. É por tanto disto que sempre vi, mais que aquilo que toda a gente tenta realçar em ti, que gostei da pessoa que está por trás deste blogue ainda sem a conhecer pessoalmente. Não consigo comentar de outra forma, pode não ser nada de extraordinário, nada que muitas pessoas não façam, mas é o bastante para me fazer ter orgulho por me considerares amiga, porque admiro bastante esse lado da tua vida, esse pensamento.

    Beijocas lamechas aqui da cabeçuda amiga!

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  2. Não retiro uma vírgula!
    E olha que conhecemos muitos meninos bem malandros e dependentes dos pais! Siiiim também sou independente e que bem que isso sabe.

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  3. conheço muitos independentes com o dinheiro dos papás!

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  4. Num programa de rádio ouvi uma senhora dizer que estava desempregada e que era formada (não disse em quê).
    Acrescentou que lhe tinham oferecido emprego, mas que o ordenado seriam 550€, o que não era compatível com o seu canudo. Portanto...preferia continuar desempregada, porque para além disso, 550€ não lhe davam para viver....

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  5. Concordo plenamente contigo. Eu trabalho desde os dezoito anos, estou na universidade e continuo a trabalhar. Faço questão de ser eu a pagar os estudos, os meus pais nao tem a obrigação e eu nunca lhes ia dar mais essa despesa. Sei que eles podiam pagar, sei que me ajudam em tudo, mas se e para mim, se eu posso estudar e trabalhar, nunca iria consentir que eles me pagassem estudos ou seja o que fosse. E eles nao querem, mas também contribuo para a casa, porque também vivo lá e faço questão que seja assim. Mas pronto, nem toda a gente pensa da mesma maneira.

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  6. A mim quer-me parecer que isso é excesso de comodismo e falta de responsabilidade!

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  7. Eu tiro algumas vírgulas. Não apoio a pessoa em questão, mas não é fácil arranjar um emprego e tão pouco um part time. Digo eu que já ando nessa dança há 1 ano. Isso de conciliar estudos com trabalho é tudo muito giro...se de facto houver trabalho lol.

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  8. Nem mais... Vejo tanta gente ai a queixar-se da crise, que têm pena de pedir dinheiro aos pais, mas vê-los a ir trabalhar é que não se vê! Tal como tu, mal fiz 18 anos comecei a trabalhar, até porque na altura a minha mãe ficou sem emprego e eu não queria pedir-lhe dinheiro para ir jantar fora ou comprar um vestido. Sempre fui arranjando part-times, trabalhei em programas de tv, trabalhei de noite em casinos, trabalhei em bares de praia, até que finalmente arranjei o meu emprego fixo num hotel, SEMPRE conciliando com os estudos. A coisa apertou quando precisei sair de casa e quis comprar o meu carro, aí então precisei de mais um emprego... Então digamos que conciliava dois empregos, com a faculdade, com uma casa para organizar. E olha... se muitas vezes tive pena de mim, se outras tantas quis desistir, voltar para casa, optar pelo mais fácil e aceitar o dinheiro deles... Ainda bem que nunca o fiz! Fez de mim uma pessoa muito mais forte.
    Hoje a situação é diferente, desde que sai de Portugal que dependo totalmente dos meus pais, que me pagam casa, faculdade, supermercado, férias, tudo e mais alguma coisa. Mas permito-me a aceitar tudo porque acho que fiz tanto esforço para estar aqui que mereço, e porque não brinco com o dinheiro deles, honrando tudo o que me dão, dando em troca o melhor de mim.
    Agora estes malandros que so se aproveitam dos pais... Muito odio, muito odio!!!

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  9. Conheço um caso que os pais passam fome, mas passam mesmo fome para a filha poder estudar, ir de férias e ainda comprar ténis de marca. E a filha trata os pais mal. =S às vezes dá-me vontade de lhe bater.

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  10. Acho que disseste tudo! Eu tenho mesada e não posso trabalhar porque Medicina não é propriamente um curso fácil. Mas metade da minha mesada (que não é assim nenhuma coisa gigante) vai para o lado todos os meses e sou eu que pago as minhas proprinas e as minhas viagens. Desde que entrei na Faculdade nunca tive de pedir dinheiro a mais aos meus pais, e tenho a certeza que quando começar a trabalhar não vou fazê-lo.

    Beijinhos :)

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  11. Apoiado!
    A adolescência e vivência em casa dos pais é hoje em dia cada vez mais prolongada.

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  12. Anónimo das 20:31, isso é completamente diferente, ninguém tem culpa de não conseguir arranjar trabalho. :(

    Vic, se soubesses a raiva que isso me dá... Eu também tenho canudo, mestrado, e alguns meses não ganho isso.

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  13. ana, oh, muito obrigada. :') Agora deixaste-me com a lagriminha no canto do olho.

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  14. Nem quando estive quase 6 meses sem ordenado, pedi um cêntimo aos meus pais. É certo que me pagaram os estudos, e me ajudam ainda hoje uma vez que vivo com eles, dando-me casa, comida e roupa lavada, mas era incapaz de ainda lhes pedir dinheiro. Não trabalhei enquanto fiz o curso, tal como tu sempre fui tendo uma mesada (ainda que não muito grande), mas assim que o terminei e comecei o mestrado, comecei a trabalhar e nunca mais parei. Acho que trabalhar só nos faz bem e mesmo que os pais nos ajudem aqui e ali (isso os meus pais fazem, mas é porque felizmente vão podendo), acho indecente querer-se ser adulto, dizer-se muito adulto e depois viver às custas dos papás, e estar sempre a contar com eles. Os pais criam-nos para o mundo e isso engloba que a certa altura temos de saber fazer-nos à vida. (desculpa o comentário tão longo)

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  15. Nao Tnh outra palavra para esse filho a nao ser chulo!!! Trabalho desde os 18 anos, tirei canudo, mestrado e sempre a trabalhar. E já lá vão 12 anos desde que os descontos para a segurança social começaram. Orgulho-me de todo o esforço que fiz desde sempre ( e continuo a fazer!) e mete-me raiva que alguém tenha o tipo de atitudes como esse menino do texto! Mesmo!!!!!!

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  16. Eu não entendo estas mentalidades de que os pais nos têm de sustentar para sempre... isso, para mim, não é maturidade.

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  17. Subscrevo, na íntegra. Ressalvados os casos daqueles que apesar de todos os esforços não conseguem encontrar um trabalho (dada a actual conjuntura), cá no norte há uma palavra aplicada àqueles que vivem à custa dos outros quando têm bom corpo para trabalhar...

    Beijo

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  18. Concordo plenamente. As minhas duas filhas mais velhas fizeram a licenciatura e agora mestrado sempre a trabalhar.
    Trabalham para pagar os estudos e suas despesas pessoais, e nós ajudamos com o que podemos.
    Elas sabem que a vida dos pais deu uma volta de 360* e foi sem dramas que aceitaram a situação.
    A mais nova vai entrar este ano na faculdade e já anda à procura de um part time e acha perfeitamente natural.
    Vai tudo da forma como fazemos os filhos encarar a vida.
    Vai também dos pais não criar ilusões aos filhos e mostrar-lhes a realidade. E mais, somos uma família feliz sem stresses.

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  19. amiga da onça, parabéns. Acho que é assim que deve ser, ensinar os filhos que o dinheiro não cai do céu. :)

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  20. Eu fui uma "chupista" durante todo o tempo em estudei, confesso. Os meus pais sacrificaram-se bastante para que pudesse concluir os estudos, e nem sequer queiram que eu trabalhasse. Sei que podia ter sido mulherzinha e agarrar-me a um part-time, mas filha única e comodista que sou, deixei andar. Mas também tenho consciência que fiz o que pude para não os esforçar em demasia. E ai de mim que lhes pedisse, agora, algo que não fizesse conta de devolver! O meu lema é outro - o que eles sempre tiveram - só se gasta o que se pode.

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  21. Cat, ahahah. Ora, tu é que sabes... desde que depois de "estudada" deixes de os sobrecarregar, o problema é só vosso. :P

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  22. concordo ctg! os putos tem de dar valor ao dinheiro e saber que doi a todos, trabalha e ainda pede dinheiro aos pais? oi? eu fiz um estagio q ganhava 500€ e deixei de pedir dinheiro aos meus pais e morava num quarto alugado!
    e caso pra dizer: o filho a vida custa a todos, nao gastes estupidamente

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  23. Percebo perfeitamente o que queres dizer, visto que sempre fui muito independente. Como estudei na minha cidade, não tive gastos extra em viagens e renda, mas trabalho desde os 16 anos, precisamente para poder pagar as minhas coisas.

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  24. Eu tirei direito e também não é um curso propriamente fácil. Cheguei a trabalha a full-time na PT a atender telefones. Ia para a faculdade das 09h ao fim da manhã, às 13h. Pedia às minhas colegas que me tirassem apontamentos. Pegava a trabalhar às 13h30 e trabalhava a 15 minutos de metro da faculdade. Corria, literalmente, para apanhar o metro às 13h15. Tinha na bolsa uma sandes e um sumo que comia no metro a caminho do trabalho. Pegava às 13h30 em ponto e trabalhava até às 22h. Tinha uma hora de pausa, comia nas retretes do trabalho e pintava lá as unhas, porque à noite não tinha tempo. Vinha às 22h sozinha à noite para casa. Chegava a casa, as minhas colegas já me tinham mandado os apontamentos pelo pc (faziamo-los no pc). Estava sempre até à uma da manhã a fazer isso. No dia a seguir estava de novo às 9h na faculdade. Trabalhava se segunda a sábado. Não ia a casa muitas vezes porque não tinha tempo, e quando tinha hipótese só estava em casa domingo de manhã e de tarde voltava ao Porto.

    Não me falem em cursos difíceis e não me digam que não se pode. Hoje tenho um negócio próprio e continuo a trabalhar 7 dias por semana. E estou viva.

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  25. Conheço muitos da tua idade que dizem que são "independentes" e que "a vida é deles" mas depois vamos a ver e quem lhes põe comida na mesa e lhes paga o tecto e a cama são os pais! Isso é ser independente?!

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  26. O problema da medicina (a partir do 2º ciclo) são as aulas práticas todos os dias da semana de manhã e à tarde às quais não podes faltar (pelo menos na FMUC é assim)...daí ser um curso bastante difícil de conciliar com o trabalho. Não esquecendo, obviamente, as imensas horas de estudo por semana. Trabalho só mesmo nas férias.

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  27. Verdade :) Ser adulto custa. Ter responsabilidades custa. A todos. Aos filhos e aos pais. Se todos ajudarem, fica mais fácil.
    Acho que é uma questão de respeito, um valor que cada vez menos se vê... E é aquilo que dizes, é muito fácil querer ser independente, dizer que se é independente... Agora, daí a sê-lo, de facto, vai um grande passo.

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  28. acho que tens razão. felizmente os meus pais ajudam-me muito, muito mesmo. mas porque eu sei que eles podem, porque no dia em que não puderem (cruzes caredo) sou a primeira a ir trabalhar no que quer que seja para ajudar.
    há muita gente que quer trabalhar e tem boa vontade, mas também há muita gente que se encosta...

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  29. Maria sem frio nem casa, essa mentalidade envergonha-me.

    Anónimo da medicina, foi por coisas dessas que eu não escrevi que todos podiam conciliar, referi apenas que a maioria poderia fazê-lo. E olhe, eu entendo que medicina sem mais complicado que a maioria dos cursos, mas não convém exagerar. Há muito curso difícil por aí. Todos têm aulas práticas e todos dão trabalho. Posso dizer que em três anos de licenciatura e dois anos de mestrado não devo ter faltado, tudo somado, a mais de vinte aulas. Não gosto de menosprezar cursos, mas também não me parece correcto que se sobrevalorize o trabalho de uns em detrimento de outros. No meu texto não referi que os estudantes têm a obrigação de trabalhar durante o curso. Acho que se os pais puderem pagar, melhor. A questão é depois do curso concluído... :)

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  30. Não consigo ser tão extremista.

    Concordo que os pais não são de todo obrigados a sustentarem os filhos. E que as pessoas têm que ser independentes.

    Mas por exemplo, no momento presente é mesmo difícil estar fora de casa dos pais.
    Eu por exemplo não consigo com o que ganho, com trabalho com contrato a termo e numa área muito competitiva comprar casa ou pelo menos alugar casa sozinha.

    E não vale a pena dizerem "arranja um segundo emprego". O meu trabalho envolve muito mais de 12 horas diárias, com mais 3 e tal de transportes, trabalhando muitos fds e feriados não pagos obviamente). É a área, funciona assim, não me estou a queixar, mas são factos.

    por isso, sim, vivo em casa dos meus pais.

    E não me dão dinheiro nenhum como é óbvio. E no meu caso não dou dinheiro para a casa. Eles dizem que sou filha deles (única no caso) e que até se ofendem se eu der. E como não é caso de necessidade não dou, ok.

    E não sou menos madura ou independente por isso. Pouco o mais que consigo, não faço gastos desnecessários e dou o valor ao dinheiro.

    Se preferia viver já em casa própria? Sim claro. mas se não dá isso não me torna uma pessoa menos madura ou que dê valor ao que quer que eja.

    Por isso não mando pedras.

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  31. Espiral, acho que não entendeste o cerne da questão. :) Ninguém aqui diz que devias viver sozinha. Se eu não namorasse, também estaria na casa da mãe e fazia eu muito bem. Infelizmente os salários de hoje em dia não deixam ninguém viver sozinho. A questão é que os pais não têm obrigação de nos sustentar para sempre e se nós pudermos ajudar, devemos fazê-lo. Se os teus pais não precisam da tua ajuda, ainda bem. Nada contra.

    Agora esse argumento de que tu és filha deles e até se sentiriam ofendidos... Bom, a minha mãe também nos ama muito, mas nós somos três e ela ganha 600 euros. O meu irmão ainda vive em casa e esse ela ainda sustenta. Fico contente por já não ter de a sobrecarregar.

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  32. S*, estou totalmente de acordo contigo, acho um disparate esta gente que acha que os pais são obrigados a sustentá-los eternamente!
    Eu neste aspecto também sou muito realista, e não suporto ver pais a se esmifrar, a ter dois trabalhos para os meninos estarem na faculdade, para os meninos saírem à noite, enquanto que os meninos estão na boa vida e não vão procurar um trabalho para conciliar com a faculdade. Vão masé trabalhar que a vida custa a todos!

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  33. S. ,

    Sim, claro, EU não acho que os pais tenham que sustentar obrigatoriamente. E é obvio que se eu tivesse mais irmãos e os meus pais estivesse em situações mais complicadas (não ganham nada de astral, mas estão estáveis) eu contribuiria e não tinha problemas nenhuns com isso. Apenas sei que no momento não sou um peso, as minhas despesas, higiene, alimentação que levo para o trabalho mais especifica sou eu que compro, "apenas" não dou dinheiro para contas da casa e cabaz global de compras. E isto porque eles não querem, porque não lhes faz sentido.

    Mas tento ajudar no que posso =)

    O meu comentário não era tanto em relação ao que tu disseste, mas aos comentários na globalidade que dizem que "há sempre uma maneira de ser mesmo independente"; muitas vezes é mais complicado que isso =)

    Um beijinho!

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  34. A minha resposta à senhora:
    Ponha-o fora da porta.

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  35. Está aí a razão porque só depois de trabalhar há dezasseis anos fui tirar a licenciatura dos meus sonhos.A vida é feita de escolhas, e os nossos sonhos devemos ser nós a lutar por eles e não os nossos pais! Mas isto claro sou eu, que não gosto de ser fardo para ninguém, mas acredita que há muita gente a fazer de conta que é independente com o dinheiro dos papás! bjs

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  36. Espiral, cada um sabe de si. Se sabes que os pais não precisam, tanto melhor. :)

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  37. 'E olhe, eu entendo que medicina sem mais complicado que a maioria dos cursos, mas não convém exagerar. Há muito curso difícil por aí. Não gosto de menosprezar cursos, mas também não me parece correcto que se sobrevalorize o trabalho de uns em detrimento de outros.'


    Não sabes do que falas.

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  38. Anónimo das 14:09 deixe-se de arrogâncias. A não ser que tenha frequentado todos os cursos, não pode dizer que um é mais difícil do que todos os outros. Para mim, ciências e matemáticas é difícil, para quem tem gosto por essas áreas certamente que não o é. Todos os cursos têm a sua complexidade.

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  39. Nunca andei em todos os cursos, andei num que a maioria das pessoas considera bastante exigente mas ainda assim não me parece que possa ser comparado ao de medicina, nem a qualquer outro curso ainda que na área da saúde.

    Uma coisa é aprender a mudar uns pensos e dar umas injecções em enfermagem, escrever uns textos para um jornal ou aprender matemática para ensinar a outros ou conseguir perceber o complexo sistema do direito da família e sucessões, bem diferente será aprender a diagnosticar uma doença de forma rápida e lidar com a necessidade de ter consciência do quão vital isso se pode tornar. Porque não tenho a menor dúvida que também isso faz parte de aprender a ser médico.

    Eu estou longe de ser pelo 'endeusamento' dos médicos mas tenho a perfeita consciência de que muito poucas profissões exigem um tão elevado grau de conhecimento técnico sob pena de um erro ser crucial. Porque uma coisa é falhar uma vírgula num texto, um zero numa conta ou uma data de um recurso, outro é matar alguém porque faltamos à aula em que se explicou como se tratavam casos daqueles…

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  40. Cláudia, ninguém aqui diz que medicina não é mais difícil que a maioria dos cursos. Mas não me lixem que certamente que há curso quase tão/tão difíceis como medicina. O meu curso não foi um desses, já que adoro letras e tive uma certa facilidade na coisa. Mas isso vai das aptidões de cada um. Agora porem-se a falar como se os outros cursos fossem todos muito fáceis e medicina fosse o "ai jesus"... ora, que é difícil toda a gente sabe. Mas há MUITA coisa difícil nesta vida.

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  41. 'Agora porem-se a falar como se os outros cursos fossem todos muito fáceis e medicina fosse o "ai jesus"...' Certo, foi o que foi dito aqui. Convido-te a vires passar uma semana num bloco de um ano clínico da fmup e a partilhares a tua opinião depois.

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  42. Oh Anónimo, mas você para quem alegadamente estuda na FMUP é um bocadinho compreensão lenta. O meu texto NADA tinha a ver com medicina. Eu quero lá saber se medicina dá para conciliar com um part time ou não... a questão aqui é os filhos não sobrecarregarem os pais.

    Lamento, não acho que medicina seja o curso mais difícil do mundo, considero que toda a área matemática e científica é extremamente complexa. Não vou dar destaque a medicina. Quem investiga células, quem estuda engenharia aeroespacial e coisas do género certamente que tem tanto trabalho como quem está em medicina.

    Agora quer ficar com a taça, fique. Olhe que eu sei de casos de pessoas que, já casadas e pais de filhos, foram tirar medicina. E lá conciliaram, apesar de pelos vistos você achar que medicina exige estudo 25 horas por dia (é que nem é 24, são mesmo 25 horas).

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  43. Já que aqui é a discussão original, volto a dizer: basta ir ver os horários dos cursos de Medicina para ver que não é por ser difícil, é por ser incompatível (aulas de manhã até ao final da tarde). Depois disto, é preciso estudar. Mais uma vez, há cursos de Medicina(como na Univ. Algarve) onde os alunos se comprometem a não trabalhar. Em Medicina estuda-se uma média de 8h por dia, durante um ano, para o exame da especialidade. Convém ter boa média de curso e no exame para se conseguir ter uma boa carreira médica. Se é possível trabalhar? Claro que é, se não existir outra alternativa. Agora que é altamente aconselhável que não se faça, também é.
    No meu caso, estudei Direito em Lisboa, onde existe avaliação contínua, ou seja, estuda-se diariamente e não apenas para os exames. Se podia trabalhar? Podia. Mas não teria acabado o curso com a média com a qual acabei, o que me teria impedido de fazer a carreira que fiz até hoje. Não se pode comparar o incomparável, S*, é só isso.

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  44. Sãozinha, já disse em vários sítios que essa não era a questão do post. :/ Pois claro que se for NECESSÁRIO toda a gente consegue fazê-lo. Exige sacrifícios, pois exige, pode baixar a média, pois pode, mas toda a gente consegue fazê-lo. Não estou a discutir a existência de cursos mais difíceis que outros, isso é óbvio. Há cursos mais práticos, outros mais teóricos, cursos com mais carga horário, cursos com menos carga horária. Há cursos mais fáceis e mais difíceis. Para mim a questão nunca foi essa... mas também não me parece correcto destacar-se um curso e achar que os outros são todos canja. Há muito curso muito difícil por aí... assim como há muito curso mais fácil.

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  45. S*, nisso concordamos. A discussão do que é mais difícil vs. o que é mais fácil é relativa e não leva a lado nenhum. Como disse à sua irmã, é tudo uma questão de carga horária, mais nada, que importa para a discussão inicial.

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  46. Sãozinha, ainda não estou tola para achar que todos os cursos têm o mesmo grau de dificuldade. ahahah O problema, que não é problema, é que a grande maioria dos cursos só exige estudo na época de exames. Cursos mais técnicos, como medicina e afins, exigem dedicação o ano todo porque vão tendo de "testar" tudo. Agora é como diz o outro, quem corre por gosto não cansa.

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  47. A questão de trabalhar ou não durante um curso é sempre relativa... Acho que se a necessidade existir e for bastante premente, o estudante arranjará uma forma de o fazer. Muito provavelmente as notas serão mais baixas do que as de alunos que não trabalhem, o tempo livre e para estudar irá diminuir a olhos vistos mas quando disso depende conseguir ter dinheiro para as necessidades e mesmo para conseguir pagar as propinas, a forma de encarar a possibilidade de ser trabalhador-estudante é encarada de outra forma.
    Quanto ao curso de Medicina ter aulas de manhã e de tarde (e não tirando, de forma alguma, toda a dificuldade que está associada a este curso): eu tirei o curso numa faculdade de ciências e poucos eram os cursos, a partir dos anos comuns, em que os horários tinham mais do que uma ou duas tardes livres. Em determinada fase essas tardes livres deixavam de existir de todo, passando-se o dia inteiro na faculdade. Por isso poucos eram aqueles que conseguiam conciliar o estudo com um trabalho. Cursos existem muitos por esse país fora e a forma das faculdades exigirem dos seus alunos também é muito diferente por isso não me parece que se possam fazer grandes generalizações num assunto como este.

    S*: concordo com o que escreveste. Bem sei que o mercado de trabalho atravessa, provavelmente, uma das piores fases de sempre. Mas será que não existe mesmo trabalho? Ou será que a maior parte das pessoas quer é ter um ordenado que lhe permita ter aquela vida com que sempre sonhou logo no primeiro trabalho que arranjam? Acho que a ideia de ganhar facilmente dinheiro se enraizou de tal forma na mentalidade dos portugueses nos últimos anos... Não será esse o principal motivo porque temos por cá o FMI neste momento?

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  48. Fiona, bom, se eu disser que no terceiro ano não tinha nem uma tarde nem uma manhã livre, ficamos conversadas no que toca a esse ponto. eheheh Obviamente que existem cursos mais difíceis, mais exigentes, mais chatos... mas oh, não podemos ser todos a mesma coisa, portanto obviamente que somos todos diferentes.

    E oh se concordo contigo na segunda parte... é um facto que os salários portugueses são uma valente bosta, mas não podemos achar que em início de carreira vamos ganhar muito dinheiro. Não vamos.

    ResponderEliminar
  49. S*: ao ler a tua resposta ao meu comentário e ler de novo o que escrevi se calhar poderei ter dado a ideia que achava que apenas o meu curso ou o de Medicina eram complicados para conciliar com um trabalho por terem elevada carga horária. Nada a ver! :) Acho que o principal motivo porque a maioria das pessoas faz determinados comentários e acha que o seu curso é o mais difícil de todos os tempos reside na falta de conhecimento. Como apenas tiramos um curso desconhecemos o que se passa ao lado, daí que as opiniões possam divergir e muito! Apenas quis juntar mais um exemplo que, não sendo Medicina, tem uma carga horária bastante elevada e torna difícil de se conciliar com algo mais. Mas como sempre me ensinaram nada é impossível o que tem de ser tem muita força :)

    No segundo ponto... E o pior é quando são os próprios pais a incutir esta ideia nos filhos... Tudo não poderia estar mais errado nesta forma de encarar o mercado de trabalho. Temos tanto a aprender neste campo...

    ResponderEliminar
  50. Fiona, gostei. :) Só para encerrar a questão, deixa-me dizer que concordo em absoluto com a tua ideia de que gostar de uma certa matéria, de um dado curso, é uma grande ajuda. Como referi, considero-me uma rapariga esperta e com boa capacidade de aprendizagem, mas podem-me explicar 100 vezes uma coisa de matemática que eu não vou conseguir entender. Pelo contrário, tenho facilidade para línguas. Isso vai dos gostos de cada um. O que é difícil para uns não tem de o ser para outros. :)

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  51. S* :)

    Não gosto nada de ser mal entendida e acho que às vezes penso mais rapidamente do que escrevo e posso não transmitir a ideia que efectivamente quero passar por isso gosto de esclarecer :)

    Como te compreendo quanto à parte final do teu comentário... Eu sou uma rapariga de Ciências a 100% e quando tive de ter aulas de Direito, por mais simples que a matéria em questão pudesse ser, para mim era algo muito mais complexo que o Cavalo de Tróia. Acho que preferia mil vezes as cadeiras de Física que tive na faculdade do que ter de fazer novamente aquelas duas cadeiras de Direito. Mas são gostos e afinidades e isso muda sempre a forma como encaramos as dificuldades que possamos ter em estudar determinado assunto. E concordo a 100%: o que é difícil para uns não o tem de ser para os outros :)

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  52. O mais engraçado é que esse tipo de pessoas não consegue atingir que o filho devia ter levado uns abanões em criança e que agora tornou-se num marginal... :P

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